Teixeira Duarte regista prejuízos de 119 milhões após problemas na Venezuela e Argélia

Construtora perdeu a gestão do porto de La Guaira, na Venezuela. Na Argélia, decisão judicial em relação a parceiro travou execução de várias obras. Acontecimentos tiveram impacto de quase 90 milhões.

“Dois factos excecionais e relevantes” na Venezuela e na Argélia levaram a Teixeira Duarte a registar prejuízos de 119 milhões de euros em 2021, isto depois dos lucros de 3,6 milhões no ano anterior.

Na Venezuela, a construtora portuguesa viu a empresa pública venezuelana Bolipuertos, “numa decisão imprevisível”, rasgar o acordo que ambos mantinham desde 2017 em relação à Aliança para a operação e gestão portuária do terminal de contentores do Porto de La Guaira, situação que levou ao reconhecimento de um prejuízo de 26,9 milhões de euros por causa perda da concessão da exploração desse porto.

A Teixeira Duarte espera que “a ausência de fundamento legal para a mencionada atuação inesperada, abusiva e lesiva dos interesses da empresa, dê lugar à correspondente indemnização por perdas e danos”.

Já no mercado argelino, uma sentença judicial de última instância proferida no dia 17 de fevereiro de 2022 por tribunal do país no âmbito de um processo respeitante a um parceiro da Teixeira Duarte “colocou em causa as condições operacionais e financeiras que permitiam assegurar a normal execução de seis empreitadas públicas contratadas na Argélia”.

Embora se trate de um evento subsequente, a administração decidiu reconhecer nas contas do exercício de 2021 os efeitos decorrentes da suspensão da atividade daquelas seis empreitadas públicas, “cujo impacto estimado se traduz num agravamento do resultado líquido de 61,1 milhões de euros, bem como numa redução do passivo de 13,7 milhões de euros e uma redução do ativo de 74.8 milhões de euros”.

O presidente da administração da construtora, Manuel Teixeira Duarte, adianta que estes dois acontecimentos levaram à diminuição nas vendas e prestações e serviços de 73 milhões de euros e ao impacto nos lucros de 88 milhões. “Sem os referidos mercados da Argélia e Venezuela, teríamos alcançado um crescimento de 11,3% das vendas e prestações de serviços”, acrescentou o responsável.

A cumprir o centenário, a Teixeira Duarte indica que fechou 2021 com uma carteira de encomendas de 1.024 milhões de euros e uma dívida líquida de 718 milhões.

Em termos operacionais, registou receitas de 637 milhões de euros, uma descida de 12%, enquanto fechou com um EBITDA negativo de 34,6 milhões.

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