BRANDS' ECO Pode a arte catalisar a inovação? Sim, e o 5G é a chave
A parceria de uma empresa de telecomunicações com uma comunidade mundial de artistas pode soar estranho, mas a verdade é que este é o melhor caminho para antever o futuro. Esta é a convicção da NOS
Júlio Verne e Aldous Huxley são apenas alguns dos muitos nomes que, ao longo da história, ficaram famosos por inventar o futuro. Foi graças à sua imaginação que a humanidade pôde contactar muito antes de tempo com o submarino e o helicóptero ou até com a engenharia genética, e isto só para citar alguns exemplos. Mas e se já existisse 5G, que caminhos iriam estes dois criadores percorrer? Que mundos seriam capazes de antecipar?
De certa forma, é esta a premissa que está na base da parceria que a NOS estabeleceu com a Trojan Horse was a Unicorn (THU), uma comunidade internacional de artistas digitais que, como explica em entrevista João Ricardo Moreira, administrador da NOS Comunicações, vai ajudar a aproximar dois mundos habitualmente afastados: a arte e a tecnologia. E isto porque “a arte consegue gerar insights e formas de imaginar um futuro mais rapidamente do que a ciência ou a tecnologia conseguem entregar”, justifica. Como tal, a NOS patrocinou a edição deste ano do Golden Ticket, um desafio de arte digital à escala global, promovido pelo THU com o objetivo de estimular a expressão da criatividade como ferramenta indispensável para a inovação. “Agents of Change: Como podemos consciencializar para construir um futuro sustentável?”, foi o tema proposto e as respostas não se fizeram esperar, revelando cenários futuristas onde sustentabilidade e inovação aparecem de mãos dadas. Mas sobre isso falamos mais à frente. Para já, importa perceber como é que a NOS embarca neste admirável mundo novo.
Parceria que é também inovação
A NOS é a única empresa de telecomunicações do mundo a colaborar diretamente com a THU. Ou seja, trata-se de uma parceria que é ela mesma inovadora e, de alguma forma, inesperada. Será? João Ricardo Moreira admite a estranheza, mas apressa-se a desconstruir a impressão, lembrando que “a NOS quer fazer parte de um caminho que todas as empresas têm à frente e que passa pelo desafio de incorporar o digital como a nova referência para servirem melhor os seus clientes, para serem mais eficientes nos seus processos”. E isto com recurso ao 5G. Ora, para perceber como é que o 5G poderá ser usado no futuro, torna-se relevante recorrer a quem está mais habituado a imaginar de forma disruptiva e sem limites (que é, no fim de contas, o que a tecnologia 5G permite), ou seja, os artistas.
Apontando um exemplo concreto do que se pretende, o também responsável pelo Centro para a Transformação das Empresas da NOS recorda que “as empresas vão ter de fazer o movimento de estar presentes noutra forma de interação com os seus consumidores, uma forma mais imersiva e a três dimensões”, referindo-se ao metaverso. Quanto ao aspecto que esse mundo terá e como funcionará, acredita que “a resposta provavelmente é dada recorrendo àqueles que mais imaginaram esses mundos virtuais tridimensionais, quem construiu ambientes de jogos”. Assim, em vez de se ficar à espera que “o mundo comece a criar referências de como é estar nessa tridimensionalidade do espaço digital” – o que provavelmente faria perder tempo – a opção passa antes por “olhar para o desafio de frente e colaborar com quem já tem a capacidade de construir esses mundos virtuais”, reforça.
Antecipar necessidades de mercado
Para que o universo virtual seja criado há, pois, que promover o diálogo entre mundos que, nas palavras de João Ricardo Moreira, habitualmente “funcionam em bolhas separadas”, referindo-se à arte e à tecnologia. E o que é interessante é que este movimento sinérgico acaba por “ter um efeito muito positivo na economia”, pois “todas as empresas vão precisar de criar o seu mundo virtual mais imersivo, tal como criaram o seu site. Então, as competências artísticas vão ser necessárias”.
“Quanto mais ligarmos estes mundos mais os artistas perceberão que têm valor de mercado e mais as empresas perceberão que é possível construir esses ambientes imersivos totalmente alinhados com os requisitos das empresas”, vaticina, sublinhando a expectativa de que Portugal se posicione na dianteira deste movimento. “O 5G acontece mais ou menos ao mesmo tempo no mundo inteiro”, logo, “esta é também uma oportunidade de irmos nós à frente”, afirma.
