Alemanha quer limitar empresas que beneficiam da taxa do gás
Ministro da economia considera ser "moralmente incorreto" que as empresas que registaram lucros extraordinários resultantes da crise energética beneficiem, também, da nova taxa sobre consumo de gás.
A Alemanha quer limitar as empresas que possam beneficiar da nova taxa ao gás, abrangendo apenas aquelas que realmente precisam do apoio perante a crise energética que se atravessa. De acordo com a notícia avançada esta sexta-feira pela Bloomberg, este esforço surge depois das contestações face aos lucros extraordinários de algumas empresas do setor da energia.
A partir de 1 de outubro, o governo de Olaf Sholz vai impor uma nova taxa aos consumidores para que os custos com o aumento do preço do gás e da substituição do gás importado da Rússia sejam partilhados pelos consumidores e não só pelos importadores de gás. Mas o ministro da Economia, Robert Habeck, já veio esclarecer que o executivo está a desenhar medidas que impeçam alguns importadores de gás de receberem ajudas. Na quinta-feira, o governante afirmou não ser “moralmente incorreto” que as empresas que beneficiaram do aumento dos custos energéticos estejam também a pedir apoios estatais. Até ao momento, 12 empresas já avançaram com pedidos de apoio de cerca de 34 mil milhões de euros, cita a agência os dados do Trading Hub Europe.
Alemanha está numa “situação grave”, disse o ministro, numa altura em que o principal gasoduto que liga a Rússia à Europa, através da Alemanha, se prepara para suspender os envios de fluxos de gás por três dias (entre 31 de agosto a 2 de setembro) — isto já depois do Nord Stream ter estado a abastecer o bloco europeu a apenas 20% da sua capacidade. Os riscos de uma interrupção total no abastecimento de gás adensam as preocupações entre os líderes europeus que, até maio de 2023, vão tentar reduzir os consumos de gás em 15% na sequência do pedido da Comissão Europeia. O objetivo é garantir reservas de gás suficientes para o inverno, que de acordo com a plataforma da Reuters, se encontram nos 78,3%. A meta é atingir os 80% até 1 de novembro.
Analistas consultados pela Bloomberg, antecipam que o aumento de preços do gás vai continuar a aumentar, pelo menos, até outubro e a recair sobre os importadores gás – o maior, a Uniper, foi resgatada pelo Estado alemão, em julho.
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