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Diana Tato é a nova diretora de marketing e comunicação da Webhelp

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  • 19 Outubro 2022

Sofia Santos, até agora diretora de marketing e comunicação, passa a global marketing senior project manager da multinacional francesa, apoiando os 58 mercados onde o grupo está presente.

Diana Tato é a nova diretora de marketing e comunicação da Webhelp, multinacional francesa especialista em experiência do cliente (CX) e soluções empresariais. Sofia Santos, que até agora desempenhava estas funções, passa a global marketing senior project manager, com responsabilidades ao nível do mercado internacional. Esta progressão interna, justifica a empresa, “segue o princípio base da Webhelp de grande aposta na equipa atual, com base na filosofia think Human“.

“Participar no crescimento da Webhelp Portugal desde praticamente a sua chegada ao país, em 2016, tem sido uma enorme aventura e é com satisfação que estive presente em grandes momentos da evolução da marca no país. É com um sentimento de dever cumprido que passo o testemunho e aceito este novo desafio dentro da Webhelp, através do qual assumirei agora novas responsabilidades a nível global, apoiando os 58 países que fazem parte do grupo“, comenta Sofia Santos, citada em comunicado.

“Acredito que a Webhelp é uma empresa com um futuro muito promissor em Portugal. Aceitar este desafio vai permitir-me ser uma parte ativa do percurso que ainda será construído, fortalecendo todo o trabalho que a equipa atual já foi desenvolvendo com enorme dedicação e sucesso, ao longo dos últimos seis anos da multinacional em Portugal”, prossegue Diana Tato.

Diana Tato tem cinco ano de experiência na indústria de business process outsourcing, como senior content creator e e também communication manager. A carreira começou como jornalista, com passagens pela RTP e pela TVI.

Sofia Santos, global marketing senior project manager

Sofia Santos passou pela Agência Lusa e pelo Jornal Luso-Americano, nos Estados Unidos, seguindo-se a colaboração em duas agências de comunicação.

A Webhelp conta com 2.400 colaboradores em Portugal, repartidos por Oeiras, Lisboa, Braga e Aveiro. O objetivo, diz, é chegar aos 3.000 colaboradores em território nacional no próximo ano.

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Câmara do Porto discute contratar empréstimo de 50 milhões para cobrir investimentos

  • Lusa
  • 19 Outubro 2022

A proposta apresentada pela Caixa Geral de Depósitos (CGD), com uma taxa de juro indexada à Euribor a seis meses e a 15 anos, foi considerada a mais favorável.

A Câmara do Porto delibera, segunda-feira, submeter à aprovação da Assembleia Municipal a contratualização de um empréstimo de 50 milhões de euros, pelo prazo de 15 anos, para cobrir “necessidades de investimento” a inscrever no orçamento de 2023.

Na proposta, a que a Lusa teve acesso e que o executivo municipal discute na reunião pública de segunda-feira, o vereador com o pelouro da Economia da Câmara do Porto, Ricardo Valente, esclarece que o município pretende contratar um empréstimo bancário, de 50 milhões de euros, para cobrir “necessidades de investimento a inscrever no orçamento municipal para 2023”.

O procedimento de contratação de empréstimo iniciou-se a 6 de setembro, por despacho do vereador, tendo sido convidadas a apresentar propostas dez instituições financeiras, “das quais seis apresentaram propostas”. “Da análise das propostas, resulta como mais favorável para o município a proposta apresentada pela Caixa Geral de Depósitos (CGD), com uma taxa de juro indexada à Euribor a seis meses, acrescida de um spread de zero vírgula quarenta e oito por cento”, esclarece Ricardo Valente.

Como os investimentos a inscrever no próximo orçamento municipal “ultrapassam 10% do investimento previsto” no orçamento municipal deste ano, a contratualização do empréstimo tem de ser “objeto de autorização” pela Assembleia Municipal. Paralelamente, o contrato em causa está também sujeito à fiscalização prévia do Tribunal de Contas, sendo que o município “apenas fará a primeira utilização [do montante em empréstimo] a partir de 2023”.

Nesse sentido, o executivo municipal vai deliberar submeter a aprovação da Assembleia Municipal a contratualização do empréstimo a longo prazo por um montante de 50 milhões de euros para a execução do programa de investimentos.

Entre os investimentos, que constam num documento anexo à proposta, destacam-se a construção de habitação multifamiliar de renda acessível na freguesia de Lordelo do Ouro, por um montante de 15 milhões de euros, a antiga estação de recolha da Sociedade de Transportes Coletivos do Porto (STCP), por seis milhões de euros, a estabilização da Escarpa da Alfândega, por um milhão de euros, e a construção do loteamento do Monte Pedral, por 800 mil euros.

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Segurança Social paga apoio de 125 euros na 2.ª feira a 1,6 milhões de pessoas

  • Lusa
  • 19 Outubro 2022

"A Segurança Social vai fazer o pagamento do apoio dia 24, próxima segunda-feira, a todos" os que recebem prestações sociais, segundo o ministério, apontando para 1,6 milhões de beneficiários.

O apoio de 125 euros vai ser pago na segunda-feira pela Segurança Social a quem recebe prestações sociais, abrangendo 1,6 milhões de beneficiários, avançou à Lusa fonte oficial do Ministério do Trabalho.

A Segurança Social vai fazer o pagamento do apoio dia 24, próxima segunda-feira, a todos os beneficiários”, indicou o gabinete da ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Ana Mendes Godinho, acrescentando que em causa estão 1,6 milhões de pessoas.

