Governo paga hoje “bónus” de meia pensão aos reformados da Caixa Geral de Aposentações

Depois de na semana passada os pensionistas da Segurança Social terem recebido o complemento de meia pensão, chega a vez daqueles inscritos na Caixa Geral de Aposentações.

O suplemento equivalente a meia pensão, anunciado pelo Governo como parte do pacote de medidas para combater os efeitos da inflação, será pago aos pensionistas da Caixa Geral de Aposentações (CGA) esta quarta-feira.

Os reformados vão ter um aumento extraordinário correspondente a meio mês de pensão este ano, de modo a que possam recuperar uma parte do poder de compra perdido ao longo deste ano devido ao aumento da taxa de inflação. “Os pensionistas em 2022 receberão o correspondente a 14,5 pensões e esta meia pensão adicional paga em outubro será sujeita à tributação normal. Será tratada como qualquer das pensões recebidas ao longo do ano”, explicou a ministra do Trabalho, na apresentação da medida.

Este montante será então tributado, mas não será somado à pensão regular, pelo que não poderá levar a um salto no escalão e na taxa aplicada. Há uma cláusula que dita que “do aumento de rendimento do mês de outubro que decorrerá deste apoio extraordinário, não haverá penalização em termos de retenção na fonte ou imposto a pagar”, explicou o ministro das Finanças, na conferência de imprensa de apresentação das medidas.

Os pensionistas da Segurança Social já começaram a receber este “bónus” na semana passada, chegando agora a vez dos pensionistas inscritos na CGA.

Esta medida causou polémica, já que representa na prática uma antecipação de parte do aumento a que os pensionistas já tinham direito em janeiro, para contribuir para a liquidez num momento de maior aperto. No próximo ano, a atualização das pensões em 2023 será assim mais reduzida, ficando abaixo da taxa de inflação: +4,43% para as pensões até 886 euros; +4,07% para as pensões as pensões entre os 886 euros e os 2.659 euros; e 3,53% para as restantes pensões.

Com esta situação surgiram receios de que se nada mudar, a partir de 2024, os pensionistas sejam prejudicados de ano para ano, pois a base de cálculo para a atualização das pensões nesse ano será menor. No entanto, o Governo ainda não esclareceu como será feita a atualização de pensões nesse ano, com os governantes a apontar que a decisão será tomada ao longo de 2023.

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Guerra na Ucrânia traz fabrico de roupa da Lacoste para Viseu

Com fábricas em Viseu, Castelo Branco e Arganil, Goucam salvou a produção da Lacoste na Ucrânia e ganha contrato para confecionar calças e casacos. Marcas francesas e alemãs cobrem perdas com Inditex.

Logo após o início da invasão russa, no final de fevereiro, José Carlos Castanheira arriscou uma “jogada de antecipação” no campo empresarial e conseguiu “apanhar uma encomenda” de blusões que a Lacoste tinha previsto colocar numa fábrica de confeções na Ucrânia. Contactou o empresário que detém essa unidade industrial no leste europeu e que temia as paragens de atividade por causa da guerra, e negociaram com a marca francesa a mudança para Portugal, que foi aceite.

“Entrámos para resolver um problema que eles tinham, ficaram contentes e viram que temos condições para continuar a trabalhar em conjunto. Fizemos essa entrega de blusões e negociámos [o fabrico de] calças e casacos para a próxima estação, que são os artigos de verão em que conseguimos entrar. Estamos a entrar no circuito de fornecimento da Lacoste, que é um cliente potencialmente interessante”, conta ao ECO o presidente executivo da Goucam.

Fundada pelo campeão de ténis René Lacoste, a marca do Grupo MF Brands está presente em 98 países com uma rede de 1.100 lojas. Tem 14 pontos de venda oficiais em Portugal

Com perto de 400 trabalhadores, dos quais 285 estão em Viseu e os restantes repartidos pelas outras fábricas que detém em Castelo Branco e Arganil, este grupo da área da confeção conquistou já este ano outro cliente em França, um mercado que passou a representar 15% do negócio total. Na Alemanha, que igualou a quota francesa nos destinos das exportações, que asseguram a quase totalidade das vendas, arranjou outros dois novos clientes. Entre eles está a Hugo Boss.

No entanto, no caso desta marca de luxo de origem alemã, a experiência deve ficar por aqui. O empresário têxtil conta que “à partida [vai] deixar de trabalhar com eles na estação que está a começar porque não estão disponíveis para pagar os preços que [precisa] de praticar”. “A Hugo Boss é um cliente com que arrancámos este ano. Tivemos uma das fábricas a trabalhar para eles desde abril e até setembro. Apesar de não ter a rentabilidade que esperávamos, cumprimos esse negócio até ao fim”, resume.

Estas marcas, como a Lacoste e a Hugo Boss, entraram num momento em que os espanhóis não tinham negócio. Sobretudo a Massimo Dutti, que era um cliente pesado para nós e que falhou muito com as compras no início deste ano.

