Cinco sinais que mostram que a economia está a travar

Os indicadores que medem a confiança dos consumidores e a atividade das empresas são alguns dos sinais de que o impacto da guerra e da inflação estão a fazer abrandar a economia.

Os alarmes já vinham a tocar e, agora, os dados que vão sendo conhecidos comprovam que a situação económica em Portugal está a começar a perder gás.

Depois de dados do Banco de Portugal (BdP) mostrarem uma desaceleração da atividade e do consumo, indicadores do Instituto Nacional de Estatística (INE) denotam a acumulação de “sinais de abrandamento”, numa altura em que a inflação não está a dar tréguas. Fatores como o investimento e a procura externa ajudam a traçar o cenário, sendo que economistas ouvidos pelo ECO salientam o impacto negativo da incerteza e do aumento de custos.

“O elemento essencial é a grande incerteza do cenário, que dificulta a condução das empresas. Isso traduz-se nos indicadores de confianças de empresas e consumidores”, aponta o economista João César das Neves ao ECO.

“Em segundo lugar está o impacto da subida de preços, sobretudo da energia e alimentação”, nota o economista. “O aumento de custos de muitas atividades e as dificuldades que a inflação gera junto de muitos extratos de consumidores são já impactos negativos claros sobre o crescimento”, diz.

Pedro Braz Teixeira também aponta ao ECO que os indicadores mais claros que mostram o abrandamento “são os indicadores de confiança”. “A síntese de conjuntura do INE faz uma resenha do que saiu no mês, e o que está a pesar mais são os dados de conjuntura, até porque os outros são mais atrasados” a mostrar o impacto, acrescenta.

Estes “desceram de forma completamente generalizada”, sendo que “no caso dos consumidores estão nos níveis mais baixos desde a pandemia”, destaca. O economista alerta ainda que “estas indicações de abrandamento são a antecâmara de uma coisa mais grave que vem aí”.

Atividade económica desacelera

Nesta síntese é analisada a atividade económica, que “desacelerou significativamente em setembro, após ter acelerado em agosto, retomando o perfil de abrandamento registado entre março e julho e registando a taxa mais baixa desde março de 2021″.

As empresas já anteveem um abrandamento, o que impacta a confiança, salienta Pedro Braz Teixeira. Além disso, “sabem que os consumidores vão ficar com menos poder de compra”.

Fonte: INE

O indicador do BdP que mede a atividade económica também mostra um abrandamento, tendo registado uma variação homóloga de 6,2% em setembro, depois de uma subida de 6,5% no mês anterior.

Consumo privado abranda

Um dos indicadores mais importantes para o crescimento da economia é o consumo privado, representando cerca de dois terços do PIB em Portugal. Foi o que suportou o crescimento este ano, algo que até já foi apontado como uma preocupação pelo governador do BdP, Mário Centeno, já que se perspetiva uma travagem, verificada agora.

De facto, o INE indica que o “indicador quantitativo de consumo privado desacelerou em agosto e setembro, após ter acelerado no mês precedente”.

Fonte: INE

Já os dados do BdP desta semana mostravam que o consumo privado evoluiu 2,3%, abaixo dos 2,9% verificados em agosto deste ano, de acordo com as estatísticas da instituição liderada por Mário Centeno.

O INE revela ainda estatísticas a partir da informação relativa às operações realizadas na rede multibanco, disponível para outubro, que mostram que o “montante global de levantamentos nacionais, de pagamentos de serviços e de compras em terminais TPA apresentou um crescimento homólogo de 12,9%”, inferior aos 14,2% verificados no mês anterior.

Confiança dos consumidores em mínimos da pandemia

Perante o ambiente de incerteza e a inflação ainda em altas, tendo atingido os dois dígitos no último mês, a confiança dos consumidores não está a resistir. “No caso dos consumidores, está nos níveis mais baixos desde a pandemia”, aponta Pedro Braz Teixeira.

Olhando para os dados do INE, é possível perceber que este indicador recuou em setembro e outubro, “atingindo um valor próximo do registado em abril de 2020 no início da pandemia”.

Esta perda de confiança ocorre num contexto de “subida da inflação para valores que não víamos há 40 anos”, que está por sua vez a provocar uma “necessidade de resposta por parte dos bancos centrais que estão a subir as taxas de juro a um ritmo invulgar”, aponta o economista. Esta subida das taxas tem impacto nos portugueses, em particular devido à alta percentagem de empréstimos com taxa variável.

Fonte: INE

Investimento em queda

Com o consumo privado a abrandar, o Governo confia no investimento para dar um impulso ao PIB no próximo ano. Apesar de tal assentar fortemente no Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), é de destacar que os indicadores do investimento apresentados pelo INE já revelam uma desaceleração.

“O indicador de Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) registou uma variação homóloga negativa em setembro, após o aumento verificado no mês precedente”, indica o gabinete de estatísticas.

Fonte: INE

Outros dados que ajudam a traçar o cenário de investimento são as vendas de cimento produzido em território nacional (não ajustadas de efeitos de sazonalidade e de dias úteis), já disponíveis para outubro, que “registaram uma diminuição homóloga de 1,2%, após a variação nula verificada em setembro e as diminuições dos dois meses precedentes (-7,9% e -0,4% em julho e agosto)”.

As vendas de veículos ligeiros comerciais também registaram uma diminuição homóloga, de 20,6%, após terem aumentado 7,0% em agosto, e as vendas de veículos pesados, caíram nos últimos dois meses (-27,7% em setembro e -15,3% em outubro).

