Europa a menos de 10% de atingir níveis de armazenamento de gás necessários para o inverno
Dados da Gas Infrastructure Europe revelam que a 2 de julho o bloco europeu registava níveis de armazenamento de gás na ordem dos 70,54%. Meta para 1 de novembro é de 80%.
Os países europeus estão em vias de atingir os níveis de armazenamento de gás necessários para o inverno. De acordo com os dados da Gas Infrastructure Europe (GIE), divulgados esta quinta-feira, e citados pela Reuters, os níveis de armazenamento de gás na Europa situaram-se nos 70,54% na passada terça-feira, 2 de agosto, superando a média de cinco anos de 70,32%. Os níveis também não ficaram longe da média de 10 anos, que ronda os 71,40%. Feitas as contas, estes valores aproximam-se da meta de armazenamento de gás de 80% até ao próximo dia 1 de novembro.
Os dados sugerem que o bloco europeu terá conseguido resistir às pressões da Rússia, numa altura em que o principal gasoduto que envia gás natural para o continente através da Alemanha, o Nord Stream 1, envia fluxos reduzidos de gás tendo obrigado à Comissão Europeia a adotar um plano de poupança energética. O executivo comunitário pediu que os 27 Estados-membros reunissem esforços para que o consumo de gás natural no bloco fosse reduzido em 15% até março de 2023, isto depois de vários países da UE terem adotado planos de emergência de forma a assegurar que o fornecimento de energia não fosse comprometido.
De acordo com a agência, os 27 Estados-membros conseguiram aumentar o armazenamento de gás de forma constante através da redução da procura, da reativação de algumas centrais a carvão, como na Alemanha ou na Aústria, e do aumento das importações de gás natural liquefeito (GNL). Segundo a consultora Independent Chemical & Energy Market Intelligence, a União Europeia importou 21,36 milhões de toneladas de GNL no primeiro semestre de 2022, acima dos 8,21 milhões de toneladas no mesmo período do ano passado. Em junho, pela primeira vez na história, o GNL dos Estados Unidos terá contribuído com mais fornecimento de gás para a Europa do que o gás da Rússia.
No entanto, apesar de estar no caminho certo para cumprir as metas de armazenamento, os analistas consultados pela Reuters alertam que a dependência da Europa do gás russo está longe de terminar. “A Europa continua dependente de duas coisas: do quão frio será o inverno e da evolução dos fluxos de gás russo na primavera. A incerteza de ambos provavelmente irá manter os preços sustentados, mesmo que os stocks continuem a aumentar nos próximos meses”, explica Giovanni Staunovo, analista de petróleo do UBS.
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