Bruxelas estuda preço máximo de 200 euros por MWh para eletricidade das renováveis
Face ao contágio do preço do gás na eletricidade, a Comissão Europeia está a estudar um limite do preço das tecnologias inframarginais e ainda um corte voluntário no consumo de eletricidade.
A Comissão Europeia deverá definir um teto máximo de 200 euros por megawatt/hora (MWh) para o preço da eletricidade gerada por “produtores inframarginais”, normalmente produtores de energia renovável, também conhecidos por “tomadoras de preço”, por serem renumeradas consoante o preço de fecho de mercado, marcado muitas vezes por outras tecnologias, como a eletricidade que se forma a partir do gás.
Além desta proposta, deverá ser negociada também uma redução voluntária de 5% no consumo de eletricidade nas horas de pico dos preços em todo o bloco europeu, à semelhança do corte de 15% no consumo de gás já em curso e proposta pela Comissão Europeia aos 27 Estados-membros.
De acordo com a notícia avançada esta quarta-feira pelo Financial Times, a proposta será debatida esta sexta-feira na reunião extraordinária do Conselho de Energia da União Europeia. Está também em cima da mesa a possibilidade de serem taxados os lucros extraordinários das empresas do setor energético.
A medida serviria para colmatar os aumentos galopantes no preço da eletricidade um pouco por toda a Europa que têm sido contagiados pelos aumentos no preço do gás. Segundo a publicação, o preço deste combustível está hoje cerca de 10 vez mais caro quando comparado com a média da última década.
Esse limite seria assim igual “aos resultados de mercado que seriam esperados se as cadeias de fornecimento globais estivessem a operar normalmente e não estivessem sujeitas a interrupções no fornecimento de gás [russo]”, cita o Financial Timesa partir da proposta da Comissão Europeia que consta num documento a que a publicação teve acesso.
A reunião agendada para esta sexta-feira, 9 de setembro, acontece numa altura em que o principal gasoduto que liga a Rússia à Europa, através da Alemanha, se encontra desligado, estando, por isso, suspensos os envios de gás russo. A decisão de suspender os fluxos de gás surge depois de a Gazprom ter detetado, na passada sexta-feira, fugas de óleo na estação de compressão de Portovaia, na cidade de Viburgo, na Rússia durante os trabalhos de manutenção. Segundo o Kremlin, o NordStream deverá manter-se suspenso até as sanções ocidentais contra Moscovo serem levantadas.
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