Hoje nas notícias: “Windfall tax”, ordens e juros da dívida

Dos jornais aos sites, passando pelas rádios e televisões, leia as notícias que vão marcar o dia.

Dirigentes do PS defendem taxas sobre empresas com lucros extraordinários. Despesa pública com juros da dívida deverá agravar-se no próximo ano, prevê Governo. Projeto de lei das ordens profissionais sob risco de ir ao Tribunal Constitucional. Indústria da carne defende que aumentos dos custos da eletricidade e do gás provocaram “situação catastrófica” no setor. Professores licenciados ganham quase menos 350 euros face a um professor no primeiro escalão da carreira.

Poupança do Estado com juros acaba para o ano

Pela primeira vez desde 2014, o Governo está a prever que a despesa pública com juros da dívida, em vez de gerar poupanças, se irá agravar no próximo ano. É o fim de um período de oito anos em que a política monetária do BCE, em combinação com um aumento da credibilidade das finanças públicas portuguesas, contribuiu decisivamente para melhorar os saldos orçamentais, antecipa o Ministério das Finanças no Quadro de Políticas Invariantes para 2023.

Leia a notícia completa no Público (acesso condicionado).

Cresce movimento no PS para taxar lucros extraordinários

O presidente do partido, Carlos César, o eurodeputado Pedro Marques e a deputada e ex-ministra Alexandra Leitão estão entre os principais dirigentes do PS que defendem o avanço da taxa sobre as empresas com lucros extraordinários, também conhecida por windfall tax. O líder parlamentar, Eurico Brilhante Dias, não exclui que este tipo de taxa seja uma hipótese no futuro, mas pediu cautela e tempo para avaliar os exemplos dos outros países. Pressionado, esta segunda-feira, o primeiro-ministro admitiu que ainda não é um assunto encerrado.

Leia a notícia completa no Público (acesso condicionado).

Lei das ordens profissionais arrisca ida ao Tribunal Constitucional

O projeto de lei das ordens profissionais arrisca ser enviado para o Tribunal Constitucional. A discussão pública desta lei tem levantado várias questões sobre uma eventual ingerência na independência destas ordens. Caso vá ao Tribunal Constitucional, o diploma dificilmente poderá entrar em vigor até ao final deste ano, conforme era compromisso do Governo junto da Comissão Europeia ao abrigo do Plano de Recuperação e Resiliência.

Leia a notícia completa no Jornal de Negócios (acesso pago).

Setor da carne em “situação catastrófica”

A Associação Portuguesa dos Industriais de Carnes (APIC) defende que a situação do setor está incomportável, e, em alguns casos, catastrófica, face aos aumentos dos custos da energia elétrica e do gás. Em causa estão aumentos na fatura do gás natural na ordem dos 500% em maio, face ao período homólogo, mas industriais admitem subir o preço dos produtos. Segundo Graça Mariano, diretora executiva da associação, nem todas as indústrias da carne tomaram conhecimento ao mesmo tempo do valor a que chegariam as suas faturas, pelo que a associação contactou o ministro da Economia por duas vezes, mas sem resposta.

Leia a notícia completa no Jornal de Negócios (acesso pago).

Professores licenciados ganham quase menos 350 euros do que professores do primeiro escalão

Um professor no primeiro escalão da carreira aufere um salário em torno dos 1.500 euros brutos, enquanto um licenciado contratado pelas escolas ganha 1.159 euros brutos, no caso de um horário completo, ou quase menos 350 euros, denunciou o líder da Fenprof, Mário Nogueira. A legislação foi alterada para a contratação de profissionais pós-Bolonha, que se encontram impedidos de concorrer para o primeiro ciclo e pré-escolar, mas o ministro da Educação, João Costa, já admitiu que esta não é a solução para resolver a falta de docentes.

Leia a notícia completa no Jornal de Notícias (acesso pago).

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Euro recupera para 1,0144 dólares com BCE a acelerar juros

O euro está a negociar em máximos de meados de agosto face ao dólar, estando a recuperar desde que o BCE decidiu subir os juros em 75 pontos base.

O euro continua a valorizar face ao dólar, para máximos de meados de agosto, depois de uma sequência de sessões que colocaram a moeda única novamente acima da paridade. Pelas 7h30 em Lisboa, o euro negociava-se por 1,0144 dólares, uma subida de cerca de 0,23% face a segunda-feira.

A recuperação prossegue depois de, na sessão prévia, o euro ter registado a maior valorização em seis meses, na ordem de 1,6%, de acordo com a Bloomberg. Um avanço que estará intimamente relacionado com as perspetivas de subida agressiva dos juros diretores pelo Banco Central Europeu (BCE).

Euro em máximos de agosto

Fonte: Refinitiv

Os investidores temiam que a Zona Euro estivesse a ficar para trás no combate à inflação, numa altura em que a Fed norte-americana tem vindo a escalar as taxas a um ritmo bastante superior. Mas, em 8 de setembro, Christine Lagarde, presidente do BCE, anunciou uma nova subida dos juros, agora de 75 pontos base.