Em causa está o apoio de 125 euros e de 50 euros por descendente, criado pelo Governo com o objetivo de mitigar o impacto da inflação. Nos casos de beneficiários de algumas prestações sociais, o apoio é pago pela Segurança Social e, no caso de titulares de rendimentos, é efetuado pela Autoridade Tributária e Aduaneira (AT).

Aos titulares de rendimentos, o apoio é pago pela AT a partir de quinta-feira, dia 20, a um ritmo diário de 500 mil pagamentos por dia, anunciou na terça-feira o ministro das Finanças, Fernando Medina. O apoio é feito por transferência bancária, através do IBAN que conste no sistema de informação da Segurança Social, mas, caso não seja possível proceder ao pagamento por esta via, será realizado por vale postal.

A medida abrange quem tem um rendimento bruto até 2.700 euros por mês, abrangendo titulares de rendimentos e também beneficiários de determinadas prestações sociais.

Entre os beneficiários de prestações sociais com direito ao apoio estão as pessoas que recebem subsídio de desemprego, subsídio social de desemprego, subsídios de doença, Rendimento Social de Inserção (RSI), prestação social para a inclusão, Complemento Solidário para Idosos (CSI) e subsídio de apoio ao cuidador informal principal. O Governo estima que o apoio abranja um total de 5,8 milhões de pessoas.

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Kwarteng vs. Hunt: o antes e o depois do “mini-orçamento” do Reino Unido

  • Joana Abrantes Gomes
  • 19 Outubro 2022

Kwasi Kwarteng apresentou um plano de corte de impostos e apoios para pagar as contas da energia. Três semanas depois, Jeremy Hunt toma o seu lugar e reverte "quase tudo". O que mudou?

Nem um mês depois da apresentação do “mini-orçamento”, que previa a maior descida de impostos em décadas e que obrigou a uma intervenção do banco central, o Governo britânico viu-se obrigado a recuar no seu ambicioso programa económico para tentar acalmar os mercados financeiros e estabilizar a libra. Traduzindo à letra, o novo plano, anunciado na segunda-feira pelo sucessor de Kwasi Kwarteng, chama-se mesmo “reviravolta” (U-Turn, em inglês): isto é, afinal, já não serão postas em prática as reduções de impostos e as medidas de apoio a famílias e empresas para fazer face à crise energética serão encurtadas para seis meses.

Foi no dia 23 de setembro que o agora ex-ministro das Finanças do Reino Unido, Kwasi Kwarteng, revelou os detalhes do “mini-orçamento”, com vista a implementar a principal promessa que marcou a campanha da primeira-ministra, Liz Truss, na corrida à liderança do Partido Conservador – uma redução generalizada de impostos. O objetivo era dinamizar o crescimento económico, num cenário de crise energética e inflação elevada, sobretudo na sequência da guerra que assola o leste da Europa.

“Acreditamos que impostos elevados reduzem o incentivo ao trabalho, impedem o investimento e são um entrave ao empreendedorismo. Vamos rever o sistema fiscal para o tornar mais simples, mais dinâmico e mais justo para as famílias”, defendeu Kwasi Kwarteng, nesse dia, diante do Parlamento britânico.

O “mini-orçamento”, ou o novo Plano de Crescimento, estimava um corte de impostos avaliado em 45 mil milhões de libras (51.680 milhões de euros à taxa de câmbio atual), mais pelo menos 100.000 milhões de libras (cerca de 114.910 milhões de euros) para financiar diretamente os custos da energia para famílias e empresas durante dois anos. Entre as principais medidas do plano económico do Governo liderado por Liz Truss, constavam:

  • Reversão do aumento da contribuição para a Segurança Social, introduzido em abril por Rishi Sunak para ajudar a financiar os custos adicionais no setor da saúde;
  • Cancelamento dos aumentos de impostos para bebidas alcoólicas;
  • Fim do teto para os prémios de remuneração dos banqueiros, para tentar atrair mais investimento do setor financeiro;
  • Corte no imposto sobre a compra de habitação;
  • Isenção de IVA para turistas;
  • Cancelamento da subida prevista para os impostos sobre as empresas (o equivalente ao IRC em Portugal);
  • Fim do escalão mais alto do imposto sobre os rendimentos (equivalente ao IRS) a partir de 2023, que taxa a 45% os cidadãos que ganham mais de 150 mil libras por ano, passando estes a pagar apenas 40%;
  • Descida da taxa de 20% para 19% no escalão mais baixo do imposto sobre os rendimentos;
  • Congelamento das faturas de energia durante dois anos, sendo que, para as empresas, o Governo propunha financiar quase metade das contas durante seis meses.

Para suportar estas medidas e compensar a quebra na receita fiscal, o Governo britânico decidiu recorrer ao endividamento público. Além disso, o anúncio do plano não se fez acompanhar de previsões económicas independentes do órgão fiscalizador do Reino Unido – o Gabinete de Responsabilidade Orçamental (na sigla em inglês, OBR – Office of Budget Responsibility) –, nem por medidas para reduzir a despesa, colocando em causa, desde logo, a sustentabilidade da dívida pública, que se encontra em 96,6% do Produto Interno Bruto (PIB).

A pressão sobre os mercados financeiros fez-se sentir imediatamente. O valor da libra caiu a pique, chegando a desvalorizar 5% face ao dólar entre a data de apresentação do “mini-orçamento” e 26 de setembro, dia em que registou a cotação mais baixa, e 1,2% desde 23 de setembro até 14 de outubro, quando Kwasi Kwarteng foi demitido. Ao mesmo tempo, as taxas de juro da dívida dispararam e arrastaram com elas os juros dos empréstimos à habitação. A yield das obrigações do Tesouro britânico a 10 anos passou de uma taxa de 3,3% a 21 de setembro para 4,5% a 27 de setembro, tendo a partir de então e até esta terça-feira, 18 de outubro, baixado para os atuais 3,9%.

