Estaleiros de Viana vão construir navio de emissões zero para a Noruega

Estaleiros navais que estão a ser explorados pela West Sea, do grupo Martifer, foram escolhidos pela Northern Explorer para desenvolver o primeiro navio de cruzeiro do mundo com zero carbono.

A West Sea, empresa do grupo Martifer que assumiu há cerca de oito anos a subconcessão dos Estaleiros Navais de Viana do Castelo, assinou no mês de setembro uma “carta de intenções” com a Northern Explorer para desenvolver o primeiro navio de cruzeiro com zero carbono. Destinado a operar nos fiordes da costa norueguesa, terá capacidade para 250 passageiros e deve estar pronto na época de cruzeiros 2025/26.

Com investidores ligados à indústria do turismo na Noruega, esta jovem empresa pretende criar uma embarcação nova e amiga do ambiente para operar naquela região. Um projeto que tem de ter em conta “as horas de navegação que tem de fazer e a capacidade – ao nível de carregamento de baterias e das células de hidrogénio – para poder navegar ali com emissões zero”, detalha o administrador, Vítor Figueiredo.

O acordo foi concluído na feira SMM, em Hamburgo (Alemanha). Após ter sido o estaleiro escolhido, num consórcio que integra outras empresas europeias do setor naval, como a ABB Technology (fornece o sistema de propulsão 100% elétrico), o gestor conta que segue-se agora, em simultâneo, a afinação do plano financeiro – “porque isto é tudo muito engraçado, mas só se concretiza quando os projetos são viáveis” – e seis meses de “trabalho muito árduo ao nível do desenvolvimento de engenharia” para criar este navio.

É uma grande oportunidade termos apanhado este comboio. (…) Com toda a certeza, este projeto vai abrir portas para outra tipologia de navios. Os navios como eram construídos até agora têm os dias contados.

Vítor Figueiredo

Administrador da West Sea

“A construção de navios de emissão zero é um assunto que já andamos a perseguir há muito. Como não temos capacidade de fazê-lo sozinhos, estamos a rodear-nos de outros players, muitos deles internacionais. É uma grande oportunidade termos apanhado este comboio e acreditamos piamente neste projeto. (…) Com toda a certeza, vai abrir portas para outra tipologia de navios. Ao nível da construção, a nova geração já aí está. Os navios como eram construídos até agora têm os dias contados”, resume o gestor.

Vítor Figueiredo, que participou recentemente num debate sobre a indústria naval organizado pela Transportes & Negócios no Porto, destaca, por outro lado, que os estaleiros do Alto Minho já demonstram ter capacidade para fazer a conversão de navios para GNL (gás natural liquefeito). Foi em 2020 que a West Sea diversificou as atividades com a entrada nessa área dos serviços para a transição energética, com a intervenção em três projetos do armador espanhol Baleària. “O ponto é qual é a alternativa: se é a gás, amónia, outro tipo de combustível ou produtos 100% elétricos”, acrescenta.

Certo é que os portos portugueses têm de investir na rede de distribuição de novas energias para os navios, sob pena de serem preteridos por outras infraestruturas concorrentes. O porta-voz da West Sea lembra que, no caso desses projetos de conversão, o abastecimento de gás para a fase de testes teve de entrar no porto de Viana do Castelo por camião, numa operação logística de alto risco e monitorizada de perto.

“Pensámos: se aparecer aqui um navio movido a gás para fazer uma carga ou descarga, é impossível. Essas condições têm de ser criadas. Agora, quem será o investidor que o vai fazer, se é o Estado, se é através de concessões a privados ou os privados que o fazem, ainda não se sabe. Estamos efetivamente atrasados neste processo e já se deviam ter dado passos concretos para solucionar”, ilustra.

Encomendas de 243 milhões e nova doca para reparações

Desde que assumiu a subconcessão dos estaleiros de Viana, a West Sea calcula já ter realizado 17 construções navais – entre as quais dez navios cruzeiros de rio, três navios polares de expedição e dois navios militares. Além de reparações em 320 navios e quatro conversões, com estas duas atividades a representarem cerca de 30% do total da produção, que assegura atualmente perto de 380 empregos. No final do primeiro semestre de 2022, a carteira de encomendas totalizava 243 milhões de euros.

Um dos principais clientes é a Mystic Cruises do empresário Mário Ferreira, dono da Douro Azul, que este sábado mostrou o World Traveller no terminal de cruzeiros do Porto de Leixões, o quarto navio oceânico construído na íntegra por esta empresa. Tal como a Navalria, que comprou em 2008 e acaba de perder a licença europeia para desmantelar navios em Aveiro, integra a subholding Martifer Metallic Constructions. Em 2021, o negócio da indústria naval gerou lucros de 9,1 milhões de euros (72% do resultado consolidado da Martifer) e uma faturação de 91,7 milhões (40% do total do grupo).