José Carlos Castanheira

CEO da Goucam

Clientes como a Lacoste ou a Hugo Boss vieram ocupar o espaço produtivo que foi deixado livre sobretudo pelo grupo Inditex, que “falhou muito com as compras no início deste ano”. Ao ponto de já ter equilibrado (50%/50%) a distribuição no que toca ao género, quando até ao final de 2021 fazia 80% de roupa de senhora e apenas 20% para homem. “Entraram num momento em que os espanhóis não tinham negócio. Sobretudo a Massimo Dutti, que era um cliente muito pesado para nós, porque com o grupo Carolina Herrera / Purificación Garcia duplicámos de 2021 para 2022”, relata.

Mesmo continuando a ser o mais representativo, o peso do mercado espanhol caiu de 85% para 50% em menos de um ano. Castanheira indica que a marca da galega Inditex já tem neste momento “vontade e condições para voltar aos números anteriores”. Porém, o grupo viseense não tem capacidade produtiva disponível nem quer “abdicar dos clientes que estiveram presentes nessa fase” mais difícil. Sente maior procura e precisa “urgentemente de aumentar as produções internas em todas as unidades”. É que a pandemia trouxe um upgrade na qualidade, mas reduziu as quantidades. Nos casacos, por exemplo, baixou 1.110 para 700 a 800 peças por dia.

Outro investimento que vai avançar em breve, podendo ascender a quatro milhões de euros, é a expansão da unidade de Viseu em cerca de 3.000 metros quadrados de área coberta, com o objetivo de voltar a incorporar a área do corte neste complexo industrial. Isto é, reverter a decisão tomada há alguns anos de montar uma unidade separada para concentrar esta atividade e, a partir daí, alimentar as três fábricas do grupo. “Estamos a preparar os projetos para juntar a construção nova à existente. Temos um lote na zona industrial que está ocupado com estacionamento para o pessoal e que permite construção”, detalha o empresário.

Pico na procura e nos preços do gás

Durante a pandemia, em que teve longas paragens na produção, o líder da Goucam sublinha que o grupo conseguiu “manter a saúde financeira” das empresas graças às ajudas do Estado, como o lay-off simplificado. A faturação caiu de 16 milhões em 2019 para 10 milhões em 2020, tendo apenas recuperado ligeiramente para 11 milhões no ano passado. Este ano também pouco sobe, com a previsão a apontar para 12 milhões de euros, apesar de ter novos clientes e a produção estar toda tomada. É que nesta fase está a fazer mais CMT (Cut, Make & Trim), modelo em que são os clientes que fornecem o tecido está apenas a “vender minutos” de produção; e menos produto acabado, em que consegue acrescentar mais valor.

José Carlos Castanheira, CEO da Goucam

Mais do que para a faturação, José Carlos Castanheira olha para o crescimento da atividade. “Estamos com mais procura, das maiores que tivemos em 30 anos neste negócio. Há uns anos houve uma tentativa de passagem de encomendas para cá, mas eram clientes que não estavam dispostos a pagar o preço, estavam a procurar-nos para fugir ao aumento de custos da Ásia. Neste momento não: há procura e os clientes, por necessidade e por não terem outra opção, estão dispostos a pagar os preços [que pedimos]. Há uma evolução nos preços”, garante.

O empresário sabe que “as informações económicas e as expectativas são más”, apontando para uma recessão a nível mundial, e que “o que seria expectável é que o cliente final começasse a desviar a disponibilidade financeira que tem para suprir outros custos”. “Agora, o que se verifica – e trabalhamos também com algumas marcas mais caras – é que continuam a crescer”, acrescenta. Dá o exemplo da Carolina Herrera, um “ótimo cliente” da Goucam, que este ano está a progredir à volta de 30% em termos homólogos.

Ora, o que também está a subir são os custos com a energia. A fatura do gás multiplicou-se por seis, desde dezembro de 2021. Na eletricidade, ainda em novembro de 2021, conseguiu assinar um contrato a dez anos com um aumento de 30% face ao que pagava, “mas que é significativamente abaixo dos preços atuais de mercado”. O empresário assegura que está a conseguir passar “grande parte” do acréscimo de custos aos clientes, de forma progressiva.

A par do crescimento do absentismo, que estava historicamente na casa dos 3% e disparou para os atuais 12% depois da pandemia – “as pessoas habituaram-se a estar em casa e a receber o vencimento sem trabalhar, passaram a dar menos valor ao trabalho e a esforçar-se menos”, desabafa Castanheira –, outra das preocupações envolve a falta de mão-de-obra. A Goucam precisa de 50 trabalhadores para entrada imediata nas três fábricas, mesmo que os candidatos não tenham qualquer experiência no setor.

A taxa de absentismo passou de 3% para 12%. Com a pandemia, as pessoas habituaram-se a estar em casa e a receber o vencimento sem trabalhar. Passaram a dar menos valor ao trabalho e a esforçar-se menos.