"Foi uma ideia demasiado audaz e muito pouco refletida. Do ponto de vista da reação do mercado, é o pior que se pode fazer. Porque isto não é fazer um corte na despesa. Isto é dizer que vamos manter a mesma despesa, mas à custa do dinheiro dos investidores.”

João Duque

Economista e Professor do ISEG - Instituto Superior de Economia e Gestão da Universidade de Lisboa

 

De facto, os mercados não alinharam no plano económico de Kwasi Kwarteng e até o Fundo Monetário Internacional (FMI) criticou a estratégia do Governo britânico. Vários bancos retiraram do mercado centenas de produtos de crédito à habitação nos dias que se seguiram ao anúncio, devido à expectativa de analistas de que as taxas de juro poderiam aumentar até 6% em 2023.

Este cenário obrigou o Banco de Inglaterra (BoE, na sigla em inglês), que já estava a tentar controlar a inflação, a uma compra de emergência de títulos soberanos (as chamadas gilts) no valor de quase 75 mil milhões de euros, evitando assim o colapso de alguns fundos de pensões com grandes investimentos em títulos do Tesouro.

A reação “enérgica” do BoE, além do nervosismo dos mercados, é um “sinal que algo sério se passou e ainda está a passar”, sublinhou ao ECO o ex-presidente da AICEP Pedro Reis. Já Antoine Bouvet, do ING Group, considera que embora tenha reagido “como devia”, a intervenção do banco central do Reino Unido ocorreu “demasiado tarde e de forma limitada”. “Deveria ter durado mais tempo”, afirmou o economista, em declarações ao ECO.

Neste contexto, foi aumentando a pressão sobre Liz Truss para demitir o seu ministro das Finanças, inclusive dentro do seu próprio partido. No dia 4 de outubro, Kwarteng reverteu aquela que era a medida mais polémica do “mini-orçamento”: a abolição do imposto de 45% sobre os rendimentos superiores a 150 mil libras anuais. “Nós apenas falamos com as pessoas. Ouvimos as pessoas. Eu percebo isso. Além de falarmos com as pessoas, também vimos como reagiram”, justificou.

Esse recuo, no entanto, não foi suficiente para devolver a credibilidade junto dos mercados, e Liz Truss acabou mesmo por demitir Kwasi Kwarteng na passada sexta-feira, reconhecendo que os seus planos económicos tinham ido “mais longe” do que os investidores esperavam. “Ainda bem que ele saiu, não tinha qualquer hipótese”, considera o economista João Duque.

Hunt faz “marcha-atrás” em nome da estabilidade

Sob forte pressão política, a chefe do Governo britânico não tardou a anunciar a nova escolha para a pasta das Finanças. A nomeação de Jeremy Hunt, antigo ministro dos Negócios Estrangeiros e duas vezes candidato à liderança do Partido Conservador, foi confirmada ainda em 14 de outubro, dia em que Liz Truss anunciou mais um recuo no plano económico, repondo a subida do imposto sobre as empresas (de 19% para 25%) que tinha sido decidida pelo anterior Governo, quando Rishi Sunak era ministro das Finanças.

Bastaram dois dias para o sucessor de Kwasi Kwarteng começar a fazer mudanças e a primeira medida que tomou foi mesmo anular quase por inteiro o “mini-orçamento”, numa tentativa de controlar o aumento da dívida pública. “Vamos inverter quase todas as medidas fiscais anunciadas no plano de crescimento há três semanas que ainda não iniciaram a legislação no Parlamento”, admitiu Jeremy Hunt, numa comunicação transmitida em televisão na passada segunda-feira.

Para reduzir especulações “inúteis”, o novo ministro das Finanças decidiu revelar mais mudanças ao “mini-orçamento” original antes da apresentação do plano orçamental de médio prazo, que acontece em 31 de outubro. Eis as principais medidas anunciadas:

  • Sem cortes nas taxas de impostos sobre dividendos;
  • Mantém-se o IVA para turistas;
  • Os aumentos das taxas sobre bebidas alcoólicas não serão congelados;
  • O imposto sobre as empresas afinal vai aumentar de 19% para 25% no próximo ano;
  • Taxa básica do imposto sobre os rendimentos vai manter-se “indefinidamente” nos 20%, em vez de baixar para 19%;
  • Mantém-se o escalão máximo de 45% do imposto sobre os rendimentos, que Kwarteng pretendia abolir inicialmente;
  • O plano de Garantia de Preços da Energia, destinado a apoiar famílias e empresas, foi encurtado para durar até abril de 2023 e não durante dois anos.

Do “mini-orçamento” apresentado em 23 de setembro no Parlamento mantêm-se apenas a redução da contribuição para a Segurança Social e um desconto no imposto sobre a compra de habitação (“stamp duty”), visto que ambas as medidas já começaram a ser legisladas.

Antecipando que o cancelamento da redução de impostos vai permitir angariar mais cerca de 32.000 milhões de libras (37.000 milhões de euros) anualmente em receitas fiscais, Jeremy Hunt justificou as alterações com o facto de os mercados exigirem, “com razão, o compromisso com finanças públicas sustentáveis”.

O objetivo do novo ministro das Finanças passa agora por mostrar aos mercados financeiros que o Governo britânico vai ser prudente nas políticas económicas, abdicando de qualquer medida que conduza a um aumento dos níveis de endividamento público e esperando que o valor da libra recupere terreno e que as taxas de juro da dívida pública do país deixem de subir.

