Alemã BASF vai reduzir presença no mercado europeu “permanentemente”

BASF alega estar a ser obrigada a reduzir presença na Europa devido à crise energética e maior pressão regulatória. Empresa gastou 2,2 mil milhões de euros adicionais em gás natural na Europa.

O fabricante alemão de produtos químicos, BASF, anunciou que será obrigada a reduzir a sua presença na Europa “permanentemente” face aos elevados custos da energia, que estão a tornar a região cada vez menos competitiva, avançou esta quarta-feira o Financial Times.

“O mercado químico europeu tem estado a crescer de forma fraca há cerca de uma década [e] o aumento significativo nos preços do gás natural e da energia ao longo deste ano estão a pressionar a cadeia de valor dos produtos químicos”, disse o CEO da BASF, Martin Brudermüller.

A fabricante alemã gastou 2,2 mil milhões de euros adicionais em gás natural para as suas unidades na Europa, nos primeiros nove meses do ano, comparativamente com igual período do ano anterior. Segundo o CEO, a crise energética, juntamente com uma regulação mais apertada na União Europeia, estão a forçar a empresa a reduzir custos “o mais rápido possível” e de forma “permanente”.

O anúncio da BASF surge após a empresa anunciar que iria cortar cerca de mil milhões de euros em custos nos próximos dois anos, principalmente em áreas que não estão ligadas à produção, como o setor informático, comunicação e investigação e desenvolvimento. Segundo o CEO da empresa, os cortes são necessários para “salvaguardar a nossa competitividade no médio e longo prazo na Alemanha e na Europa”.

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Moody’s reduz rating do grupo chinês Fosun

  • Lusa
  • 26 Outubro 2022

A agência cortou o rating do grupo chinês Fosun, que detém participações na Fidelidade, Millennium BCP e REN, de B1 para B2. Fosun pode enfrentar dificuldades em refinanciar a dívida de curto prazo.

A agência de notação financeira Moody’s cortou esta quarta-feira o rating do grupo chinês Fosun, que detém várias empresas em Portugal, de B1 para B2, numa altura em que a empresa está a desfazer-se de vários ativos. A decisão da Moody’s surge depois de, na semana passada, o conglomerado chinês ter anunciado que planeia vender a sua participação maioritária na Nanjing Nangang Iron & Steel United, que está cotada na Bolsa de Xangai, por 16 mil milhões de yuans (2,2 mil milhões de euros).

A decisão visa incrementar os rácios de liquidez da empresa, que tem a pagar oito mil milhões de dólares (cerca de 7976 mil milhões de euros ao câmbio atual) em títulos de dívida até ao final de 2023, segundo dados compilados pela agência Bloomberg.

A Fosun e as suas unidades já cortaram participações em empresas como a New China Life Insurance e Shanghai Yuyuan Tourist Mart Group. Entre os ativos vendidos este ano pelo grupo constam ainda uma posição no valor de 500 milhões de euros na Tsingtao Brewery, a principal marca de cervejas da China, 5% do grupo chinês Taihe Technology, no valor de 43 milhões de euros, ou 6% do capital da empresa Zhongshan, por 100 milhões de euros, de acordo com a cotação atual no mercado.

A Fosun realizou, nos últimos dez anos, uma série de aquisições além-fronteiras, adquirindo em Portugal a seguradora Fidelidade, uma participação de quase 30% no banco Millennium BCP ou mais de 5% da REN – Redes Energéticas Nacionais. Entre os ativos mais conhecidos constam a cadeia hoteleira Club Med e o clube inglês de futebol Wolverhampton Wanderers.

Embora a venda de ativos permita aumentar o rácio de liquidez da empresa, uma queda de aproximadamente 30% no valor de mercado das principais participações da Fosun, entre o final de junho e 20 de outubro, devido à diluição e diminuição do preço das ações, corroeu a sua margem de financiamento, disse a Moody’s, em comunicado.

A Fosun vai provavelmente enfrentar dificuldades em refinanciar a sua considerável dívida de curto prazo nos mercados de títulos doméstico e estrangeiro, indicou a agência de rating. O dinheiro em caixa disponível do grupo é insuficiente para cobrir a sua dívida de curto prazo, com vencimento nos próximos 12 meses, acrescentou.

Um relatório do Citigroup, difundido na terça-feira, disse que a empresa planeia vender entre 50 mil milhões e 80 mil milhões de yuans (7 mil milhões e 11 mil milhões de euros) em ativos não essenciais, ao longo dos próximos 12 meses. O relatório destacou que a empresa considera a Fidelidade como essencial, não estando prevista a sua venda.

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Sébastien Bruchet é o novo diretor-geral da Leroy Merlin Portugal

O profissional substitui Karine Blaise, desde 2017 na liderança da empresa em Portugal, e que transita para a direção de desenvolvimento de competências e formação na ADEO, em França.

Sébastien Bruchet é o novo diretor-geral da Leroy Merlin Portugal, substituindo no cargo Karine Blaise, desde 2017 na liderança da empresa em Portugal, e que passa agora a assumir a direção de desenvolvimento de competências e formação na ADEO, em França.

“Estou muito entusiasmado por me juntar à Leroy Merlin Portugal e por integrar uma empresa com uma cultura forte e centrada nas pessoas. Acredito que a nossa equipa multidisciplinar e altamente talentosa nos torna uma empresa única e preparada para responder de forma cada vez mais personalizada às necessidades dos portugueses. Gostaria ainda de agradecer à Karine pelo trabalho que fez durante estes últimos cinco anos”, afirma Sébastien Bruchet.

“Em termos de visão para os próximos anos, vamos apoiar-nos cada vez mais nos dados para desenvolvermos as nossas lojas e o nosso comércio digital, rumo à empresa plataforma”, conclui o gestor, citado em comunicado.

Originário do norte de França, o novo diretor-geral, conta com mais de 20 anos de experiência e especialização em tecnologia, consumo e retalho em múltiplos países, tendo integrado empresas como a Auchan, a Amazon e a Alibaba.