José Carlos Castanheira

CEO da Goucam

“Claro que é uma questão salarial também, mas a têxtil não paga menos do que paga a restauração. Neste momento, o grande concorrente da indústria [ao nível do emprego] são os cursos de formação. As pessoas não morreram, não houve mais emigração nesta fase pós-pandemia. E todos os setores se queixam de falta de mão-de-obra. Onde estão as pessoas? A única coisa que cresceu foi esta indústria de cursos de formação que se montou em Portugal e que tem de se continuar a alimentar. Não vejo outro motivo”, rematou o empresário, que em 1992 comprou a participação aos sogros.

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Irão disposto a dialogar com Kiev após alegações “infundadas” sobre drones

  • Lusa
  • 18 Outubro 2022

“As afirmações segundo as quais a República Islâmica envia armas, incluindo drones de combate, para serem utilizadas na guerra na Ucrânia” são “falsas”, afirma Teerão.

O Irão afirmou esta terça-feira estar disposto a dialogar com Kiev para clarificar as alegações “sem fundamento” sobre o fornecimento à Rússia por Teerão de armas e ‘drones’ utilizados na ofensiva russa contra a Ucrânia. Kiev e os seus aliados ocidentais acusaram a Rússia de utilizar nas últimas semanas drones (aeronaves não tripuladas) de fabrico iraniano para efetuar ataques na Ucrânia.

O Kremlin (Presidência russa) afirmou não ter conhecimento da utilização dessas armas pelo Exército russo. Ao considerar tais afirmações “sem fundamento” e “baseadas em falsas informações”, o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros iraniano, Nasser Kanani, assegurou, em comunicado, que “o Irão está pronto para negociar e discutir com a Ucrânia para solucionar estas acusações”.

“As afirmações segundo as quais a República Islâmica envia armas, incluindo drones’ de combate, para serem utilizadas na guerra na Ucrânia” são “falsas”, declarou o ministério. Após diversos ataques dos chamados droneskamikaze’ sobre Kiev, a Ucrânia pediu na segunda-feira à União Europeia (UE) que impusesse novas sanções a Teerão. O chefe da diplomacia ucraniana, Dmytro Kuleba, sugeriu ao Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, a rutura das relações diplomáticas com o Irão.

Segundo Kuleba, Teerão forneceu drones iranianos à Rússia “dizendo-nos que é contra a guerra e que não apoia nenhuma das partes”. Nos últimos dias, Kiev denunciou por diversas vezes a utilização pela Rússia de drones de fabrico iraniano, em particular os Shahed 136 kamizake, para atacar infraestruturas energéticas civis na Ucrânia.

Para justificar a sua proposta a Zelensky, o chefe da diplomacia ucraniana sublinhou ainda “o surgimento de relatórios sobre o possível fornecimento de armas pelo Irão à Rússia”, e após a publicação de artigos em diversos ‘media’ que apontam a entrega para breve de mísseis iranianos terra-terra às tropas de Moscovo.

O ministério iraniano considerou que as alegações sobre os fornecimentos de armamento se inserem numa “intencional instauração, com objetivos políticos e pelos ‘media’ de certos países, de um clima” hostil a Teerão. “A República Islâmica, desde o início do conflito, sempre sublinhou a necessidade de pôr termo e resolver os diferendos por meios pacíficos”, acrescentou o porta-voz.

Em setembro, a Ucrânia já tinha reduzido a presença diplomática iraniana no país, em represália por alegadas entregas de armamento de Teerão a Moscovo.

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Emirados anunciam 100 milhões em ajuda à Ucrânia

  • Lusa
  • 18 Outubro 2022

Os Emirados Árabes Unidos justificam esta "ajuda adicional" com a convicção da liderança do país "na solidariedade humana, especialmente em casos de guerra e conflito".

Os Emirados Árabes Unidos (EAU) anunciaram esta terça-feira mais de 100 milhões de dólares em ajuda humanitária à Ucrânia, depois de os países do Golfo Pérsico terem sido acusados de apoiar a Rússia na sequência da última decisão da OPEP+ de cortar a produção de petróleo.

A agência noticiosa estatal Emirati WAM disse que a decisão foi divulgada pelo presidente do país, Mohammed bin Zayed Al Nahyan, como “ajuda adicional” para a população ucraniana afetada pela invasão russa. O ministro do Estado para a Cooperação Internacional dos Emirados, Reem al Hashimy, afirmou numa declaração citada na nota que “esta ajuda adicional provém da convicção de Sua Alteza o Presidente na solidariedade humana, especialmente em casos de guerra e conflito”.

Reem al Hashimy recordou que os EAU tinham prestado ajuda semelhante à Ucrânia nos últimos meses desde o início da invasão, em finais de fevereiro, e que o seu país tinha também enviado ajuda humanitária aos refugiados na Polónia e na Moldávia em resposta ao apelo da ONU.

