Fed tira o pé do acelerador e sobe taxa de juro em 50 pontos base
Após quatro subidas de 75 pontos da taxa de juro do dólar, Jerome Powell, presidente da Fed, anunciou o aumento da taxa de juro em 50 pontos base.
A taxa de juro do dólar voltou a aumentar, mas desta vez a um ritmo mais moderado do que tinha vindo a ser realizado pela Reserva Federal norte-americana (Fed).
Depois de nas últimas quatro reuniões do Comité de Política Monetária os governadores da Fed terem decidido aumentar o preço da moeda norte-americana em 75 pontos base, esta quarta-feira, Jerome Powell, presidente da Fed, anunciou uma subida de “apenas” 50 pontos base.
A decisão marca o sétimo aumento consecutivo da Fed desde março. Com esta decisão, a taxa de juro do dólar (“Fed funds rate”, em inglês) passa a situar-se na faixa dos 4,25% e 4,5% ao ano, a maior dos últimos 15 anos.
A Fed revela em comunicado que a decisão foi tomada por unanimidade por parte dos membros do Comité de Política Monetária e que “a inflação permanece elevada e que a Fed está a acompanhar de perto os riscos relacionados com a inflação.”
É nesse sentido que Powell, no decorrer da conferência de imprensa, sublinha que “não há razões para ser complacente” com a inflação.
No entanto, salienta também que o mercado de trabalho nos EUA tem-se mantido robusto “e a taxa de desemprego tem permanecido baixa.”
A decisão anunciada pela Fed já era esperada pelos mercados. O primeiro sinal foi dado pelo próprio presidente do banco central americano numa intervenção no Brooking Institution no final do mês de novembro, indicado que a Fed estaria pronta para abrandar o ritmo de subida das taxas de juro.
A confirmação dos investidores de que a Fed retiraria o pé do acelerador saiu reforçado ontem com a publicação dos dados da inflação dos EUA que voltaram a mostrar um abrandamento, com a taxa a situar-se nos 7,1%.
Apesar de a Fed ter anunciado um abrandamento do ritmo de subida das taxa de juro do dólar, não se espera que seja o fim do ciclo. Desde logo porque a Fed mantém a taxa de juro mediana nos 5,1% em 2023 e, segundo Powell “ainda não chegámos a uma posição suficientemente restritiva.”
Segundo o comunicado da Fed, “o Comité antecipa que futuras subidas serão apropriadas para se atingir uma postura de política monetária suficientemente restritiva para trazer a inflação para os 2% ao longo do tempo.”
Powell salienta também que as decisões tomadas pela autoridade monetária dos EUA serão sempre tomadas com base nos dados que recolhe da economia americana, sublinhando que “as nossas projeções não são um plano” e que “não há certezas sobre a economia”.
No mercado obrigacionista, a decisão da Fed teve um impacto imediato, com a yield das obrigações do Tesouro norte-americano a dois e a dez anos a registar uma ligeira subida.
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