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Apoios do Estado devem ser “mais condicionados”

Apoios do Governo para lidar com subida dos juros não têm sido os melhores. Impactos no mercado imobiliário vão chegar, antecipam especialistas em conferência do ECO.

O Governo adotou medidas para ajudar os portugueses a lidarem com os disparos da inflação e das taxas de juro, mas há quem considere que os apoios do Estado deviam ser diferentes e adotados de forma diferente. Pedro Brinca, economista da Nova SBE, afirmou esta quarta-feira, numa conferência promovida pelo ECO, que estas ajudas “têm de ser mais condicionadas”. A advogada Cecília Meireles vai mais adiante e considera ser “contraditório” ter os governos a “passar cheques indiscriminadamente” enquanto os bancos centrais “aumentam os juros”.

O economista da Nova SBE recorda a “crise sanitária” que o mundo viveu por causa da economia e não uma “crise económica”, mas que os governos adotaram medidas que “foram, provavelmente, demasiado pronunciadas”. “Receio que o Banco Central Europeu (BCE) tenha ido longe demais se as ajudas continuarem a ser dadas de forma tão descriminada”, disse, durante a conferência “Como responder à subida dos juros do crédito habitação“.

Cecília Meireles, responsável da Cerejeira Namora, Marinho Falcão, partilha da mesma opinião, afirmando que “é difícil perceber” como é que os bancos centrais aumentam os juros e os governos passam “cheques indiscriminadamente”. “É contraditório. As duas coisas juntas não podem funcionar”, diz a ex-deputada, defendendo que os apoios estatais “devem ser absolutamente cirúrgicos e não indiscriminados”.

Para lidar com a subida das taxas de juro, o Governo vai aprovar esta quinta-feira em Conselho de Ministros um conjunto de medidas destinadas a quem tem crédito à habitação. Na lista está prevista, por exemplo, a possibilidade de renegociar e alterar termos dos contratos. “Damos a oportunidade aos bancos de mostrarem a sua responsabilidade e de excederem o nível de serviço ao cliente”, disse o secretário de Estado do Tesouro.

Conferência ECO Crédito à Habitação - 26OUT22
Cecília Meireles – Cerejeira Namora, Marinho FalcãoHugo Amaral/ECO

Mas a forma de pensar do Governo podia ser diferente. “Temos 92% dos créditos a uma taxa variável”, diz o economista Pedro Brinca, defendendo a taxa fixa em mais contratos. “Era mais fácil para todos termos mais dois ou três anos de moratórias”, diz Rui Bairrada, CEO do Doutor Finanças, contextualizando, embora também ele (assim como o Governo) considere que não seriam uma boa opção. “Faltam medidas para as pessoas, de consciencialização de para onde vai o dinheiro”.

“As nossas políticas públicas são direcionadas para que as pessoas recorram à banca”, afirma Cecília Meireles, sugerindo também as moratórias como uma solução possível neste contexto de aumento dos juros. A ex-deputada notou ainda que se poderia adotar uma lei de 2012, que “obrigava os bancos a restruturar créditos, impedindo-os de executar hipotecas sobre habitação”.

A vereadora da Habitação da Câmara de Lisboa, também presente na conferência, defendeu, acima de tudo, a importância de se resolver o problema do acesso à habitação no país. “Metade dos portugueses viveria com 554 euros se não fossem os apoios sociais”, disse Filipa Roseta, sublinhando que “há um problema Intergeracional” na Europa e que “não pode haver uma geração com muitas necessidades e outra sem nenhuma”.

Conferência ECO Crédito à Habitação - 26OUT22
Filipa Roseta, Vereadora Câmara Municipal de LisboaHugo Amaral/ECO

E os efeitos no mercado imobiliário vão continuar a ser sentidos. “O desafio prende-se na classe média e média baixa, porque começa a ser empurrada” do centro da cidade, diz Gonçalo Santos, head of Capital Markets da JLL. “É possível construir, mas não para preços ou rendas acessíveis a esta franja do mercado, que é a mais necessitada”, diz, apontando as demoras e custos nos licenciamentos e na construção.

“A realidade só mudará se o mercado de arrendamento for incentivado”, disse o responsável da consultora imobiliária, detalhando que, no imobiliário comercial, já se começa a assistir a um abrandamento do volume de investimento e que, no mercado residencial, “há segmentos que vão ser mais resilientes, mas que a classe média vai ser impactada”.

 

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Intellias organiza ‘hiring week’ em Portugal. Oferece bónus de boas-vindas até 1.500 euros

A tecnológica está a acelerar o processo de contratação em Portugal. De 31 de outubro a 4 de novembro, o empregador global de IT vai organizar a sua "Rapid JS Hiring Week".

A Intellias está à procura de engenheiros experientes para trabalharem em projetos para o setor fintech, automóvel, digital e das telecomunicações, de modo a alcançar a meta dos 60 especialistas em Portugal. Os talentos selecionados terão a oportunidade de trabalhar com tecnologias relacionadas com a IoT, inteligência artificial, data science, cloud, DevOps e big data. Juntamente com a proposta de emprego, os profissionais que ingressarem na empregadora global de IT receberão um bónus de boas-vindas, no valor máximo de 1.500 euros. De 31 de outubro a 4 de novembro, tecnológica vai organizar a sua “Rapid JS Hiring Week” em Portugal.

“Queremos dar ao talento tech português uma experiência de recrutamento diferenciadora. Os candidatos terão a oportunidade de conversar com engenheiros de nível sénior com profundo conhecimento do setor, explorar projetos de IT vanguardistas e receber uma oferta de emprego rápida para ingressar na equipa portuguesa, seguida de um bónus de boas-vindas”, explica João Belfo, country head da Intellias em Portugal.

“Espero que os engenheiros portugueses apreciem o nosso processo de recrutamento acelerado e se juntem a nós para moldarmos o futuro em conjunto”, acrescenta, citado em comunicado.

A tecnológica abriu em setembro o seu hub em Lisboa e Porto, com o objetivo de recrutar, até ao final do ano, 60 talentos a juntarem-se ao então total de 2.700 colaboradores.