Exportações sofrem

Fazendo a análise da evolução da economia é necessário também olhar para o contexto externo. “A situação externa também está em desaceleração, o que afetará as nossas exportações”, sublinha César das Neves. Os dados do INE já mostram uma diminuição do contributo positivo da procura externa líquida para o PIB.

Fonte: INE

O contributo positivo da procura externa líquida para a variação homóloga do PIB também diminuiu, traduzindo a desaceleração mais intensa das Exportações de Bens e Serviços que a das Importações”, lê-se na síntese. “Em resultado do crescimento pronunciado do deflator das importações, superior ao observado nas exportações, verificou-se uma perda significativa de termos de troca pelo sexto trimestre consecutivo, embora menos intensa que no trimestre anterior”, notam.

As exportações estão a desacelerar, num contexto em que a carteira de encomendas externa na indústria transformadora dos principais países clientes de Portugal está a recuar, tendo diminuído 16,8% em outubro.

Olhando para o futuro “ninguém sabe com segurança” como será a evolução da economia, admite César das Neves. “Claramente a situação ainda não é recessiva e as economias portuguesa e europeia ainda crescem. Mas as ameaças estão a amontoar-se sobre o final do ano e o próximo, sobretudo se a guerra permanecer ou, pior, escalar”, alerta.

Pedro Braz Teixeira também aponta que “até o ministro das Finanças fala de desaceleração forte para o próximo ano”, sendo que o que se discute agora é “se vamos passar por recessão ou não”.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Fundos de pensões perdem 3 mil milhões de euros em 2022

O montante sob gestão dos fundos de pensões caiu 12,5% este ano, é a maior queda anual desde setembro de 2012. Mas as fortes correções dos mercados financeiros não justificam tudo.

Desde o início do ano que as carteiras dos fundos de pensões não param de minguar. Desde janeiro já perderam mais de 3 mil milhões de euros. De acordo com dados da Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões (ASF), os 240 fundos de pensões ativos em Portugal contabilizavam 21,1 mil milhões de ativos sob gestão no final de setembro, menos 12,5% em relação ao final de 2021.

Há três trimestres consecutivos que o volume de ativos sob gestão está em queda. É preciso recuar a 2018 para se assistir a uma contração trimestral da carteira dos fundos de pensões privados. No entanto, a correção registada este ano ainda está longe da queda de 25% registada entre setembro de 2011 e setembro de 2012.

Carteira dos fundos de pensões está em queda

Fonte: Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões.

As fortes correções nos mercados financeiros ao longo do ano não têm dado tréguas aos fundos de pensões que, segundo a ASF, acumulam perdas de 11,9% desde o dezembro. É o pior desempenho em pelo menos oito anos.

O fundo do Banco BPI, por exemplo, que é o quinto maior fundo de pensões do mercado, registou uma queda de 12% nos ativos sob gestão até setembro, como resultado de um desempenho de -9,7% do fundo nos primeiros nove meses do ano. Mas não deverá ser o pior.

Entre os cinco maiores fundos de pensões, que agregam cerca de 55% do mercado, o fundo de pensões fechado do Novo Banco acumulava uma queda de 19% do volume dos ativos sob gestão e registava um desempenho de -17,5% até junho.

No entanto, ao contrário do BPI, o banco agora liderado por Mark Bourke só apresenta dados referentes ao seu fundo de pensões numa base semestral, tal como sucede com o Millennium bcp e a Caixa, que detêm os dois maiores fundos de pensões no mercado, e que até junho apresentavam uma queda do volume de ativos sob gestão de 6,1% e 5,9%, respetivamente.

Considerando que entre junho e setembro os mercados financeiros agravaram ainda mais as perdas do ano (setembro foi inclusive o segundo pior mês do ano), é expectável que à imagem do que sucedeu com o fundo do BPI, todos os fundos de pensões estivessem no final de setembro numa situação pior do que se encontravam em junho.

Fundos de pensões contam com menos contribuições

Mas não é só pelo mau desempenho do mercado que os fundos de pensões estão a ser penalizados. A ASF adianta que as “contribuições para os fundos de pensões registaram uma diminuição de 41,8% e os benefícios pagos apresentou um crescimento de 5,1%”.

Em agosto, em declarações ao ECO, Nelson Machado, administrador do grupo Ageas Portugal e especialista em Vida e Pensões, revelava que “a descida das contribuições tem muito a ver com a subida das taxas de juro que fazem com que as responsabilidades sejam mais baixas, muitas vezes criando folgas significativas e daí as contribuições poderem descer muito”.

No caso da Ageas Pensões, que é responsável por quase 6 mil milhões de euros através da gestão de 26 fundos de pensões fechados como o fundo do grupo BCP, da EDP e da Navigator, o montante de contribuições nos primeiros nove meses foi de cerca de 121 milhões de euros, menos 38% face a igual período no ano passado.

Sem também conseguir fugir a um “emagrecimento” forçado tem estado o fundo de pensões do Banco de Portugal. Entre dezembro do ano passado e setembro deste ano, o fundo de pensões do banco liderado por Mário Centeno acumula uma correção de 21% do volume dos ativos sob gestão, passando de 2,23 mil milhões para 1,76 mil milhões de euros. E grande parte deste desempenho deve-se ao corte drástico das contribuições para o fundo.