É precisamente para os estaleiros navais de Viana do Castelo que o grupo fundado em 1990 pelos irmãos Carlos e Jorge Martins, com Pedro Duarte na liderança executiva, tem previsto aquele que é catalogado como o seu maior investimento da última década, avaliado entre 15 e 18 milhões de euros. Ainda à espera de licenciamento, o projeto da participada WestSea envolve a construção de uma nova doca, com 220 metros de comprimento e 45 metros de largura, que irá permitir a reparação de navios de maior dimensão na capital do Alto Minho.

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Portugal ainda não notificou oficialmente Bruxelas da venda da Efacec à DST

O Governo está a ficar sem tempo para fechar o negócio. As contas da Efacec estão a degradar-se e a prorrogação automática do contrato de venda à DST termina no dia 20 deste mês.

Portugal ainda não notificou oficialmente Bruxelas da venda da Efacec à DST, apurou o ECO junto de uma fonte que acompanha este processo, apesar de a pré-notificação ter sido entregue em maio e de, desde então, se terem seguido intensas negociações técnicas. O Governo estava a contar, há semanas, com uma resposta da Direção Geral da Concorrência europeia (DGComp) para concluir a operação, mas o tempo começa a esgotar-se: A Efacec está numa situação financeira limite e o contrato de compra e venda entre a Parpública e a DST deixará de ter uma prorrogação automática a partir de dia 20 deste mês.

O secretário de Estado do Tesouro, João Nuno Mendes, disse ao ECO, no início de setembro, que esperava “nas próximas semanas” uma resposta de Bruxelas à venda da DST, mas um mês depois ainda não há novidades: nem Bruxelas deu nenhuma resposta, nem Portugal avançou com a notificação formal do negócio, apurou o ECO.

A Comissão Europeia, questionada sobre este dossiê, disse ao ECO não ter “nenhum comentário específico” a fazer e recordou que, “em geral, cabe aos Estados-membros aferir se uma medida específica envolve ajudas de Estado”. “Se uma medida consiste num ajuda de Estado de acordo com a lei comunitária, então tem de ser notificada à Comissão para ser avaliada, a não ser que esteja coberta pela lista de exceções”, acrescentou ao ECO fonte oficial do gabinete da comissária europeia da concorrência.

E este é o busílis da questão. O presidente da DST já fez saber que “em nenhuma circunstância aceitará participar numa transação que configure auxílios do Estado” e exige uma declaração jurídica em que essa condição esteja absolutamente clarificada.

A Direção Geral da Concorrência europeia (DGComp) parece estar inclinada a considerar que os termos da operação configuravam um auxílio de Estado, tal como o ECO avançou. Isso exigiria, por exemplo, a contabilização das ajudas no défice, como sucedeu na TAP. Ou seja, o financiamento do Banco de Fomento à Efacec, previsto no negócio — 60 milhões de capital e 100 milhões de linha de financiamento a 20 anos, com uma taxa de 1,5% —, poderá não respeitar as condições de mercado e, por isso, configurar um auxílio de Estado.

A situação da empresa vai-se degradando de dia para dia à medida que se arrasta o processo de venda. No primeiro semestre, a Efacec teve um prejuízo líquido consolidado de 55 milhões de euros, de acordo com as contas a que o ECO teve acesso, que compara com um prejuízo homólogo de 15 milhões. A Efacec estava mesmo, no final de junho, em falência técnica, com o capital próprio negativo em 54 milhões de euros. Isto apesar de a empresa ter recebido, em maio, 50 milhões de euros da Parpública, uma injeção que ficou acordada no âmbito do acordado no processo de venda, tal como avançou o Expresso.

O dossiê Efacec arrasta-se desde 2 de julho de 2020, data em que o Governo nacionalizou 71,73% da Efacec. A venda à DST foi assinada formalmente a 25 de março, apesar da decisão de entregar a empresa à construtora ter sido tomada um mês antes (24 de fevereiro). Os últimos capítulos estão para breve. Pelo menos era essa a expectativa do Executivo, que deveria ficar ainda com uma participação de até 25% na Efacec decorrente da capitalização realizada pela Parpública.

O ECO questionou o Ministério das Finanças, a Parpública e Ministério da Economia e a própria DST, mas não obteve respostas até à publicação deste artigo.

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Ian: perdas seguradas ultrapassam 75B dólares

  • ECO Seguros
  • 12 Outubro 2022

De acordo com a Stonybrook Capital, os danos causados pelo Furacão Ian resultarão no maior evento de perdas seguradas de sempre em dólares nominais.

