“Em nenhum sítio isto pode ser apelidado de política de austeridade”, diz Medina sobre o OE2022
Ministro das Finanças rejeita as acusações feitas pelos partidos de que o Orçamento para 2022 significará mais austeridade para os portugueses.
No dia em que o Governo apresentou aos partidos as primeiras linhas da proposta de Orçamento do Estado para 2022 (OE2022), foram vários os que afirmaram que muitas das medidas significariam mais austeridade para os portugueses. Mas o ministro das Finanças rejeita estas afirmações e, elencando muitas das medidas já implementadas, afirma que o OE2022 “procura responder à conjuntura”, “de forma muito eficaz e verdadeira”.
“Quando procedemos ao aumento extraordinário das pensões, em nenhum dicionário de política económica do mundo esta é uma política de austeridade. Quando fazemos uma reforma do sistema fiscal (…), em nenhum sítio isto pode ser apelidado de política de austeridade”, disse Fernando Medina esta quarta-feira, na conferência de imprensa de apresentação do OE2022.
“Quando mantemos o objetivo de proceder a política de aumento progressivo do salário mínimo, dificilmente isso pode ser considerado política de austeridade. E quando fazemos o aumento dos mínimos de subsistência, isso já acabou por completo qualquer argumento de regresso à austeridade”, continuou o ministro das Finanças. “Este não é, nem pode ser, com estas características e medidas, um orçamento dessa natureza. Pelo pelo contrário”.
O governante afirmou que a proposta de OE2022 do Governo “procura responder à conjuntura, procura ser efetivo na resposta, nos preços e nos rendimentos, mas procura fazê-lo de forma muito eficaz e verdadeira para com o futuro”. “Este é o meu Orçamento. É da minha responsabilidade”.
Medina continuou, afirmando que o Governo não vai, “através das políticas nacionais, alimentar o motor à inflação ao motor externo”. “Temos neste momento um motor a gerar inflação, sobretudo nos combustíveis e na componente externa. Seria um erro de grandes dimensões — e um erro que seria pago pelos mais vulneráveis — colocar ao lado um motor interno a fazer crescer a inflação”, explicou.
Na segunda-feira, no dia em que o Governo reuniu com os partidos para lhes apresentar as linhas gerais da proposta do OE2022, PSD, PAN e Chega foram diretos ao afirmar que muitas das medidas significariam mais austeridade para o país. O social-democrata Paulo Mota Pinto falou num “regresso encapotado de uma certa austeridade”, enquanto Inês Sousa Real referiu um “caminho de eventual austeridade” e André Ventura falou numa “certa dose de austeridade”. Bloco de Esquerda, PCP e Iniciativa Liberal não referiram diretamente a palavra, mas deixaram no ar a mesma ideia.
(Notícia atualizada às 16h18 com mais informação)
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