De acordo com dados da ASF, nos primeiros noves meses do ano, o fundo de pensões do Banco de Portugal acumulou cerca de 11,8 milhões de euros em contribuições, menos 66% face ao período homólogo de 2021. É o valor mais baixo registado nos primeiros nove meses do ano desde 2015.

“Durante o ano de 2022, a subida expressiva das taxas de juro originou (i) uma redução igualmente expressiva do valor das responsabilidades por serviços passados do Fundo e, (ii) em menor magnitude, do valor dos ativos sob gestão, tendo (iii) contribuído para uma melhoria assinalável da situação financeira do Fundo”, refere o Banco de Portugal ao ECO.

Sem avançar dados relativos ao desempenho do fundo este ano, o regulador justifica a parte queda das contribuições por o seu fundo estar “fechado a novos participantes pelo que há uma tendência para uma redução do valor dos ativos sob gestão.”

Fundos de pensões privados são mais avessos ao risco que o Estado

A ASF, num relatório divulgado na quarta-feira com os dados trimestrais do mercado, revela que a composição das carteiras dos fundos de pensões em setembro era semelhante à observada no final do ano passada. “Destacam-se, no entanto, a diminuição do peso de obrigações privadas e o aumento à exposição de divida pública”, esclarece a ASF.

De acordo com o documento, em setembro, as carteiras dos fundos de pensões eram constituídas maioritariamente por títulos de dívida (48%) e fundos de investimento (37%). Só depois surgem os ativos imobiliários (9%), os depósitos bancários (4%) e, em último, as ações (4%).

Comparando a estrutura da carteira dos fundos de pensões privados e o fundo de reserva da Segurança Social (o último reduto à disposição do Estado para pagar pensões, subsídios de saúde e subsídios de desemprego) verifica-se que os privados são bem mais avessos ao risco que o Estado.

No final do ano passado, cerca de dois terços da carteira do Fundo de Estabilização da Segurança Social (FEFSS) estava alocada em títulos de dívida soberana, sendo que 51% deste bolo era constituído por títulos de dívida de Portugal. Porém, a exposição a ações ascendia a 22% do capital. E esta exposição ao mercado acionista tem feito toda a diferença.

Entre 2017 e 2021, a parcela do portefólio do FEFSS exposta a obrigações do Tesouro e a outros títulos de dívida nacional foi 3 vezes superior à exposição da carteira acionista, mas enquanto os títulos de dívida pública da República geraram ganhos médios anuais de 3,3%, as ações valorizaram 12,8% por ano.

Ao contrário do FEFSS, os fundos de pensões privados têm ganho muito pouco com o mercado acionista. A reduzida exposição que as suas carteiras apresentam a ações não o permite.

E isso tem-se repercutido numa rendibilidade abaixo daquela que tem sido oferecida pelo FEFSS: enquanto os fundos de pensões fechados (que são a maioria do mercado) registaram uma rendibilidade média anual de 2,54% entre 2015 e 2021, o FEFSS ganhou 3,88% por ano, 1,5 vezes mais que os fundos de pensões privados. Esta diferença de 1,34 pontos percentuais pode parecer pouca, mas num investimento de 100 mil euros a 10 anos traduz-se em quase 18 mil euros.

Fonte: ECO, Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões e Instituto de Gestão de Fundos de Capitalização da Segurança Social. FEFSS: Fundo de Estabilização Financeira da Segurança Social. Os dados de 2022 dos fundos de pensões fechados são referentes aos primeiros nove meses do ano; e os do FEFSS ainda não são conhecidos.

(Texto atualizado às 12h06 com as declarações do Banco de Portugal)

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Chega quer comissão de inquérito aos casos BIC e Banif

  • Lusa
  • 20 Novembro 2022

Partido de André Ventura quer uma comissão parlamentar de inquérito na sequência do livro 'O Governador', mas precisa da assinatura de pelo menos um quinto de deputados.

O Chega propõe um inquérito parlamentar para avaliar “a eventual interferência política do primeiro-ministro sobre o antigo governador do Banco de Portugal” no BIC e se a resolução do Banif foi objeto de “interferência abusiva do Governo”. Mas essa proposta depende da aprovação de uma maioria em plenário ou, em alternativa, a assinatura por um quinto dos deputados (46 parlamentares), quando o Chega tem 12 deputados.

No projeto a que a Lusa teve acesso, o Chega propõe uma comissão eventual de inquérito parlamentar com o seguinte título: “para apurar a eventual ingerência do primeiro-ministro na autonomia do Banco de Portugal para proteger a filha do Presidente de Angola”.

O Chega propõe que a comissão seja constituída de imediato e funcione “pelo prazo de 120 dias”, com um duplo objeto.

Por um lado, “avaliar a eventual interferência política do primeiro-ministro sobre o antigo governador do Banco de Portugal, quanto à posição da empresária Isabel dos Santos no BIC Português S.A., procurando apurar se houve abuso de poder por parte do líder do governo com o intuito de salvaguardar objetivos ou interesses externos à estabilidade do mercado financeiro português”.

Em segundo lugar, o partido quer que o parlamento avalie “se o processo de resolução do Banif foi objeto de interferência abusiva, por parte do Governo, quer no respetivo processo de negociação e informação com as instituições europeias, quer na escolha da sociedade financeira que viria a adquirir o Banif”.