A Stonybook Capital, empresa de investimento centrada na indústria dos seguros, afirmou que as despesas de ajustamento de perdas e perdas seguradas (LAE) do Furacão Ian são superiores a 75 mil milhões de dólares, ou “talvez significativamente superiores”.

As perdas representam mais de 10% dos prémios diretos da indústria P&C dos E.U.A. de 2022.

Quando comparadas com as perdas da lista dos furacões mais caros de sempre nos E.U.A., verificamos que os valores do furacão Ian ficam acima dos do Furacão Ida, que está no primeiro lugar do top, ascendendo a 65 mil milhões de dólares em 2005, quando ocorreu, e aos 89,680 mil milhões em 2021.

Também o Furacão Ida, em segundo lugar, apresentou perdas que ascenderam aos 36 mil milhões de dólares (e assim se mantiveram até 2021). O Furacão Sandy custou 30 mil milhões de dólares em 2012 e 35,140 milhões em 2021. Seguiram-se as perdas do Furacão Harvey, 30 mil milhões de dólares em 2017 e o Furacão Irma, 30,100 mil milhões no mesmo ano.

Em sexto lugar encontra-se o Furacão Maria com perdas na ordem dos 29,500 milhões; o Andrew, 16 mil milhões de dólares em 1992; o Furacão Ike a contar 18,200 milhões em 2008; o Wilma, com 10,670 milhões em 2005 e, em décimo lugar, o Furacão Michael, a contar 13,250 milhões de euros de perdas.

Provavelmente mais de 10 pontos na relação de perdas diretas nacionais, o furacão Ian apenas lista após os ataques terroristas de 2001 e do Furacão Katrina de 2005 e iguala ou pode até ser um pouco superior ao caso do furacão New England, de 1938. À medida que isto for sendo reconhecido, os efeitos de mercado serão profundos e generalizados”, disse a Stonybrook.

A Stonybrook registou a estimativa dos modelistas de risco Karen Clark & Co., Verisk, RMS, e CoreLogic e disse que estes “excluem o fator LAE, e algumas abordagens, tais como a Marine”.

“O LAE tem sido geralmente mais elevado em eventos maiores“, acrescentou Stonybrook, e será provavelmente um fator específico nas áreas afetadas no sudoeste da Florida devido às distâncias de viagem das áreas não afetadas, o que terá impacto nas investigações e reparações. “É esperado que as perdas de propriedades afetadas pelos ventos custarão mais de 20% para se ajustarem e serão moderadamente elevadas para outras coberturas”, disse Stonybrook.

As perdas são de perto de um ano de rendimentos após impostos das carteiras de resseguradoras globais”, disse a organização da Stonybrook.

 

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G7 promete que vai apoiar Kiev “o tempo que for necessário”

  • Lusa
  • 12 Outubro 2022

Os ministros asseguraram também que vão continuar a trabalhar no mecanismo que permita uma limitação do preço do petróleo russo.

O G7 vai continuar a apoiar a Ucrânia “o tempo que for necessário” para responder à invasão russa e às suas consequências, anunciaram esta quarta-feira, em comunicado, os ministros das Finanças dos sete países mais industrializados.

O comunicado foi divulgado no final da reunião que tiveram em Washington. Os ministros asseguraram também que vão continuar a trabalhar no mecanismo que permita uma limitação do preço do petróleo russo.

A este propósito saudaram a chegada da Austrália ao conjunto de países que apoiam esta ação, que visa limitar as capacidades financeiras do Kremlin para financiar o ataque à Ucrânia.

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Fed receia terminar luta contra inflação antes do tempo

As atas da reunião da Reserva Federal dos EUA indicam que a inflação "está a mostrar poucos sinais de retração até agora" e por isso é necessário seguir uma política monetária restritiva.

Os responsáveis da Reserva Federal americana (Fed) consideram que vão ter de continuar a subir as taxas de juro para níveis mais restritivos para fazer baixar a inflação, salientando o risco de terminar a luta contra a subida dos preços de forma prematura.

É isso que mostra as atas da reunião de 20 e 21 de setembro da Fed, em que os responsáveis do banco central “enfatizaram que o custo de tomar poucas medidas para reduzir a inflação provavelmente superou o custo de tomar muitas medidas”.

Naquela reunião, a Fed decidiu subir as taxas de juro em 75 pontos base (pela terceira vez seguida), com os responsáveis sublinharem o impacto que a escalada da inflação está a ter na população com menores rendimentos.

Daí que tenham reiterado que a necessidade de continuar a aumentar as taxas de juro até que os preços deem sinais de alívio. “Os participantes consideram que o Comité precisa de ter, e depois manter, uma abordagem de política restritiva para atingir o seu mandato de promover o pleno emprego e a estabilidade dos preços“, anota as atas.

