Assembleia de Representantes da mutualista Montepio vota hoje contas de 2021 e elege presidente
Fontes da Assembleia de Representantes da Associação Mutualista Montepio Geral disseram à Lusa que as contas individuais de 2021 foram positivas.
A Assembleia de Representantes da Associação Mutualista Montepio Geral volta a reunir-se esta quinta-feira para votar as contas da mutualista de 2021, ainda não divulgadas, e eleger o presidente da Mesa deste órgão, após tentativas falhadas.
Segundo disseram à Lusa fontes da Assembleia de Representantes, as contas individuais de 2021 da mutualista foram já positivas. Estas ainda não foram divulgadas publicamente, só o devendo ser depois da reunião. As contas continuam também a ter reservas da auditora PwC devido a dúvidas na contabilização de ativos por impostos diferidos, o que influencia os resultados.
Em 2020, a Associação Mutualista Montepio Geral teve prejuízos de quase 18 milhões de euros, melhor do que os resultados negativos de 408,8 milhões de euros de 2019. Então, na certificação legal de contas, a PWC considerou mais uma vez que o valor registado em ativos por impostos diferidos (então de 867,6 milhões de euros) não era totalmente recuperável.
Ainda na reunião desta quinta-feira, os membros da Assembleia de Representantes irão fazer novamente a eleição do presidente da Mesa da Assembleia de Representantes, uma eleição que vem falhando, mas que desta vez deverá mesmo acontecer.
Nas sessões anteriores, havia duas listas candidatas: uma composta por elementos que concorreram nas eleições de dezembro pela Lista A (liderada por Virgílio Lima, que venceu essas eleições) e que propõe para presidente da Assembleia de Representantes Edmundo Martinho (provedor da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa) e tem como candidatos a secretários Ivo Pinho e Isabel Silva; a outra lista junta elementos das listas da oposição das eleições de dezembro (B, C e D) e propõe a presidente a gestora Conceição Zagalo e a secretários Viriato Silva e José Nogueira.
Contudo, os resultados da eleição (em que aos membros não presentes nas sessões, designadamente por Covid-19, foi dada a possibilidade de posteriormente irem à mutualista exercer o voto secreto) foram inconclusivos.
Na primeira votação houve um empate (15 votos para cada lista) e à segunda, na abertura da urna, estavam 32 votos quando os membros da Assembleia de Representantes são 30 (16 votos na lista A, 14 na lista B e dois brancos), pelo que a votação foi anulada e foi marcada nova votação para a reunião desta quinta-feira.
Este caso de mais votos em urna do que eleitores levou mesmo, segundo disseram à Lusa fontes da Assembleia de Representantes, à demissão de Vítor Melícias como presidente da Mesa Ad-Hoc (mesa não eleita, que coordena os trabalhos até à eleição da Mesa definitiva), mas que, entretanto, recuou nessa decisão.
Assim, deverá ser mesmo esta quinta-feira que haverá eleição do Presidente da Mesa da Assembleia da Representantes, pois – segundo os estatutos – no caso de haver empate à segunda votação, o presidente da Mesa Ad-Hoc tem voto de qualidade. Ou seja, se houver novamente duas listas e novamente empate, Vítor Melícias decidirá a lista vencedora.
A Assembleia de Representantes é o novo órgão associativo da Associação Mutualista Montepio Geral, sendo os seus 30 membros eleitos pelo método de Hondt. É neste órgão que são debatidos e votados documentos fundamentais da vida da mutualista Montepio (que até à mudança de estatutos tinham de ir a assembleia geral).
Nas eleições de dezembro passado para os órgãos sociais da Mutualista Montepio, a lista A obteve 47,31% dos votos para a Assembleia de Representantes, a lista D 24,23% dos votos, a lista C 16,23% e a lista B 10,06% dos votos.
Assim, a lista A elegeu 15 membros para a Assembleia de Representantes (o primeiro eleito foi Vítor Melícias, padre), a lista D sete representantes (o primeiro eleito foi Conceição Zagalo, gestora), a lista C cinco representantes (o primeiro eleito foi Ana Drago, socióloga e ex-deputada pelo BE) e a lista B três representantes (o primeiro eleito foi João Costa Pinto, foi vice-governador do Banco de Portugal e presidente da Caixa de Crédito Agrícola, mas que não pode tomar posse por ser presidente do banco da Fundação Oriente, pelo que o primeiro representante desta lista é José Nogueira.
As eleições de dezembro passado da Associação Mutualista Montepio Geral elegeram Virgílio Lima como presidente até 2025.
Virgílio Lima já era presidente da mutualista desde 2019, quando era administrador e sucedeu a Tomás Correia, que saiu envolto em polémica face a investigações a atos de gestão seus pelos supervisores. Contudo, nas eleições de dezembro foi a primeira vez que se apresentou aos associados como candidato a presidente.
Na tomada de posse, em janeiro, o gestor disse que nos próximos anos quer reforçar a relação com as autoridades de supervisão e a tutela.
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