Na exposição de motivos, o Chega assume que o motivo na base deste inquérito são as revelações do livro “o Governador”, do jornalista Luís Rosa, sobre os mandatos de Carlos Costa entre 2010 e 2020, e no qual o antecessor de Mário Centeno acusa o primeiro-ministro de intromissão política sobre o Banco de Portugal.

Em causa, segundo o ex-governador numa versão contestada pelo primeiro-ministro, está um telefonema de António Costa em 12 de abril de 2016 em que o primeiro-ministro lhe teria dito que “não se pode tratar mal a filha do presidente de um país amigo de Portugal”, que entendeu como um pedido para que o Banco de Portugal não afastasse a empresária angolana Isabel dos Santos (filha do então Presidente de Angola José Eduardo dos Santos) da administração do BIC.

O primeiro-ministro tem acusado Carlos Costa, por várias vezes, de fazer afirmações “falsas e ofensivas” e já anunciou que irá processar o ex-governador do Banco de Portugal por ofensa à sua honra.

Para o Chega, o alegado telefonema, bem como uma mensagem escrita que António Costa terá enviado a Carlos Costa já depois das primeiras notícias sobre o livro, “são indiciadores de uma ingerência inaceitável do poder político” no banco central.

“Também no referido livro ficam plasmadas sérias dúvidas e suspeições sobre o processo de resolução do Banif, quer no âmbito da informação transmitida pelo Governo da República às instâncias europeias, quer na forma como foi conduzido o processo de ‘salvação’ da instituição bancária”, refere ainda o partido, dizendo que “parecem existir indícios suficientes de interferência política” e podem estar em causa “eventuais crimes de abuso de poder ou até prevaricação”.

Na terça-feira, André Ventura desafiou o PSD a apoiar este inquérito, mas, dois dias depois, o líder parlamentar social-democrata afastou a possibilidade de conversar com o Chega sobre esta matéria. O líder parlamentar do PSD, Joaquim Miranda Sarmento, disse então que o PSD decidiria “nos próximos dias” se avança sozinho para uma comissão parlamentar de inquérito ao caso Isabel dos Santos, lembrando que só os social-democratas e socialistas têm deputados suficientes para o fazer de forma potestativa.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Programa Bebé Médis dirige-se a pais e filhos

  • ECO Seguros
  • 20 Novembro 2022

A seguradora aposta no apoio a pais e filhos, de forma abrangente e digital, num programa adaptado a fases distintas da parentalidade.

Na passada quinta-feira assinalou-se o 𝗗𝗶𝗮 𝗠𝘂𝗻𝗱𝗶𝗮𝗹 𝗱𝗮 𝗣𝗿𝗲𝗺𝗮𝘁𝘂𝗿𝗶𝗱𝗮𝗱𝗲. A Médis assinalou a data e declarou, nas rede sociais que este dia “tem como objetivo celebrar a vida e coragem destes bebés e das suas famílias, sensibilizando para os problemas associados aos nascimentos pré-termo”.

A Médis disponibiliza o Programa Bebé Médis para acompanhamento dos pais desde o início da gestação, apoiando o planeamento e promovendo gravidezes saudáveis e uma parentalidade tranquila. A seguradora anunciou que “as necessidades clínicas da mãe estão cobertas e existem vantagens únicas para quem nasce Médis”.

A Médis disponibiliza apoio clínico e emocional, assim como suporte administrativo e burocrático. Este suporte tem como objetivo apoiar no planeamento, assim como promover uma gravidez saudável e uma maternidade e paternidade tranquilas. O programa Bebé Médis não tem custos e está disponível na área de cliente na app e no site Médis.

O programa é composto por três fases distintas. A primeira, pensada para quem está a planear ter um bebé, a segunda é dirigida para aqueles que estão à espera de bebé e a terceira para pais com crianças com menos de 1 ano. Se a mãe ou o pai têm seguro há mais de 1 ano, ao incluir a criança, esta tem acesso a condições exclusivas desde o 1º dia. A seguradora informa que esta pode usar o seguro imediatamente, sem períodos de carência e com cobertura de tratamentos e cirurgias de doenças ou malformações congénitas, até ao limite de capital do seguro da criança.

As condições são válidas enquanto o seguro estiver ativo, com cobertura de hospitalização e sem interrupções. E são independentes da ativação do Programa Bebé Médis.

Se a mãe ou o pai têm seguro há menos de 1 ano, ao incluir recém-nascido no seguro dá-lhe as condições do programa ainda que com as exclusões aplicáveis e períodos de carência.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Governo britânico vai avançar com reformas de seguradoras

  • ECO Seguros
  • 20 Novembro 2022

Governo britânico vai avançar com reformas, em Londres, que pretendem "libertar milhares de milhões de libras de investimento na economia".

Após anos de intenso debate entre reguladores, seguradoras e Tesouro, Jeremy Hunt confirmou, na passada quinta-feira, que o governo britânico vai avançar com reformas na City of London que pretendem “libertar milhares de milhões de libras de investimento na economia”.

Seguradoras poderão direcionar “mais de 100 mil milhões de libras” para infraestruturas e energia verde durante dez anos, segundo Hannah Gurga, diretora-geral da Associação das Seguradoras Britânicas.

O plano, divulgado antes das declarações de Jeremy Hunt, e ainda com detalhes por esclarecer, poderá significar que as seguradoras poderão direcionar “mais de 100 mil milhões de libras” para infraestruturas e energia verde durante dez anos, segundo Hannah Gurga, diretora-geral da Associação das Seguradoras Britânicas.

