Lucros da Navigator até setembro sobem 137% para 270 milhões
Terceiro trimestre ficou marcado por uma quebra dos resultados operacionais face aos três meses anteriores, com o aumento dos custos de produção a pesar nas contas.
A Navigator registou um crescimento de 63% nas vendas nos primeiros nove meses do ano, para 1,8 mil milhões de euros, impulsionadas pela subida dos preços da pasta e do papel. Os resultados líquidos do período totalizaram 270,5 milhões, um aumento de 136,7%. No terceiro trimestre, a empresa registou uma quebra no resultado operacional face aos três meses anteriores, devido ao aumento dos custos de produção, nomeadamente com energia.
O terceiro trimestre trouxe novos aumentos no preço da pasta, que atingiu novos máximos históricos. O índice de referência aumentou 20% em dólares face ao trimestre anterior e 41% em euros, em relação ao mesmo período do ano passado. Face aos três meses anteriores registou-se uma subida de 9% em dólares e 16% em euros.
“Alavancado pelo índice de preços da pasta, pelo aumento generalizado do custo da energia, logística e matérias-primas, e ainda pelo persistente desequilíbrio do balanço oferta-procura”, o índice de preços do papel também aumentou, assinalada a Navigator em comunicado. A variação foi de 52% face ao período homólogo e de 7% face ao anterior.
Já o volume de vendas baixou nos dois principais segmentos. No caso do papel, a queda foi de 2% face aos três meses anteriores e de 5% face a 2021. Na pasta, a quebra foi de 26% em cadeia e 3% na variação homóloga. Já no Tissue, o volume de vendas aumentou quer face ao primeiro trimestre (8%) quer face a 2021 (3%).
O aumento de preços permitiu mais do que compensar a quebra nos volumes, permitindo que as vendas tenham crescido 4,7% em cadeia no terceiro trimestre e 68% face ao período homólogo.
Já os resultados operacionais recuaram 10,1% face aos três meses anteriores, com o aumento dos custos a fazer-se sentir. “Ao longo do período verificou-se um aumento de mais de 35% dos custos de produção quando comparados com o período homólogo, penalizados essencialmente pelo aumento de custo da madeira, por via do mix de abastecimento, e também pelo aumento do custo das fibras externas, da energia e dos químicos. Verificou-se também um agravamento significativo dos custos de logística, com um aumento de perto de 43% face ao período homólogo”, sublinha a Navigator.
O EBITDA baixou 7% para os 207,4 milhões face ao trimestre anterior. O resultado líquido também se ressentiu, baixando 2,4% para 108,6 milhões. O número é, no entanto, mais do dobro dos 49,8 milhões registados entre julho e setembro.
Olhando para o conjunto dos nove meses, a Navigator conseguiu aumentar em 137% os lucros, para 270,5 milhões de euros. As vendas cresceram 62,8% para os 1.823 milhões e o EBITDA 124% para os 551,9 milhões. A geração de fluxos de caixa livres aumentou 140% para 322 milhões.
A Navigator chegou ao final de setembro com uma dívida líquida de 372,5 milhões de euros, conseguindo uma redução de 224 milhões no espaço de um ano. O endividamento equivale apenas a 0,56 vezes o EBITDA.
A empresa diz no comunicado que “trabalhou para a redução dos seus custos fixos e variáveis, intensificando programas de gestão energética e potenciando a eficiência das suas operações, o que resultou numa significativa redução de consumos específicos em vários domínios industriais”.
A Navigator assinala também que “mantém uma carteira de encomendas historicamente alta, reflexo da forte quebra de oferta disponível nas principais regiões onde opera”.
(notícia atualizada às 18h20 )
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