Santander Totta triplica lucros para 241,3 milhões no primeiro semestre
Banco liderado por Castro e Almeida registou uma subida de 196% dos lucros para 241,3 milhões de euros na primeira metade do ano.
O Santander Totta lucrou 241,3 milhões de euros no primeiro semestre do ano, o triplo do resultado obtido no mesmo período do ano passado.
Uma das razões para a subida acentuada do lucro tem a ver com o facto de ter contabilizado um encargo extraordinário de 165 milhões de euros para o plano de saídas de trabalhadores há um ano, custo não recorrente que agora desapareceu. “O plano está concluído, fechado, ponto final”, referiu o CEO Pedro Castro e Almeida na apresentação dos resultados. Em relação há um ano, a instituição conta com menos 1.069 trabalhadores num total de 4.696 e menos 27 agências.
O CFO Manuel Preto alertou ainda para o facto de há um ano estarmos ainda a viver sob confinamento, com impacto direto na economia, tendo condicionado também os resultados.
Em resumo: “Os números dos resultados são de comparação difícil. Mas o resultado líquido demonstra a capacidade de gerar capital e conseguimos cobrir o custo de capital, que tem de ser o apanágio da banca”, disse o administrador financeiro.
Margem só vai subir no próximo ano
A margem financeira caiu 3,4% para 370,3 milhões de euros nos seis primeiros meses do ano, com esta quebra a ser compensada pelo aumento das comissões de 17,9% para 239,5 milhões de euros no período. Manuel Preto explicou que a queda da margem se deveu a dois fatores: à venda de uma carteira de dívida pública há um ano, que deixou de render juros este ano; depois, porque haverá uma demora no repricing dos contratos em função da subida das taxas de juro.
“Mesmo com a continuada subida das Euribor nos próximos meses, diria que a margem financeira não vai subir até final do ano”, disse o administrador, revelando que o Santander, com 30% do seu funding a vir dos mercados internacionais, já está a sentir um aperto por via da subida dos spreads da dívida pública.
O produto bancário recuou 14,5% para 612,9 milhões de euros, menos 100 milhões do que há um ano, mas o banco contabiliza aqui os encargos com as contribuições para o Fundo de Resolução e para o Fundo de Garantia de Depósitos. “Só aí são mais de 60 milhões de euros de impacto negativo na conta de resultados”, explicou Manuel Preto.
Do ponto de vista do balanço, tanto o crédito a clientes como os recursos aumentaram. Os empréstimos cresceram 0,5% para 43,6 mil milhões de euros e os depósitos subiram 4,9% para 47,8 mil milhões. Castro e Almeida sublinhou que o banco nunca conquistou tantos clientes como agora. Já os recursos fora de balanço reduziram-se 4,4%, “influenciados pela maior volatilidade nos mercados financeiros” entre janeiro e junho, meses marcados pela guerra.
Pagamento de dividendos sem impacto no rácio
O banco conta com um rácio de exposições não performantes (NPE) de 2,2%, atingindo um novo mínimo histórico.
Por conta do disparo dos resultados líquidos nos seis primeiros meses do ano, o retorno do capital (ROE) disparou dos 3,5% em junho de 2021 para 10,5% em junho de 2022, um dos maiores entre os principais bancos do mercado português.
O rácio de capital continua “extremamente elevados” e mais do dobro do que são exigidos ao banco: o rácio CET1 é de 21,4%. Estabilizaram em relação ao mesmo período do ano passado, ainda que o banco tenha distribuído 750 milhões de euros dividendos à casa-mãe em 2022. “Como o resultado do ano passado ainda não estava nos rácios, o impacto da distribuição dos dividendos é nulo”, explicou Preto.
(Notícia atualizada às 10h21)
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