A alterações à Solvência II, que o Reino Unido herdou da UE, serão acrescentadas à Lei de Serviços e Mercados Financeiros do Reino Unido. O passo reduz a margem de capital das seguradoras, conhecida como margem de risco, em 65% para as seguradoras do ramo vida e 30% para as seguradoras em geral. “O setor provavelmente queria que fôssemos um pouco mais longe”, disse o Ministro do Tesouro, James Cartlidge, em entrevista à Bloomberg.

A mudança é parte das tentativas do governo britânico para reformular a regulamentação financeira depois do Brexit. Referindo-se aos benefícios da desregulamentação ‘Big Bang’ de 1986 do ex-chanceler Nigel Lawson da City of London, Hunt disse que estava em curso um “ambicioso programa de reformas” para a indústria dos serviços financeiros em geral.

As medidas podem incluir uma maior desregulamentação das regras sobre listas e comércio, a redução do regime Mifid da UE, incluindo restrições na forma como a investigação das empresas é paga e impulsos para as fintechs.

O Tesouro considerou revelar algumas das especificidades com o seu programa de austeridade na quinta-feira, mas adiou para garantir que a atenção se concentrasse nos seus esforços para reconstruir as finanças públicas. Espera-se que um programa de reforma de Londres seja anunciado em breve.

Um tema que gera discussão é o poder de intervenção do governo sobre os reguladores. Agora que o Tesouro selou finalmente um acordo com o PRA sobre a Solvência II, alguns acreditam que o assunto pode ser posto de parte ou mesmo descartado.

“Temos de nos manter fiéis à missão de fazer do Reino Unido o centro financeiro global mais inovador e competitivo do mundo”, disse Jeremy Hunt, em declarações.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Chubb avança para a chinesa Huatai

  • ECO Seguros
  • 20 Novembro 2022

A Chubb anunciou aprovação regulamentar para aumentar a sua propriedade da Huatai Insurance Group de 47,3% para 83,2%.

A Chubb anunciou que recebeu aprovação regulamentar da Comissão Reguladora da Banca e Seguros da China para aumentar a participação da empresa na Huatai Insurance Group de 47,3% para 83,2%. Os detalhes financeiros do negócio não foram divulgados.

Evan Greenberg, presidente e director executivo da Chubb lembrou que esta “será a primeira instituição financeira estrangeira a ser maioritariamente detida por uma holding de serviços financeiros chinesa”.

A Huatai é a holding de várias empresas subsidiárias, incluindo a Huatai Property & Casualty Insurance, a Huatai Life Insurance e a Huatai Asset Management. As operações de seguros da Huatai têm mais de 700 filiais, 23 mil agentes e aproximadamente 19 milhões de clientes na China.

A Huatai Asset Management tem mais de 100 mil milhões de dólares em ativos sob gestão e está licenciada para gerir negócios institucionais, pensões e fundos mútuos.

Em 30 de setembro de 2022, o Grupo Huatai tinha ativos superiores a 10 mil milhões de dólares (excluindo fundos de terceiros) e capitais próprios superiores a 2 mil milhões de dólares. Em 2021, o Huatai tinha uma receita total de mais de 2 mil milhões de dólares.

“Este é o culminar de um esforço de 20 anos. Após o encerramento da aquisição destas acções, Chubb será a primeira instituição financeira estrangeira a ser maioritariamente proprietária de uma holding chinesa de serviços financeiros, com filiais separadas de P&C, vida, gestão de activos e fundos mútuos“, disse Evan Greenberg, presidente e director executivo da Chubb.

A China é actualmente o segundo maior mercado de seguros depois dos Estados Unidos. Com uma sociedade envelhecida e mais próspera, surgem as crescentes exigências de produtos e serviços de seguros e gestão de ativos. Temos uma visão a longo prazo, e estou confiante de que Huatai irá crescer a tempo de se tornar um contribuinte significativo para as nossas receitas e ganhos no futuro”, acrescentou Greenberg.

A empresa espera que a transação seja encerrada no início do primeiro trimestre de 2023 e fornecerá informações adicionais em breve.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Mediadora de seguros Segup Abre em Lisboa e quer duplicar prémios

A mediadora de seguros multimarca do grupo nortenho Onires e do transportador Torrestir abre agência em Lisboa, quer expandir para mais cidades e pensa em aquisições.

A Segup, mediadora multimarca sediada em Braga, acaba de abrir uma sucursal em Lisboa, sendo a terceira abertura deste ano após Póvoa de Lanhoso e Barcelos, que se juntaram às mais antigas em Braga e Famalicão. A empresa, que no ano passado faturou 633 mil euros e obteve resultados líquidos de 153 mil euros, prevê, segundo Diogo Oliveira, diretor comercial, uma duplicação do Volume de Negócios em 2022.

Para Diogo Oliveira, diretor comercial da Segup, a unidade de negócio Lisboa vai dar continuidade ao projeto de parcerias com a rede de mediação”.

“A abertura em Lisboa sempre foi ambicionada pela Administração da SEGUP”, afirma Diogo Oliveira, diretor comercial da Segup, “por um lado para dar resposta e proximidade a um nicho importante de clientes que temos em carteira, por outro lado para nos permitir desenvolver e explorar sinergias com as empresas associadas ao grupo Segup. Esta unidade de negócio, vai ainda dar continuidade ao nosso projeto de parcerias com a rede de mediação“, diz.