Contudo, a inflação “está a mostrar poucos sinais de retração até agora“, pelo que a Fed vai ter de apertar as condições financeiras para atingir o seu objetivo.

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Governo diz que alterações no capital social da TAP não dão direito a indemnização

  • Lusa
  • 12 Outubro 2022

“A redução de capital ocorre por absorção de prejuízos, pelo que não há lugar a qualquer indemnização”, indicam os ministérios das finanças e Infraestruturas.

As mudanças previstas no capital social da TAP SGPS não dão direito a “qualquer indemnização”, tendo em conta que a redução do capital da companhia “ocorre por absorção de prejuízos” ficando o Estado o único acionista, adiantou o Governo.

Em resposta à Lusa, sobre a ordem de trabalhos de uma convocatória para a assembleia-geral da empresa, os ministérios das Finanças e das Infraestruturas e Habitação referiram que, “de acordo com a decisão da Comissão Europeia de aprovação do Plano de Reestruturação”, o “Estado português deve promover a redução do capital e absorção de prejuízos, e ainda o aumento do capital, no valor de 10 milhões de euros, por forma a que o Estado fique o único acionista”.

As tutelas indicaram que “o valor destina-se a fazer face às despesas e responsabilidades da empresa”, sendo que “a redução de capital ocorre por absorção de prejuízos, pelo que não há lugar a qualquer indemnização”. O Estado vai propor à assembleia geral da TAP um aumento do capital, seguido de uma redução em igual valor, e injeção de 10 milhões de euros, numa operação que não será acompanhada pelos outros acionistas, segundo uma convocatória conhecida esta terça-feira.

O Estado já controla quase 100% da TAP SGPS, com 50% nas mãos da Parpública e 45% a pertencerem à Direção-Geral do Tesouro e Finanças (DGTF). De acordo com o relatório e contas da TAP SGPS, relativo a 2021, “no dia 28 de dezembro de 2021 foi efetivada a transmissão das ações detidas pela HPGB representativas de 22,5% do capital social da TAP SGPS para a Direção-Geral do Tesouro e Finanças, ficando esta última com uma participação de 45% no capital social da TAP SGPS”.

Esta holding tinha ficado “com ações representativas de 22,5% do capital social e dos direitos de voto da TAP SGPS, bem como de prestações suplementares detidas pela Atlantic Gateway na TAP SGPS, deixando a Atlantic Gateway de ser acionista da TAP SGPS”, segundo o mesmo relatório. Ou seja, a companhia deixou, nesta altura, de contar com este acionista privado.

Os restantes 5%, segundo o mesmo documento, estavam, no final de 2021, nas mãos de “um conjunto de acionistas, incluindo trabalhadores das empresas do universo TAP”.

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Câmara de Lisboa vai fazer levantamento dos edifícios de bairros municipais em “deficientes condições”

  • Lusa
  • 12 Outubro 2022

Câmara Municipal de Lisboa vai fazer um levantamento dos edifícios de bairros municipais em “deficientes condições”, no âmbito de uma proposta do PCP lançada em reunião do executivo.

A Câmara de Lisboa aprovou, esta quarta-feira, uma proposta do PCP para fazer o levantamento dos edifícios de bairros municipais em “deficientes condições” de conservação, salubridade e habitabilidade e criar uma equipa de missão para apoiar as famílias carenciadas.

Discutida em reunião privada do executivo camarário, a proposta do PCP foi apresentada na sequência dos “preocupantes testemunhos de moradores do Bairro das Amendoeiras e do Bairro do Condado, na freguesia de Marvila, quanto ao estado de degradação dos edifícios em que residem”.

Os dois vereadores comunistas, João Ferreira e Ana Jara, propunham que fosse feito, “no prazo de 15 dias”, um levantamento dos edifícios dos Bairros das Amendoeiras e do Condado que revelam deficientes condições de conservação, de salubridade e de habitabilidade, solicitando a cooperação da Junta de Freguesia e tendo em conta as reclamações recebidas. Mas esse ponto foi rejeitado com os votos contra da liderança PSD/CDS-PP (sete eleitos), a abstenção do PS (cinco) e os votos a favor dos restantes, nomeadamente PCP (dois), BE (um), Livre (um) e independente eleita pela coligação PS/Livre.

Com igual votação, foram rejeitados outros dois pontos, um para que os serviços municipais realizassem um programa de vistorias e outro para, em resultado dessas vistorias, promover as consequentes notificações/intimações ao cumprimento do dever de conservação, elaborar um programa de intervenção, em conjugação com a empresa municipal GEBALIS – Gestão do Arrendamento da Habitação Municipal de Lisboa. A ideia seria a realização das obras e reparações necessárias aos imóveis municipais onde se revelassem deficientes condições de conservação, e programar as intervenções que se revelassem necessárias no espaço público, em conjugação com a Junta de Freguesia de Marvila.

