Petróleo recua para perto de 95 dólares por barril
Brent volta a negociar a preços anteriores ao início da guerra na Europa. Investidores temem que subida dos juros penalize ainda mais a economia mundial, provocando um rombo na procura.
Os preços do petróleo caíam na manhã desta segunda-feira, interrompendo um ciclo de três sessões consecutivas de subidas, que se tinha registado entre quarta e sexta-feira da semana passada. Em Londres, a matéria-prima volta a transacionar-se a preços anteriores ao princípio da invasão russa da Ucrânia.
Cerca das 7h15, o Brent, referência para as importações nacionais, recuava 1,66%, para 95,06 dólares por barril, um preço que era, ainda assim, superior ao mínimo de 91,51 dólares a que chegou a cotar na última quarta-feira, de acordo com dados da Refinitiv consultados pelo ECO. Enquanto isso, o WTI cedia 1,38%, para 89,52 dólares, em Nova Iorque.
Evolução do preço do Brent
A descida dos preços do petróleo reflete os receios dos investidores em face da desaceleração económica que já se faz sentir ao nível global, à medida que os bancos centrais vão subindo as taxas de juro para controlar a inflação. Os traders temem que aumentos muito agressivos dos juros travem a procura por petróleo de forma significativa, numa altura em que, segundo a Reuters, a valorização do dólar em relação aos principais pares também provoca pressão adicional.
Contudo, a desvalorização do crude pode ser um bom prenúncio para os banqueiros centrais e, principalmente, para as famílias, dado que a matéria-prima influencia os preços dos bens e serviços de forma relevante. Em 10 de agosto, os EUA revelaram que a inflação homóloga desacelerou para 8,5% em julho, um abrandamento que esteve relacionado, sobretudo, com a descida dos preços dos combustíveis.
“Os crescentes receios com uma desaceleração económica global estão por detrás da queda no mercado petrolífero. O dólar mais forte também desencadeou uma nova onda de vendas”, explicou à agência Tatsufumi Okoshi, economista sénior do Nomura Securities.
O mercado petrolífero deverá continuar em ajustamento nesta semana, que ficará marcada pelo discurso do presidente da Fed, Jerome Powell, na conferência de Jackson Hole esta sexta-feira.
Contudo, as negociações também estão condicionadas pelas perspetivas de descida da procura por petróleo pela China, o maior importador de crude do mundo. Em causa está o facto de o país estar a implementar limitações no consumo de energia em algumas regiões, de forma a lidar com uma redução na geração hidroelétrica provocada pela seca.
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