Certo é que, desde a demissão de Kwasi Kwarteng na sexta-feira até esta terça-feira, 18 de outubro, a libra já valorizou 1,2% face ao dólar norte-americano, enquanto na segunda-feira a moeda britânica ganhava 0,83% em relação ao euro e as gilts mostravam sinais de recuperação. E se, inicialmente, o OBR previa que, incluindo as medidas do “mini-orçamento” original, o Governo britânico enfrentava um défice de 72 mil milhões de libras, este valor estará agora mais próximo dos 50 mil milhões de libras em resultado das mudanças anunciadas por Hunt, de acordo com o ING Group.

As novas medidas estão a ser recebidas com recetividade pelos economistas, embora considerem difícil que venham colmatar a lacuna nas finanças públicas. Com o “mini-orçamento”, Kwarteng queria fazer do Reino Unido “um laboratório social”, critica João Duque, frisando que o objetivo de Jeremy Hunt deve ser recuperar a confiança dos mercados, eventualmente cortando na despesa para controlar o défice.

Para Antoine Bouvet, do ING Group, as novas medidas são “uma evolução muito positiva, porque dão mais receitas ao orçamento e também representam um sinal para os investidores de que o Governo está a levar a sério a sustentabilidade”. Porém, assinala que o mercado das gilts continua “muito frágil”. “A não ser que o BoE intervenha por um período de tempo mais longo”, será difícil que a yield caia muito, remata, acrescentando que tal dependerá, em último caso, do que acontecer com a inflação – que atingiu os 10,1% esta quarta-feira.

Até 31 de outubro ainda serão anunciadas mais medidas de reversão do “mini-orçamento”. Mas persiste “um problema de sustentabilidade, e atrás disso a credibilidade, e atrás disso a estabilidade, e atrás disso todo o crescimento que (o Governo britânico) tem de acautelar”, aponta Pedro Reis, que denota que o novo ministro das Finanças se depara com uma “equação muito difícil” num ano em que “o mundo está demasiado perigoso”. “Para fechar o tal buraco (da sustentabilidade), ou vai por medidas de corte de despesas, ou vai por medidas de abdicar de corte de receita – na prática, abdicar de mais receita“, disse o ex-presidente da AICEP.

Jeremy Hunt terá de tomar uma série de opções orçamentais nas próximas semanas numa altura em que ainda existe um clima de incerteza política sobre o futuro da primeira-ministra, com as críticas a crescer no seio da sua maioria parlamentar e alguns deputados conservadores a começarem a pedir a sua substituição. Segundo o economista Antoine Bouvet, é outra razão pela qual a volatilidade dos mercados financeiros permanecerá elevada. Uma nova intervenção do BoE pode estar em cima da mesa, visto que acalmar os mercados depois de atingir a credibilidade da gestão das finanças públicas “é muito complicado”, considera Pedro Reis.

"Ou o ministro das Finanças empresta credibilidade a Liz Truss e ela recupera alguma coisa, ou então, se os mercados continuarem reativos e nervosos, não me surpreenderia que o Banco de Inglaterra intervenha para estancar o problema, não olhando ao impacto político da agenda.”

Pedro Reis

Economista e ex-presidente da AICEP

Liz Truss, por seu lado, parece decidida a defender a sua posição. Na segunda-feira, numa tentativa de justificar as reversões ao plano económico inicial, escreveu na sua conta do Twitter que “os britânicos querem estabilidade”. “Tomámos ações para delinear um novo rumo para o crescimento que apoie e responda às necessidades das pessoas do Reino Unido”, afirmou.

Esta quarta-feira, no entanto, o Governo britânico já sofreu um novo revés, com a demissão da ministra do Interior, Suella Braverman, menos de uma semana depois da saída de Kwasi Kwarteng. Em causa estará uma violação das regras, ao ter enviado um documento oficial através do seu e-mail pessoal. Resta esperar pela apresentação do plano orçamental de médio prazo no final do mês, para perceber se a mudança de direção em Downing Street será suficiente para “dar gás” novamente aos mercados e salvar não só as obrigações e as taxas de juro, como também a relação de paridade entre a libra e o dólar.

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“Corajoso” povo ucraniano vence Prémio Sakharov 2022 do Parlamento Europeu

  • Lusa
  • 19 Outubro 2022

“O prémio é para os ucranianos que lutam no terreno. Para aqueles que foram forçados a fugir. (...) Sei que o corajoso povo da Ucrânia não vai desistir e nós também não”, disse Metsola.

O “corajoso” povo ucraniano é o vencedor do Prémio Sakharov 2022, anunciou esta quarta-feira, em Estrasburgo, a presidente do Parlamento Europeu (PE), Roberta Metsola.

“Em 2022, o Prémio Sakharov para a Liberdade de Pensamento foi atribuído ao corajoso povo ucraniano, representado pelos seus líderes eleitos e sociedade civil”, anunciou Metsola, perante a sessão plenária do PE. “O prémio é para os ucranianos que lutam no terreno. Para aqueles que foram forçados a fugir. Para aqueles que perderam familiares e amigos. Para todos aqueles que se erguem e lutam por aquilo em que acreditam. Sei que o corajoso povo da Ucrânia não vai desistir e nós também não”, acrescentou.

O Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, congratulou-se com a atribuição do Prémio Sakharov 2022 ao “corajoso” povo ucraniano e assinalou a sua “dedicação aos valores da liberdade e democracia contra o Estado terrorista da Federação da Rússia”. “Congratulo o Parlamento Europeu e a presidente do Parlamento Europeu pela concessão do Prémio Sakharov ao povo da Ucrânia”, indicou Zelensky numa mensagem publicada na rede social Twitter.

