Portugueses gastaram menos por compra na Black Friday, mas superaram expetativas
O valor médio das compras desceu, mas os gastos e a afluência aos centros comerciais superaram as expetativas. Este ano, o destaque vai para a categoria de decoração e artigos de lar.
As previsões estavam feitas: este ano os portugueses tencionavam gastar menos durante o período da Black Friday do que em 2021. Mas, apesar de se confirmar uma descida no valor médio das compras, os gastos e a afluência aos centros comerciais superaram as expetativas. Este ano, os consumidores deram particular atenção à categoria de decoração e artigos de lar.
Durante algumas semanas ou até um mês, várias lojas – físicas e virtuais – aderiram à tradição americana e publicitaram preços baixos, descontos e promoções. Em 2021 já se tinha verificado uma recuperação das vendas durante este período, mas mesmo assim os valores estavam abaixo dos registados em 2019.
“Este foi o ano em que tudo se superou, quer em termos de vendas, quer em termos de afluência”, até em relação a 2019, ano pré-pandemia, avança a Associação Portuguesa de Centros Comerciais (APCC). As vendas nas lojas físicas dos centros comerciais “cresceram 12% em relação às vendas de 2021”, acrescenta a associação, que se refere especificamente ao período do Black Weekend (fim de semana com início na “verdadeira” sexta-feira negra – 25 de novembro – e terminou esta segunda-feira).
No entanto, o destaque vai para as vendas online, onde os portugueses gastaram mais de um quinto do valor (22%), superando os 18% registados em 2021, revela o relatório da SIBS Analytics.
Faturação com cartão aumentou, mas valor médio das compras diminuiu
Os descontos existiram durante todo o mês, mas foi mesmo no dia 25 e 26 de novembro que se registaram mais faturações, principalmente entre as 17h e as 18h, clarifica o relatório da rede nacional de aceitação de cartões nacionais e estrangeiros Reduniq, uma marca da Unicre.
Segundo os dados, este ano a faturação com cartão aumentou face ao ano anterior (11%). No entanto, o valor médio das compras diminuiu de 42,7 euros (em 2021) para 40,4 euros (em 2022), acrescenta a SIBS.
Mesmo assim o resultado final de vendas ficou “acima das expetativas”, garante a Worten, cuja campanha iniciou no final de outubro e se prolongou até dia 28 de novembro, incluindo, portanto, a Cyber Monday.
Ao ECO a empresa explica que procurou apostar “nas principais necessidades e expetativas dos consumidores”. E funcionou: os produtos mais procurados pelos portugueses foram eletrodomésticos, televisões, telemóveis e tablets.
Decoração e artigos para o lar entre os mais procurados
O destaque de 2022 vai mesmo para os produtos de casa e decoração, desporto, bebé e beleza, que “registaram um aumento muito significativo na procura, mais do dobro em relação ao ano anterior”, acrescenta a Worten.
De acordo com o relatório da SIBS, as categorias mais procuradas pelos portugueses foram moda e acessórios; produtos de beleza, cosméticos e perfumes; material recreativo e desporto; jogos, brinquedos e bens de puericultura e decoração e artigos para o lar (pela primeira vez no top cinco).
Foi nos artigos de moda que os portugueses escolheram gastar a maioria do seu plafond este ano, representando 10,6% da faturação total (investindo, por ordem, em pronto a vestir, artigos de desporto e sapataria). Seguiram-se os eletrodomésticos e tecnologia, e artigos de decoração. Estes três setores representaram 23,7% da faturação total de 2022.
Também a HiPay Portugal, especialista em soluções de pagamento, destaca 2022 como sendo um ano em que se bateram recordes e consolidaram crescimentos. A empresa processou, apenas durante o dia 25 de novembro, mais 32% de pagamentos de clientes portugueses face a 2021. Registou-se, assim, um total de 109.434 transações e consolidou-se “o crescimento dos últimos dois anos”, afirma a HiPay.
De acordo com os dados avançados ao ECO, este ano houve também um aumento de 21% do valor pago nas transações, atingindo um total de 6.363.818 euros (e superando os 5.244.843 euros de 2021).
Vendas na Amazon superaram os 270 mil milhões
À semelhança de Portugal, a nível mundial as vendas online também se destacaram e bateram “um recorde histórico superior a 270 mil milhões de euros”, avança a Salesforce. Isto representa um aumento de 2% face a 2021.
De acordo com a multinacional tecnológica, este ano os principais descontos registaram-se no vestuário (34%), em maquilhagem e skincare (32%) e malas de luxo e de senhora (26%). Só na Amazon, durante um período de cinco dias (entre 24 e 28 de novembro), foi comprado “um número recorde de produtos”.
“Este foi um fim de semana de compras recorde. Os clientes compraram milhões de produtos durante estes dias”, partilhou Doug Herrington, CEO da WW Amazon Stores, em comunicado. Em Portugal, as categorias mais vendidas na Amazon foram café, smarthome, higiene oral e cozinha.
Este ano houve ainda uma maior procura pelo método de compra Buy Now Pay Later (BNPL), o que se justifica pela existência de “preços mais altos e orçamentos mais curtos”, clarifica a Salesforce. De acordo com o relatório, comparativamente a 2021, os consumidores pediram financiamentos para comprar produtos de menor valor.
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