Sindicatos desconvocam greve nos aeroportos de 19, 20 e 21 de agosto

O Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Aviação (SINTAC) e o Sindicato dos Quadros da Aviação Comercial (SQAC) chegaram a acordo com a ANA/VINCI, tendo sido desconvocada a greve agendada para os dias 19, 20 e 21 de agosto nos 10 aeroportos nacionais, pode ler-se em nota à imprensa enviada esta quarta-feira.

Segundo avança a SINTAC, resultou do acordo uma “clara abertura para fazer face à escassez de RH [recursos humanos] nas áreas operacionais, um aumento salarial intercalar e a negociação de um AE (acordo de empresa), os dois últimos a concretizar através de mediação da DGERT”, pode ler-se.

O SINTAC e o SQAC reuniram-se esta terça-feira, 9 de agosto, com a ANA/VINCI nas instalações da DGERT, para assegurar um acordo sobre os serviços mínimos, sendo que a reunião se estendeu até esta quarta após “várias horas de negociações”. A ANA/VINCI e os sindicatos vão agora realizar reuniões a 14 de setembro, a respeito da escassez de recursos humanos de modo a fazer um levantamento dos trabalhadores necessários, e iniciar o processo de recrutamento.

Para Ruben Simas, dirigente do SINTAC para a ANA Aeroportos/VINCI, o acordo desta quarta-feira representa “aquilo a que denominamos de ‘acordo possível’”, alertando para os tempos difíceis que “estão por vir”. O dirigente acrescenta ainda que a empresa terá também a tarefa de “fazer repercutir nos salários dos trabalhadores a inflação galopante e os seus próprios resultados, que se adivinham muito bons”.

O acordo surge um dia após o Sindicato dos Trabalhadores da Aviação e Aeroportos (Sitava) aceitar uma proposta de atualização salarial de 1,5%, com retroatividade a janeiro, após negociações com a ANA – Aeroportos de Portugal, tendo sido ainda criado um grupo de trabalho para 2023.

O SINTAC também avançou esta quarta-feira com um pré-aviso de greve, abrangendo os trabalhadores da Portway (controlada pela ANA) dos aeroportos de Lisboa, Porto, Faro e Funchal, nos dias 26, 27 e 28 de agosto.

Os trabalhadores reivindicam o cumprimento do Acordo de Empresa de 2016 e acusam a empresa de evitar as progressões salariais, e de “má-fé nas negociações”, através do confronto e desvalorização dos trabalhadores através do incumprimento do referido acordo, pode ler-se em comunicado. O sindicato acusa ainda a empresa de confrontação disciplinar, ausência de atualizações salariais e deturpação das avaliações de desempenho.