Confirma-se assim a indisponibilidade da gestão PSD/CDS para tomar medidas concretas para que as populações dos Bairros das Amendoeiras e do Condado vejam as suas condições de vida e de habitação melhoradas”, criticou o PCP, em comunicado.

Da proposta dos comunistas foram aprovados três pontos, inclusive a decisão de “promover de imediato, em conjugação com as juntas de freguesia da cidade, o levantamento dos edifícios que revelem sinais de degradação da mesma natureza”, para poder intervir nas restantes zonas e bairros da cidade, priorizando a atuação relativa às situações em que estão em causa a segurança, salubridade ou condições de habitabilidade.

Esse ponto foi viabilizado com os votos contra da liderança PSD/CDS-PP e os votos a favor dos restantes, inclusive do PS, assim com a ideia de promover nos serviços municipais e vincular a GEBALIS, no âmbito das competências atribuídas, ao cumprimento programado da realização de obras de conservação, relativamente ao património municipal edificado.

Por unanimidade, foi aprovada a criação de “uma equipa de missão multidisciplinar para acompanhamento e apoio às famílias carenciadas, proprietárias de habitação própria, adquirida a partir de arrendamento social, com incapacidade financeira para suportar os encargos decorrentes […] da necessidade da reabilitação e manutenção dos edifícios em que residem”, recorrendo à organização de candidaturas a fundos públicos programados, nacionais ou comunitários, designadamente do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).

Também subscrita pelos vereadores do PCP, o executivo municipal aprovou, por unanimidade, uma proposta para fomentar a utilização da bicicleta na cidade de Lisboa e reforçar a rede de bicicletas partilhadas Gira, determinando a retoma do programa para a atribuição de apoios à aquisição de acessórios de segurança e de transporte de crianças em bicicletas e à aquisição de materiais e serviços de reparação de bicicletas, com uma comparticipação financeira de 50% do valor da respetiva aquisição (com IVA incluído) “até ao montante máximo de 80 euros”, válido até 31 de dezembro deste ano.

Outra das deliberações é para mandatar a EMEL – Empresa Municipal de Mobilidade e Estacionamento de Lisboa, para que cumpra o estipulado no contrato programa, que prevê “concessão de cinco mil passes GIRA gratuitamente, com o objetivo de promover a mobilidade ciclável como modo de transporte alternativo”.

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Gomes Cravinho defende aumento de financiamento da Aicep

  • Lusa
  • 12 Outubro 2022

“Sim, maior internacionalização da economia portuguesa significa maior investimento nesses processos de internacionalização”, defendeu o ministro.

O ministro dos Negócios Estrangeiros (MNE), João Gomes Cravinho, disse esta quarta-feira que é fundamental o aumento do financiamento da AICEP para desenvolver mecanismos em que as empresas trabalhem com o Estado para a sua internacionalização. “Aquilo que é fundamental é o aumento do financiamento. O financiamento tem de vir de vários fatores e nós temos agora um conjunto de fundos novos que não existiam no passado”, adiantou João Gomes Cravinho.

No entender do chefe da diplomacia portuguesa, entre os novos fundos de financiamento da Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP) estão “fundos europeus ligados à transição digital e à transição energética”. “Temos de saber ir utilizá-los, portanto, também aí há um processo de aprendizagem. Por outro lado, temos de desenvolver mecanismos ‘ganha ganha’, como dizem no Brasil”, apontou o ministro.

Ou seja, explicou João Gomes Cravinho, “mecanismos em que as empresas trabalham juntamente com a instituição do Estado, a AICEP e outras, para financiar a sua internacionalização e trazer e levar no lastro outras empresas portuguesas”. “Sim, maior internacionalização da economia portuguesa significa maior investimento nesses processos de internacionalização”, defendeu o ministro, em declarações aos jornalistas no final da sessão de encerramento da conferência dos 15 anos da AICEP, em Viseu.

Para essa internacionalização, frisou o governante, exige-se também “adaptação na forma de trabalhar face aos novos desafios que se colocam às empresas” portuguesas como “a digitalização e tudo o que isso implica em matéria de processos de produção”.

“A questão das transformações energéticas de transição verde, o panorama que nós vivemos atualmente de guerra com a instabilidade que isso traz. Quando o Governo atribui à internacionalização da economia portuguesa uma função de motor para o nosso crescimento, significa que temos de ter uma atenção particular e uma grande proximidade em relação às empresas”, admitiu.