Há ainda outro fator que estará na base da recuperação do euro nos últimos dias. Segundo a agência, os investidores estão a tentar proteger os portefólios perante aquilo que vai ser a divulgação da taxa de inflação em agosto esta terça-feira. Os economistas antecipam uma desaceleração, o que poderia levar a Fed a moderar a subida dos juros nos EUA.

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Airbus Atlantic admite duplicar investimento em Santo Tirso

Decisão só será tomada no próximo ano, mas CEO está "muito confiante" que vai voltar a investir na fábrica em Portugal. Até ao final de 2023 terá 250 trabalhadores.

Quando em 2020 a Airbus Atlantic decidiu comprar o terreno para a fábrica em Santo Tirso, quis o dobro da área necessária para a unidade que quando estiver concluída ocupará 20 mil metros quadrados e empregará 250 trabalhadores. O motivo é simples: o investimento em Portugal poderá duplicar nos próximos anos.

A informação foi adianta pelo CEO da Airbus Atlantic, Cédric Gautier, numa conferecence call com jornalistas na quinta-feira à tarde. “Estou muito confiante que vamos voltar a investir“, afirmou o responsável. A decisão final só será tomada no próximo ano, adiantou.

Cédric Gautier, CEO da Airbus Atlantic.

“A minha experiência dos nossos investimentos em Marrocos, na Tunísia e no Canadá é que eles foram, pelo menos, duplicados ou até mais, face ao inicialmente previsto. Uma grande razão é o crescimento da aviação comercial e o sucesso da Airbus e dos seus bons produtos”, justifica Cédric Gautier. Uma tendência que deverá prosseguir, com o construtor europeu a apontar para a venda de 75 A320 por mês em 2025.

“Vamos certamente precisar de investimento adicional. A questão é onde? Faremos um pouco por todo o lado, mas mais especificamente no lugar onde for mais interessante. Durante o próximo ano vamos tomar decisões sobre os novos investimentos e a Airbus Atlantic Portugal é um bom candidato. Já estávamos a antecipar isto, porque a terra que comprámos há dois anos corresponde à duplicação do investimento atual“, afirmou o CEO.

A fábrica de Santo Tirso começou a laborar ainda em 2020, mas a inauguração oficial só acontecerá na quarta-feira, com a presença do primeiro-ministro, devido à pandemia. Conta atualmente com 130 trabalhadores, incluindo pessoal em formação, e deverá chegar aos 150 nos próximos meses. Até ao final de 2023 serão 250 colaboradores, antecipa o responsável.

Fábrica da Airbus Atlantic em Santo Tirso.

Da unidade na Zona Industrial da Ermida saem secções e painéis de fuselagem para os aviões da família A320 e A350, para já da parte frontal e porta de carga, mas no futuro também para outras secções da estrutura das aeronaves. O investimento rondou os 40 milhões de euros.

Talento com custo competitivo e elogios à AICEP

Cédric Gautier enumerou os cinco principais motivos que levaram a então STELIA Aerospace a investir em Portugal e em particular no Norte. Começou por destacar “o dinamismo do país, da região, a inovação e empreendedorismo” e “a qualificação dos trabalhadores e o nível elevado das estruturas de formação“.

“Em aeronáutica precisamos, por razões de segurança, de pessoas altamente qualificadas. Ter uma pool de talento e disponibilidade de formação era muito importante para nós”, explicou. A que se junta “a competitividade dos custos de trabalho, que é uma vantagem-chave de Portugal“, considerou.

O quarto é a logística, que é algo cada vez mais importante, tendo em conta o contexto global. Portugal está muito bem localizado, perto de infraestruturas de transporte-chave, por estrada, mar e ar. E também perto da atual rota logística da Airbus Atlantic. Há uma clara sinergia”, explicou o responsável.

Por último, disse que “Portugal é um país amigo do investimento. Tem uma agência de promoção do investimento muito eficiente, a AICEP, que desde o primeiro dia nos deu um ótimo apoio para a construção do nosso projeto”.

O grupo Airbus está absolutamente convencido de que apesar de alguns problemas que possamos ter com a guerra entre a Rússia e a Ucrânia, as companhias aéreas continuam com vontade de investir para modernizar as frotas.

Cédric Gautier

CEO da Airbus Atlantic

A travagem da economia global devido à elevada inflação e à subida das taxas de juro não preocupa Cédric Gautier. “Quando se olha para os aeroportos e o nível de voos, ainda não estamos ao nível pré-pandemia. Em média, estamos 25% abaixo. Apesar disso, mesmo a este nível existe uma grande necessidade de as companhias adquirirem novos aviões. Têm de substituir as aeronaves por outras mais eficientes no consumo de combustível”, aponta.

“O grupo Airbus está absolutamente convencido de que apesar de alguns problemas que possamos ter com a guerra entre a Rússia e a Ucrânia, as companhias aéreas continuam com vontade de investir para modernizar as frotas”, acrescentou.