A medida surge numa altura em que os EUA e vários países ocidentais acusam os países árabes da OPEP+ de apoiarem a Rússia, argumentando que o acordo para reduzir a produção de petróleo beneficia os russos e é prejudicial para o Ocidente.

O governo dos EUA considerou que a Arábia Saudita está a apoiar a Rússia económica, moral e militarmente com a sua decisão, e a Casa Branca declarou que irá rever a sua relação com o mundo árabe como resultado disso. Face às críticas, a Arábia Saudita, que lidera a OPEP+ ao lado da Rússia, anunciou também a doação de 400 milhões de dólares em ajuda humanitária à Ucrânia, e manifestou a sua vontade de “mediar” o conflito.

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Cimenteira francesa multada em 778 milhões após admitir que financiou terroristas sírios

  • Joana Abrantes Gomes
  • 18 Outubro 2022

A Lafarge, gigante francesa do cimento, reconheceu perante um tribunal norte-americano que pagou a grupos terroristas na Síria entre agosto de 2013 e outubro de 2014.

Pela primeira vez nos Estados Unidos, uma empresa declarou-se culpada por ter colaborado com organizações terroristas. Esta terça-feira, a fabricante francesa de cimento Lafarge confessou que pagou a grupos terroristas para continuar a operar na Síria, confirmando a acusação do Departamento de Justiça norte-americano. A notícia é avançada pelo Cinco Días (acesso livre), que refere também que a empresa terá agora de pagar uma multa de 778 milhões de dólares.

Segundo o diário espanhol, os eventos ocorreram entre agosto de 2013 e outubro do ano seguinte. A Lafarge manteve uma fábrica na Síria após o início da guerra civil naquele país, em 2011, tendo alegadamente pagado a vários grupos armados, incluindo ao autoproclamado Estado Islâmico.

Na audiência desta terça-feira, que ocorreu no tribunal federal de Brooklyn, no Estado de Nova Iorque, a gigante francesa do cimento disse que os pagamentos foram feitos em defesa dos trabalhadores da fábrica. Em 2016, numa investigação interna levada a cabo pela Swiss Holcim, na qual a Lafarge está integrada, já havia admitido que a sua filial síria tinha pago subornos, mas negou a colaboração em crimes contra a humanidade.

Além disso, esta informação terá sido escondida da direção da Swiss Holcim no momento da fusão com a Lafarge, que aconteceu em 2015. O próprio Departamento de Justiça dos EUA subscreve a versão de que os antigos executivos da Lafarge e da sua filial síria – encerrada há anos – esconderam a sua conduta da Holcim e dos seus auditores antes e depois de o grupo suíço ter adquirido a cimenteira francesa.

A Holcim, por seu lado, assinalou ao regulador da bolsa da Suíça que estes acontecimentos são herdados e minam os seus valores. “A resolução de hoje reafirma o compromisso da Holcim de conduzir todos os seus negócios com a máxima integridade”, disse o grupo suíço, numa nota enviada ao regulador da bolsa de valores.

Na sua declaração em tribunal, a Lafarge isenta a Holcim de qualquer culpa e afirma que aceita “responsabilidade pelas ações dos executivos individuais envolvidos, cujo comportamento constituiu uma violação flagrante do Código de Conduta da Lafarge”. “Lamentamos profundamente que esta conduta tenha ocorrido e temos trabalhado com o Departamento de Justiça dos EUA para resolver este assunto”, reiterou a empresa francesa.

O tribunal esclareceu que não encontrou provas que sugerissem que os gestores envolvidos apoiassem “os métodos, os objetivos ou as ideologias” dos grupos terroristas que operam na Síria, tendo alegadamente agido num período de extrema violência e perante a pressão terrorista.

A Lafarge enfrenta também acusações de cumplicidade em crimes contra a humanidade perante um tribunal de Paris.

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Greve geral em França. “Não pedimos a lua”, só salários a evoluir com a inflação

  • Lusa
  • 18 Outubro 2022

Milhares de pessoas saíram às ruas em França para exigir salários mais elevados face à inflação e para protestar contra a requisição dos trabalhadores franceses das refinarias em greve.

Transportes, escolas e hospitais solidarizaram-se com a paralisação dos trabalhadores franceses das refinarias, abrangidos por uma requisição civil, e juntaram-se esta terça-feira à greve geral em França convocada pelos sindicatos também para exigir “salários dignos”.

Milhares de pessoas saíram às ruas em França para exigir salários mais elevados face à inflação e para protestar contra a requisição dos trabalhadores franceses das refinarias em greve. Cerca de 150 pontos de encontro estavam previstos em todo o país, de acordo com a Confederação Geral do Trabalho (CGT), a organizadora desta jornada de “mobilização e greve” interprofissional, em conjunto com outros sindicatos e organizações juvenis.