Avança agora com esta iniciativa para acelerar o recrutamento. Durante a “JavaScript Hiring Week” da Intellias, os developers locais terão a oportunidade de explorar projetos pioneiros na área de IT, passar por um processo de recrutamento acelerado (24 a 48 horas) e receber uma oferta de emprego rápida, juntamente com um prémio de boas-vindas (bónus em dinheiro de até 1.500 euros).

Com este evento, a Intellias pretende avançar com o seu plano de reunir uma equipa de 60 especialistas em Portugal até ao final do ano. Os especialistas poderão trabalhar remotamente ou no escritório, usufruir de horários flexíveis, aprender novas competências e participar em comunidades de engenharia. Os novos talentos juntar-se-ão à equipa global da Intellias de mais de 3.000 pessoas.

Mais informações sobre o evento aqui.

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Banca alerta para efeitos de medidas “paternalistas” no crédito à habitação

  • Lusa
  • 26 Outubro 2022

Banca defende que é suficiente o apoio a créditos de famílias carenciadas, que ao Estado compete dar-lhes ajuda, e alertar para consequências de medidas "paternalistas".

A banca foi esta quarta-feira ao Parlamento defender que é suficiente o apoio a créditos de famílias carenciadas, que ao Estado compete dar-lhes ajuda, e alertar para consequências de medidas “paternalistas” cuja fatura será paga por gerações mais novas.

“Há que prevenir que as boas intenções não acabem por gerar resultados onde o que se deseja obter é contrariado ou superado por consequências indesejadas”, afirmou o presidente da Associação Portuguesa de Bancos (APB), Vítor Bento, numa audição no parlamento, a requerimento do PSD, numa altura em que o Governo prepara um pacote de medidas para atenuar o impacto da subida dos juros nas famílias com crédito à habitação.

“Gostaria de chamar a atenção para a necessidade, no interesse de todos, de prevenir que as boas intenções que presidem às várias iniciativas” possam conduzir a “efeitos que se podem desencadear com medidas ‘paternalistas’ para proteger famílias” em dificuldade, reforçou Vitor Bento.

O representante da banca alertou ainda para o risco de medidas paternalistas provocarem um “descuido” das famílias quanto ao cumprimento das prestações de crédito e salientou que a banca acompanha com “preocupação” a situação das famílias, mas ressalvando que a maioria cumpre o pagamento dos seus créditos à habitação.

Vitor Bento reconheceu que algumas famílias em situação mais carenciada vão ter dificuldade em cumprir as suas prestações de crédito, mas lembrou que faz parte das obrigações do Estado, na sua função de segurador social, atender às insuficiências de rendimentos.

Questionado sobre medidas do Governo para ajudar as famílias com créditos à habitação, numa conjuntura de alta das taxas de juro, o primeiro-ministro afirmou, esta segunda-feira, que o impacto do aumento dos juros nos créditos à habitação está a ser acompanhado pelo executivo e deve ser encarado sem dramatismo.

“Temos estado a acompanhar muito proximamente com o Banco de Portugal e com a Associação Portuguesa de Bancos a evolução do crédito e o Orçamento do Estado para 2023 tem uma medida específica que permite o aumento da liquidez das famílias que tenham créditos de habitação em ativos, já que essas famílias podem requer a redução de um escalão na retenção na fonte do IRS”, disse António Costa.

De acordo com o primeiro-ministro, por parte dos bancos, tem-se também verificado uma clara vontade de encontrar por via negocial com os clientes “as melhores formas de acomodarem o impacto da subida das taxas de juro”, e referiu que já no período da pandemia houve tensão em torno desta questão dos créditos à habitação e o problema “foi ultrapassado” igualmente por negociação.

“Vamos aprovar um diploma que favorece essa negociação e elimina os custos associados a essa negociação. Portanto, acho que devemos encarar sem dramatismo a situação que estamos a viver”, defendeu.

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Taylor made solutions na área dos seguros

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  • 26 Outubro 2022

Responsabilidade civil, exploração e produtos — “Taylor made solutions" variável com a atividade dos nossos clientes.

No decurso do trabalho, podem ocorrer incidentes que causem danos ao património de outras pessoas ou empresas, e é então que entra em jogo a responsabilidade civil empresarial, que podemos definir como a obrigação da parte causadora do dano de fazer a restituição por danos materiais, físicos ou imateriais causados a terceiros durante a sua atividade profissional.

Porquê um seguro de Responsabilidade Civil para a sua empresa?

Mesmo que no nosso ambiente profissional desenvolvamos as melhores práticas e tomemos todas as medidas de segurança necessárias e obrigatórias, é praticamente impossível controlar todos os casos que uma empresa ou um profissional independente enfrenta. Ninguém está isento de incorrer, por ação, omissão ou negligência, em danos de gravidade variável contra terceiros.

No caso de qualquer tipo de incidente, a pessoa causadora do incidente será responsável pela cobertura dos danos causados, e os seus bens serão utilizados como garantia. A fim de evitar riscos que possam surgir, o seguro de Responsabilidade Civil é uma ferramenta que garante a tranquilidade dos profissionais e das empresas, uma vez que proporciona segurança, não só para os bens da empresa e para os seus responsáveis, mas também para os seus empregados.

Frederico Gil, Business Development of Portugal da Berkley

O que é que o seguro de Responsabilidade Civil para empresas cobre?

Dependendo da atividade que uma empresa quiser segurar, as coberturas opcionais podem variar de acordo com as necessidades de cada profissão. Em termos das coberturas básicas de uma apólice de seguro de Responsabilidade Civil Geral, encontramos:

  • Responsabilidade Civil de exploração: Esta é a garantia que cobre os danos causados a terceiros pela estrutura do negócio durante o exercício das suas atividades;
  • Responsabilidade Civil Locativa: Esta cobertura facilita a substituição de danos contra a reclamação do proprietário do local por danos causados durante o seu aluguer pelo segurado;
  • Responsabilidade Civil Empregador: Neste caso, o seguro cobre o pagamento da indemnização exigida ao segurado pelos trabalhadores como civilmente responsáveis pelos danos sofridos pelos trabalhadores em resultado de acidentes de trabalho;
  • Responsabilidade Civil decorrente da fabricação e distribuição de produtos.

