Governo vai aumentar valor das bolsas do ensino superior em 10% em 2022

  • Lusa e ECO
  • 31 Outubro 2022

A medida, anunciada pela ministra Elvira Fortunato, vai vigorar extraordinariamente este ano letivo. Bolsas de estudo terão ainda majoração de 5% em complementos atribuídos a alunos deslocados.

A ministra da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior anunciou esta segunda-feira que o Governo vai aumentar em 10% o valor das bolsas para estudantes do ensino superior, uma medida extraordinária em vigor em 2022. A medida foi anunciada por Elvira Fortunato, que está a ser ouvida pelas comissões parlamentares de Orçamento e Finanças e de Educação e Ciência, no âmbito da discussão em especialidade do Orçamento do Estado para 2023.

Além do aumento de 10% para todos os estudantes bolseiros, as bolsas de estudo terão também uma majoração de 5% nos complementos atribuídos aos alunos deslocados, havendo ainda um aumento de 50% nas bolsas dos alunos carenciados que façam Erasmus.

“Esta medida, que vigorará extraordinariamente neste ano letivo, permitirá que todos os estudantes bolseiros tenham a sua bolsa aumentada acima das previsões de inflação existentes, garantindo-se assim que, no mínimo, se mantém o valor real do apoio social que é concedido”, afirmou a ministra, sem precisar a partir de quando o aumento entra em vigor.

Elvira Fortunato esclareceu ainda que os aumentos agora anunciados complementam as medidas de reforço dos apoios sociais anunciadas em agosto e que entraram em vigor no início do ano letivo, como o alargamento do limiar de elegibilidade e a atribuição automática de bolsa aos alunos dos 1.º, 2.º e 3.º escalões de abono de família.

A propósito das bolsas de estudo, a ministra recordou que mais de 41 mil alunos do ensino superior já têm bolsa atribuída, quase metade da totalidade dos pedidos submetidos até ao momento, sendo que a maioria já foi paga. De acordo com a governante, é o número mais elevado de sempre, quer de pedidos decididos, quer de bolsas pagas.

“Mas estamos bem cientes que essa estabilidade não exige apenas rapidez na atribuição de bolsas. Exige também montantes de bolsas adequados a ajudar os estudantes a combater os efeitos da carestia de vida e a compensar o efeito da inflação na perda do seu poder de compra”, sublinhou.

Governo quer até 2027 metade das bolsas de doutoramento para cientistas em empresas

O Governo quer até 2027 que metade das bolsas de doutoramento para investigadores científicos seja atribuída fora das universidades e laboratórios, nomeadamente em empresas.

“É um objetivo que, até 2027, as bolsas de doutoramento em ambiente não académico passem a representar pelo menos 50% do total de novas bolsas atribuídas”, disse a ministra da Ciência, Tecnologia e do Ensino Superior, realçando que existem apenas “8% de doutorados em ambiente não académico/científico”.

Segundo Elvira Fortunato, o sistema científico “não pode investigar e formar em circuito fechado, deve aprofundar as suas relações com o ecossistema empresarial, deve estimular uma melhor integração de doutorados em contextos não académicos e favorecer a translação de conhecimento para a sociedade”.

A proposta de OE2023 no setor da ciência recupera a atribuição de bolsas de doutoramento a investigadores que façam o seu trabalho em empresas, apoio que deixou de ser concedido há seis anos.

De acordo com a nota explicativa da proposta de OE2023 para o setor, serão concedidas 2.885 novas bolsas de doutoramento, das quais 650 em empresas, todas financiadas diretamente pela Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT), que em 2016 deixou de abrir concursos para bolsas de doutoramento em empresas.

As bolsas de doutoramento, atribuídas pela FCT em regime de exclusividade e com a duração de quatro anos, conferem o grau académico de doutor a um investigador que execute o seu trabalho científico num laboratório ou universidade. Até 2015, os investigadores científicos puderam concorrer a uma bolsa de doutoramento com plano de projeto numa empresa com financiamento da FCT.

Comparado com 2022, o orçamento previsto para a FCT em 2023 destina mais 293 mil euros para bolsas de doutoramento, cujas dotações totalizam 134,816 milhões de euros, representando 20% do investimento da agência.

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Economia europeia abranda. Portugal está entre os países que mais cresceram

Economias do euro abrandaram para 0,2% no terceiro trimestre depois de um crescimento de 0,8% nos três meses anteriores. Crescimento homólogo no terceiro trimestre também abrandou para 2,1%.

A economia da Zona Euro abrandou no terceiro trimestre, tanto em relação aos três meses anteriores como em termos homólogos. De acordo com os dados publicados esta segunda-feira pelo Eurostat, a Zona Euro abrandou para 0,2% em cadeia e, em termos homólogos, para 2,1%. Em ambos os casos, Portugal está entre as economias que mais cresceram, mas ainda só existem dados de dez países.