“Os ucranianos têm demonstrado diariamente no campo de batalha a sua dedicação aos valores da liberdade e democracia contra o Estado terrorista da Federação da Rússia. Neste caminho, o apoio dos países da União Europeia (UE) é muito importante para a Ucrânia”, concluiu na curta mensagem.

O prémio, segundo um comunicado do Parlamento Europeu, distingue “os esforços do Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, em conjunto com os papéis desempenhados por outros indivíduos, representantes de iniciativas da sociedade civil e instituições estatais e públicas”.

A candidatura resultou da junção de três nomeações de grupos parlamentares: os conservadores do Partido Popular Europeu (PPE), os socialistas do S&D e o ECR (centro-direita). Os outros finalistas eram a Comissão da Verdade da Colômbia e o cofundador da WikiLeaks Julian Assange.

Em 2021, o prémio foi atribuído ao líder da oposição russa, Alexei Navalny, pela sua luta contra a corrupção e os abusos de poder no Kremlin (Presidência russa), que foi representado pela filha por estar detido na Rússia. O galardão, que honra o físico e dissidente político Andrei Sakharov, é atribuído anualmente pelo Parlamento Europeu desde 1988 e tem um valor pecuniário de 50 mil euros.

A cerimónia de entrega do galardão de 2022 está prevista para 14 de dezembro, em Estrasburgo (França).

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Governo prolonga prazo de projetos solares do leilão de 2019 para viabilizar financiamento

  • Lusa
  • 19 Outubro 2022

O Governo decidiu prolongar o período experimental dos projetos do leilão solar, de 2019, de forma a concretizar o seu financiamento bancário.

O Governo decidiu prolongar o período experimental dos projetos do leilão solar, de 2019, para viabilizar o seu financiamento bancário, em risco devido às alterações geradas pela pandemia e agora pela guerra na Ucrânia.

De acordo com um decreto-lei publicado esta quarta-feira , “a ocorrência de circunstâncias absolutamente imprevisíveis, a pandemia da doença covid-19 e, mais recentemente, a guerra na Ucrânia, e as respetivas consequências ao nível da economia mundial e europeia, que se traduziram, nomeadamente, na escassez de matérias-primas, que gerou, por sua vez, o aumento muito significativo do preço dos equipamentos e dificuldades na sua disponibilização, bem como o aumento das taxas de juro e inflação” originaram “efeitos de tal modo impactantes que conduziram à inviabilidade da atribuição do financiamento dos projetos decorrentes dos leilões de pontos de injeção na Rede Elétrica de Serviço Público para produção de eletricidade de fonte solar”.

Assim, “estas circunstâncias, que decorrem de uma conjugação de eventos absolutamente excecionais e imprevisíveis à data da realização do procedimento concorrencial”, em conjunto com as “baixíssimas tarifas conseguidas, uma das quais foi a mais baixa do mundo à data, ditaram a inviabilidade do financiamento bancário destes projetos”, explicou o Governo.

O executivo alertou ainda que “os projetos referentes a 2019 já dispõem de licenças de produção emitidas, avaliação de impacte ambiental realizada, nos casos em que é devida, e estão em condições de iniciar a respetiva instalação, pelo que não podem, no contexto atual e sem grave prejuízo público, deixar de se concretizar”.

Por isso, “e à semelhança de outros países, como França, o presente decreto-lei assegura as condições adequadas à concretização destes projetos, imprescindíveis para o país, mediante o prolongamento do período experimental e atualizando o valor da inflação desde a data da adjudicação até à data da entrada em exploração do centro eletroprodutor”.

Paralelamente, lê-se no diploma, este contexto afetou “também os procedimentos concorrenciais subsequentes, pelo que importa adotar medidas adequadas que abranjam todos os procedimentos já realizados”.

O leilão de energia solar de 2019 contou com 64 concorrentes, tendo a procura sido nove vezes superior à oferta, fechando com um valor médio de 20 euros por megawatt/hora (MWh), disse à Lusa, nessa altura, o então ministro da Transição Energética, João Pedro Matos Fernandes.

O governante referiu que o valor médio alcançado foi de 20 euros MWh, menos de metade do preço base de licitação (45 euros MWh), realçando que foi batido “um recorde mundial”, ao vender um lote por 14,76 euros por MWh.

“Essa grande procura refletiu-se no preço: batemos um recorde do mundo num dos lotes, e os preços médios são os mais baixos da Europa”, sublinhou.

Matos Fernandes afirmou ainda que os projetos iriam avançar de imediato, representando um investimento de cerca de 800 milhões de euros.

Entre os vencedores estiveram a francesa Akuo e a Iberdrola.

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AR vai desligar luzes da fachada e pedir a deputados que usem transporte públicos

  • Lusa
  • 19 Outubro 2022

As 23 medidas de poupança incluem luzes desligadas nas salas de reuniões e dos gabinetes dos deputados, quando vazias, e limites de à temperatura do ar condicionado.

O parlamento vai a partir desta quarta-feira desligar a iluminação da fachada durante a madrugada e promover a utilização de transportes públicos por todos os funcionários, deputados incluídos, como parte de uma estratégia para poupar energia.

Em linha com o Plano Nacional de Poupança de Energia 2022/2023 apresentado pelo Governo, a Assembleia da República vai implementar a partir de 19 de outubro, 23 medidas que têm de ser adotadas pelos serviços e funcionários. A notícia foi avançada pelo Observador e, entretanto, confirmada pela Lusa.