Em Paris, uma marcha que juntou milhares de pessoas começou ao início da tarde. Na frente do cortejo, uma faixa que apelava a aumentos salariais e ao “respeito pelo direito à greve”. Vários setores de atividade juntaram-se ao protesto e aos apelos, como foi o caso dos serviços públicos (incluindo escolas e hospitais), energia, transportes públicos, agroalimentar e o comércio.

Compreendo completamente os trabalhadores das refinarias e vou ser muito franca, temos discussões internas porque os ricos vão sempre encontrar alguém para estar na fila na bomba de gasolina e os pobres, que trabalham, estão em dificuldades, mas sem uma greve dura não haverá resultados. E ela será dura para todos”, disse Daniela, sindicalista da EDF, maior empresa de energia em França, em declarações à agência Lusa.

Daniela veio até à capital francesa para participar na manifestação que partiu da Place d’Italie e que juntou várias centrais sindicais como a CGT, a Force Ouvrière ou a Solidaires. Um dos setores estratégicos mais afetados pela paralisação foram os transportes, com apenas um em dois comboios de longo curso a circular e uma diminuição considerável na circulação do metro e dos comboios regionais na região parisiense.

O anúncio da primeira-ministra [Elisabeth Borne] das requisições, é um ataque flagrante ao direito à greve. E claro para pedir um aumento de salários. Os trabalhadores das refinarias mostraram o caminho, mas todos os trabalhadores em França estão confrontados com este problema do poder de compra. Queremos um salário digno para termos uma vida digna”, explicou Yann, condutor de metro em Paris, ao justificar a sua presença na manifestação.

Funcionário num setor sensível, este condutor do metro de Paris ficou chocado com a requisição imposta aos trabalhadores das refinarias e teme que, se um dia a greve se generalizar aos transportes, o seu direito seja contrariado por uma requisição governamental, o que dá o direito às forças da ordem de ir buscar os trabalhadores a casa e a imposição de multas de milhares de euros em caso de recusa.

Perante o argumento que os trabalhadores das refinarias que estão paralisados há duas semanas têm salários acima da média nacional – com a petrolífera francesa Total a ter declarado que entre os grevistas há salários que ultrapassam o cinco mil euros –, Yann, cuja profissão também é considerada como privilegiada em termos salariais, diz que isso faz parte de uma estratégia para dividir os trabalhadores.

Os nossos salários não são assim tão altos, nós temos é majorações que têm a ver com o trabalhar ao domingo, aos feriados ou trabalho noturno. A ideia desses argumentos é pôr os trabalhadores uns contra os outros, são argumentos para nos dividir, já estamos habituados”, lamentou. A continuação ou não da greve das refinarias que afeta atualmente pelo menos 25% das bombas de gasolina em França, pertence aos trabalhadores, segundo afirmou Philippe Martinez, líder da CGT.

Vamos continuar a mobilização porque não faltam problemas em cima da mesa. Desde logo, a decisão será já esta noite dos trabalhadores da Total que vão ou não querer continuar a greve, depois há outras assembleias, por exemplo, na SNCF e noutras empresas”, disse o sindicalista. Para os líderes da esquerda francesa, alguns presentes na manifestação em Paris, como Fabien Roussel, líder dos comunistas, basta que os salários sejam indexados à inflação para que acabem todos os protestos dos trabalhadores franceses.

“A mobilização dos trabalhadores do setor privado e do setor público é o único meio que temos para que o Governo perceba que é urgente aumentar os salários no público em função da inflação. Só querem poder viver dos seus salários e que os salários evoluam no sentido do aumento dos preços. Não pedimos a Lua!”, declarou o líder comunista.

Os milhares de pessoas presentes no protesto na capital francesa só têm um objetivo “continuar a mobilização até o Governo ceder”, como explicou, por sua vez, Sonya, que trabalha na região de Paris, no setor da logística, completamente parado devido à falta de combustíveis.

Estamos completamente afetados, porque não há gasolina, mas temos de continuar com os protestos porque tudo se passa na rua. Temos todos de vir a estes protestos em Paris, as pequenas manifestações não têm o mesmo impacto junto do Estado e vamos fazer como no maio de 68, vamos para a rua”, concluiu a trabalhadora, numa referência ao histórico movimento estudantil que resultou numa das maiores ondas de protesto de sempre.

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Um dia a Ucrânia será membro da NATO mas agora prioridade é guerra

  • Lusa
  • 18 Outubro 2022

“Sem a ajuda dos aliados, [as forças ucranianas] não teriam conseguido fazer estes avanços e repelir as tropas russas”, disse o secretário-geral da NATO.

O secretário-geral da NATO garantiu esta terça-feira que a Ucrânia tem as portas da organização militar abertas, mas sublinhou que agora os aliados estão concentrados em manter o fornecimento de armas ao país para ganhar a guerra à Rússia.

As portas da NATO (Organização do Tratado do Atlântico-Norte) continuam abertas e, um dia, a Ucrânia será membro da aliança. Mas a curto prazo, a prioridade é dar apoio à Ucrânia para lhe permitir fazer mais avanços no campo de batalha e assegurar que acaba a guerra de uma forma que lhe garanta que continuará a ser um país soberano”, declarou Jens Stoltenberg, numa entrevista no fórum de Berlim organizado pela Fundação Körber.