As economias do euro tinham registado um crescimento de 0,8% no segundo trimestre, que desacelerou para 0,2% nos três meses seguintes. Este é o desempenho mais fraco desde a recuperação da pandemia de Covid-19 no segundo trimestre de 2021 e os indicadores parecem apontar para uma mudança de um período de expansão para um de contração económica no quarto trimestre, apontam os analistas. Este desempenho pode em parte ser explicado pelo facto de as taxas de inflação continuarem a bater recordes e os preços da energia continuarem em valores muito elevados apesar das medidas já adotadas a nível europeu, o que obriga o Banco Central Europeu a prosseguir uma política de aumento das taxas de juro, que acaba por ter um efeito recessivo sobre as economias.

Já na comparação com o mesmo período do ano passado, o crescimento no terceiro trimestre foi de 2,1%, contra os 4,3% registados três meses antes, um desempenho que foi ao encontro das expectativas dos analistas.

O abrandamento é igualmente significativo a nível da União Europeia. Em cadeia o crescimento foi também de 0,2% (tinha sido de 0,7% no segundo trimestre) e em termos homólogos foi de 2,4%, contra os 4,3% registados três meses antes.

Tendo em conta os dados das dez economias para as quais já existe informação, Portugal foi o país que mais cresceu em termos homólogos, com uma evolução de 4,9% do PIB, seguido de Espanha que cresceu 3,8%.

Mas quando a comparação é feita em cadeia, o que permite ter uma perceção melhor do ritmo de desempenho das economias, a Suécia é o país que mais cresceu (0,7%), seguida da Itália (0,5%) e de Portugal e Lituânia, ambas com um crescimento de 0,4%. Mas entre estas economias, as tendências são diferentes, já que Estocolmo estagnou nos 0,7%, Lisboa e Vilnius cresceram face ao segundo trimestre e Roma abrandou face aos três meses anteriores.

Os dados do Eurostat revelam ainda que algumas economias já estão em terreno negativo no terceiro trimestre. É o caso da Letónia, que sofreu uma contração de 1,7% após um crescimento zero no segundo trimestre, da Áustria, cujo PIB caiu 0,1%, contra o crescimento de 1,9% três meses antes, e da Bélgica que também contraiu 0,1%, após um crescimento de 0,5% no segundo trimestre.

(Notícia atualizada com mais informação)

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Inflação na Zona Euro acelera para 10,7% em outubro

A variação homóloga do índice de preços harmonizado na Zona Euro terá sido de 10,7% em outubro. Portugal ficou ligeiramente abaixo da média dos países do euro.

A taxa de inflação homóloga na Zona Euro terá acelerado para 10,7% em outubro, uma subida de 0,8 pontos percentuais face aos 9,9% registados no mês anterior, de acordo com a estimativa rápida divulgada esta segunda-feira pelo Eurostat. Portugal voltou a ficar abaixo da média dos países do euro, ao registar uma taxa de 10,6% (no indicador utilizado para a comparação europeia).

O encarecimento dos preços dos produtos energéticos (+41,9% em outubro face aos 40,7% em setembro) continua a ser o fator que mais contribuiu para a aceleração da taxa de inflação na região.

Segue-se a alimentação, álcool e tabaco (13,1% em setembro versus 11,8% em agosto), os bens industriais não energéticos (6% em outubro contra 5,5% em setembro) e os serviços (4,4% em outubro contra 4,3% em setembro), segundo as estimativas do gabinete de estatísticas europeu.

O Eurostat disponibiliza os números do Índice Harmonizado de Preços do Consumidor (IHPC) dos Estados, que são utilizados para comparar a inflação entre os países europeus. Portugal terá registado um IHPC de 10,6% em outubro, pelo voltou a ficar abaixo da média da Zona Euro, à semelhança do que sucedeu em setembro.

França terá sido o país da Zona Euro a registar a menor subida de preços, com uma taxa de inflação de 7,1% em outubro, face ao período homólogo, seguida por Espanha (7,3%) e Malta. No polo oposto, e com a maior subida de preços, está novamente a Estónia (22,4%), seguida pela Lituânia (22%) e pela Letónia (21,8%), países bastante afetados pela guerra na Ucrânia.

Já no que toca à variação em cadeia, isto é, entre setembro e outubro, Estónia, Grécia, Espanha, Chipre, Lituânia, Holanda, Eslovénia e Finlândia foram os países a registarem uma desaceleração nas taxas de inflação.

Na quinta-feira, o Banco Central Europeu (BCE) voltou a aumentar as taxas de juro em 75 pontos base para o nível mais elevado desde 2008, para tentar controlar a escalada dos preços. Esta subida já era amplamente esperada pelos investidores, que aguardam agora por sinais em relação a um eventual abrandamento do ritmo de aumentos das taxas já na próxima reunião de dezembro.

(Notícia atualizada pela última vez às 10h39)

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Uma dúzia de navios com cereais partiu da Ucrânia esta segunda-feira

  • Joana Abrantes Gomes
  • 31 Outubro 2022

Kiev confirma a partida de 12 navios carregados com cereais dos portos ucranianos. ONU e Turquia trabalham para salvar o acordo de exportação depois de Moscovo ter suspendido a participação.

