Grupo Barraqueiro reduz prejuízos em 2021. Compra 243 autocarros até 2024
Grupo liderado por Humberto Pedrosa tem projeto-piloto com grupo Salvador Caetano para desenvolvimento de autocarro a hidrogénio. Número de trabalhadores caiu 7,2% desde 2019.
Segundo ano de Covid-19, segundo ano de prejuízos para a Barraqueiro. O grupo de transportes liderado por Humberto Pedrosa terminou 2021 com resultados negativos de 12,4 milhões de euros, o que compara com as perdas de 18,3 milhões de euros no ano anterior. Ainda assim, a companhia prepara-se para comprar 243 autocarros até ao final de 2024.
Os resultados negativos deveram-se, sobretudo, à fraca recuperação do serviço de aluguer de autocarros: “os receios quanto à transmissibilidade do vírus continuaram a impedir a recuperação dos níveis de mobilidade não pendular de 2019, com especial incidência no primeiro semestre”, assinala o grupo no relatório e contas.
O grupo Barraqueiro obteve 349,9 milhões de euros em receitas operacionais, mais 11,6% face a 2020 mas ainda 25,7% menos em comparação com 2019, último ano antes da Covid-19. No serviço público de autocarros, as receitas ficaram 6,1% abaixo de 2019; nos alugueres, a descida é de 45,9% na mesma comparação.
A recuperação tardia da pandemia também se nota nos passageiros: em 2021, houve 61,965 milhões de utilizadores contabilizados, mais 12,6% face a 2020 mas ainda menos 34,4% do que no ano anterior à pandemia. Durante o primeiro semestre de 2021, os transportes ficaram limitados a dois terços da lotação.
A menor procura levou ainda à diminuição do número de trabalhadores: em 2019, o grupo de Humberto Pedrosa empregava 4.307 pessoas; o número encolheu para 4.212 em 2020; no último ano, passaram a ser 3.998 funcionários. Entre 2019 e 2021, o efetivo baixou 7,2%.
Compra de autocarros e aposta no hidrogénio
A pandemia acabou por não afetar a frota: no final de 2021, havia 2.982 veículos pesados, menos nove do que no final de 2019. Mas os próximos anos serão de investimento na renovação de autocarros, tendo em conta que as mudanças nas concessões de serviço público rodoviário obrigam a frotas com menos emissões — o grupo de Humberto Pedrosa, por exemplo, vai operar um dos quatro lotes da Carris Metropolitana.
Entre 2022 e 2024, o grupo Barraqueiro pretende comprar um total de 243 autocarros novos, dos quais 71% (173) serão exclusivamente elétricos. Desta forma, a transportadora pretende reduzir as emissões de dióxido de carbono em 7% face aos números pré-pandemia.
Já neste ano está prevista a compra de 124 autocarros, dos quais 104 serão elétricos; em 2023, haverá 35 novas unidades (10 elétricas); em 2024, darão entrada 84 novos pesados (59 ligados à corrente). Os autocarros elétricos servirão apenas para o serviço público. As restantes unidades, para os alugueres, serão híbridas ou a gasóleo.
O grupo Barraqueiro está ainda a colaborar com o grupo Salvador Caetano para o “desenvolvimento de uma viatura a hidrogénio, que possa dar resposta às necessidades necessidades do segmento de turismo/expressos bem como no segmento urbano”.
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