“Essa é a condição prévia para qualquer debate sobre a sua adesão”, acrescentou o líder político da NATO (bloco de defesa ocidental), quando, questionado sobre a situação da adesão da Finlândia e da Suécia, apontou as diferenças existentes em relação a Kiev.

Helsínquia e Estocolmo já eram parceiros próximos da Aliança Atlântica e participavam em missões e diálogo político com os restantes aliados, indicou, ao passo que, no caso da Ucrânia, o país está no meio de uma guerra, e “a prioridade é enviar apoio militar”.

Stoltenberg insistiu ainda que o apoio militar da NATO à Ucrânia não tem precedentes e está a ser fundamental para o avanço da contraofensiva ucraniana no terreno. “Sem a ajuda dos aliados, [as forças ucranianas] não teriam conseguido fazer estes avanços e repelir as tropas russas”, recordou.

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We Seguros estabelece nova parceria com a Fidelidade

  • ECO Seguros
  • 18 Outubro 2022

A unidade de mediação We Seguros anuncia a parceria com a Fidelidade, num contexto que considera "estratégico" e assente na ambição de "crescer ainda mais".

A We Seguros, unidade de negócio de mediação de seguros do grupo GlobalWe, estabeleceu uma parceria estratégica com a Fidelidade.

Nuno Soares é o responsável comercial da We Seguros.

Nuno Soares, responsável comercial da We Seguros afirmou que se “trata de uma parceria estratégica para o plano de crescimento estabelecido e que nos irá permitir uma maior alavancagem em 2023. Apesar das metas já alcançadas para este ano, sentimos que precisamos de crescer ainda mais e de nos adaptar às exigências do mercado, fruto da crescente instabilidade com claras repercussões no mercado segurador. Com esta nova parceria estamos também convictos que teremos uma maior oferta de produtos de forma a ir ao encontro das necessidades dos nossos clientes”.

A empresa considera-se um parceiro de empresas e particulares e atua sob a assinatura “Por si e pelo que é mais importante”.

A We Seguros, que conta com escritórios em Lisboa, Porto e Algarve, afirma-se ainda como “uma organização moderna, flexível, motivada e de elevada eficiência com a missão de garantir que os clientes se sintam aconselhados nas suas escolhas de seguros e confortáveis através de relações de proximidade”.

O mediador de seguros conta atualmente com parcerias com a Allianz, Caravela, Innovarisk, Lusitânia, Zurich e Asisa.

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3ª Conferência ECOseguros conta com os líderes do setor. Veja o programa

  • ECO Seguros
  • 18 Outubro 2022

Vai ser um dia a refletir e lançar caminhos para o difícil ano de 2023 na economia e no setor segurador. A lotação da sala está esgotada, mas vai poder assistir à conferência gravada.

A 3ª Conferência Anual ECOseguros esgotou os 350 lugares da sala do Centro de Congressos de Lisboa, onde se vai realizar esta quinta-feira, dia 20. Sob o tema geral Resposta da Indústria Seguradora aos desafios económicos e sociais de 2023, a conferência vai contar com 7 painéis com representativos protagonistas de diferentes setores da indústria seguradora, analisando o ano que aí vem e apontando caminhos para se viver e prosperar em tempos difíceis.

Apesar de esgotada a hipótese presencial, a Conferência poderá ser vista ao longo da próxima semana divulgada pelo site e newsletter ECOseguros.

A Conferência terá início com um enquadramento económico global efetuado por Dora Leal, Director da EY, seguida de uma conversa com António Castanho, presidente da CA Vida e António Costa, diretor do ECO. O encerramento será realizado por Margarida Corrêa de Aguiar, presidente da ASF, entidade reguladora do setor. Entre a manhã e a tarde muito será acrescentado ao debate.

Programa da 3ª Conferência ECOseguros – 20 outubro 2022

Resposta da Indústria Seguradora aos desafios económicos e sociais de 2023

9.30 – Abertura

Francisco Botelho (Diretor ECOseguros)

9.40 – O impacto do contexto macroeconómico no setor segurador

António Costa (Diretor do ECO), António Castanho (Presidente do Conselho de Administração Executivo da CA Vida), e Dora Leal (Director, Insurance, EY)

 

10.15 – O papel dos mediadores no melhorar a proteção dos consumidores e otimizar os custos dos segurados

David Pereira (Presidente da Direção da APROSE – Associação Nacional de Agentes e Corretores de Seguros), Gonçalo Baptista (Diretor Geral Innovarisk Underwriting), Filipe Charters de Azevedo, Sócio-gerente Safe-Crop.