Pelo menos 12 navios com cereais saíram dos portos ucranianos na manhã desta segunda-feira, apesar de a Rússia ter suspendido no fim de semana a sua participação nos acordos sobre exportações agrícolas, anunciou o ministro das Infraestruturas da Ucrânia, Oleksandr Kubrakov.

Numa publicação na sua conta na rede social Twitter, o responsável disse ainda que as delegações das Nações Unidas e da Turquia, responsáveis pela negociação dos acordos entre Kiev e Moscovo em julho, “disponibilizaram dez equipas de inspeção para inspecionarem 40 navios com o objetivo de cumprirem a iniciativa de cereais do Mar Negro“. “Este plano de inspeção foi aceite pela delegação ucraniana e a delegação russa foi informada”, acrescentou Kubrakov.

“Ao mesmo tempo, a passagem para portos ucranianos para carregamento é aprovada para quatro navios que já passaram na inspeção no (estreito de) Bosphorus no dia anterior. O grupo de inspeção foi composto por representantes das Nações Unidas, da Turquia, da Ucrânia e da Rússia”, relatou o ministro ucraniano noutra publicação.

A Rússia suspendeu no sábado a sua participação no acordo de exportação de cereais ucranianos a partir do Mar Negro, depois de ter acusado a Ucrânia de ter feito um ataque à sua frota na Crimeia com um drone. Kiev nega as acusações.

A ONU e a Turquia continuam em negociações com a Rússia para tentar salvar o acordo para manter as exportações de cereais a fluir através do Mar Negro, enquanto os preços do trigo, de que a Ucrânia é um dos maiores fornecedores mundiais, estão a disparar acima de 5% esta manhã. O milho subiu até 2,8%, avança a Bloomberg.

No terreno, a Rússia lançou vários ataques com mísseis em toda a Ucrânia, incluindo na capital Kiev, de acordo com as autoridades ucranianas. “Outro lote de mísseis russos atinge a infraestrutura crítica da Ucrânia. Em vez de lutar no campo de batalha, a Rússia luta contra civis”, disse o ministro dos Negócios Estrangeiros ucraniano, Dmytro Kuleba, reiterando que Moscovo “não está interessada em negociações de paz, nem na segurança alimentar global”.

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Economia cresceu 0,4% em cadeia no terceiro trimestre. Evolução homóloga foi de 4,9%

"O contributo da procura interna para a variação homóloga do PIB diminuiu no 3º trimestre, verificando-se uma desaceleração do consumo privado e do investimento", explica o INE.

A economia portuguesa cresceu 0,4% no terceiro trimestre face aos três meses anteriores. Mas cresceu 4,9% em termos homólogos, ou seja, face ao mesmo período do ano passado, revelam os dados publicados esta segunda-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).

“O Produto Interno Bruto (PIB), em termos reais, registou uma variação homóloga de 4,9% no terceiro trimestre”, o que compara com uma evolução de 7,4% no trimestre anterior, avança o INE. “O contributo da procura interna para a variação homóloga do PIB diminuiu no terceiro trimestre, verificando-se uma desaceleração do consumo privado e do investimento”, explica o instituto na nota publicada.

Já o “contributo positivo da procura externa líquida para a variação homóloga do PIB também diminuiu, traduzindo a desaceleração das exportações de bens e serviços, em volume, mais intensa que a das importações. Em resultado do crescimento pronunciado do deflator das importações, superior ao observado nas exportações, verificou-se uma perda significativa de termos de troca pelo sexto trimestre consecutivo, embora menos intensa que no trimestre anterior”, acrescenta o INE.

Os economistas ouvidos pelo ECO apontavam para uma estagnação ou até mesmo uma ligeira contração. As estimativas variavam entre uma contração de 0,5% e um crescimento de 0,3% em cadeia no terceiro trimestre. No segundo trimestre, Portugal cresceu 0,1% face aos primeiros três meses do ano.

Comparando com o segundo trimestre, “o PIB aumentou 0,4% em volume, mais 0,3 pontos percentuais que o registado no trimestre anterior“, detalha o INE, justificando este desempenho com o contributo da procura interna para a variação em cadeia do PIB ter passado a ser positivo. O INE destaca “o crescimento do consumo privado apesar da aceleração dos preços no consumidor, enquanto o contributo da procura externa líquida foi inferior ao observado no trimestre precedente“.

A estimativa rápida do INE incorpora “nova informação primária, nomeadamente no que se refere ao comércio internacional de bens relativo ao trimestre”, que, contudo, “não implicou revisões nas taxas de variação homóloga e em cadeia do PIB divulgadas na edição das Contas Nacionais Trimestrais por Setor Institucional de 23 de setembro de 2022”, salienta o INE.

