Venezuela investiga alegado caso de corrupção na construtora Teixeira Duarte
Construtora portuguesa terá recorrido a empresas fictícias para pagar a funcionários venezuelanos por contratos para expandir o porto de La Guaira, operar ali por 20 anos e construir uma estrada.
A procuradoria venezuelana está a investigar o alegado pagamento de “dezenas de milhões” pela construtora portuguesa Teixeira Duarte a funcionários estatais, em troca de um contrato de modernização do porto da La Guaira.
“As denúncias apresentadas ao Ministério Público do regime de Nicolás Maduro acusam a construtora portuguesa Teixeira Duarte de pagar, através de empresas fictícias, a funcionários venezuelanos por contratos para a expansão do porto de La Guaira, construção de uma rodovia e operação no porto por 20 anos”, avançou o jornal de Miami El Nuevo Herald, citado pela agência Efe.
Segundo a mesma publicação, a investigação ainda não deu origem a acusações e alguns dos funcionários em causa residem nos Estados Unidos. O empresário Jorge Hernández Fernández é apontado como uma “figura central” no processo por, alegadamente, ter servido de intermediário da operação.
A Teixeira Duarte considerou esta segunda-feira serem “difamatórias” as imputações de corrupção pelo alegado pagamento a funcionários estatais da Venezuela por um contrato de modernização do porto da La Guaira. “A Teixeira Duarte tomou conhecimento de uma notícia veiculada a partir da Venezuela com imputações de ações ilícitas à Teixeira Duarte, que se contestam em absoluta e que são difamatórias”, defendeu a construtora, em resposta à Lusa.
Por outro lado, empresa disse não ter conhecimento de qualquer notificação das autoridades venezuelanas em relação às alegações.
Segundo a Efe, o jornal cita ainda uma carta do advogado suíço Cedric Aquet, que representa o empresário, datada de 2017, na qual é explicado que Hernández tem um acordo que lhe concede 6% de todas as receitas do projeto portuário que ainda não teriam, à data, sido liquidados, motivo pelo qual o mesmo ameaçava recorrer à justiça.
O advogado venezuelano Vicente Muñoz, uma das pessoas que denunciou o caso, em declarações às autoridades, referiu que Hernández e os representantes da Teixeira Duarte na Venezuela “subornaram funcionários ao serviço do Estado venezuelano e da empresa Bolipuertos SA (…), utilizando empresas offshore a cargo de terceiros”.
A expansão do porto de La Guaira foi concluída em 2015. Os documentos a que o jornal teve acesso revelaram também que a construtora terá pagado “dezenas de milhões” através de empresas criadas para o efeito, várias delas com sede no Panamá.
(Atualizado às 20h32 com a reação da empresa)
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