Com 21 colaboradores internos e 19 colaboradores externos, a mediadora conta com negócios dos seus acionistas. O Grupo Onires, com sede em Braga, que detém 50% do capital da Segup, é detido a 100% por Manuel Sá Serino e pela família Rodrigues e detém participação na Onirodrigues empresa de construção, promoção e mediação de bens imobiliários e na gestão de espaços comerciais com a Urbaminho. A Família Rodrigues detém ainda participações em outras empresas, como a Bragaparques ‐ Estacionamento, a Urbaclérigos de investimentos imobiliários e na Hotelaria com a Like In.

Já o grupo Torrestir, liderada Fernando Torres, filho do fundador, está nos transportes, logística, frio, e tem empresas em Espanha, Alemanha e Moçambique.

Segundo Diogo Oliveira, a carteira da mediadora é maioritariamente constituída por ramos Não Vida para clientes particulares e empresariais. No entanto, diz que “o ramo Vida está em forte crescimento, dado o enfoque que temos tido nesta área de negócio”, e acrescenta trabalhar a Segup “com todos os segmentos de negócio, desde os produtos obrigatórios, mass market, até aos produtos de especialidade, nomeadamente Engenharias, Construção, RCs, Transportes, e ciberiscos.

O futuro passa, afirma Diogo Oliveira, “pelo crescimento orgânico e pela abertura de novas sucursais nas principais cidades Portuguesas, de modo a estarmos cada vez mais perto quer dos nossos clientes, quer da nossa rede de Parceiros”. Conclui que a base da expansão “poderá passar por aquisições, mas também pela contratação de recursos humanos altamente qualificados e motivados para integrarem o nosso projeto”.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Coca-Cola faz 45 anos em Portugal e abre as portas da fábrica de Azeitão

Em ano de aniversário, a Coca-Cola voltou a abrir o circuito de visitas à sua fábrica de Azeitão e o ECO foi espreitar o local onde se produz uma das bebidas mais famosas do mundo.

A Coca-Cola está a celebrar os 45 anos em Portugal e aproveitou a ocasião para reabrir o circuito de visitas da sua fábrica de Azeitão, no concelho de Setúbal. Inaugurada em 1978, a fábrica é um exemplo de inovação e um dos principais polos dinamizadores da economia da região. A unidade fabril tem vindo a produzir cerca de 250 milhões de litros de bebida por ano e é responsável pela produção de cerca de 90% dos produtos do grupo Coca-Cola vendidos em Portugal.

Depois do encerramento temporário durante a pandemia, a fábrica reabriu o renovado circuito de visitas que permite a qualquer pessoa visitar a unidade mediante marcação prévia. Ali pode ficar a conhecer os pormenores da história da Coca-Cola e os valores da marca, o compromisso com a sustentabilidade e ter contacto com o processo de fabrico das bebidas do grupo.

O ECO foi espreitar a fábrica e traz-lhe algumas imagens no vídeo abaixo.

http://videos.sapo.pt/HjSdMUMOtAbOvcfgBk4M

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

COP27: UE desiludida com falta de ambição para reduzir emissões de gases com efeito de estufa

  • Lusa
  • 20 Novembro 2022

"O que temos aqui é um passo muito curto para os habitantes do planeta", disse o vice-presidente da Comissão Europeia, na sessão plenária final da COP27.

A União Europeia disse este domingo estar desiludida com a falta de ambição na redução das emissões de gases com efeito de estufa no acordo aprovado pela 27.ª Conferência das Nações Unidas sobre as Alterações Climáticas.

“O que temos aqui é um passo muito curto para os habitantes do planeta. Não proporciona esforços adicionais suficientes por parte dos principais emissores para aumentar e acelerar as suas reduções de emissões”, disse Frans Timmermans, vice-presidente da Comissão Europeia, num discurso inflamado, na sessão plenária final da COP27, após duas semanas de conferência, no Egito.

A conferência anual do clima da ONU aprovou hoje um acordo que prevê a criação de um fundo para financiar danos climáticos sofridos por países “particularmente vulneráveis”, numa decisão descrita como histórica. A resolução foi adotada por unanimidade em assembleia plenária, seguida de aplausos estrondosos, no final da conferência anual do clima da ONU.

A resolução enfatiza a “necessidade imediata de recursos financeiros novos, adicionais, previsíveis e adequados para ajudar os países em desenvolvimento que são particularmente vulneráveis” aos impactos “económicos e não económicos” das alterações climáticas. Entre essas possíveis modalidades de financiamento está a criação de um “fundo de resposta a perdas e danos”, uma reivindicação dos países em desenvolvimento.

As modalidades de implementação do fundo terão de ser elaboradas por uma comissão especial, para serem adotadas na próxima COP28, no final de 2023, nos Emirados Árabes Unidos. A questão das “perdas e danos”, que esteve mais do que nunca no centro de debate, após as devastadoras inundações que atingiram recentemente o Paquistão e a Nigéria, quase inviabilizou a COP27.

Esta manhã, os delegados tinham aprovado o fundo de compensação, mas não tinham lidado com as questões controversas, como a meta para controlar a subida da temperatura, cortes nas emissões de gases com efeito de estufa e limitação gradual de combustíveis fósseis. Ao amanhecer, a União Europeia e outras nações impunham-se contra o que consideravam ser um retrocesso no acordo da presidência egípcia, ameaçando afundar o resto do processo.