Na proposta de Orçamento do Estado para 2023, o Executivo aponta para um crescimento de 6,5% este ano e 1,3% no próximo. Já o Banco de Portugal prevê um crescimento de 6,7% para este ano, uma previsão partilhada pelo Conselho das Finanças Públicas (CFP) que antecipa um abrandamento para 1,2% em 2023, numa base de políticas invariantes, ou seja, que não tem em conta as medidas que o Governo vai tomar, nomeadamente no OE. Mas o Fundo Monetário Internacional é a instituição mais pessimista e aponta para um crescimento de 6,2% este ano e de 0,7% no próximo.

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Custo dos despedimentos sobe mais do que parece

  • ECO
  • 31 Outubro 2022

Segundo o PS, que elaborou a proposta entretanto acolhida no acordo de rendimentos, o aumento das compensações de 12 para 14 dias também vai incidir sobre o trabalho prestado nos últimos nove anos.

O PS propôs que a compensação por despedimento passe a corresponder a 14 dias de retribuição base e diuturnidades por cada ano completo de antiguidade, acima dos atuais 12 dias. A intenção é que este aumento seja aplicado sobre todo o trabalho prestado ao longo dos últimos nove anos, ou seja, desde outubro de 2013, e não apenas pelo futuro, ao contrário do que esperava a Confederação Empresarial (CIP), avança o Jornal de Negócios (acesso pago).

O aumento deverá aplicar-se aos despedimentos coletivos ou por extinção de posto de trabalho que forem celebrados depois da entrada em vigor da lei, que estava prevista para 1 de janeiro. No entanto, deverá atrasar, pois devido às metas do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) sobre o trabalho em plataformas digitais não pode entrar em vigor depois do fim de março de 2023, ficando em causa os custos do despedimento que decorrerem daí em diante.

Assim, se a lei entrar em vigor a 1 de janeiro e uma pessoa for despedida a 31 de dezembro de 2023, já com sete anos de antiguidade, tem direito a uma compensação por despedimento equivalente a 14 dias de salário base e diuturnidades por cada um dos sete anos que trabalhou na mesma empresa, em vez de uma compensação de 12 dias por cada um dos primeiros seis e de mais 14 dias pelo último. O impacto pode variar, mas, neste exemplo, corresponde a uma diferença de 16,7% na compensação a pagar ao trabalhador face à lei em vigor, e não a uma subida de 2,4% que se aplicaria se o novo valor só valesse para o trabalho futuro).

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Governo alerta que doutoramentos nos politécnicos têm “riscos”

  • ECO
  • 31 Outubro 2022

Deputados debatem mudanças no ensino superior que podem abrir a porta a fusões no setor, mas Governo defende a manutenção de um sistema binário, com ensino universitário e politécnico.

A possibilidade de os institutos politécnicos mudarem a sua designação para universidades e passarem a poder atribuir doutoramentos está atualmente em discussão no Parlamento, cabendo a decisão aos deputados. Ainda assim, o Governo alerta para os “riscos” que essas alterações comportam, apontando que podem pôr em causa o sistema binário atualmente existente e abrir a porta a uma reorganização do setor que passe por fusões entre instituições, noticia o Público (acesso condicionado).

Segundo o secretário de Estado do Ensino Superior, Pedro Teixeira, “o sistema de ensino superior ganha em ser diversificado”, sendo o atual sistema binário – com um subsistema de ensino universitário e outro politécnico – uma “condição para isso”. Nesse sentido, no caso de ambas as medidas serem aprovadas, tal “vai ser cada vez mais difícil”.

As eventuais mudanças não seriam “apenas uma mudança de nome”, explica o responsável. Uma reorganização da rede de ensino superior, nomeadamente através de fusões entre instituições — como já fez a Noruega e está agora a Irlanda a concluir –, são “sempre processos complexos, desgastantes e dispendiosos“, defende Pedro Teixeira. Até à data, em Portugal, o único caso foi a fusão entre as universidades Clássica e Técnica de Lisboa, concluída em 2012, por iniciativa das reitorias das duas instituições.

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Hoje nas notícias: despedimentos, energia e Tomé Feteira

  • ECO
  • 31 Outubro 2022

Dos jornais aos sites, passando pelas rádios e televisões, leia as notícias que vão marcar o dia.

O aumento das compensações de 12 para 14 dias vai incidir sobre o trabalho prestado ao longo dos últimos nove anos e não apenas pelo futuro. Jorge Vasconcelos diz não ser “um defensor do mecanismo ibérico”. A marcar o dia está ainda a notícia de que o património de Lúcio Tomé Feteira está por localizar. Há mais de 15 mil alunos à espera para tirar carta de condução.

Custo dos despedimentos sobe mais do que parece

O PS propôs que a compensação por despedimento passe a corresponder a 14 dias de retribuição base e diuturnidades por cada ano completo de antiguidade (acima dos atuais 12 dias). Esta intenção vai aplicar-se sobre todo o trabalho prestado ao longo dos últimos nove anos, ou seja, desde outubro de 2013, e não apenas pelo futuro, ao contrário do que esperava a CIP.