De acordo com o despacho a que a Lusa teve acesso, a iluminação da fachada do Palácio de São Bento e do novo edifício do parlamento vai ser desligada todos os dias depois da meia-noite, “com exceção dos holofotes que iluminam a bandeira nacional”. O mesmo vai acontecer com a iluminação natalícia, quando for instalada.

As luzes das salas de reuniões e dos gabinetes dos deputados têm de estar desligadas quando estiverem vazias – o mesmo acontece com os ares condicionados. Os ares condicionados têm de estar predefinidos para uma “temperatura máxima” de 25ºC, mínima de 20ºC “em condições de humidade entre 30% e 70%”.

A iluminação do refeitório e do restaurante dos deputados só vão ser ligadas cinco minutos antes da abertura e são desligadas assim que encerrarem. Todas estas medidas são de aplicação imediata. O despacho acrescenta que a Assembleia da República vai “promover a utilização de transportes públicos nas deslocações pessoais (casa – trabalho – casa), aumentar os espaços para bicicletas no parque de estacionamento e de carregadores para veículos elétricos.

Na ótica de poupar combustíveis, os motoristas têm de desligar as viaturas quando estão parqueados. É usual os automóveis estarem com os motores ligados durante um longo período de tempo, enquanto estão estacionados.

O parlamento vai também avançar com a substituição das janelas no Palácio de São Bento por “janelas energeticamente eficientes”, integrar iluminação LED em todos os edifícios e substituir as torneiras “existentes por torneiras com sensor”. A implementação destas últimas medidas não é para já, assim como a instalação de painéis fotovoltaicos “para autoconsumo”.

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Mercado de usados em Portugal segue em queda face a 2021

Venda de carros usados cai 16,3% no acumulado até ao final do terceiro trimestre, face a 2021. Recuo dos veículos a combustíveis fósseis lidera queda e stock disponível continua a não ser suficiente.

O mercado português de automóveis usados continua em queda, no que tem sido um ano marcado por dificuldades para o setor. As vendas online ao consumidor, acumuladas até ao final do terceiro trimestre, ficaram 16,3% abaixo do registado nos primeiros nove meses do ano anterior. Comparativamente ao período de janeiro a setembro de 2020, esta queda foi inferior em 1,8%.

Em termos mensais, o cenário não é diferente. Dados do mais recente relatório do Observatório INDICATA apontam para um recuo de 16,6% na venda de automóveis usados online em setembro. Já em termos homólogos, as vendas ficaram 18% abaixo do registado em setembro de 2021.

Os resultados revelam a continuação de uma tendência alimentada, principalmente, pelo recuo dos combustíveis fósseis. Enquanto a venda veículos a Diesel afundou 19% em setembro face ao mês anterior, esta queda foi de 23,9% em termos homólogos. No que diz respeito à venda de usados a gasolina, esta queda foi menos acentuada em termos mensais no mês de setembro, com uma queda de 13%. Contudo, mesmo em termos homólogos, a gasolina registou um recuo de 10,8%.

Na direção oposta segue a venda de híbridos, a aumentar 8,9% em termos homólogos, ainda que a cair 1% face a agosto. Já a venda de veículos elétricos a bateria (BEV – sigla inglesa) continua a ter o melhor desempenho, com uma subida de 21,1% em termos homólogos, ou 5% face a agosto.

O relatório ressalva, porém, que os níveis de stock no início de outubro caíram 4,1% face a agosto, ou 9,5% em termos homólogos, o que significa que encontrar veículos de qualidade continua a ser um problema. Tanto BEV como híbridos mantêm-se assim em alta procura, sem oferta suficiente para a suprimir.

As restrições no fornecimento de automóveis usados levam ainda o seu preço médio a manter uma trajetória de subida. Em termos mensais, o preço médio de um automóvel usado voltou a subir até outubro, sendo que o valor já aumentou mais de 7% desde o início do ano.

O relatório aponta ainda para um aumento de 14% na venda de automóveis usados jovens (com menos de um ano de idade), indiciando “alguma atividade tática apoiada pelos fabricantes”, ainda que este valor se mantenha 36% inferior aos níveis de setembro de 2021.

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Berlusconi recebe vodka e carta “gentil” de Vladimir Putin

Líder do Forza Italia admite ter recebido garrafas de vodka e uma carta “gentil” de Vladimir Putin. Berlusconi terá respondido com carta “igualmente gentil” e com garrafas de Lambrusco.

Silvio Berlusconi, que negoceia atualmente a formação do novo Governo de Itália, admitiu ter trocado cartas e presentes com o presidente russo, Vladimir Putin, avança a Bloomberg, citando órgãos de comunicação italianos.

Putin enviou-me 20 garrafas de vodka e uma carta muito gentil no meu aniversário”, disse Berlusconi numa gravação, onde se encontrava em reunião com deputados, divulgada pelo jornal italiano, LaPresse. O antigo primeiro-ministro e líder do Forza Italia, refere ter respondido com uma carta “igualmente gentil” e garrafas de vinho Lambrusco.

No áudio em questão, Berlusconi também assume estar “muito preocupado” com as declarações de ministros russos em como “estamos em guerra contra eles, porque fornecemos armas e financiamento para a Ucrânia”. Os comentários surgem num período em que a líder de direita, Giorgia Meloni, está a negociar cargos no Governo com Berlusconi, enquanto sofre pressão interna para suavizar a postura italiana face à Rússia.