Quais são as vantagens de subscrever um seguro de Responsabilidade Civil para empresas?

A principal vantagem de subscrever um seguro de Responsabilidade Civil da empresa é a proteção patrimonial que proporciona ao segurado, garantindo tranquilidade, tanto para os gestores, profissionais e responsáveis pela atividade, como para os empregados.

Além disso, estes são produtos de seguros flexíveis, uma vez que, após um estudo dos riscos enfrentados pela empresa devido à sua atividade, podem ser contratadas diferentes coberturas para se adaptarem às necessidades da empresa.

Em muitos casos, as reclamações recebidas durante a vigência da apólice são cobertas, mesmo que o evento tenha ocorrido antes de a apólice ter sido subscrita.

Tipos de seguro de Responsabilidade Civil para empresas

Dependendo da atividade exercida pela empresa, a apólice de seguro pode variar a sua cobertura. Vejamos alguns casos específicos de seguro de Responsabilidade Civil empresas em diferentes setores de atividade.

  • Responsabilidade Civil Indústrias
    Este tipo de apólice abrangerá as empresas que necessitam de proteção em caso de danos ou lesões a terceiros no decurso de uma atividade industrial. Neste caso, os danos cobertos podem ser os derivados de deficiências cometidas no fabrico de produtos que possam causar danos a terceiros, os causados em espaços de trabalho ou instalações alugadas pelo tomador da apólice no exercício da sua atividade, os danos causados por empresas subcontratadas pelo tomador do seguro ou os danos derivados do armazenamento de produtos.
  • Responsabilidade Civil Construção
    O setor da construção é um dos grupos profissionais em que, devido ao tipo de atividade exercida, às máquinas e materiais utilizados e ao número de profissionais envolvidos nas diferentes especialidades, devem ser tomadas as maiores precauções. Assegurar possíveis danos a terceiros neste caso é essencial para garantir a continuidade e o bom funcionamento do negócio, pois um possível acidente, além de ser um prejuízo financeiro e pessoal, pode causar danos irreparáveis à reputação da empresa. Uma das principais garantias neste tipo de seguro é a que está definida na cobertura referente à Responsabilidade Civil de exploração, uma garantia básica para este setor. Nesse sentido, estarão cobertos os danos decorrentes da subcontratação de empresas, uso de veículos e máquinas, trabalho com materiais perigosos, danos que possam ocorrer no imóvel ou danos em outros imóveis ou espaços adjacentes à obra. Este tipo de seguro pode cobrir a Responsabilidade Civil cruzada, ou seja, aquela que é imputada ao segurado por danos que possam ocorrer ao pessoal contratado pelas empresas subcontratadas que trabalhem na obra atribuída, ou que realizam trabalhos específicos não cobertos pelo próprio pessoal da obra.
  • Responsabilidade Civil comércios e cultura
    Atividades relacionadas com comércio, lazer, eventos culturais e associativos ou instalações desportivas envolvem riscos, não só devido ao número de pessoas que reúnem, mas também devido às ações ou modificações que podem ser realizadas em espaços alugados, ou devido ao número de trabalhadores de diferentes áreas que reúnem. Portanto, uma das principais coberturas deste tipo de apólice será a responsabilidade civil subsidiária, que cobrirá danos a terceiros causados por subcontratados ou trabalhadores que trabalhem para a empresa ou profissionais que subscrevam a apólice. A Responsabilidade Civil de exploração será também uma das garantias que este produto segurador deve conter, pois deve garantir a cobertura de danos a terceiros derivados da atividade a ser segurada. Finalmente, é essencial contar com cobertura de Responsabilidade Civil do Empregador, ou seja, deve cobrir os danos causados ao pessoal que trabalha para a empresa cuja atividade tenha sido segurada.
  • Responsabilidade Civil Privada e Imóveis
    Existem também outros tipos de seguros de responsabilidade civil que não estão necessariamente relacionados com a atividade profissional, como por exemplo, a responsabilidade civil privada, que cobre os danos que um particular ou membros da sua família possam causar a terceiros. Estamos a falar de danos como os que podem resultar da posse de animais de estimação ou de um acidente doméstico, como a queda de um vaso de flores de uma varanda. Além desta casuística, existem políticas que se centram na Responsabilidade Civil relacionada com bens imóveis. Neste caso, estes seguros podem ser particularmente úteis para os utilizadores ou pessoas que vivem em usufruto, pois poderão garantir a cobertura dos danos que possam ocorrer na propriedade em que vivem.

Texto por Frederico Gil, Business Development of Portugal da Berkley

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Ajudar a libertar o contabilista para o que interessa

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  • 26 Outubro 2022

Através de ferramentas inovadoras, como a inteligência artificial, já é possível libertar o contabilista para outras atividades. O software PHC GO é um exemplo de como este sonho pode ser real.

“Libertar o contabilista daquilo que o prende para poder fazer aquilo que é realmente importante, ou seja, trazer mais impacto ao negócio.” Foi desta forma que Ricardo Parreira, CEO da PHC Software, deu início ao evento híbrido “O contabilista do futuro já hoje”, organizado por esta empresa no dia 13 de outubro, para mostrar como é que a atualização do software de gestão PHC GO veio revolucionar a atividade dos contabilistas.

“O contabilista do futuro já hoje” foi o tema do evento organizado pela PHC, para mostrar como é que a atualização do software de gestão PHC GO veio revolucionar a atividade dos contabilistas.

Baseada numa investigação levada a cabo ao longo de 2021 pela própria PHC Software, e que implicou a realização de entrevistas a mais de mil contabilistas para perceber quais as maiores dificuldades que enfrentam no desenvolvimento do seu trabalho, bem como as suas principais necessidades, esta sexta atualização do software vem, assim, garantir a “mudança de paradigma da contabilidade”, destacou o responsável.