Leia a notícia completa no Jornal de Negócios (acesso pago)

“Não sou um um defensor do mecanismo ibérico”, diz Jorge Vasconcelos

Jorge Vasconcelos, antigo presidente da ERSE, afirma que não é “um defensor do mecanismo ibérico” e sublinha que este mecanismo “foi criado para baixar os preços dos consumidores que têm contratos indexados ao mercado spot” e em Portugal, isso não existe no segmento doméstico, são mais os industriais”. Em entrevista ao Jornal de Negócios, diz ainda que não concorda “com a existência da CESE em 2022” e considera que a hipótese de regressar ao mercado regulado de eletricidade e gás é “a melhor opção” para fugir aos preços altos da energia e à incerteza dos mercados.

Leia a entrevista completa no Jornal de Negócios (acesso pago)

Governo diz que doutoramentos nos politécnicos têm “riscos”

A possibilidade de os institutos politécnicos mudarem a sua designação para universidades e passarem a poder atribuir doutoramentos está atualmente em discussão na Assembleia da República, cabendo a decisão aos deputados. Ainda assim, o Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (MCTES) alerta para os “riscos” que essas alterações comportam, apontando que pode pôr em causa o sistema binário atualmente existente e abrir a porta a uma reorganização do setor que passe por fusões entre instituições. Estes processos seriam “complexos, desgastantes e dispendiosos”, defende o Governo.

Leia a notícia completa no Público (acesso condicionado)

Herança de Tomé Feteira está desaparecida

O património de Lúcio Tomé Feteira está por localizar, duas décadas após a morte do milionário de Vieira de Leiria. Michel Canals, seu ex-gestor de conta na Suíça, disse em tribunal que a fortuna do empresário foi estimada entre 800 e 1.000 milhões de euros, enquanto um ex-conhecido de Tomé Feteira e da filha afirmou que o património valeria cerca de 40 milhões de euros. No entanto, nenhum destes valores está refletido na relação de bens da herança de Tomé Feteira apresentada no processo de insolvência pessoal do ex-deputado do PSD Duarte Lima.

Leia a notícia completa no Correio da Manhã (acesso pago)

Mais de 15 mil alunos estão à espera para tirar carta de condução

No início de outubro, havia 15.214 exames pendentes pedidos pelas escolas de condução, para renovações de carta e para reconhecimento de títulos estrangeiros, segundo dados do Instituto de Mobilidade e dos Transportes (IMT). Desse total, 12.881 são exames de condução e 2.333 são provas teóricas. Há quem esteja à espera durante meses pela marcação de prova, o que, segundo o Automóvel Clube de Portugal (ACP) e a Associação Portuguesa de Escolas de Condução (APEC), se deve à “falta brutal” de examinadores e de instrutores.

Leia a notícia completa no Jornal de Notícias (acesso pago)

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Dow Jones regista melhor mês desde 1976

  • ECO
  • 31 Outubro 2022

Wall Street terminou o dia em queda, mas outubro acabou por ser muito positivo para o Dow Jones. Já o PSI subiu quase 7% em outubro, depois de dois meses de quedas.

As bolsas americanas terminaram outubro em queda, mas o mês acabou por ser muito positivo para o índice industrial Dow Jones, que avançou 13,95%, no melhor desempenho mensal desde 1976. Quanto ao S&P 500, o ganho mensal foi de 7,99%, enquanto o tecnológico Nasdaq somou 3,9% neste mês.

Por cá, a bolsa de Lisboa encerrou a última sessão do mês a subir mais de 1%, mais do que a generalidade das praças europeias nesta segunda-feira. O principal índice nacional beneficiou dos ganhos registados nos setores da energia e da banca, mas também dos correios, telecomunicações e retalho. Lisboa acumulou uma subida de 6,69%, depois de dois meses de perdas (-11,55% só em setembro).

 

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Nova, Universidade do Porto e Católica são as escolas com mais alunos empreendedores

Ao todo, as três universidades que ocupam o pódio formaram 740 estudantes que fundaram empresas.

A Universidade Nova de Lisboa, a Universidade do Porto e a Universidade Católica Portuguesa são as instituições nacionais de ensino superior com mais empreendedores alumni. Ao todo, as três universidades que ocupam o pódio formaram 740 estudantes que fundaram, mais tarde, empresas, revela o University Ranking Report 2022, elaborado pela Startup Portugal, a que a Pessoas teve acesso. Para promover o empreendedorismo no meio universitário, a partir de 2023, a Startup Portugal vai atribuir um prémio à universidade portuguesa com mais destaque no ecossistema empreendedor.

“Decidimos lançar este ranking com o objetivo de chamar a atenção das universidades para a necessidade de uma crescente e sustentada promoção do empreendedorismo no meio universitário”, começar por explicar António Dias Martins, diretor executivo da Startup Portugal. E, a um dia da Web Summit, alerta: “Ainda há muito trabalho a ser feito para promover o empreendedorismo no nosso sistema de ensino.”