Em declarações transmitidas na televisão nacional italiana, o presidente da Câmara dos Deputados e membro do partido de direita Liga, Lorenzo Fontana, alertou que as sanções contra a Rússia podem ter um efeito “boomerang”. Já Giorgia Meloni, a vencedora das últimas legislativas, defende o envio de apoio e armas para a Ucrânia. O novo governo italiano vai tomar posse a 26 de outubro.

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Laginha investiu na bolsa e agora vai ter de vender títulos para ser presidente da CMVM

Próximo presidente da CMVM, Luís Laginha de Sousa reclamou um maior papel dos mercados de capitais no desenvolvimento da economia.

Indigitado pelo Governo para presidente da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), Luís Laginha de Sousa declarou ter uma incompatibilidade que vai sanar até ao dia em que for publicado o despacho da sua nomeação: tem investimentos em cotadas que estão na esfera de supervisão do regulador que irá liderar.

Laginha de Sousa, atual membro do conselho de administração do Banco de Portugal, declarou ser “detentor de instrumentos financeiros de emitentes supervisionados pela CMVM”, mas comprometeu-se junto da Cresap – que concluiu que tem um perfil adequado para o cargo – que, “caso venha a ser designado para o cargo ao qual me encontro indigitado, tais incompatibilidades e impedimentos cessarão na data do despacho de designação”, segundo o documento a que o ECO teve acesso.

Não foram identificados quais os investimentos em causa.

Há cinco anos, quando apresentou a sua declaração de património no Tribunal Constitucional, por ter entrado no board do Banco de Portugal, Laginha de Sousa, antigo presidente da bolsa de Lisboa, declarou deter ações da EDP e da REN e ainda outros investimentos em obrigações da Caixa Geral de Depósitos (CGD) e da SAD do Benfica, de acordo com a consulta feita pelo ECO em 2019. A sua carteira terá sofrido alterações desde então.

Laginha de Sousa foi ouvido esta quarta-feira na comissão de orçamento e finanças do Parlamento, no âmbito da sua indigitação para presidente da CMVM, substituindo Gabriel Figueiredo no cargo. A COF terá de emitir um parecer (não vinculativo) antes de o Governo o nomear em Conselho de Ministros.

O ex-presidente da Euronext Lisboa reclamou um maior papel para o mercado de capitais no desenvolvimento económico do país, reconhecendo que há ainda hoje uma “desadequada capacidade de demonstrar os benefícios” que a bolsa traz para as empresas e para os cidadãos em geral. “Temos de conseguir descodificar a linguagem” da bolsa, admitiu Laginha de Sousa.

O próximo presidente da CMVM considerou que é preciso colocar recursos e financiamento para “acelerar a economia”. “Buscar esse dinheiro aos depósitos pode correr bem, mas se correr mal, o que se vai fazer depois?”, disse, apontando a importância do mercado de capital “na alocação mais eficiente dos recursos na economia”.

Além de Laginha de Sousa, a próxima administração da CMVM vai contar com Inês Drumond (vice-presidente), Juliano Ferreira, Teresa Gil, que se juntarão a José Miguel Almeida.

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Regulador europeu aprova utilização de vacinas anticovid a partir dos seis meses

  • Lusa
  • 19 Outubro 2022

A Agência Europeia de Medicamentos recomendou “a utilização nas crianças de seis meses a cinco anos da (vacina) Comirnaty”, da Pfizer, e da “Spikevax”, da Moderna.

O regulador europeu deu esta quarta-feira “luz verde” à utilização a partir dos seis meses das vacinas anticovid da Pfizer e da Moderna, que se tornam as primeiras autorizadas para os menores de cinco anos na União Europeia.

A Agência Europeia de Medicamentos (EMA) recomendou “a utilização nas crianças de seis meses a cinco anos da (vacina) Comirnaty”, da Pfizer, e da “Spikevax”, da Moderna, indica um comunicado do regulador europeu.

As doses das duas vacinas para estas faixas etárias mais jovens serão mais fracas, explica a nota da EMA, adiantando que a Comirnaty pode ser administrada na vacinação primária em três doses e a Spikevax em duas doses. O Comité de Medicamentos de Uso Humano (CHMP) da EMA concluiu que “os benefícios” daquelas vacinas “superam os riscos”, adiantando que os efeitos secundários são geralmente ligeiros ou moderados e de curta duração.

A EMA também recomendou a utilização de uma vacina adaptada da Moderna dirigida às sub-linhagens da variante Omicron BA.4 e BA.5, além da estirpe original do SARS-CoV-2, por adultos e crianças a partir dos 12 anos com vacinação primária contra a covid-19. A Omicron e as suas sub-linhagens foram dominantes ao longo do corrente ano, substituindo rapidamente as variantes precedentes Alpha e Delta.

As recomendações do CHMP serão agora transmitidas à Comissão Europeia, que tomará as decisões finais a aplicar em todos os Estados-membros da UE, precisa a nota. A EMA alertou no mês passado que a pandemia de covid-19 continua e exortou os países a criarem programas de reforço de vacinas antes do inverno.

OMS mantém pandemia de covid-19 como emergência de saúde pública internacional

O diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS) anunciou esta quarta que decidiu manter a pandemia da covid-19 como uma emergência de saúde pública internacional, na sequência da recomendação do comité de emergência.

Tedros Adhanom Ghebreyesus “concorda com o parecer emitido pelo comité em relação à pandemia em curso de covid-19 e determina que o evento continua a constituir uma Emergência de Saúde Pública de Preocupação Internacional” (PHEIC, na sigla em inglês), adiantou a organização em comunicado.