Papéis, erros e tempo: a tríade das dificuldades

Entre as principais dificuldades destacadas não só pelos contabilistas entrevistados pela PHC Software, mas também pelos participantes no evento (que foram convidados a responder a diversas questões ao longo da sessão, através de televoto), a excessiva burocracia e transferência de papéis é um verdadeiro problema, e isto apesar da alegada transição digital. Por outro lado, os erros humanos constituem outro óbice que têm de enfrentar, a que acresce ainda o tempo perdido com todas estas dificuldades e com a natureza da própria atividade, que tradicionalmente implica duplicação de tarefas, contactos repetidos com o cliente, correção de erros, entre outros.

Como notou precisamente um dos entrevistados, a contabilidade enfrenta “os mesmos problemas há 30 anos”. Porém, Ricardo Parreira lembrou que esta era está agora a acabar, graças à emergência de “um novo paradigma”, o qual vem permitir “reduzir em cem vezes o tempo de preparação dos documentos da empresa, principalmente porque já estaria tudo digitalizado e não havia transferência de papéis”. Da mesma maneira, passa a ser possível “reduzir em dez vezes o tempo de reconciliação bancária, porque a inteligência artificial trataria de praticamente tudo”, além de que passa a ser viável “reduzir em 20 vezes o tempo de validação das declarações, porque passa a haver confiança nos dados”.

Os três pilares do novo paradigma

De acordo com o CEO da PHC Software, o novo paradigma da contabilidade assenta em três vertentes essenciais, a começar pelo facto de “o contabilista externo à empresa deixar de precisar de ter software, porque vai partilhar com o cliente o software na cloud”. Ou seja, com esta revolução “também termina o contabilista ter de pagar por software”, sublinhou.

Por outro lado, em causa está um “software inteligente e antierro, altamente integrado e que trata de tudo o que é duplicação de trabalho, que tem todas as análises fiscais e financeiras para que o contabilista possa realmente ter impacto, interpretar os números e ajudar as empresas”. Por fim, trata-se de uma “plataforma online e totalmente gratuita de apoio aos contabilistas”.

"[com este software] nasce um contabilista que vai apoiar o negócio e trazer valor, porque tem tempo, confia nos dados, não está afogado em burocracia e papéis, e nasce um contabilista com negócio muito mais rentável, porque vai ser mais reconhecido pelos empresários, vai ser reconhecido o seu valor e a sua importância para o dia a dia do negócio”

Ricardo Pereira

CEO PHC Software

Em suma, com este passo em frente em termos de software, “nasce um contabilista que vai apoiar o negócio e trazer valor, porque tem tempo, confia nos dados, não está afogado em burocracia e papéis, e nasce um contabilista com negócio muito mais rentável, porque vai ser mais reconhecido pelos empresários, vai ser reconhecido o seu valor e a sua importância para o dia a dia do negócio”, resumiu Ricardo Parreira.

Embora admitindo a existência de alternativas no mercado, o responsável frisou que, na verdade, estas apresentam algumas desvantagens. Por exemplo, a contabilidade online simples “não cresce com o cliente, não tem as funções todas de ERP e o contabilista paga”. Já o software de contabilidade tradicional implica “trabalho duplicado, é difícil de manter o sistema informático e o contabilista também o paga”.

Uma network que ajuda mesmo

Coube a Gonçalo Andrade, Community Manager da PHC Software, dar a conhecer as características da PHC GO Professional Accountants Network, a qual constitui uma plataforma de apoio ao contabilista, que vem revolucionar a forma como este e o cliente se relacionam com máxima autonomia. Nas suas palavras, esta plataforma “pode ajudar o contabilista de quatro maneiras”. Desde logo, “é totalmente gratuita para o contabilista certificado que se registar”, isto é, “não paga mais por isso e não tem de mudar o seu software”. Destina-se a dar “apoio total” a estes profissionais, nomeadamente através de um fórum de ajuda, conteúdos de apoio, notícias de fiscalidade e software, e ainda através da disponibilização de “formação completa e gratuita sobre o software”. Esta plataforma permite ainda “acesso total e direto ao software do cliente”, tratando-se de um “acesso disponível a qualquer hora e qualquer lugar”.

E o que é também relevante é que “esta network permite ao contabilista ganhar dinheiro através da recomendação do PHC GO ao cliente”. Em concreto, o profissional “pode ganhar duas mensalidades do plano subscrito pelo cliente”, explicou Gonçalo Andrade, segundo o qual, esta plataforma foi lançada no primeiro semestre de 2022, existindo já mais de cem contabilistas a usá-la.

Ricardo Pereira, CEO PHC Software

Contabilidade inteligente. Porquê?

O Community Manager apresentou ainda à audiência – repartida entre as instalações da PHC Software, em Oeiras, e o online, já que o evento foi também transmitido via streaming – as sete áreas que vão fazer a diferença nesta nova contabilidade, com demonstrações práticas do software. Em primeiro lugar, chamou a atenção para o facto de esta ser uma contabilidade mais automática e com menos erros humanos, logo, com “menos tempo perdido em tarefas rotineiras”, graças aos “automatismos e pré-configurações para alta velocidade”. Como consequência, há “mais fiabilidade dos dados”, o que “traz mais segurança ao contabilista”, além de que “as obrigações legais são cumpridas”. Desta forma, há maior capacidade de “apoio à tomada de decisão”, uma vez que o PHC GO “tem dados disponíveis em tempo real que permitem uma maior robustez para uma tomada de decisão mais acertada”. É ainda de destacar a “alta flexibilidade”, garantida através do plano de contas flexível, plano de IVA facilitado e das pré-configurações personalizáveis.

“Quando é adquirido, o PHC GO Contabilidade é um software pronto a funcionar e rápido a começar”, referiu ainda, ou seja, “é um add-on chave na mão, com configurações que permitem começar já hoje”. Por outro lado, permite também a gestão de ativos através de outro add-on desenvolvido com este fim, o Assets. De destacar que o PHC GO foi considerado Produto de Ano, uma distinção resultante de um estudo de mercado independente da Netsonda.

