Bancos, tecnológicas, editoras de jogos. Há mais empresas a juntar-se à semana de 4 dias
Companhias que já aderiram a este modelo de trabalho relatam reduções no turnover e aumentos de produtividade com a adoção deste modelo de trabalho.
A Rogue Games é uma das mais recentes empresas a juntar-se à semana de quatro dias. Companhias que já aderiram a este modelo de trabalho, como a tecnológica de Toronto Alida ou o banco online Atom, do Reino Unido, relatam reduções no turnover e aumentos de produtividade.
A partir de setembro, os colaboradores da editora de jogos Rogue Games passam a ter a sexta-feira livre, com a empresa a adotar a semana de 4 dias como um novo modelo de trabalho de forma permanente.
“Irá certamente haver alguns desafios em fazer isto acontecer, mas penso que conseguiremos gerir isto de modo a garantir que não vai haver falhas para os nossos developers, parceiros de negócios ou clientes”, anunciou Matt Casamassina, CEO e cofundador da Rogue Games, citado pelo Games Industry Biz. (conteúdo em inglês, acesso não condicionado)
“O dia extra e o fim de semana de três dias permanente será absolutamente fundamental para a vida dos nossos colaboradores”, diz. O responsável mostra-se ainda convicto de que este novo modelo irá “encorajar maior produtividade e maior foco das pessoas enquanto estão a trabalhar, não que estejamos aquém neste momento”.
Relatos de empresas que já estão a testar este modelo sustentam este otimismo. Em Toronto, a tecnológica Alida que, desde junho, implementou um piloto da semana de quatro dias, está entusiasmada. “Os resultados iniciais são fantásticos”, disse Ross Wainwright, CEO da Alida, citado pelo CP24. (conteúdo em inglês, acesso não condicionado)
Desde junho que os cerca de 500 colaboradores da tecnológica não trabalham à sexta-feira, sem redução de salário. “Isto visa obter um maior equilíbrio para os nossos colaboradores e ajudá-los a investir na sua saúde mental”, diz. A decisão teve ainda, conta, um efeito inesperado: os colaboradores sentiram-se empoderados pelo facto de a empresa confiar que iriam realizar o trabalho em mãos no horário reduzido.
O piloto também teve “impacto enorme” na retenção dos colaboradores, numa altura em que as empresas se debatem com escassez de talento. Os resultados vão ser analisados e a Alia espera incluir este modelo como um benefício permanente para os colaboradores.
Menor turnover
No Reino Unido – país onde decorre um piloto (sem cortes de salário) com mais de 70 empresas e cerca de 3.000 colaboradores– as empresas que participam estarão a registar uma “experiência positiva ao nível de receitas e de produtividade”, refere Charlotte Lockhart, managing director e fundadora do 4 Day Week Global, um dos promotores do piloto, juntamente com investigadores da Cambridge, Boston College e da Oxford University, citada pelo BNN Bloomberg.
E o mesmo diz Anne-Marie Lister, chief people officer da Atom, banco online do Reino Unido. “Acreditamos que a semana de quatro dias é o futuro do trabalho e é encorajador ver a variedade de negócios no Reino Unido que estão a abraçar o piloto”, disse citada pela Sky News. (conteúdo em inglês, acesso não condicionado)
“A nossa experiência demonstra que é possível um negócio fazer isso e obter enormes benefícios para as suas pessoas”, continua. “Esperamos que a experiência na Atom encoraje mais negócios a mudar de forma permanente”.
Os dados da empresa revelam que, desde a adoção do modelo em novembro, houve um aumento de 49% no número de candidatos (janeiro de 2020-janeiro 2021) e que desde novembro 2021 a junho de 2022 houve um aumento de 461 para 480 colaboradores, graças à redução do número de saídas.
Ainda de acordo com o banco, 91% dos funcionários revelou ser capaz de fazer o trabalho pretendido num tempo mais reduzido e que 92% mudou a forma como trabalha de modo a cumprir com os objetivos e gozar o dia de folga. Alguns trabalhadores têm usado esse tempo para trabalho de voluntariado, fazer exercício ou estar com a família.
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