Os dados dão disso conta. Entre 2022-2023 inscreveram-se 433.217 alunos em Portugal em 120 instituições de ensino, só este ano, 44,5% dos residentes, entre os 30 e 34 anos, concluíram uma formação de nível superior, uma subida de 0,5 pontos percentuais face ao ano anterior. O número de pessoas empregadas com formação superior em Portugal subiu de 1,45 milhões em 2020, cerca de 31% da população, para 1,65 milhões, ou 34%.

Os dados compilados pela Startup Portugal também permitem retirar outros insights. De acordo com os dados da plataforma Dealroom, usada pela Startup Portugal para fazer o mapeamento do ecossistema nacional, há 1.509 fundadores oriundos de 47 instituições de ensino superior em Portugal, de um total de 433.212 alunos matriculados, em mais de 120 instituições de ensino superior em 2022.

Destes alummi founders, 77,4% fizeram a sua formação no ensino público, com apenas 22,6% a serem oriundos do privado. Mas, alerta o estudo, tendo em conta que ensino superior público absorve 81% dos alunos inscritos no ensino superior, e o ensino privado apena 19%, há uma “predominância de founders em instituições de ensino superior privadas”.

Decidimos lançar este ranking com o objetivo de chamar a atenção das universidades para a necessidade de uma crescente e sustentada promoção do empreendedorismo no meio universitário. (…) Ainda há muito trabalho a ser feito para promover o empreendedorismo no nosso sistema de ensino.

António Dias Martins

Diretor executivo da Startup Portugal

“Tendo em conta o fosso entre o número de inscritos em universidades — mais de 433 mil — e o número de fundadores alumni, reconhecemos que ainda há muito trabalho a fazer para promover o empreendedorismo no nosso sistema de educação”, alerta a Startup Portugal. De modo a fazer subir os números de startups em Portugal, que hoje já são mais de 2.000.

E para chamar a atenção das universidades para a necessidade de promover o empreendedorismo universitário, a partir de 2023, a Startup Portugal vai atribuir um prémio anual à universidade portuguesa com mais destaque no ecossistema empreendedor nacional.

Nova, Universidade do Porto e Católica no pódio

A Universidade Nova de Lisboa ocupa o primeiro lugar do ranking, com 268 fundadores alumni num total de 21.873 estudantes. Segue-se a Universidade do Porto, com 241 alunos que fundaram empresas, num universo de 31.092, e, finalmente, a Universidade Católica Portuguesa, de onde saíram 231 estudantes fundadores, de um total de 11.855 alunos.

O top 10 fica completo com a presença da Universidade de Lisboa, Universidade de Coimbra, Universidade do Minho, Universidade de Aveiro, ISCTE, Instituto Politécnico do Porto e Universidade Lusófona do Porto. A última instituição de ensino do ranking regista apenas 30 fundadores alumni.

De salientar ainda que, das três universidades mais antigas presentes no top 10, duas fazem parte do pódio.

Esta primeira edição visa ainda incentivar as universidades, os seus alunos e alumni a registar os seus projetos na plataforma de mapeamento do ecossistema Dealroom, para que as conclusões sejam cada vez mais rigorosas e representativas da realidade no panorama do empreendedorismo no Ensino Superior.

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5 coisas que vão marcar o dia

O INE divulga a estimativa da evolução do PIB para o terceiro trimestre, enquanto o Eurostat dá a conhecer os dados provisórios da inflação na Zona Euro. BCP apresenta as contas ao mercado.

Esta segunda-feira, o INE vai divulgar a estimativa da evolução do PIB para o terceiro trimestre, enquanto o Eurostat dá a conhecer os dados provisórios da inflação na Zona Euro. No plano empresarial, o BCP apresenta os resultados referentes aos primeiros nove meses do ano. Esta semana os combustíveis voltam a descer.

Como evolui a economia no terceiro trimestre?

O Instituto Nacional de Estatística (INE) divulga esta segunda-feira a estimativa das Contas Nacionais Trimestrais para o terceiro trimestre, que vão permitir apurar o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB). Serão ainda conhecidos dados sobre a produção industrial, bem como da atividade turística.

BCP apresenta contas ao mercado

A época de resultados das cotadas nacionais continua. Hoje, é a vez de o BCP apresentar as contas referentes ao terceiro trimestre deste ano, após o fecho do mercado. Nos primeiros seis meses deste ano, o banco liderado por Miguel Maya registou um lucro de 74,5 milhões de euros, o que representa uma subida de 500% face ao período homólogo.

Combustíveis voltam a descer

Os combustíveis voltam a ficar mais baratos esta semana. O preço do gasóleo vai descer 1,5 cêntimos por litro e a gasolina deverá ficar dois cêntimos mais cara, apurou o ECO junto de uma fonte do setor. Contas feitas, deverá passar a pagar 1,933 litros por litro de gasóleo simples e 1,820 por litro de gasolina, tendo em conta os valores médios praticados nas bombas na semana passada, divulgados pela Direção-Geral de Energia e Geologia (DGEG), e que já têm em conta os descontos aplicados pelas gasolineiras.