A PHEIC é o nível mais alto de alerta e aplica-se a “um evento extraordinário, grave, repentino, incomum ou inesperado”, com implicações para a saúde pública para além da fronteira nacional de um Estado afetado e que pode exigir uma ação internacional imediata. De acordo com a OMS, os peritos de vários países que aconselham a organização concordaram que a covid-19 se mantém um “evento de saúde pública que continua a afetar negativa e fortemente a saúde da população mundial”.

“Ainda há o risco de novas variantes agravarem o impacto contínuo na saúde, particularmente à medida que o inverno se aproxima no hemisfério norte, e ainda há a necessidade de uma resposta internacional coordenada para enfrentar as desigualdades no acesso a ferramentas que salvam vidas”, adiantou a organização com sede em Genebra.

A OMS salienta que, embora as mortes semanais estejam próximas do valor mais baixo desde que a pandemia começou, esse número “permanece alto em comparação com outros vírus respiratórios”. Além disso, na sua recomendação, o comité considerou as dúvidas sobre as características genéticas e antigénicas das futuras variantes do SARS-CoV-2, que são agravadas em grande medida pelas “lacunas atuais” na vigilância global, que dificultam a identificação e a avaliação atempada dessas mudanças.

A evolução contínua do vírus que causa a covid-19 pode “representar desafios para as vacinas e terapêuticas atuais”, alerta a OMS, sublinhando que ainda permanecem “iniquidades no acesso” à vacinação e a tratamentos entre países. “No geral, o comité considerou que a situação permanece dinâmica e requer reavaliações frequentes, e que o término da PHEIC, quando considerado viável, deve ser implementado da forma mais segura possível”, refere o comunicado.

Na sequência da decisão de manter a covid-19 como PHEIC, o diretor-geral da OMS emitiu uma série de recomendações temporárias para os países, entre as quais o reforço da vigilância do SARS-CoV-2, melhorando, quando necessário, capacidade de detetar e avaliar as variantes emergentes e mudanças significativas na epidemiologia da covid-19.

Outras recomendações passam por alcançar as metas nacionais de vacinação, com a proteção integral dos grupos de risco, por manter uma resposta nacional forte à pandemia, com a atualização dos planos de preparação e resposta, e pela adaptação das medidas de proteção individual à mudança do contexto epidemiológico.

O comité de emergência para a covid-19 realizou sua primeira reunião em 22 e 23 de janeiro de 2020 e, dias depois, o diretor-geral da OMS declarou que o surto de SARS-CoV-2 constituía uma emergência de saúde pública internacional. A este comité, que reúne por convocação do diretor-geral da OMS, cabe recomendar se um surto constitui uma emergência de saúde pública, propondo medidas temporárias para prevenir e reduzir a propagação de uma doença e gerir a resposta global à saúde pública, se assim for necessário.

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DCIAP investiga gestão danosa e corrupção na compra de aviões da TAP

O Governo enviou na semana passada para o Ministério Público uma auditoria feita pela TAP à compra de aviões após a entrada de David Neeleman no capital da companhia aérea. Inquérito está no DCIAP.

O Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP) tem neste momento em mãos a auditoria feita pela TAP à compra de aviões, logo após a entrada de David Neelman no capital da companhia de aviação. Segundo o que o ECO apurou, em causa podem estar suspeitas de corrupção e administração danosa em unidade económica do setor público (gestão danosa).

Questionado pelo ECO, a PGR apenas disse que “relativamente ao assunto mencionado, confirma-se a receção na Procuradoria-Geral da República de uma participação apresentada pelo Ministro das Infraestruturas e da Habitação e pelo Ministro das Finanças. A mesma, e bem assim a documentação que a acompanhava, foi remetida ao DCIAP para análise“.

Ao DCIAP vão parar, para investigação, crimes como organização terrorista e terrorismo, crimes contra a segurança do Estado, branqueamento de capitais, corrupção, peculato e participação económica em negócio, insolvência dolosa, administração danosa em unidade económica do setor público, fraude na obtenção ou desvio de subsídio, subvenção ou crédito, entre outros.

Esta quarta-feira, no Parlamento, Pedro Nuno Santos, ministro das Infraestruturas e Habitação, avançou que enviou para o Ministério Público uma auditoria feita pela TAP à compra de aviões após a entrada de David Neeleman no capital da companhia aérea. A revelação foi feita durante a audição na Comissão de Economia, Obras Públicas, Planeamento e Habitação requerida pelo PCP e o Chega sobre a privatização da TAP.

O ministro das Infraestruturas e Habitação criticou o processo de reprivatização da companhia em 2015, feito pelo Executivo de Pedro Passos Coelho. “O PSD quando foi Governo vendeu a TAP por dez milhões, responsabilizando-se por dívidas passadas e futuras”, começou por dizer Pedro Nuno Santos. “O acionista privado injetou 224 milhões na TAP. O que os senhores não explicaram ainda é se houve uma capitalização ou um endividamento maior do que esta capitalização”, acrescentou.

O antigo acionista privado da TAP, David Neeleman, renegociou o contrato da TAP com a Airbus para a compra de 12 aviões A350, alterando a encomenda para a aquisição de cerca de 50 aeronaves A320 neo e A330 neo. Em junho de 2019, o empresário recebeu 70 milhões de euros da Airbus pela alteração, dinheiro que terá usado para adquirir a participação de 61% na companhia, através da Atlantic Gateway.

David Neeleman entrou no capital da companhia portuguesa durante a reprivatização levada a cabo pelo último Governo do PSD, em 2016. A Atlantic Gateway, o consórcio por si liderado e que integrava também Humberto Pedrosa, dono da Barraqueiro, ficou com 61% da TAP.

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