Lucro do BPI sobe 9% para 201 milhões no primeiro semestre

Banco dos espanhóis do CaixaBank registou uma subida de 8,6% do resultado para 201 milhões nos primeiros seis meses do ano. Angola contribuiu com 100 milhões e lucro em Portugal disparou 17%.

O BPI anunciou esta sexta-feira uma subida do 8,6% do lucro para 201 milhões de euros no primeiro semestre do ano, com o resultado do negócio em Portugal a disparar 17% e Angola a dar 100 milhões, ou seja, metade do lucro. O CEO João Pedro Oliveira e Costa recusa que lucros da banca sejam excessivos.

“A atividade em Portugal contribuiu com 85 milhões, o que corresponde a um aumento de 17% relativamente ao semestre homólogo de 2021, excluindo extraordinários”, relacionados com um ganho com a venda de créditos não produtivos e com custos com reformas antecipadas e rescisões voluntárias, adiantou o banco liderado por João Pedro Oliveira e Costa.

O maior contributo veio de Angola, com o BFA a dar 100 milhões de euros. Já o moçambicano BCI contribuiu com 17 milhões para o banco que é detido pelo grupo espanhol CaixaBank.

Este resultado permitiu ao banco chegar ao final de junho com um retorno de capital próprio de 6,5%, com o CEO a lamentar, ainda assim, a dificuldade do setor em recuperar a rentabilidade para níveis acima do custo de capital — isto quando a casa-mãe estima custos entre 400 milhões e 450 milhões com o chamado imposto sobre “os ganhos caídos do céu” anunciado esta quinta-feira pelo Governo espanhol. “Os lucros podem parecer excessivos mas não são”, disse.

A margem financeira cresceu 3% para 234 milhões de euros, “suportada pelo crescimento do volume de crédito” (aumentou 8% para 28,7 mil milhões de euros, o que permitiu reforçar a quota de mercado para 11,3% em maio). As comissões aumentaram 11% em termos homólogos para 145 milhões. O CEO do BPI explicou que o aumento das receitas do comissionamento tem a ver com a dinamização da atividade e não com a subida do preçário dos serviços e produtos do banco. O produto bancário somou 6% para os 393 milhões.

Crédito da casa já está a abrandar, diz BPI

A nível do crédito, os empréstimos às empresas subiram 8% para 11 mil milhões e às famílias para a compra de habitação aumentou 11% para 13,8 mil milhões. Oliveira e Costa disse que as novas operações em pipeline já estão a registar um abrandamento no último mês, quando o Banco Central Europeu (BCE) já começou a apertar a política monetária na Zona Euro.

Mais tarde, explicou que o abrandamento do crédito à habitação tem a ver com o adiar de decisões das famílias tendo em conta o atual momento de subida das taxas de juro e de incerteza em relação à evolução da economia e também a falta de oferta de casas. “O que me dizem os mediadores? Falta-me é produto. Não há dificuldade de acesso ao crédito”, assegurou.

Oliveira e Costa considerou que o malparado há muito deixou de ser um tema para o BPI e os dados do semestre comprovam: o rácio NPE (non performing exposure) está nos 1,6% e a cobertura de NPE por imparidades e colaterais de 145%. Os imóveis obtidos por recuperações de crédito ascendem a apenas três milhões de euros e uma exposição de 36 milhões a fundos de reestruturação.

A instituição assinala ainda a “elevada capitalização” e solidez, cumprindo “por margem significativa” os requisitos do BCE, com um rácio CET1 de 13,6% e de capital total de 17,3%. O presidente do BPI explicou que já estão incorporados os dividendos pagos à casa-mãe.

(Notícia atualizada às 12h28)

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