Exclusivo Nova linha de crédito de 600 milhões replica limites da linha anterior
"Vai ser uma linha competitiva do ponto de vista das condições", garante João Neves ao ECO. "Desenhámos a linha quase com inexistência de condições do ponto de vista do acesso.”
Ainda não há muitos detalhes sobre a nova linha de crédito de 600 milhões de euros que integra o plano extraordinário de apoio às empresas, mas o secretário de Estado da Economia, João Neves, revelou ao ECO que os limites de apoios às empresas são os mesmos face à última linha de tesouraria cuja vigência terminou a 30 de junho.
O montante máximo de financiamento por empresa é de 50 mil euros para microempresas, 750 mil euros para pequenas empresas, e de 2,5 milhões de euros no caso das médias empresas, small mid caps, mid caps e grandes empresas, avançou João Neves em entrevista ao ECO.
“É uma linha com as características de uma linha de tesouraria, porque é para isso que estamos a direcioná-la, com as características de operações de oito anos e período de carência de 12 meses”, acrescentou o responsável que rejeita as críticas de que estejam a criar desta forma problemas de endividamento futuro para as empresas.
“A única limitação adicional é que, obviamente, a linha não pode ser usada para revolving de financiamento”, frisou o secretário de Estado. “Não pode ser usada para reestruturação dos passivos bancários e isso os bancos também não aceitariam fazer. Já é um típico deste tipo de operações”, frisa.
Questionado sobre o custo desta linha de “garantia mútua”, João Neves disse que não tinha “condições para entrar em pormenores sobre spreads das operações”. “A única coisa que posso dizer é que vai ser uma linha competitiva do ponto de vista das condições. Desenhámos a linha quase com inexistência de condições do ponto de vista do acesso”, acrescentou o responsável.
A única coisa que posso dizer é que vai ser uma linha competitiva do ponto de vista das condições. Desenhámos a linha quase com inexistência de condições do ponto de vista do acesso.
“Há uma avaliação de risco que é feita pelos bancos e pelas sociedades de garantia mútua que têm de intervir. É uma linha em função das características das empresas”, disse ainda o secretário de Estado.
Esta linha de tesouraria operacionalizada pelo Banco de Fomento vem substituir a que que esteve em vigor até 30 de junho. A linha “Apoio à Produção” tinha uma dotação global de 400 milhões de euros e cobertura de 70% do crédito, num prazo de até oito anos, com 12 meses de carência de capital. Destinava-se a empresas da indústria transformadora e transportes e cujos custos energéticos pesassem 20% ou mais nos custos de produção e que sofressem uma subida do custo de mercadorias vendidas e consumidas igual ou superior a 20%.
O ECO pediu ao Banco de Fomento dados sobre a execução desta linha, mas não obteve resposta até à publicação deste artigo.
Esta nova linha de 600 milhões é mais abrangente já que se destina a todos os setores, que sejam “afetadas por perturbações”, desde os altos preços da energia, das matérias-primas e às disrupções nas cadeias de abastecimento. E é lançada no “tempo adequado”, garante ao secretário de Estado. “Lançar a linha no meio de agosto numa altura em que as circunstâncias de gestão das empresas são diferentes, não faria muito sentido”, explica.
O Governo espera que a linha de crédito “esteja no terreno a partir da segundo quinzena de outubro”.
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