Inflação atinge máximos na Zona Euro?

O Eurostat divulga esta segunda-feira uma bateria de indicadores, incluindo a estimativa rápida da taxa de inflação na Zona Euro em outubro. Em setembro, a taxa de inflação homóloga na Zona Euro foi de 9,9%. Portugal ficou abaixo da média dos países do euro, ao registar uma taxa de 9,8% (no indicador utilizado para a comparação europeia) em setembro.

É dia Mundial da Poupança

Esta segunda-feira assinala-se o dia Mundial da Poupança. A efeméride foi criada com o intuito de alertar os consumidores para a necessidade de gerir da melhor forma os gastos, bem como de amealhar alguma liquidez, de forma a evitar situações de sobre-endividamento. A taxa de poupança das famílias caiu para 5,9% do rendimento disponível no segundo trimestre do ano, refletindo o aumento de 2,7% do consumo privado, de acordo com o último balanço do INE.

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Poupe 20 euros por mês e pague a faculdade do seu filho

Prepare já a faculdade do seu filho, para quando chegar a hora de pagar as propinas não ter de “cortar a direito” o orçamento da família. Só precisa de colocar de parte uma nota de 20 euros por mês.

O maior investimento das famílias está longe de ser o carro, a carteira de ações ou mesmo a casa onde vivem. O seu principal investimento são os filhos. E por isso dedicam todas as suas forças, energias e poupanças ao seu crescimento e desenvolvimento, tendo como etapa final o pagamento de uma licenciatura.

Porém, para muitas famílias, esta etapa está cada vez mais longe de ser completada, pois a educação começa a ganhar contornos de um bem ao alcance de poucos, dado os elevados custos que acarreta ter um jovem a frequentar um curso superior tendo em conta o rendimento disponível médio das famílias portuguesas que, segundo os últimos dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), é de 3.224 euros por mês.

De acordo com o Orçamento de Estado para 2023, a propina máxima paga no ensino superior público para o ano letivo 2022/2023 não sofre alterações face ao valor estipulado no ano anterior, fixando-se em 697 euros. Contudo, é provável que as propinas aumentem ao sabor da inflação, como aconteceu no passado. Tomando como exemplo uma taxa de inflação média anual de 2% (meta do Banco Central Europeu para a inflação, no médio prazo) até 2040, significa que dentro de 18 anos o custo de uma licenciatura de três anos numa faculdade pública deverá superar os 3.000 euros.

Para um investimento de longo prazo, como seja a preparação de um plano universitário, as ações são de longe o ativo que oferece maior potencial de alcançar as metas desejadas com o menor esforço de poupança mensal.

Para as famílias mais “poupadinhas”, trata-se de um valor que facilmente pode ser alcançado seguindo um plano disciplinado desde o primeiro dia de vida do petiz. Assim, para garantir que dentro de 18 anos tem dinheiro suficiente para pagar as propinas de um curso superior, só é necessário arranjar um mealheiro e seguir à risca uma poupança mensal de 20 euros desde o nascimento do futuro licenciado.

Mas se a criança tiver hoje cinco, dez ou mais anos e o “plano universitário” for ainda uma miragem, nada está perdido. Será apenas necessário que os progenitores desembolsem um valor mais elevado, colocando no mealheiro 25 e 40 euros, respetivamente, todos os meses.

A poupança planeada e disciplinada é assim a resposta para que a entrada na universidade não seja uma uma dor de cabeça para o orçamento familiar. E a “poupança do mealheiro” é um bom ponto de partida para alcançar esse objetivo. Porém, dificilmente chega para garantir um plano universitário suficientemente robusto, sobretudo se além das propinas for necessário acomodar o pagamento de uma renda de uma casa.

Quanto custa tirar um curso superior?

Um plano universitário não se resume ao pagamento das propinas. Sobretudo se a entrada na faculdade pressupor também a saída de casa dos pais para uma cidade nova. Neste caso, o agregado familiar terá de engordar o orçamento universitário com o intuito de alcançar um montante capaz de acomodar despesas com o alojamento e uma mesada que dê para o estudante pagar as suas contas do dia-a-dia.

Em 2018, oito investigadores do Instituto de Educação da Universidade de Lisboa realizaram um trabalho centrado nos custos dos estudantes do ensino superior português no ano letivo 2015/2016. De acordo com os investigadores, estudar no ensino superior (privado e público) traduzia-se num custo médio anual de 6.445 euros, sendo que 73% desta despesa estava associado ao custo de vida do estudante — alimentação, alojamento, transportes e despesas pessoais (roupa, entretenimento, roupa, etc.).

Partindo dos dados deste estudo, significa que aos preços de hoje, um curso superior de três anos traduzir-se-ia numa fatura de 19.980 euros. Porém, só tendo em conta o preço do arrendamento praticado nas três cidades com mais universitários (Lisboa, Porto e Coimbra), facilmente se chega a uma fatura de 25 mil euros (8.200 euros por ano) somente contabilizando as despesas com o alojamento.

