Greve na Docapesca pode interromper abastecimento durante cinco dias
O sindicato afeto à CGTP manteve para esta quinta-feira (9), este sábado (11) e a próxima segunda-feira (13). Greve pode paralisar lotas e interromper abastecimento durante 5 dias.
A Docapesca lamentou esta quarta-feira o impasse negocial com o sindicato da CGTP, considerando que a proposta que fez beneficiaria os trabalhadores e disse que a greve de três dias irá penalizar a economia.
O sindicato afeto à CGTP (SIMAMEVIP – Sindicato dos Trabalhadores da Marinha Mercante, Agências de Viagens, Transitários e Pesca) manteve para esta quinta-feira (dia 09), este sábado (11) e a próxima segunda-feira (dia 13) a greve contra a proposta de aumentos salariais apresentada pela empresa pública.
Em comunicado divulgado esta quarta, a Docapesca lamentou a greve e considerou que, ao paralisar lotas e com a “consequente interrupção de abastecimento de pescado aos consumidores durante cinco dias consecutivos”, tal terá “um forte impacto económico e financeiro a nível nacional” e prejudicará “todo o setor da pesca, incluindo os próprios trabalhadores, produção, comercialização, indústria e turismo”.
“A Docapesca continua empenhada em melhorar as condições dos seus, assim como em minimizar as gravosas consequências de mais esta greve, que irá afetar negativamente a atividade económica do país, num contexto de forte incerteza que se vive como resultado do conflito no leste europeu”, referiu a empresa pública responsável pela gestão dos portos de pesca e organização da primeira venda de pescado em Portugal Continental.
Segundo a empresa, as negociações com os sindicatos SIMAMEVIP (CGTP) e SINDEPESCAS (UGT), que estavam interrompidas desde março de 2022, foram recentemente retomadas, pois reconheceu ser baixo o valor do salário mínimo nacional pago a 60% dos trabalhadores, pelo que iniciou “um processo de revisão da tabela salarial, com impacto nos próximos anos, e um ajuste imediato nos escalões da tabela, a qual remonta a 2018”.
A Docapesca disse que as estruturas sindicais reconheceram a importância da retoma negocial, mas “não demonstraram concordância com o valor do ajuste imediato às remunerações, inicialmente apresentado”, pelo que fez uma nova proposta, desta vez de um aumento salarial de 20 euros a todos os trabalhadores que auferem remunerações até 750 euros e um aumento de 10 euros para os restantes trabalhadores, com efeitos a 01 de julho de 2022.
Contudo, acrescentou, o sindicato afeto à CGTP voltou hoje a recusar proposta e manteve o pré-aviso de greve para os dias 09, 11 e 13 de junho. Em comunicado esta terça-feira, o SIMAMEVIP (afeto à CGTP) considerou que “era de todo inaceitável” a proposta da Docapesca de um aumento de 10 euros para os trabalhadores que ganham o salário mínimo nacional, “e só para estes”, mas que também é “ainda inaceitável a proposta apresentada (…) de haver autorização governamental para um aumento a partir de julho deste ano de 20 euros para os trabalhadores que auferem remunerações até 750 euros e de 10 euros para os restantes, o que resumiria os aumentos para o ano de 2022”.
O sindicato disse ainda que a empresa propôs também iniciar negociações para a revisão global das tabelas salariais, com produção de efeitos em 2023, isto se as formas de luta fossem levantadas. Para o sindicato, com esta atitude “fica à vista que não é por dificuldades económicas que a Docapesca não aumenta salários, mas é opção política do Governo impor a redução dos salários reais dos trabalhadores”, pelo que apela à greve, pois “os trabalhadores não podem desarmar”.
Já em setembro de 2021 e em abril deste ano os trabalhadores da Docapesca fizeram greve por melhorias salariais. A greve de abril levou ao encerramento de lotas. A Docapesca integra o Setor Empresarial do Estado, pelo que a alteração das remunerações tem se ser aprovada pela tutela e pelas Finanças.
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