Para assinalar o pré-lançamento do PHC GO Contabilidade, decorre até 30 de novembro uma campanha de 70% de desconto nos 12 primeiros meses. Estão disponíveis aqui demonstrações do software, com clarificação sobre as novas funcionalidades do mesmo.

Uma profissão com cada vez mais impacto

A terminar, Ricardo Parreira contestou a ideia, por vezes difundida, de que “o contabilista vai deixar de ser importante, já que vai ser substituído pela tecnologia”. “Isso não pode estar mais longe da verdade”, afirmou, recordando que “o contabilista tem know-how específico, que muitas vezes os empresários não têm. Temos é de lhe criar as condições para ter impacto”.

"o contabilista tem know-how específico, que muitas vezes os empresários não têm. Temos é de lhe criar as condições para ter impacto. ”

Ricardo Pereira

CEO da PHC Software

Nas suas palavras, “as empresas também vão ganhar muito com isto”, uma vez que “vamos ter as obrigações fiscais cumpridas a tempo e sem erros, vamos ter toda a informação em tempo real, toda a contabilidade e resultados instantâneos, e vamos ter esta necessidade muito importante para as empresas de apoio fiscal e financeiro”, reforçou o CEO. “Hoje, o contabilista não tem tempo, porque está preso ao paradigma anterior, às alternativas anteriores, mas com este paradigma vai ter tempo para olhar para os dados”, o que leva a “contabilistas com mais impacto e empresas com melhor gestão”.

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Governo quer tributar lucros extraordinários da distribuição

O Governo quer tributar os lucros extraordinários das empresas da distribuição, para além das energéticas, revelou António Costa. Proposta vai ser entregue no Parlamento.

O primeiro-ministro anunciou esta quarta-feira que a proposta de lei que o Governo irá apresentar para a tributação de lucros inesperados também irá incluir o setor da distribuição, além do setor energético.

Em resposta ao PCP, durante o debate da generalidade do Orçamento do Estado para 2023, António Costa disse que, “mal termine este debate orçamental”, espera que a Assembleia da República “tenha disponibilidade para discutir a proposta de lei” do Governo para tributar os lucros inesperados das empresas.

É para aplicar aos lucros de 2022, e não aos lucros de 2023, a proposta de lei que vamos apresentar para a tributação de lucros não esperados do conjunto das empresas, que não são só do setor energético, mas são também o setor da distribuição que devem pagar aqueles lucros que estão a ter injustificadamente por via desta crise de inflação”, sublinhou. Costa disse ainda esperar que a proposta de lei do Governo possa “contar com o voto do PCP”.

Em resposta aos deputados, o chefe de Governo admitiu ainda que “há uma brutal perda de poder de compra”, mas sinaliza que esta “resulta das cicatrizes da pandemia”, bem como da guerra na Ucrânia. “É um inflação importada”, disse.

A discussão na generalidade da proposta de Orçamento do Estado para 2023 arrancou esta quarta-feira, depois de os deputados terem ouvido o ministro das Finanças e a ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social.

O debate sobre o documento entregue por Fernando Medina, que contempla medidas como a atualização dos escalões de IRS e um benefício fiscal para as empresas que aumentem salários, vai então estender-se até quinta-feira, quando a proposta será votada na generalidade (com todos os deputados) antes de seguir para a apreciação na especialidade, na Comissão de Orçamento e Finanças.

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Número de empresas exportadoras aumenta 6,3% em 2021

  • Joana Abrantes Gomes
  • 26 Outubro 2022

Das 467.243 sociedades não financeiras existentes em Portugal no ano passado, 28.119 tinham perfil exportador, um aumento de 6,3% face a 2020 e de 4,2% face a 2019.

O número de empresas com perfil exportador cresceu 6,3% em Portugal em 2021 face ao ano anterior e 4,7% face a 2019, para 28.119, o que representa cerca de 6% das 467.243 sociedades existentes no ano passado. Estes números excluem as empresas individuais.

A informação faz parte das Estatísticas das Empresas em Portugal para 2021, obtidas a partir do Sistema de Contas Integradas das Empresas (SCIE) e divulgadas esta quarta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE). As sociedades com perfil exportador são aquelas em que pelo menos 50% do volume de negócios é proveniente das exportações de bens e serviços, ou em que pelo menos 10% do volume de negócios provém das exportações de bens e serviços com valor superior a 150.000 euros.

Quanto ao retrato destas sociedades no ano de 2021, é também de destacar o crescimento de 4,6% do pessoal ao serviço e de 11,5% dos gastos com pessoal, assim como o aumento de 24,4% do volume de negócios. O Valor Acrescentado Bruto (VAB) somou mais 22,6% e o Excedente Bruto de Exploração (EBE, que exclui as remunerações de trabalho) avançou 44%. Todas estas variáveis registaram níveis superiores ao período pré-pandemia.

Principais indicadores económicos das sociedades não financeiras (2020-2021)

Fonte: INE, Sistemas de Contas Integradas das Empresas

O instituto nota ainda que, no ano passado, o crescimento do VAB das sociedades com perfil exportador (22,6%) foi superior ao das sociedades sem esse perfil (12,7%), detalhando que “as sociedades de grande dimensão com perfil exportador registaram um aumento de 30% neste indicador, e as sem perfil exportador cresceram 8,8%”.

Mas as sociedades com perfil exportador também superaram os indicadores económicos do total de sociedades não financeiras no período em análise, tendo registado crescimentos de 2,5% no pessoal ao serviço, 15,9% no volume de negócios, 15,8% no VAB e 29,7% no EBE. Estes números, ainda assim, superam os de 2019.