De acordo com dados recolhidos pelo ECO junto do portal imobiliário Idealista a 29 de outubro, estavam disponíveis para arrendamento na área de Lisboa, Porto e Coimbra 528 quartos ou apartamentos com uma área até 60 metros quadrados. Todas as ofertas foram publicadas no Idealista há menos de um mês e exibiam um preço mediano de 378 euros por mês para os quartos e 1.040 euros para os apartamentos. De uma forma geral, as 528 soluções de alojamento recolhidas nas três cidades apresentava um preço mediado de 663 euros por mês.

Para que o plano universitário de 2040 fique completo só falta adicionar às propinas e ao alojamento uma mesada. A partir daí as contas são fáceis de fazer: uma mesada de 250 euros aos preços de hoje (com o efeito da inflação a 2% por ano serão 357 euros em 2040) e uma renda de 663 euros (947 euros em 2040), facilmente a fatura de um curso superior de três anos numa faculdade pública ultrapassa os 50 mil euros. É muito dinheiro para qualquer família, sobretudo se chegando ao primeiro dia de aulas nada tiver sido planeado com tempo.

Efeito demolidor da inflação no preço de um curso universitário

Assumindo os preços praticados hoje atualizados à taxa de inflação de 2%, dentro de 18 anos, em 2040, um plano universitário para três anos que englobe propinas numa faculdade pública, o pagamento da renda de uma casa e uma mesada para as despesas do dia-a-dia do estudante, supera a barreira dos 50 mil euros. Mas se a inflação média ao longo deste período for de 4%, o plano universitário dispara para os 73 mil euros.

Fonte: ECO. Valores em euros em 2040, 2041 e 2042, atualizados à respetiva taxa de inflação.

Poupar no presente para não hipotecar o futuro

Seguir uma estratégia de investimento ultraconservadora, baseada somente na engorda do porquinho mealheiro, para construir um plano universitário pode revelar-se numa tarefa muito espinhosa: seria preciso realizar uma poupança mensal de 202 euros desde o primeiro dia de vida do petiz até ao dia de celebração da Benção das Fitas. Felizmente, as famílias podem dar-se ao luxo de tirar proveito da força mais poderosa do universo matemático: os juros compostos ou a capitalização do capital e dos juros.

Ao contrário do que acontece com o mealheiro, os produtos financeiros como os fundos de investimento permitem que a poupança mensal e os ganhos gerados ao longo do período sejam capitalizados ao longo do tempo, fazendo com que o dinheiro cresça a um ritmo muito superior.

Assim, caso o produto escolhido para garantir o financiamento do pacote triple play do ensino superior (propinas, renda da casa e mesada) fosse um fundo conservador que remunerasse o investimento a uma taxa média anual de 2%, o esforço mensal dos pais passaria para os 169 euros.

Mas se a opção fosse um fundo de investimento de ações europeias como o BPI Europa, um dos fundos portugueses mais antigos e que desde o seu lançamento, a 11 de junho de 1991, tem oferecido aos seus subscritores ganhos anuais médios de 5,2%, a poupança mensal sofreria um corte de 39% face à poupança do mealheiro, levando os pais do futuro licenciado a contribuírem com 124 euros todos os meses até ao último dia de aulas na faculdade.

Tendo em conta o desempenho das ações no último ano é provável que a ideia de investir no mercado acionista as poupanças da para pagar a universidade do petiz não seja fácil de encaixar, mas os números não deixam dúvidas. De acordo com um trabalho académico desenvolvido por Elroy Dimson, Paul Marsh e Mike Staunton, da London Business School, que tomam como referência o desempenho de 35 mercados mundiais (o português incluído) durante 122 anos desde 1900, as ações tendem a apresentar uma rendibilidade média anual de 5,3% acima da inflação. Nenhum outro ativo chega sequer perto.

Na construção do plano universitário para 2040 completo, uma estratégia assente no investimento disciplinado e regular num portefólio de ações diversificado, como o que é oferecido pelo fundo cotado iShares Core MSCI World, que replica o desempenho de mais de 1500 empresas mundiais, reflete-se num esforço de poupança mensal de 100 euros.

Para um investimento de longo prazo, como seja a preparação de um plano universitário, as ações são de longe o ativo que oferece maior potencial de alcançar as metas desejadas com o menor esforço de poupança mensal. “Acreditamos que as ações oferecem os melhores retornos de longo prazo apesar da sua volatilidade”, escreveram Elroy Dimson, Paul Marsh e Mike Staunton.

Plano de investimento universitário

Construir um plano universitário completo (propinas, alojamento e mesada) recorrendo apenas à poupança do mealheiro traduz-se num esforço de poupança mensal duas vezes superior ao exigido por uma estratégia de investimento em ações.

Fonte: ECO. Valores em euros.

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