O acordo foi novamente revisto. “Não é tão forte quanto gostaríamos que fosse, mas não vai contra” aquilo que foi decidido na conferência climática da ONU do ano passado, disse o ministro do Clima norueguês, Espen Barth Eide.

O acordo inclui uma referência velada aos benefícios do gás natural como energia de baixa emissão, apesar de muitas nações apelarem a uma redução gradual da utilização do gás natural, que contribui para as alterações climáticas.

Este novo acordo não prevê uma redução das emissões, mas mantém vivo o objetivo global de limitar o aquecimento a 1,5 graus Celsius. A presidência egípcia tinha retomado propostas que remontavam a 2015, que mencionavam um objetivo mais flexível de dois graus.

A 27.ª Conferência das Nações Unidas sobre as Alterações Climáticas começou em 06 novembro e terminou hoje em Sharm-el-Sheik, no Egito, juntando mais de 35 mil participantes, nomeadamente vários líderes de países, com cerca de duas mil intervenções sobre mais de 300 tópicos.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

COP27: Presidência da conferência diz que resultados cumprem objetivos iniciais

  • Lusa
  • 20 Novembro 2022

"Conseguimos confirmar o que queríamos: que fosse a conferência da implementação e que não ficaríamos satisfeitos com decisões tradicionais", afirmou o presidente da COP27.

A presidência egípcia da Conferência da ONU sobre o Clima (COP27) admitiu este domingo estar satisfeita com os resultados do encontro e defendeu que os acordos conseguidos cumprem o objetivo inicial de tornar esta a “conferência de implementação”.

Conseguimos confirmar o que queríamos: que fosse a conferência da implementação e que não ficaríamos satisfeitos com decisões tradicionais”, afirmou o presidente da COP27 e primeiro-ministro egípcio, Sameh Shoukri.

Hoje de manhã, os países presentes em Sharm el-Sheikh, no Egito, aprovaram um documento que, entre outras questões, contempla a criação de um fundo de compensações aos países mais vulneráveis por perdas e danos causados pelas alterações climáticas cuja origem se deve sobretudo às nações mais desenvolvidas.

“Desde o início, tentámos promover a importância da implementação e isso traduziu-se no sucesso das longas e precisas consultas para aprovar um fundo de compensação por perdas e danos”, acrescentou Sameh Shukri.

Segundo o presidente da COP27, a criação do fundo foi uma “conquista”, “depois de cerca de 27 anos de pedidos e reivindicações de países africanos e em desenvolvimento” nesse sentido.

Shukri considerou ainda que o plano de Sharm el-Sheikh “apoia a ambição de manter [o aumento da] temperatura do planeta abaixo de um 1,5º Celsius abre a porta a esforços de redução das emissões” de fases que criam um efeito de estufa, pelo que se “espera que o plano seja aprovado na COP28”.

No seu discurso de balanço da COP27, o primeiro-ministro egípcio lembrou que 112 chefes de Estado e de Governo e cerca de 66.000 pessoas participaram na conferência do clima ao longo de 14 dias de trabalhos, debates e negociações, sublinhando tratar-se do “maior número de participantes num evento desse tipo”.

Várias organizações ambientalistas e a União Europeia valorizaram positivamente a criação do fundo para perdas e danos que foi estabelecido nesta cimeira, mas lamentaram que os objetivos de redução de emissões poluentes tenham ficado sem avanços significativos.

Várias dessas organizações consideraram que esse insucesso se deveu à influência de países produtores de petróleo, como a Arábia Saudita, aliada próxima do Egito, que pressionaram para que o tema fosse retirado da agenda. A 27.ª Conferência das Nações Unidas sobre as Alterações Climáticas começou em 06 novembro e terminou hoje em Sharm el-Sheik, no Egito, juntando vários líderes mundiais e somando cerca de duas mil intervenções sobre mais de 300 tópicos.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

COP27: PM britânico elogia progressos mas defende que tem de ser feito mais

  • Lusa
  • 20 Novembro 2022

"Saúdo o progresso feito na COP27, mas não há tempo para complacências, escreveu Rishi Sunak. "Manter [o objetivo de aumento global da temperatura em] 1,5ºC é vital".

O primeiro-ministro britânico, Rishi Sunak, elogiou “o progresso” feito na Conferência da ONU sobre o Clima (COP27), que terminou este domingo em Sharm el-Sheikh, no Egito, mas defendeu que “é preciso fazer mais”.

“Saúdo o progresso feito na COP27, mas não há tempo para complacências”, escreveu, num comunicado publicado na rede social Twitter. “Manter [o objetivo de aumento global da temperatura em] 1,5ºC é vital para o futuro do nosso planeta, mas é preciso fazer mais”, acrescentou.

Antes mesmo da abertura da COP27, Rishi Sunak já tinha pedido aos líderes mundiais que não “recuassem na promessa” de lutar para limitar o aquecimento da temperatura no planeta a 1,5°C, definida na conferência sobre o clima anterior, realizada em Glasgow, na Escócia. Rishi Sunak foi à COP27, em Sharm-el-Sheikh, após ser duramente criticado por ter inicialmente anunciado que não iria devido a uma agenda lotada em Londres.