Ajudem-nos a ver um futuro sustentável e inclusivo
A frase aqui de cima foi a base do desafio lançado a todos os artistas 2D e 3D que decidiram concorrer à oitava edição do Golden Ticket, um prémio que, como o nome indica, constituiu um “bilhete dourado” para estar presente, com tudo pago, no evento anual da comunidade THU. O Main Event, como se designa a iniciativa, realizou-se em Troia, entre os dias 19 e 24 de setembro, e nele marcaram presença cerca de mil criadores, recrutadores da indústria criativa e jornalistas de mais de 75 países. Pela primeira vez, o prémio incluiu uma nova categoria, apenas dirigida a estudantes portugueses, com o objetivo de apoiar e promover a criatividade nacional.
A proposta lançada pelo THU Golden Ticket by NOS passou por pedir que os artistas ajudassem a visualizar o futuro numa única imagem, mas em que a sustentabilidade e inclusão estivessem patentes e fossem “o resultado de se ter tirado partido de todas as tecnologias que existem e em que o catalisador tenha sido o 5G”. Segundo o administrador da NOS Comunicações, que integrou o júri, as largas dezenas de trabalhos submetidos revelaram não só uma “enorme qualidade”, mas também deixaram clara “a profundidade da mudança que se perspetiva”, e que, no seu entender, pode até ser olhada como “um enorme caderno de encargos para a sociedade, para os poderes públicos e também para as empresas que têm de entregar esses serviços”. Para que a informação contida nas criações artísticas não se perca, João Ricardo Moreira revela que está mesmo previsto que se debatam estas visões de futuro com a ajuda dos artistas respetivos.
Artistas visionários premiados
Na categoria inédita do THU Golden Ticket by NOS dedicada em exclusivo a estudantes portugueses, Gabriela Sá ficou em primeiro lugar com uma visão futurista em que os jovens são os agentes da mudança, dotados de um poder aumentado pelo 5G, que torna possível a existência de braços biónicos ultra-avançados, hologramas em tempo real, tatuagens que ajudam a regular o bem-estar do corpo humano e até tradutores do pensamento animal. Em segundo lugar, Daniel Monteiro idealizou um mundo em que o 5G se materializa num conjunto de guarda-chuvas conectados que, além de protegerem da chuva, ainda iluminam quem os usa. Já Tiago Coelho, que ficou em terceiro lugar, focou a importância do 5G na criação de um futuro com maior conectividade entre a humanidade e a natureza.
Na categoria dedicada a profissionais, o primeiro lugar foi atribuído a Boyan Kazalov, da Bulgária, tendo mostrado como a humanidade transitou para um ambiente totalmente sustentável graças ao equilíbrio entre a natureza e a tecnologia. Por seu turno, a japonesa Eri Iguchi arrecadou o primeiro prémio na categoria Global Student, explorando as possibilidades que a tecnologia já hoje oferece.
Como o 5G potencia a arte
Mas a parceria da NOS com a THU concretiza-se noutras dimensões também, nomeadamente, através do THU Lab – Human Behavior Center powered by NOS. Em concreto, trata-se de permitir a experimentação dos vários sentidos com recurso ao 5G, explorando através da arte todos os universos que esta rede vem potenciar. A este propósito, João Ricardo Moreira salienta que “o 5G pode ter um papel muito grande em permitir desde logo que as imagens, o som e mesmo a parte táctil possam ser muito trabalhadas sem que a distância física possa ser significativa”. Dando um exemplo concreto, o responsável lembra que, como se sabe, “a experiência com o som é maximizada se for personalizada para cada um de nós e essa personalização implica nomeadamente a leitura da morfologia das nossas orelhas”. Tendo isso em conta, “perceber que é possível como que personalizar o som e som esse que é sensível aos tempos de resposta e que o 5G naturalmente vem cortar até ao impercetível, é um tipo de construção de novos serviços, de novas experiências que se fazem com recurso à tecnologia 5G, mas também juntando os artistas à tecnologia”, acrescenta.
Para debater o tema da criatividade e de como a arte e a tecnologia podem, afinal, crescer juntas, a NOS e a THU estão a organizar ainda um ciclo de conversas – as Creative Talks – entre artistas e engenheiros, convidados a debater a ligação entre os dois mundos, a complementaridade existente e de como, em conjunto, podem contribuir para resolver alguns dos desafios da sociedade. Como sintetiza o responsável da NOS, “a ideia é obrigar os dois mundos a tocarem-se mais e os artistas a perceberem que a tecnologia não dá choque e que é útil até para a sua atividade. E o mundo empresarial a perceber que isto não é só engenharia e tecnologia, a arte é absolutamente crítica para fazer com que a experiência de utilização seja a base de uma adoção e de uma incorporação nos modelos e processos de negócio”.
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