E, para isso, acrescentou, o Governo tem de “ter um contacto mais profundo, apoiar as empresas que não estão internacionalizadas, mas que gostariam de estar, porque o crescimento da internacionalização tem de vir daí, a maior parte e isso significa capacitar essas empresas”, por exemplo, através da “transformação geracional”.

“Nós sabemos que os jovens têm uma formação superior à gente da minha idade e, portanto, a transformação geracional nas empresas ajuda a essa maior abertura da internacionalização, mas quem nunca participou num processo de internacionalização precisa de apoio, ninguém nasce já ensinado”, disse.

Tendo em conta o contexto atual de guerra na Europa, com a invasão russa da Ucrânia, a internacionalização tem “riscos mais elevados”, que “são facilmente identificáveis”, segundo admitiu Gomes Cravinho. “Resultam da imprevisibilidade do curso da guerra, da duração da guerra e das consequências da guerra”, prosseguiu.

Neste sentido, o ministro apontou uma preocupação que “começa a haver” por todo o mundo e que “a própria Covid já tinha mostrado”, ou seja, “a globalização que existia até agora” e que mostrou a necessidade de “haver um equilíbrio entre confiança e dependência”.

“Só podemos estar dependentes daqueles em quem confiamos e esse equilíbrio vai provocar uma alteração de investimentos, de cadeias de fornecimento e a economia portuguesa, Portugal é um país que a esse respeito tem alguma facilidade de contacto com todo o mundo, a economia portuguesa pode ser uma das beneficiárias deste processo de reorganização da economia mundial em função das guerras e das incertezas”, assumiu.

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Previsões do FMI “não são muito distintas” das do Governo, diz Medina

  • Lusa
  • 12 Outubro 2022

"Há uma diferença: é no método das previsões do FMI, que trabalha num cenário que não considera as políticas que estão inscritas" no OE2023, indica o ministro das Finanças.

O ministro das Finanças, Fernando Medina, considerou esta quarta-feira que as previsões do FMI para Portugal “não são muito distintas” das do Governo, indicando que a diferença deve-se ao facto de não estarem consideradas as medidas do orçamento.

Relativamente às previsões do FMI [Fundo Monetário Internacional] elas não são muito distintas das que o Governo e o Conselho das Finanças Públicas apresentam“, disse Fernando Medina aos jornalistas no final de uma conferência na Faculdade de Direito de Lisboa sobre a proposta de Orçamento do Estado para 2023 (OE2023) entregue na segunda-feira no parlamento.

Segundo o ministro, “há uma diferença: é no método das previsões do FMI, que trabalha num cenário que não considera as políticas que estão inscritas no Orçamento do Estado”. Fernando Medina referiu que as projeções do FMI não consideram os apoios aos rendimentos das famílias nem as medidas fiscais que totalizam quase 2.000 milhões de euros, deixando ainda de fora as medidas para os pensionistas e os apoios às famílias vulneráveis, de cerca de 1.500 milhões de euros, entre outros exemplos.

Aquelas previsões são feitas – já foram feitas há bastante tempo – num cenário como se não houvesse políticas no orçamento e, por isso, quando se compensa desse efeito, as projeções não andam muito longe“, sublinhou o ministro.

“Aliás, uma das questões levantadas tinha sido as projeções do Governo face à inflação e a projeção do FMI aproxima-se bastante da que o Governo faz”, rematou o governante. No documento entregue esta segunda-feira no parlamento, o executivo português diz prever que o crescimento desacelere para 1,3% no próximo ano, mas o FMI está mais pessimista e vê a economia portuguesa a crescer 0,7%, abaixo dos 1,9% previstos em junho.

A instituição de Bretton Woods prevê uma taxa de inflação para Portugal de 4,7% em 2023, o que compara com os 4% previstos pelo executivo português.

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SRS passa a ser SRS Legal e tem nova imagem

Nova imagem com a assinatura “About Law. Around People" marcam os 30 anos do escritório de Pedro Rebelo de Sousa que passa a ser SRS Legal. Apresentação decorreu esta 4ª-feira, no Convento do Beato.

A SRS acaba de assinalar o seu 30.º aniversário e de renovar a sua imagem. A partir desta quarta-feira a SRS Advogados passará a ser SRS Legal e com a assinatura de marca: “About Law. Around People”, acompanhando a presença global da sociedade, presente em quatro continentes, oito localizações (fora de Portugal, onde está presente em Lisboa, Porto e Madeira) e dez desks.

A apresentação da nova imagem e marca realizou-se esta quarta-feira, no Convento do Beato, em Lisboa.