Houve ainda 42,5% das sociedades não financeiras a registarem resultados líquidos negativos no ano passado (vulgo, prejuízos), representando uma diminuição de 5,9 pontos percentuais (p.p.) face a 2020, mas ainda acima em 2,7 p.p. em relação a 2019. Nas sociedades de maior dimensão, 19,5% apresentaram resultados negativos (-9,5 p.p. que no ano anterior), enquanto nas PME essa percentagem ascendeu a 42,6% (-5,9 p.p. que em 2020).

Volume de negócios e gastos com pessoal das empresas superaram pré-pandemia

À semelhança das sociedades, também os principais indicadores económicos das empresas não financeiras no ano passado mostram números melhores do que em 2019: o volume de negócios cresceu 4,2%, os gastos com pessoal aumentaram 7,2%, o VAB aumentou 3,9% e o EBE subiu 5,4%, segundo o INE.

O crescimento das variáveis foi ainda mais expressivo face ao primeiro ano de pandemia: 15,7% no volume de negócios, 9,1% nos gastos com pessoal, 15,2% no VAB e 27,3% no EBE, após as reduções de 10%, 9,8% e 17,2% em 2020, respetivamente.

Ao todo, existiam 1.340.614 empresas não financeiras em Portugal em 2021, das quais 65,1% eram empresas individuais e 34,9% sociedades, um aumento de 2,7% e 3,7%, respetivamente, face ao ano anterior. Na comparação com 2019, há um decréscimo de 0,7% do número de empresas individuais, apesar de existirem mais 1,7% de empresas não financeiras.

O volume de negócios totalizou 429,8 mil milhões de euros (para o qual o setor da Indústria e energia deu o maior contributo), enquanto o número de pessoas ao serviço atingiu os 4,2 milhões, representando crescimentos de 15,7% e 2% em relação a 2020, na mesma ordem. O pessoal ao serviço manteve-se ao mesmo nível e o volume de negócios cresceu 4,2% face ao pré-pandemia.

Contrariamente às sociedades não financeiras, as empresas individuais não superaram os valores de 2019 nas principais variáveis económicas, assinala o instituto estatístico, ressalvando que, quanto à dimensão, “tanto as PME como as empresas de grande dimensão registaram já valores superiores em 2021 comparativamente a 2019, com exceção do pessoal ao serviço, em que as grandes empresas ainda se encontram abaixo do valor pré-pandemia (-1,3%)”.

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Parlamento açoriano emite parecer desfavorável a proposta de Orçamento do Estado para 2023

  • Lusa
  • 26 Outubro 2022

PSD, CDS-PP, BE e deputado independente dão parecer desfavorável à proposta de OE para 2023, com PS a ser o único a favor. Partidos contra criticam insuficiente recuperação das transferências.

A subcomissão de Economia da Assembleia Legislativa dos Açores emitiu parecer desfavorável à proposta de Orçamento do Estado (OE) para 2023, considerando insuficientes as verbas transferidas pelo Governo da República para a região.

No relatório da Subcomissão da Comissão Especializada Permanente de Economia, a que agência Lusa teve acesso esta quarta-feira, PSD, CDS-PP e o deputado independente (ex-Chega) deram parecer desfavorável à proposta de OE para 2023, tendo o PS sido o único partido com assento na subcomissão a emitir um parecer favorável.

O BE, apesar de não estar representado na comissão, emitiu um parecer desfavorável à proposta de OE para 2023, condenando a “insuficiente recuperação das transferências” para as regiões autónomas por via da Lei de Finanças Regionais, ao passo que PPM, IL, PAN, Chega não emitiram posição.

Na declaração de voto, o PSD/Açores alerta que, apesar de o Governo da República cumprir a Lei das Finanças Regionais, as “transferências do Estado inscritas para os Açores” no OE para 2023 “não consideraram qualquer efeito da inflação, fazendo com que em termos reais sejam inferiores” às de 2022.

Os social-democratas avisam que “um conjunto significativo de investimentos da responsabilidade da República não tem qualquer expressão quantitativa” na proposta de Orçamento, como o caso das cadeias de Ponta Delgada e Horta, dos cabos submarinos de fibra ótica e das obras do aeroporto da Horta.

O PSD/Açores, partido que lidera do Governo Regional (PSD/CDS-PP/PPM), critica ainda a “insuficiência da verba destinada às Obrigações de Serviço Público (OSP) para as ligações territoriais das ilhas do Faial, Pico e Santa Maria”.

O CDS-PP considera que o documento “não compensa” a redução das verbas de 2021 para 2022 e condena a inexistência de “qualquer mecanismo solidário que permita fazer face aos desafios” de 2023.

Para os centristas, a proposta de OE “oblitera uma série de medidas que vinham sendo inscritas nos sucessivos orçamentos”, como o caso da ampliação da pista do aeroporto da Horta.

O CDS-PP diz não estar esclarecido sobre a “abrangência da medida das creches gratuitas” e alerta que a verba inscrita para rotas não liberalizadas, “embora seja uma novidade positiva”, é “comprovadamente insuficiente”.

O PS/Açores emitiu parecer favorável porque o OE “cumpre integralmente” a Lei de Finanças Regionais, o que resulta num aumento de 7,7 milhões de euros nas transferências do Estado para os Açores, por comparação a 2022.

Os socialistas enaltecem a “comparticipação dos encargos” das OSP nas ligações entre ilhas, com um apoio de 10 milhões de euros, e ​​​​​​​a “consagração das receitas próprias das regiões autónomas destinadas à política do emprego e formação profissional”.

O partido, liderado na região por Vasco Cordeiro, que foi presidente do Governo Regional até 2020, realça que o OE para 2023 prevê a “compensação dos custos” que vão ser assumidos pelo município da Praia da Vitória no processo de descontaminação da Terceira.

Considerando “positiva” a comparticipação do Governo da República das rotas não liberalizadas entre o continente e os Açores e entre as duas regiões autónomas, o PS “não considera adequado o estabelecimento de um limite financeiro”.

O deputado independente Carlos Furtado avisa que as transferências para a região, apesar de “numericamente superiores” às 2022, traduzem uma “diminuição real dos valores” quando “somadas com a respetiva inflação”.

