Investimento público de 3,5% do PIB? “Já não via há muito tempo. Espero que se concretize”, diz CEO da Mota-Engil
Gonçalo Moura Martins não antecipa recessão em Portugal. Sobre o Orçamento do Estado, assinala “com satisfação” o nível de “grande significado” do investimento público. “Espero é que se concretize”.
O presidente executivo da Mota-Engil saúda o nível de investimento público previsto na proposta de Orçamento do Estado para 2023: “3,5% do PIB de investimento público já não via há muito tempo”. Mas “espero é que se concretize. Isso é que é fundamental”, acrescentou Gonçalo Moura Martins aos jornalistas esta terça-feira.
Moura Martins considerou que a proposta de Orçamento do Estado para 2023, para o setor da construção, “é um ambicioso”, mas vai exigir “uma capacidade de realização muito significativa”.
Falando na Euronext Lisboa, na sessão de apuramento de resultados do empréstimo obrigacionista que permitiu um financiamento de 70 milhões à Mota-Engil, o gestor lembrou que o investimento público é importante para potenciar a riqueza do país no futuro. Tal como numa empresa. “Quando investimos numa fábrica, numa maquinaria, estamos a criar as condições para gerar riqueza no futuro. No país, a criação de capital fixo é a mesma coisa. Falamos das infraestruturas, são elas vão potenciar a atividade económica no futuro”, explicou.
"3,5% do PIB de investimento público já não via há muito tempo. Espero é que se concretize. Isso é que é fundamental.”
Moura Martins adiantou que “quando esse capital fixo não é cuidado, quando não é investido e não é feito, vai prejudicar a capacidade de criação dessa riqueza”.
Isto para depois comentar novamente: “Olho para o Orçamento, independentemente de outras considerações que possa fazer, há uma que eu assinalo com grande satisfação que é o nível de investimento público. Voltamos a um nível de 3,5% do PIB, tem algum significado e alguma expressão”. “Volto a dizer: gostaria de ter a certeza de que é mesmo concretizado”, disse Moura Martins.
O líder da Mota-Engil disse ainda não esperar uma recessão económica em Portugal, tendo em conta as previsões das instituições internacionais. “Em princípio, não há recessão em Portugal. Além de expectativa é o meu mais forte desejo”, afirmou.
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