 

11.30 – Tecnologia e seguros – O que esperar dos aumentos de eficiência e de novas oportunidades

João Veiga (Country Manager da MPM Software), Helena Leite (COO da Cleva Insurance Solution at Inetum), Leandro Fernandes (CEO da lluni).

 

14.15 – Vida/poupança/reforma – O virar da página nos seguros de Vida e Pensões

Isabel Castelo Branco (CEO da BPI Vida e Pensōes), Nelson Machado (CEO Vida & Pensões Grupo Ageas Portugal) e Marta Graça Ferreira (Presidente do Conselho de Administração da Real Vida Seguros).

 

15.15 – Longevidade, Seguros de saúde ou planos de saúde

Luis Prazeres (Chief Technical Officer da Advance Care), , Maria João Sales Luís (CEO da Multicare) e Eduardo Consiglieri Pedroso (Chief Healthcare Ecosystem Officer do Grupo Ageas Portugal).

 

16.00 – Os grandes desafios das seguradoras em ano económico desafiante

José Galamba de Oliveira (Presidente da APS – Associação Portuguesa de Seguradores), Rogério Campos Henriques (CEO Fidelidade), Steven Braekeveldt (CEO Grupo Ageas Portugal), Teresa Brantuas (CEO Allianz Portugal) e Pedro Carvalho (CEO Tranquilidade/Generali).

 

17.00 – Encerramento por Margarida Corrêa de Aguiar, Presidente da ASF.

III Conferência ECOseguros conta com o apoio do Grupo Ageas Portugal, Allianz, Caravela Seguros, CA Vida, Cleva Inetum, Cosec, EY, Fidelidade, Innovarisk, lluni, MPM, Real Vida Seguros e Tranquilidade.

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Universidade da Beira Interior sofre ataque informático

  • Lusa
  • 18 Outubro 2022

O pró-reitor da UBI indica que o ciberataque teve lugar na segunda-feira e confirma um pedido de resgate.

A Universidade da Beira Interior (UBI), na Covilhã, foi vítima de um ataque informático com pedido de resgate, situação que está criar constrangimentos, mas que não pôs em causa as aulas, confirmou esta terça-feira à agência Lusa fonte oficial da instituição.

“Efetivamente, fomos alvo de um ataque de ‘ransomware’. Ainda estamos a averiguar a totalidade das implicações, mas algumas dessas implicações passam por termos máquinas cifradas dentro do domínio da UBI e a pedir resgate”, referiu Pedro Inácio, pró-reitor da UBI para a universidade digital.

Este responsável esclareceu que não é pedido um valor específico e sublinhou que a UBI não coloca sequer a hipótese de fazer qualquer pagamento. Segundo acrescentou, o ataque foi detetado na segunda-feira e abrangeu vários dos sistemas informáticos que servem a vida da universidade, comprometendo “parcialmente” o funcionamento de algumas áreas administrativas, mas não as aulas, que continuam a decorrer “normalmente”.

“Tomámos imediatamente todas as medidas possíveis para minimizar os impactos e para podermos averiguar a extensão dos danos”, ressalvou. Questionado sobre o acesso que os atacantes poderão ter tido aos dados, nomeadamente de alunos e funcionários, explicou que essa questão ainda está a ser avaliada.

Pedro Inácio sublinhou que a UBI tem programas e políticas de proteção, mas também ressalvou que atualmente não há sistemas 100% seguros. Referiu ainda que o trabalho de recuperação começou logo, alguns dos sistemas já foram recuperados, sem que haja ainda previsão de quando é que tudo será totalmente restabelecido.

“Estamos a trabalhar com muito empenho”, disse, realçando o auxílio que foi, entretanto, disponibilizado, por várias entidades, entre as quais outras universidades. A instituição também comunicou imediatamente a situação às entidades competentes.

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CUF chega a “acordo de princípio” para aquisição do Hospital Internacional dos Açores

  • Lusa
  • 18 Outubro 2022

A CUF chega aos Açores com a compra do único hospital privado no arquipélago. A unidade está localizada na Lagoa, São Miguel. Valor do negócio não foi revelado.

A CUF e os acionistas do Hospital Internacional dos Açores chegaram a “acordo de princípio” para a aquisição do único hospital privado no arquipélago, localizado na Lagoa, ilha de São Miguel, foi anunciado esta terça-feira.

De acordo com uma nota enviada à Lusa, foi estabelecido “um acordo de princípio para a aquisição daquela unidade hospitalar, localizada no município da Lagoa, em São Miguel”, destacando-se que o HIA, inaugurado em março de 2021, “é já uma unidade de saúde de referência, dispondo de uma oferta alargada de serviços, designadamente, atendimento urgente, bloco operatório, internamento, cuidados intensivos, exames especiais, entre outros”.

Para a CUF, a chegada aos Açores da sua rede de hospitais e clínicas “será um motivo de grande satisfação, permitindo colocar ao serviço deste arquipélago a sua experiência de mais de 77 anos na prestação de cuidados de saúde e, desta forma, contribuir para reforçar a oferta de cuidados diferenciados e de qualidade na região”.