Os Açores vão receber cerca de 288 milhões de euros em 2023, ao abrigo da Lei das Finanças das Regiões Autónomas, mais sete milhões do que em 2022, segundo a proposta de Orçamento do Estado (OE) conhecida a 10 de outubro.

O presidente do Governo dos Açores reivindicou o reforço para “o triplo”, das verbas inscritas no Orçamento de Estado (OE) para 2023 destinadas às rotas aéreas não liberalizadas entre o continente e as ilhas.

As Assembleias Legislativas das regiões autónomas são chamadas a emitir parecer sobre o Orçamento do Estado, uma competência que, no caso dos Açores, é atribuída à comissão de Economia.

A Assembleia Legislativa dos Açores é composta por 57 deputados e, na atual legislatura, 25 são do PS, 21 do PSD, três do CDS-PP, dois do PPM, dois do BE, um da Iniciativa Liberal, um do PAN, um do Chega e um deputado independente (eleito pelo Chega).

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Empresário português lança em Madrid vinho a 1.700 euros a garrafa

1.700 euros é quanto custa a garrafa de vinho Uranus, lançada em Madrid, Espanha, por um empresário português e um produtor da região de Priorat, Catalunha.

Seguindo a lógica do sistema solar, o empresário português Cláudio Martins, da Martins Wine Advisor, em parceria com o produtor espanhol Dominik Huber, da Terroir al Limit, da região de Priorat, lançou esta quarta-feira, em Madrid (Espanha), a 1.700 euros a garrafa, o vinho Uranus. É o segundo vinho desta coleção depois do português Júpiter posicionar-se e esgotar em três tempos no mercado, apesar de cada garrafa custar 1.000 euros, por Cláudio Martins e o produtor Pedro Ribeiro, da Herdade do Rocim, no Alentejo.

“O Uranus é um vinho tinto da colheita de 2021, produzido em vinhas velhas com 75 anos, na região de Priorat, na Catalunha, numa região mediterrânea”, com edição limitada de 500 garrafas, começa por descrever ao ECO/Local Online o português Cláudio Martins. Na prática, continua, “é um vinho leve, aberto, frutado, com pouca extração, boa acidez, alguns toques de especiarias e um potencial de longevidade enorme”.

Mas não é vinho para a boca, ou melhor, o bolso de qualquer um, tendo em conta que cada garrafa custa 1.700 euros. As razões deste valor? A qualidade e a valorização deste produto de luxo, segundo o português. Para o empresário, que se apaixonou pelo mundo vinícola, quando, na juventude trocou a Serra da Estrela por Londres, Inglaterra, “Portugal produz vinhos do mesmo calibre que os grandes de Priorat, Napa Valley, da Toscana ou da Rioja, mas continuamos sem os valorizar devidamente”.

Por isso mesmo, este projeto Wines From Another World do português, a decorrer durante sete anos, com outros vinhos das regiões de Bordéus, Champagne, Toscana, Napa Valley, Mosel, Geórgia e o Douro. “Estes nove vinhos tornar-se-ão rapidamente alguns dos mais cobiçados nas próximas décadas e, logicamente, o seu valor aumentará exponencialmente durante esse período”, frisa Cláudio Martins.

Portugal produz vinhos do mesmo calibre que os grandes de Priorat, Napa Valley, da Toscana ou da Rioja, mas continuamos sem os valorizar devidamente.

Cláudio Martins

CEO da Martins Wine Advisor

Primeiro foi o Júpiter, corria o ano de 2021, que atraiu a atenção para a região do Alentejo como sendo “um vinho de qualidade” ao nível de muitos estrangeiros de renome e uma edição limitada de 800 exemplares que já esgotou. “O Júpiter continua não só a ser notícia, como também a andar nos circuitos de investimento”, adianta o enólogo e administrador da Herdade do Rocim.

“Com Uranus, continuamos nos vinhos novos, de qualidade extrema, com uma capacidade de envelhecimento extraordinária e muito apetecíveis para os novos consumidores, apreciadores de vinhos diferenciadores”, frisa Cláudio Martins, horas antes de apresentar este novo produto de luxo aos membros do clube Wines From Another World e apreciadores e investidores de vinhos únicos.

Dominik Huber, da Terroir al Limit, de Priorat, o produtor de Uranus, afirma que “foi uma honra ter sido desafiado para dar seguimento ao projeto Wines From Another World e dar corpo ao Uranus”. E colocar Priorat nas bocas do mundo, sem, contudo, avançar com o valor do investimento feito na produção deste vinho com uma diversidade de castas, “desde 85% Garnacha Negra peluda, 10% Garnacha Branca até 5% “Carinena”, resume o produtor espanhol.

A garrafa conta com design de Pedro Antunes, da Sparrow Creative Solutions, que se inspirou no conceito do sistema solar para criar “um desenho mais futurista, minimalista” e evocando mistério. “A caixa da garrafa caracteriza-se pelo seu desenho geométrico e, que ainda simples, apresenta-se com glamour, descreve Pedro Antunes.

Os próximos vinhos seguem a lógica do sistema solar; uma ideia de Cláudio Martins que desde cedo quis conhecer mundo e abrir horizontes. Começou a sua aventura vinícola em Londres a lavar copos e depois foi subindo degraus a nível profissional. Foi responsável pela New Street Wine Shop, em 2014, e criou a Martins Wine Advisor, consultora que apoia sobretudo privados e empresas de vinho e bebidas ou aquisição de ativos, como vinhos e propriedades. Além da conceção e design de garrafas, a construção de garrafeiras, nomeadamente para unidades hoteleiras.

Agora, Cláudio Martins já conta com uma carteira de mais de 100 clientes, nomeadamente portugueses, americanos, holandeses que vivem em Portugal, além de ter clientes em Inglaterra e em Miami, EUA. O empresário prevê fechar o ano com 1,2 milhões de faturação. O português, que é embaixador do vinho bordalês Liber Pater, chegou a ser distinguido pela revista britânica CEO como “um dos 20 mais dinâmicos CEOs do Reino Unido, em 2020”.

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