Centeno pede cuidado nos apoios à crise e “paciência” com inflação
Governador do Banco de Portugal antecipa regresso da inflação para patamar dos 2% "provavelmente mais paulatinamente do que desejávamos".
“Paciência” com a inflação e prudência nas medidas de apoio à crise. O governador do Banco de Portugal, Mário Centeno, veio esfriar as expectativas de famílias e empresas relativamente às ajudas para lidar com a subida dos preços de bens e serviços.
“Volto a apelar para que não sejam promovidas medidas pró-cíclicas que depois possam vir a ser corrigidas com outras medidas”, avisou Mário Centeno nesta quinta-feira, à saída das Conferências do Estoril.
O governador do Banco de Portugal salientou também a “necessidade de uma perspetiva mais longa”, de “paciência” e que decisões a serem tomadas “têm de ter em conta o futuro”, segundo declarações difundidas pela RTP3.
Mário Centeno pediu ainda uma “enorme coordenação de políticas a nível nacional e europeu“, porque, “quando houver um período de desaceleração [da economia], essas políticas tendem a ter uma restrição maior sobre si próprias”.
Sobre as perspetivas futuras da taxa de inflação, o economista antecipou uma aproximação da subida de preços para o patamar dos 2% no médio prazo: “a previsão que existe é que a inflação vai desacelerar e voltar, provavelmente mais paulatinamente do que desejámos, para níveis compatíveis com os objetivos do Banco Central Europeu“.
Mário Centeno chamou a atenção ainda para os preços de matérias-primas como alumínio, ferro e cobre estarem “abaixo dos valores de há um ano”.
As declarações do Governador do Banco de Portugal foram feitas antes da apresentação das medidas de apoio ao rendimento das famílias, agendada para a próxima segunda-feira, 5 de setembro.
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