A conferência anual do clima da ONU aprovou hoje um acordo que prevê a criação de um fundo para financiar danos climáticos sofridos por países “particularmente vulneráveis”, numa decisão descrita como histórica. A resolução foi adotada por unanimidade em assembleia plenária, seguida de aplausos estrondosos, no final da conferência anual do clima da ONU.

A resolução enfatiza a “necessidade imediata de recursos financeiros novos, adicionais, previsíveis e adequados para ajudar os países em desenvolvimento que são particularmente vulneráveis” aos impactos “económicos e não económicos” das alterações climáticas. A implementação do fundo será elaborada por uma comissão especial e depois adotada na próxima COP28, no final de 2023, nos Emirados Árabes Unidos.

A 27.ª Conferência das Nações Unidas sobre as Alterações Climáticas começou em 06 novembro e terminou hoje em Sharm-el-Sheik, no Egito, juntando mais de 35 mil participantes, nomeadamente vários líderes de países, com cerca de duas mil intervenções sobre mais de 300 tópicos.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Costa garante PRR executado “a par e passo” e diz que segunda tranche chegará em breve

  • Lusa
  • 20 Novembro 2022

António Costa afirma que o PRR “está a ser executado a par e passo e de acordo com o calendário” acertado com a Comissão Europeia.

O secretário-geral do PS garantiu este domingo que o Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) está a ser executado “a par e passo” e anunciou que, muito em breve, a Comissão Europeia deverá libertar a segunda “tranche” de verbas.

No encerramento do congresso da Federação da Área Urbana de Lisboa (FAUL), em Vila Franca de Xira, António Costa recordou que “muitos disseram que ia ser impossível acabar de cumprir” as verbas comunitárias previstas no PT 2020, cumprir o PRR e arrancar, ao mesmo tempo, com os fundos comunitários para a próxima década.

“Felizmente, já todos ultrapassaram esse pessimismo e agora o que apontam é a execução baixa do PRR. Como se enganaram da primeira vez, enganam-se da segunda”, vaticinou. De acordo com o líder socialista e primeiro-ministro, o PRR “está a ser executado a par e passo e de acordo com o calendário” acertado com a Comissão Europeia.

“Foi por isso que recebemos a primeira tranche, já apresentámos à CE o relatório demonstrativo de que já cumprimos as metas e marcos que darão lugar ao pagamento da segunda tranche e tenho a certeza de que, muito brevemente, a Comissão validará as nossas metas e marcos e procederá pagamento da segunda tranche”, disse.

António Costa realçou que, ainda esta semana, a Comissão Europeia referiu que “Portugal tem sido dos países com melhor taxa de execução de fundos comunitários e com menor taxa de irregularidades” e que o país tem “todas as condições para chegar ao final de 2023 e ter cumprido integralmente o PT 2020”.

No dia em que terminou a cimeira climática no Egito, António Costa destacou que este tema “tem tido atualidade todos os dias” na sua governação e garantiu a “segurança energética” do país.

“É graças a isso que 59% da eletricidade que produzimos em Portugal já é de fontes renováveis, que antecipámos em dois anos o encerramento das duas centrais de produção de carvão e hoje, apesar da crise energética, podemos dizer que as condições de segurança energética do país estão garantidas e não temos de dar passos atrás e reabrir as centrais a carvão, como outros estão a fazer”, assegurou.

António Costa reafirmou a meta, inscrita no programa de Governo, de em 2026 ter 80% da eletricidade produzida em Portugal a partir de fontes renováveis e admitiu que será necessário reforçar as verbas previstas no PRR para melhorar a eficiência energética dos edifícios no país.

“É um dos programas fundamentais do PRR, dos que tem tido maior sucesso. Tem tido tanto sucesso vamos reforçar as verbas, temos não só de produzir energia melhor, como de gastar menos energia”, defendeu.

Na sua intervenção, de mais de meia hora e transmitida também para os congressos federativos de Coimbra e Bragança, Costa voltou a passar em revista – como já tinha feito no sábado – algumas das principais tarefas da governação.

“Não é a primeira vez desde que iniciámos a governação em 2015 que temos de enfrentar situações de emergência: a crise do setor financeiro, a saída do procedimento por défice excessivo, a pandemia e agora a guerra que a Rússia desencadeou contra a Ucrânia”, enumerou.

O líder do PS apontou que a “primeira missão do Governo” no combate à inflação provocada pela guerra tem sido “responder à emergência”, elencando as várias medidas tomadas ou a tomar para moderar preços, como as mais recentes taxas para tributar os “ganhos injustificados” de empresas.

A par das medidas de emergência, Costa reafirmou a política económica de valorização dos rendimentos – recordando os recentes acordos com a concertação social e a função pública – e voltou a comprometer-se em aumentar o peso dos salários na riqueza nacional para a média europeia de 48%.

“Quero aqui reafirmar: nós vamos cumprir esse compromisso de repor o valor dos salários na riqueza nacional”, assegurou. No entanto, o também primeiro-ministro salientou que a tarefa do Governo “não é só gerir a crise”.

“A razão pela qual os portugueses decidiram dar estabilidade para que o país fosse governado de forma coerente durante quatro anos é porque o país sente necessidade de estabilidade para fazermos as reformas progressistas com que nos comprometemos”, afirmou. Entre as várias que elencou, António Costa destacou a da habitação, assegurando que com as verbas previstas pelo PRR, “esta vai mesmo ser a legislatura da oferta pública de habitação”.

(Notícia atualizada às 16h13 com mais informação)

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.