Mota-Engil fecha acordo de concessão em Angola
A concessão a 30 anos prevê um investimento de 451 milhões de euros no corredor de Lobito, uma "rota fundamental para a ligação das minas na República Democrática do Congo".
O grupo Mota-Engil, através da sua participada Mota-Engil África, assinou um contrato para a concessão de serviços ferroviários e apoio logístico para o corredor de Lobito (Angola) durante pelo menos 30 anos. O acordo prevê um investimento total “de 450 milhões de dólares [451 milhões de euros], dos quais 166 milhões em infraestruturas e 70 milhões em material circulante“, indica a empresa em comunicado ao mercado. O Governo angolano vai receber 100 milhões de dólares como prémio de assinatura deste contrato.
Com 49,5% do consórcio, que inclui também a Trafigura (empresa de corretagem) e a Vecturis, a Mota -Engil explica que esta rota é “fundamental para a ligação das minas na República Democrática do Congo (RDC) ao porto de Lobito em Angola e aos mercados internacionais”.
O objetivo desta concessão em Angola passa pela “exploração, gestão e manutenção da infraestrutura rodoviária para transporte de mercadorias, minerais, líquidos e gases para o corredor que liga o porto de Lobito a Luau, no leste de Angola”, junto à fronteira com a RDC.
A assinatura aconteceu após vários adiamentos ao longo do dia, para revisão do valor a ser investido pelo consórcio, considerado baixo pelas autoridades angolanas. “Olhamos muito para a questão do valor do investimento a ser feito pelo consórcio privado e chegamos a um acordo, naturalmente foi benéfico para nós porque o valor era mais reduzido, é uma das questões que foi discutida e conseguimos chegar a esse acordo”, disse Eugénio Fernandes, diretor nacional para a Economia das Concessões do Ministério dos Transportes, em conferência de imprensa.
O representante do consórcio, Alexandre Canas, realçou que existem cinco corredores em África e é um desafio do consórcio tornar o corredor do Lobito “competitivo para poder atrair a carga para o Lobito, porque hoje a carga vai para os outros corredores”. O corredor do Lobito vai criar muitos empregos e “é uma veia que vai encher-se de sangue e muita energia, que vai criar muita vida social à volta deste corredor”, acrescentou.
África representa 51% dos negócios da Mota-Engil, seguida da América Latina (33%). A construtora fechou o primeiro semestre com lucros de 12 milhões e uma carteira de encomendas de 9,6 mil milhões de euros. Este indicador “vai atingir valores históricos que poderão rondar os 13 mil milhões e 14 mil milhões de euros” no final do ano, já adiantou o CEO, Gonçalo Moura Martins.
Com esta adjudicação, o grupo Mota-Engil “continua a reforçar a sua carteira de encomendas e a diversificar a sua
carteira de projetos, assegurando um fluxo de receitas mais constante no médio e longo prazo”, indica ainda a empresa.
(notícia atualizada às 20h57 com a conferência de imprensa em Angola)
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