Custo do trabalho subiu mais na indústria e construção do que nos serviços
No segundo trimestre deste ano, o custo do trabalho em Portugal cresceu 5,7%. Foi a 13.ª maior evolução neste indicador no espaço da União Europeia, mostram dados do Eurostat.
O custo salarial por hora de trabalho em Portugal registou a 13.ª maior evolução de toda a União Europeia (UE) no segundo trimestre deste ano, de acordo com os dados divulgados esta quinta-feira pelo Eurostat. No conjunto dos 27 Estados-membros, o custo salarial da mão-de-obra, medido por hora trabalhada, subiu 4,5% face ao mesmo período de 2021, enquanto em Portugal cresceu 5,6%. Na Zona Euro, a percentagem foi de 4,1%.
Para a evolução do índice do custo do trabalho em Portugal contribuíram mais os custos não salariais (6,2%) do que os salariais (5,6%), como mostraram os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE). Entre janeiro e março deste ano, este indicador tinha aumentado apenas 1,3% no país, em relação ao primeiro trimestre do ano passado. E nessa altura já tinham sido bem mais relevantes os custos não salariais do que os salariais.
Por área económica, o custo da hora trabalhada no setor empresarial em Portugal subiu 6,2% no segundo trimestre de 2022, em comparação com o mesmo período de 2021, quando na UE27 e na Zona Euro cresceu, respetivamente, 4,4% e 3,9%. Já no setor não-empresarial, o aumento do custo do trabalho por hora em Portugal foi menor (4,9%), ficando, ainda assim, acima da média na UE (4,2%) e na Zona Euro (4,3%).
Nos três principais ramos económicos, a economia portuguesa também superou a média da UE e da Zona Euro. O custo anual do trabalho na indústria portuguesa aumentou 7,6% no período em análise, enquanto no conjunto dos 27 estados-membros e na Zona Euro cresceu 2,9% e 2,2%, respetivamente. No ramo da construção, Portugal teve uma subida do custo do trabalho de 7,1%, um crescimento bem acima do da UE27 (3,3%) e da Zona Euro (2,8%).
Finalmente, foi nos serviços que o custo do trabalho menos subiu (5,3%) em Portugal, sendo ao mesmo tempo menor a diferença para a média dos países da União Europeia (5,3%) e da área do Euro (4,9%).
Grécia
Ao nível da União Europeia, o aumento do custo da mão-de-obra por hora fixou-se em 4,4% no segundo trimestre de 2022, comparando com o registo do ano anteior. Das duas principais componentes dos custos do trabalho, foram os salários e vencimentos por hora trabalhada que deram o maior contributo, com uma subida de 4,5%, enquanto a não-salarial teve um crescimento de 4,1%, segundo o serviço estatístico da UE.
Por outro lado, no período em análise, o custo da hora de trabalho aumentou 4% entre os países da moeda única, face ao segundo trimestre de 2021. Aqui pesou ligeiramente mais a componente de salários e vencimentos por hora trabalhada (4,1%) do que a componente não salarial (3,8%).
Entre os 27 Estados-membros, entre abril e junho, os maiores aumentos anuais nos custos salariais por hora para toda a economia foram registados na Hungria (+14,9%) e na Bulgária (+14,6%), tendo havido outros quatro países com crescimentos superiores a 10%: Lituânia (+12,4%), Roménia (+11,7%), Polónia (+11,1%) e Estónia (+10,1%), nota o Eurostat. Pelo contrário, a menor subida anual no custo salarial por hora para toda a economia observou-se na Grécia (+0,8%).
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