Macron quer equivalente à exceção ibérica e que EUA baixem preço do gás
Para o presidente francês, esses aliados da UE não podem extrair gás com baixos custos e usá-lo nos seus países a 30-40 euros por megawatt hora, enquanto "os vendem a 140 ou 150 euros".
O Presidente da França quer que na cimeira europeia extraordinária sobre energia, no dia 30, seja acordado um mecanismo para baixar os preços, “pelo menos” equivalente ao que Espanha e Portugal obtiveram com a chamada “exceção ibérica”.
“Com o gás, tentaremos alcançar pelo menos a mesma coisa que os nossos amigos espanhóis e portugueses obtiveram” com uma fixação de preço máximo para o gás usado para produzir eletricidade, o que tem dado “resultados” no mercado grossista, disse Emmanuel Macron, num discurso em Saint Nazaire, onde inaugurou o primeiro parque eólico offshore em França.
O Presidente francês notou que, graças a este mecanismo, “os preços (da eletricidade) em Espanha são agora duas a três vezes mais baixos do que no resto da Europa”. Na reunião dos ministros da Energia da UE, em 9 de setembro, a França propôs aos outros países que alargassem esta “exceção ibérica” à fixação dos preços da eletricidade, como forma de moderar a escalada que se verificou devido ao efeito induzido pelo aumento dos preços do gás.
Mas Macron não especificou se essa será a sua posição na cimeira do dia 30 ou se ficaria satisfeito com a aplicação dessa “exceção ibérica” apenas à França. O preço da eletricidade nos mercados grossistas disparou em França (no final de agosto atingiu um recorde de mais de 1.000 euros por megawatt) devido à escalada dos preços do gás na Europa, mas também devido ao receio de problemas de escassez neste inverno.
Macron avançou, por outro lado, numa mensagem claramente dirigida aos Estados Unidos, que os europeus vão iniciar conversações com os seus aliados fornecedores de gás para lhes pedir que baixem os preços. Os Estados Unidos estão a tornar-se o principal exportador de gás para a União Europeia depois das sanções impostas pelo bloco europeu à Rússia, até então o maior fornecedor, na sequência da invasão da Ucrânia, e retaliações de Moscovo.
Para o presidente francês, esses aliados da UE não podem extrair gás com baixos custos e usá-lo nos seus países a 30-40 euros por megawatt hora, enquanto “os vendem a 140 ou 150 euros”. De acordo com a sua análise, “há uma série de aberrações” nos mercados europeus de energia, incluindo fenómenos especulativos, e a consequência é que algumas atividades industriais que já não são competitivas, como o fabrico de fertilizantes, estão em perigo.
Macron assegurou que, com a “batalha da eletricidade” na UE, o que se pretende é reformar o mercado “para que seja mais coerente” e que os preços grossistas não sejam determinados pela escalada do preço do gás, mas que “correspondam mais aos preços de produção”.
A reforma do mercado da eletricidade continua a enfrentar resistências de alguns países membros da UE, relutantes em abandonar o sistema marginal de fixação de preços, que a própria Comissão Europeia defendeu até há algumas semanas.
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