Combustíveis vão descer para a semana. Gasóleo fica dez cêntimos mais barato
O gasóleo deverá estar dez cêntimos mais barato e a gasolina três cêntimos, adiantou ao ECO fonte do setor, usando os valores até ao fecho do mercado na quinta-feira.
Os sinais positivos que saíram das negociações entre a Rússia e a Ucrânia ajudaram a arrefecer os receios dos mercados de uma escalada do conflito e de uma escassez no fornecimento de petróleo. Apesar da grande volatilidade nas cotações do ouro negro ao longo da semana, ao sabor dos avanços e recuos na frente de batalha, mas também diplomática, os preços do Brent do Mar do Norte, que serve de referência para o mercado europeu, desceram e por isso, segunda-feira, os portugueses quando forem abastecer vão sentir um alívio nos preços. O gasóleo deverá estar dez cêntimos mais barato e a gasolina três cêntimos, adiantou ao ECO fonte do setor, usando os valores até ao fecho do mercado na quinta-feira.
Estes valores ainda poderão sofrer ajustamentos porque é preciso ter em conta as cotações do brent ao longo de sexta-feira, assim como a cotação do euro face ao dólar na última semana. Por outro lado, os preços serão ainda influenciados pela componente fiscal. Para ajudar a mitigar o impacto da subida dos preços dos combustíveis, o Executivo criou uma fórmula que previa uma descida do ISP idêntica à subida da receita de IVA (uma receita que evoluiu a favor dos cofres do Estado com a escalada dos preços dos combustíveis), visando a neutralidade fiscal.
Mas a fórmula só foi aplicada exatamente como foi desenhada na primeira semana, porque na seguinte os combustíveis desceram e o Governo optou por não mexer no ISP, quando a equação ditava uma subida deste imposto. Já esta semana, apenas desceu o ISP do gasóleo (descida de 1,3 cêntimos), não tendo havido qualquer mexida no ISP da gasolina, apesar de esta também ter subido, para compensar o facto de o Governo não ter mexido no imposto na semana anterior. Não é por isso claro qual será a opção do Executivo na próxima semana. Caso a fórmula matemática fosse aplicada na versão original então o ISP subiria 1,5 cêntimos no caso do gasóleo e 0,5 cêntimos na gasolina.
A incerteza sobre o valor que os portugueses vão pagar na hora de abastecer o carro na próxima semana é ditada ainda por mais um fator. Apesar de o Executivo anunciar todas as sextas-feiras qual o valor que vai vigorar, com base no “mecanismo semanal de revisão dos valores das taxas unitárias de ISP, que reflete na determinação das referidas taxas a variação da receita de IVA, que ocorre em virtude das alterações nos preços dos combustíveis”, e de a média da cotação do brent ser conhecida após o fecho dos mercados na sexta-feira, muitas vezes na bomba os preços sofrem oscilações.
Nas duas últimas semanas foi assim. É às terças-feiras que a Direção Geral de Energia e Geologia publica os valores médios praticados em todo o país. Quando os combustíveis desceram a semana passada, a queda não foi integralmente refletida nos preços, alimentando suspeitas de que as petrolíferas estavam a aumentar as suas margens — algo que a Galp rejeitou liminarmente — e esta semana o gasóleo subiu menos do que o esperado pelo Governo, mas a gasolina aumentou mais. De acordo com as contas do Governo, o diesel deveria custar esta semana 2,011 euros por litro e a gasolina 1,987 euros, assumindo os preços médios em Portugal Continental. No entanto, esta segunda-feira, o gasóleo simples custava, em média, 1,995 euros por litro, mais 14 cêntimos do que preço médio da semana passada, segundo os preços médios diários apurados pela Direção-Geral de Energia e Geologia (DGEG).
Para ajudar a mitigar o impacto da subido dos preços, os portugueses continuam a poder contar com o Autovoucher, prolongado para abril, que lhes dá um benefício de 20 euros quando vão ao posto de abastecimento. Esta medida foi lançada em novembro, atribuindo cinco euros por mês até fevereiro, sendo depois reforçada em março para 20 euros.
A descida dos preços dos combustíveis acompanha a descida do brent influenciado não só pelos desenvolvimentos na guerra na Ucrânia, mas também pelo lockdown decretado pelas autoridades chineses em Xangai para travar a evolução do coronavírus. O novo confinamento suscita preocupações sobre a diminuição da procura de petróleo na China. A aliviar os preços esteve ainda a notícia de que os Estados Unidos vão libertar um milhão de barris por dia da sua reserva estratégica e a decisão da OPEP e os dez aliados, incluindo a Rússia, de aumentar a oferta de petróleo em 432.000 barris por dia a partir de maio. Esta semana, em média, o barril de brent desceu 5% face à semana passada, uma descida que se torna mais acentuada (6,52%) quando a cotação é feita em euros, já que o efeito cambial joga a favor dos consumidores europeus.
Brent desvaloriza 5% face à semana passada
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