Hotelaria quer ser incluída nos apoios à energia. “Perspetivas mantêm-se incertas”, diz presidente da AHP
Associação da Hotelaria de Portugal (AHP) defende que empresas do setor devem ser elegíveis para o pacote de 3.000 milhões que o Governo criou para fazer face ao aumento dos custos da energia.
As empresas do setor hoteleiro querem ter direito ao pacote de 3.000 milhões de euros em apoios que o Governo criou para fazer face ao aumento dos custos da energia. O presidente da Associação da Hotelaria de Portugal (AHP) nota que a fatura do gás e da eletricidade tem bastante “impacto” nas contas dos hotéis. E aponta que, embora 2022 esteja a ser um ano “excecional”, a “perspetiva mantém-se incerta”.
“2022 tem sido excecional na recuperação da confiança dos nossos clientes e Portugal liderará o crescimento económico na União Europeia. Mas não nos iludamos“, disse Bernardo Trindade esta quinta-feira, durante o 33.º Congresso Nacional da Hotelaria e Turismo, que decorre em Fátima.
“Os anos de pandemia fizeram-nos recuar 20 anos em número de dormidas e dez anos em termos de proveitos”, continuou o presidente da AHP, sublinhando que a guerra na Ucrânia “trouxe um grau de incerteza tal que não permite dizer o nível de resultados que teremos em 2022“.
“A perspetiva mantém-se incerta. E realisticamente temos de ser ajudados”, acrescentou o responsável.
Nesse sentido, Bernardo Trindade defendeu que as empresas hoteleiras devem ser elegíveis no pacote de 3.000 milhões de euros que o Governo anunciou em outubro para ajudar as empresas a lidar com os aumentos no preço da energia. “Temos a expectativa de ser incluídos nesse pacote. Só quem não é hoteleiro é que não sabe o impacto do peso da eletricidade e do gás na fatura de um hotel“, disse.
O presidente da AHP notou que “a autonomia financeira das empresas hoteleiras se degradou durante a pandemia” e que, embora a recuperação tenha sido “mais rápida” do que o previsto, “resultou numa qualidade de serviços piores”.
Além disso, Bernardo Trindade notou que, embora as linhas de crédito tenham sido “importantes”, estão prestes a acabar. “Precisamos de alargar as maturidades das linhas de crédito e premiar os projetos em função das metas realizadas”.
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