PSD pede debate de urgência a Costa. “Não é tempo de se esconder, mas de responder”, diz Rangel
"Responsabilidade desta degradação política cabe em primeira lugar ao primeiro-ministro que não sabe governar em maioria absoluta", acusa Paulo Rangel.
O PSD vai pedir um debate de urgência na próxima semana e espera que António Costa esteja presente em representação do Executivo para prestar contas ao Parlamento no seguimento da onda de demissões provocada pela indemnização de meio milhão paga à secretária de Estado do Tesouro. “Não é tempo de se esconder, mas de responder”, diz Paulo Rangel, responsabilização o primeiro-ministro pela instabilidade política que o país atravessa e acusando-o de não saber governar com maioria absoluta.
“Onze demissões num período de nove meses é um sinal da degradação política a que o Governo PS chegou”, disse Paulo Rangel, sublinhando que existe “falta de rumo e de coordenação”. Por isso, o PSD pede um debate de urgência para a próxima quarta-feira. Mas de acordo com as regras parlamentares, o agendamento de uma moção de censura tem prioridade sobre um debate de urgência, de acordo com o Observador.
“Quando as crises se sucedem a este ritmo e com esta gravidade não estamos a falar de casos e casinhos”, defende Paulo Rangel. “Há um padrão de instabilidade na governação socialista, de definhamento do Governo”, acrescenta. “Não se trata de casos, mas de vícios originais, que só podem assacar-se à responsabilidade do primeiro-ministro e à sua incapacidade de liderar o seu terceiro governo”, conclui.
“Temos um Governo paralisado que consome as suas energias em lutas intestinas”, acusa Paulo Rangel sem, no entanto, pedir a demissão do Governo como o CDS ou avançar para a apresentação de uma moção de censura como o Iniciativa Liberal.
Paulo Rangel considera que “o Governo e o primeiro-ministro perderam a autoridade política e moral” e defende que a “responsabilidade desta degradação política cabe, em primeiro lugar, ao primeiro-ministro que que não sabe governar em maioria absoluta”, acrescentando que agora não há não há desculpas como a geringonça.
Sublinhando que o “PSD é um referencial de estabilidade e serenidade” — uma alternativa à governação socialista, uma ideia já defendida no dia anterior por Miguel Pinto Luz na reação à demissão da secretária de Estado do Tesouro — o eurodeputado social-democrata considera que a demissão de Pedro Nuno Santos não encerra o assunto. “A história da indemnização ainda está por explicar e não se resolve com demissões”, justifica. “Quem no Governo sabia exatamente o quê e o que por apurar?”, questionou Paulo Rangel apontando baterias a Fernando Medina.
O ministro das Finanças por duas vezes escolheu pessoalmente Alexandra Reis: quando assinou o seu despacho de nomeação para a NAV e depois quando a nomeou para secretária de Estado do Tesouro, sublinhou Paulo Rangel assacando assim responsabilidades a Fernando Medina, e recusando que a questão fique circunscrita a Pedro Nuno Santos. “Ainda não esquecemos como lidou com o caso Sérgio Figueiredo”, frisou, acrescentando em jeito de alerta que “o ministro das Finanças tem respostas por dar e a dar”.
(Notícia atualizada)
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