“Somos, a partir de hoje, SRS Legal”, anuncia Pedro Rebelo de Sousa, fundador da firma. “Inspirado nas pessoas, que ao longo do tempo contribuíram com soluções valiosas para a evolução da marca, este projeto de rebranding tem como propósito posicionar a SRS Legal como uma sociedade que vai além de um conjunto de advogados de sucesso. Acreditamos que esta é uma mudança pelas pessoas, com as pessoas. Por uma SRS (ainda) mais inclusiva, inovadora, ágil, empática e sustentável”.

 

A forma como pensamos e agimos governa as nossas relações com todos os stakeholders, sempre com os interesses dos nossos clientes em mente. Acreditamos que esta forma de estar – em torno das pessoas – é um pilar decisivo para a continuação do nosso sucesso e um traço comum a todos os que trabalham na SRS. Tentámos ser sempre inovadores! É nossa firme convicção que, por colocarmos em prática estes valores, criamos valor acrescentado para os nossos clientes, colaboradores, sócios, parceiros de negócio, para a SRS e para tudo o que nos rodeia“, explica a apresentação a que o ECO/Advocatus teve acesso.

A nova ‘imagem da SRS, feita pela 9 Creative Connected Communication, defende que os novos valores do escritório, segundo comunicado oficial, assentam na Agilidade, Empatia, Inovação e Sustentabilidade: “Agilidade nos processos e forma de estar; Empatia nas conexões humanas – mesmo num mundo cada vez mais tecnológico; Inovação no modo de pensar diferente e na ambição; Sustentabilidade porque as políticas ESG são uma prioridade rumo a um futuro mais consciente”.

A evolução da marca compreende um universo mais contemporâneo, “em que o fator de proximidade e humanidade ganha protagonismo, assente na premissa de que o reconhecimento alcançado pela anterior marca é preservado pela sigla, nome, ritmo e sonoridade. Uma denominação mais abrangente, que demonstra muito mais do que uma função”, segundo a mesma apresentação.

O escritório foi um dos primeiros, na estrutura de arranque, com três parceiros internacionais líderes nas suas jurisdições, bem como a ter associação com uma City Law Firm, a Simmons & Simmons. Conheceu múltiplas alianças que culminaram na criação de
uma sociedade independente, a sociedade Rebelo de Sousa & Advogados Associados. Pelo caminho, realizaram projetos na Ucrânia, Rússia e Bielorrússia, atuaram em direito europeu em Bruxelas e Luxemburgo, as primeiras privatizações, IPO, Securitizações, M&A, PPP e Arbitragens. Passaram a ter presença na Madeira, Porto, Luanda, Macau, Malta e Maputo, onde atualmente mantêm alianças locais, assim como um escritório representativo em Singapura

Desenvolveram ainda desks com o Brasil e, mais recentemente, com a Alemanha. Por mais de 20 anos, têm defendido uma política de Responsabilidade Social e Ambiental e um instrumento (LexDebata) de formação interna e externa com parcerias internacionais.

Em 2011, juntou-se à SRS a equipa da Soares Machado & Associados, com uma atividade muito centrada no Contencioso e Arbitragem. Em 2016, concluíram uma aliança estratégica com a RCF-PI, um dos maiores e mais antigos escritórios de propriedade intelectual a operar em Portugal, com forte componente internacional. Em 2020, juntou-se à SRS a Equipa da sociedade AAA.

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Parlamento Europeu questiona Governo sobre diploma relativo à Interpol e Europol

  • Lusa
  • 12 Outubro 2022

Diploma suscita "preocupações sobre se haveria um risco inerente de interferência política ou de acesso indevido a informações relativas a investigações criminais em curso", indica a Eurocâmara.

O presidente da comissão de Liberdades Cívicas, da Justiça e dos Assuntos Internos do Parlamento Europeu questionou o Governo português sobre o diploma que visa retirar da alçada da Polícia Judiciária os gabinetes das organizações Interpol e Europol.

Numa carta enviada ao primeiro-ministro, António Costa, e aos ministros da Justiça, Catarina Sarmento e Castro, e da Administração Interna, José Luís Carneiro, à qual a agência Lusa teve acesso, o presidente desta comissão do Parlamento Europeu solicita “mais explicações e esclarecimentos relativamente ao ato legislativo proposto”.

“A comissão de Liberdades Cívicas, da Justiça e dos Assuntos Internos do Parlamento Europeu está a suscitar preocupações sobre se haveria um risco inerente de interferência política ou de acesso indevido a informações relativas a investigações criminais em curso”, assinala Juan López Aguilar.