“A CUF destaca, igualmente, a qualidade do trabalho desenvolvido pela atual equipa do HIA, liderada por Luís Miguel Farinha, com a qual espera continuar a contar no futuro”, lê-se na nota de imprensa. Os acionistas do HIA referem, por seu turno, que “a entrada da CUF na totalidade do capital do HIA, SA é igualmente um motivo de grande satisfação”, estando convictos de que se “trata de uma mais-valia para o projeto”.

“Esta nova fase reforça e alarga ainda mais a capacidade que o HIA tem demonstrado em contribuir para o aumento da capacidade instalada e da diferenciação clínica na Região Autónoma dos Açores”, de acordo com os seus acionistas.

Segundo os acionistas do HIA, a “estratégia inicial do hospital, que conta já com uma existência de dois anos no mercado, aliada a uma capacidade instalada diferenciada e uma oferta global de excelência a experiência e dimensão da CUF no mercado nacional, garantirão, desde logo, uma linha de continuidade numa cultura assente na qualidade e na segurança, através da adoção das melhores práticas ao nível dos protocolos clínicos, do investimento no capital humano e na melhoria contínua do seu desempenho global”.

A CFU e os acionistas do HIA salvaguardam que a concretização desta operação “está ainda dependente das diligências prévias previstas no acordo, bem como, igualmente, da sua notificação prévia e não oposição por parte da Autoridade da Concorrência”. Desconhece-se, para já, o montante financeiro envolvido nesta operação de aquisição do HIA.

O primeiro hospital privado dos Açores foi inaugurado a 8 de março de 2021, num investimento de 40 milhões de euros que visava evitar a deslocação ao continente de doentes do Serviço Regional de Saúde. Na altura, na cerimónia de inauguração, o presidente do conselho de administração do HIA, Luís Farinha, referiu que a nova unidade apresentava mais de 40 especialidades, algumas das quais não existentes nos Açores, e pretendia oferecer aos seus clientes “cuidados de saúde de excelência”, estando dotado de 50 consultórios, 96 camas e cinco blocos operatórios.

Neste momento, existem nos Açores apenas três hospitais, todos afetos ao Serviço Regional de Saúde, um dos quais em Ponta Delgada, na ilha de São Miguel, outro em Angra do Heroísmo, na ilha Terceira, e outro na Horta, na ilha do Faial.

Luís Farinha recordou que, pelas especialidades que possui, algumas das quais não existem nos Açores, seria possível evitar a deslocação ao continente por parte de utentes do Serviço Regional de Saúde e combater as listas de espera do sistema público. É o caso, entre outras especialidades, da cirurgia cardíaca, oftalmologia (vitrectomia), urologia e cirurgia estética.

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Lusoponte “sem contactos” com Governo sobre aumento das portagens nas pontes

Líder da Mota-Engil, acionista da Lusoponte, disse não saber de contactos com o Executivo por causa do aumento de 9% das portagens nas pontes Vasco da Gama e 25 de abril.

“A Lusoponte, ao abrigo das suas obrigações contratuais, já informou o IMT que, segundo o INE, o aumento das portagens será dessa monta [mais de 9%]. Que eu saiba não existe qualquer tipo de contacto até ao momento” com o Governo, respondeu o CEO da Mota-Engil, Gonçalo Moura Martins, questionado sobre se havia negociações com o Executivo para travar a subida do preço das portagens nas pontes Vasco da Gama e 25 de abril no próximo 1 de janeiro.

Moura Martins começou por lembrar que a Lusoponte, onde a construtora que lidera detém 30%, “tem a sua gestão e a administração independente”. Mas não deixou de abordar o tema da subida das portagens nas duas pontes em Lisboa que atravessam o rio Tejo.

“O contrato de concessão da Lusoponte diz que as portagens são atualizadas segundo a inflação e com o critério da inflação decretada pelo INE no final de setembro de cada ano. Depois, o interlocutor da Lusoponte, quem representa o Estado concedente para a Lusoponte, é o IMT, a entidade dos transportes”, explicou. Moura Martins falava na sessão de apuramento dos resultados do empréstimo obrigacionista de 70 milhões da Mota-Engil, na Euronext Lisbon.

"A Lusoponte, ao abrigo das suas obrigações contratuais, já informou o IMT que, segundo o INE, o aumento das portagens será dessa monta [mais de 9%]. Que eu saiba não existe qualquer tipo de contacto [com o Governo] até ao momento.”

Gonçalo Moura Martins

CEO da Mota-Engil

De acordo com o gestor, o IMT terá de ser pronunciar até final de novembro para que “tudo fique definido, porque a atualização das portagens será aplicada no dia 1 de janeiro do ano seguinte”.

As portagens nas pontes 25 de Abril e Vasco da Gama vão aumentar 9,3% a partir de 1 de janeiro de 2023, de acordo com a taxa de inflação divulgada na semana passada pelo INE.

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