Diesel enviado da Ásia para a Europa em máximos de 5 meses
Dados da plataforma de rastreamento de transporte cargas revelam que estão em trânsito cinco navios com três milhões de barris de diesel em direção à Europa. O valor mais elevado em cinco meses.
Apesar do aumento elevado do preço dos combustíveis, ruma em direção ao bloco europeu uma frota de cinco navios de carga que transportam três milhões de barris de diesel vindos da Ásia.
Segundo a notícia avançada esta quinta-feira pela Bloomberg, que cita os dados da plataforma Vortexa, que faz em tempo real o rastreamento do transporte de cargas, este é o valor mais elevado verificado nos últimos cinco meses, e, segundo a agência, este aumento poderá verificar-se também nas remessas de diesel enviadas do Médio Oriente para a Europa.
O aumento dos fluxos de diesel asiáticos em direção ao bloco europeu — usado nos setores da indústria e transporte, por exemplo — é resultado de um aumento de preços que se verifica nos portos de Antuérpia, Roterdão e Amesterdão (ou ARA, uma rota que funciona como um centro de transporte de energia e commodities) em relação aos preços na Ásia. A recuperação económica da China e um abrandamento na procura na Índia também terão contribuído para uma maior oferta asiática, aponta a agência.
A importação de diesel acontece numa altura em que a Europa atravessa um período de seca que dificulta as transações por mar. O Observatório Europeu da Seca da União Europeia calculou que 45% do território do bloco comunitário estava sob alerta de seca em meados de julho, com quase 15% já em alerta vermelho. No rio Reno, os níveis baixos de água comprometem a via navegável no noroeste da Europa usada para transportar petróleo, gasolina, carvão e outras matérias-primas — e que conecta o centro industrial da Alemanha ao ARA. Segundo a Bloomberg, o Reno está quase a tornar-se intransitável, o que impede vastos fluxos de diesel e de carvão.
A crise energética tem impactado as indústrias intensivas. De acordo com a Bloomberg, as indústrias do aço, fertilizantes e alumínio estão a ser forçadas a fechar fábricas devido ao aumento dos custos, numa altura em que a produção de materiais cruciais para baterias de carros elétricos e geração de energia solar também sentem apertos.
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