Na missiva, datada de 27 de setembro, o presidente desta comissão parlamentar salienta que “o Parlamento Europeu está profundamente empenhado na defesa do Estado de direito em todos os Estados-membros da UE”. “Em todos os debates realizados e resoluções adotadas sobre este tema é dada particular atenção ao respeito pela independência judicial e pelos direitos fundamentais”, salienta.

Juan López Aguilar, eurodeputado socialista do PSOE, pede assim que o Governo português forneça àquela comissão parlamentar informações “detalhadas sobre a proposta legislativa”, sobre “o impacto esperado da aplicação das suas disposições” e ainda relativamente “às medidas postas em prática para evitar possíveis interferências políticas ou acesso à informação nos processos de investigação criminal em curso”.

Fontes parlamentares indicaram à Lusa que o executivo de António Costa ainda não respondeu. Em meados de setembro, o PS aprovou a proposta do Governo sobre a reestruturação do Ponto Único de Contacto para os gabinetes da Europol e Interpol. Só o PS votou favoravelmente a iniciativa que, apesar de ter contado com os votos contra de todos os restantes partidos, foi aprovada e baixou à comissão parlamentar dos Assuntos Constitucionais, Direitos, Liberdades e Garantias.

O diploma do executivo visa passar para o secretário-geral do Sistema de Segurança Interna (SGSSI), que se encontra na dependência direta do primeiro-ministro – sendo por ele nomeado – a coordenação dos gabinetes em Portugal da Europol e Interpol, até agora sob a alçada da Polícia Judiciária, que goza de autonomia na investigação criminal.

No debate na generalidade da proposta, o Governo negou qualquer intenção de “politizar o sistema de justiça” ou de violar o princípio da separação de poderes com a proposta do Ponto Único de Contacto para os gabinetes da Europol e Interpol. A garantia foi repetida diversas vezes pela ministra-adjunta e dos Assuntos Parlamentares, Ana Catarina Mendes, num debate parlamentar sobre a proposta de lei do Governo que uniu todos os partidos da oposição na crítica a uma alegada tentativa de controlo político da investigação criminal e ataque ao Estado de direito.

Os partidos consideram ser esta uma alteração sem justificação da tutela destes gabinetes de cooperação policial internacional. Todos os partidos da oposição se opuseram à proposta do Governo, tendo já o Livre e o Bloco de Esquerda anunciado antecipadamente voto contra, manifestando, tal como outras bancadas, dúvidas constitucionais e esperando que a lei seja enviada pelo Presidente da República para fiscalização pelo Tribunal Constitucional.

Alguns partidos alertaram para o facto de alguém nomeado diretamente pelo primeiro-ministro e que a ele reporta, como o SGSSI, passar a ter acesso a informação criminal que pode envolver titulares de cargos políticos.

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+M

Andreia Vaz é a primeira portuguesa a presidir no Eurobest

  • + M
  • 12 Outubro 2022

Andreia Vaz, head of innovation & digital transformation ibérica da Nestlé, vai presidir à categoria de Creative Data and Innovation.

Pela primeira vez há um presidente de júri de nacionalidade portuguesa no Eurobest, o maior festival de criatividade da Europa. Trata-se de Andreia Vaz, head of innovation & digital transformation ibérica da Nestlé, que vai presidir à categoria de Creative Data and Innovation.

“É com muito orgulho e entusiasmo que integro este painel excecional de talento como um dos 15 residentes do júri do Eurobest 2022. É uma oportunidade única para conhecer em antecipação o que de melhor se faz em criatividade nas marcas, para elevarmos a nossa criatividade interna, seja em marcas, data ou inovação. Vejo esta nomeação como um reconhecimento do trabalho desenvolvido ao longo dos anos, e recentemente pela equipa que impulsionou a criação desta área de Innovation Beyond the Core da Nestlé da qual me orgulho de representar”, afirma citada em comunicado.

O Nestlé Start & CO com a NOVA SBE ou Cereals for All com a Nova Medical School, que promovem a co-criação de soluções com novos talentos e de novos negócios com startups, são dois dos exemplos citados pela empresa.

A categoria presidida por Andreia Vaz, que está baseada em Espanha, distingue a interação de ideias através de trabalhos impulsionados pelo uso criativo na interpretação, análise e/ou aplicação de dados, e a inovação transformadora de novas soluções de produtos ou serviços, modelos ou novas plataformas.

Para além de Andreia Vaz, que apesar de portuguesa aparece como jurada por Espanha, Portugal vai estar representado com três jurados. Edson Athayde, da FCB Lisoa, é jurado em Creative Effectiveness and Creative Strategy, João Madeira, da Fuel Lisboa, em Print & Publishing and Radio & Audio, e Vítor Hugo Cardoso, da Mediabrands Content Studios, em Brand Experience and Creative Commerce.

As inscrições decorrem até ao próximo dia 20.

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