Défice encolhe para 0,4% do PIB no primeiro trimestre do ano
O défice em contabilidade nacional baixou para 0,4% nos primeiros três meses do ano, aquém dos -6% registados no arranque de 2021. Desempenho beneficiou da diminuição dos apoios pagos devido à Covid.
O primeiro trimestre do ano ainda foi marcado por um défice nas contas públicas, de 0,4% do PIB em contabilidade nacional, a que interessa para comparações internacionais, segundo os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) divulgados esta sexta-feira. Mesmo assim, “tomando em consideração exclusivamente o 1º trimestre de cada ano, verificou-se uma melhoria do saldo quer em contabilidade nacional quer em contabilidade pública”, refletindo a recuperação após a pandemia, nota o INE.
“Em contabilidade nacional, o saldo das administrações públicas passou de -6,0% do PIB no primeiro trimestre de 2021 para -0,4% no mesmo período de 2022″, lê-se no destaque do INE, sendo que “o valor das injeções de capital e assunção de dívidas no primeiro trimestre de 2022 foi integralmente destinado a entidades do setor das AP”.
O INE indica ainda que “a necessidade de financiamento do setor das AP diminuiu 1,3 p.p. no ano terminado no 1º trimestre de 2022, representando 1,5% do PIB”. Esta desempenho “foi o resultado conjugado de um aumento da receita (2,5%) e uma diminuição da despesa (-0,3%)”.
O gabinete de estatísticas explica que a variação da despesa corrente foi determinada pela diminuição dos encargos com juros (-3,2%) e dos subsídios pagos (-29,1%), refletindo essencialmente, no último caso, “a forte redução dos apoios pagos às empresas no contexto da mitigação dos efeitos económicos da pandemia”.
Por outro lado, também se verificaram “aumentos das despesas com prestações sociais (0,9%), das despesas com pessoal (0,8%), do consumo intermédio (2,2%) e da outra despesa corrente (0,4%)”. “O crescimento da despesa de capital resultou do aumento do investimento em 3,2% e da outra despesa de capital em 1,3%”, acrescentam.
Economistas citados pela Lusa tinham antecipado que o primeiro trimestre do ano poderia ficar marcado por um ligeiro excedente orçamental, à boleia da melhoria da atividade económica e uma diminuição da despesa com a pandemia, mas tal acabou por não acontecer.
Ainda assim, o INE nota a evolução positiva da receita fiscal (20,1%) e contributiva (8,2%), que “evidencia a recuperação da atividade económica e do mercado de trabalho face ao período homólogo marcado por medidas de confinamento no âmbito da pandemia”.
Em 2021 registou-se um défice de 2,8% do PIB, sendo que o Governo prevê um défice de 1,9% para a totalidade deste ano.
(Notícia atualizada pela última vez às 11h35)
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