Compras de 65 milhões a fornecedores e crescimento de 25% ao ano

A Airbus compra 65 milhões a fornecedores em Portugal e o número deverá crescer cerca de 25% ao ano, antecipa o CEO da empresa que desenha e constrói peças para aeronaves e que além da casa-mãe tem como clientes a Bombardier, a ATR, a Embraer ou a Dassault Aviation. Lauak, Mecachrome, Critical Software e Caetano são alguns dos principais fornecedores em solo nacional.

Segundo a empresa, Portugal é já “um dos principais contribuintes para todos os programas da Airbus, desde montagens de aeronaves comerciais a quadros elétricos de helicópteros, até ao fabrico a montagem de compósitos”, gerando cerca de mil empregos diretos e mais de 4.000 indiretos. A atividade no país cresceu, em média, 16% nos últimos quatro anos.

A aposta no país traduziu-se também no lançamento, em 2021, do Airbus Global Business Services Center, em Lisboa, onde o grupo pretende concentrar todos os seus serviços partilhados, como finanças, recursos humanos, compras, tecnologias de informação, serviço a clientes, entre outros. Conta já com cerca de 300 colaboradores e a expectativa é que possa chegar aos 800 até 2025.

O objetivo passa por “desenvolver gradualmente uma forte competência no fabrico de aeroestruturas no norte do país, de forma a apoiar a sua competitividade e complementar a sua presença industrial global”, aponta.

A Airbus Atlantic foi criada em janeiro de 2022, juntando as unidades da Airbus em Nantes e Montoir-de-Bretagne com a STELIA Aerospace. A nova empresa reclama o segundo lugar mundial na construção de aeroestruturas e a liderança no fabrico de assentos para pilotos e assentos premium (primeira classe e classe executiva). Está presente em cinco países (França, Canadá, Marrocos, Tunísia e Portugal) e emprega 13 mil colaboradores, dos quais 10 mil em França.

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Novos descontos nas ex-SCUT custaram 88 milhões num ano

Maiores descontos nas portagens foram aplicados na concessão da Costa de Prata, nos distritos de Aveiro e do Porto. Donos de carros elétricos esperam há um ano por reduções de preço adicionais.

Os novos descontos nas portagens das ex-SCUT custaram perto de 88 milhões de euros ao Estado no primeiro ano de aplicação. Introduzidas em 1 de julho de 2021, as reduções de preços adicionais nas antigas autoestradas sem custos para o utilizador foram aprovadas pelo Parlamento a tempo do Orçamento do Estado para o ano passado contra a vontade do Governo.

No primeiro ano da execução da medida, saíram dos cofres públicos 87,82 milhões de euros para concretizar os descontos de 50% nas portagens face ao valor estabelecido nos contratos de concessão.

Entre julho e dezembro de 2021, foram aplicados 43,378 milhões de euros nas reduções de preços. No primeiro semestre deste ano, o custo ascendeu aos 44,442 milhões de euros – mais de um terço da receita potencial das concessionárias – segundo dados facultados ao ECO pelos ministérios das Infraestruturas e da Habitação e da Coesão Territorial.

As três concessões com mais descontos foram todas da Ascendi. O maior valor foi aplicado na Costa de Prata: 16,12 milhões nas autoestradas A17, A25 e A29, nos distritos de Porto e Aveiro. Em segundo lugar, ficou a concessão do Grande Porto (A41 e A42), com 15,223 milhões de euros. O terceiro lugar ficou na concessão das Beiras Litoral e Alta (A25) com 12,666 milhões de euros.

Houve três troços que ficaram de fora dos descontos de 50%: A4 do Túnel do Marão e Vila Real-Bragança; na A13, entre Atalaia e Coimbra Sul; e ainda na A13-1.

Os veículos de transporte de passageiros e de mercadorias das classes 2, 3 e 4 ficaram com uma redução de preço suplementar nesses troços: 35% nas viagens entre as 8 e as 19.59 horas ; 55% de desconto entre as 20 e as 7.59 horas do dia seguinte e aos fins de semana e feriados.

No Túnel do Marão e entre Vila Real e Bragança foi aplicado um desconto de 15% sobre todos os automóveis de todas as classes, independentemente do número de passagens.

Ao adotarem outro modelo de redução de preços, os gastos do Estado foram bem menores: na A13 e A13/1, gastaram-se 1,139 milhões de euros; no Túnel do Marão, aplicaram-se 849.396 euros; entre Vila Real e Bragança, a despesa foi de 295.980 euros.

Para beneficiarem dos descontos, os condutores têm de instalar um dispositivo eletrónico do tipo Via Verde. Os veículos de transporte de passageiros e de mercadorias têm de pedir um certificado junto do Instituto da Mobilidade e dos Transportes.

Descontos dentro das previsões

Com os 44,4 milhões de euros já gastos no primeiro semestre deste ano, o Governo estima que o montante dos descontos em todo o ano de 2022 “poderá ultrapassar os 80 milhões de euros”. A acontecer, situa-se no limiar mais baixo do impacto que a medida teria para o impacto público. Em outubro de 2021, o executivo apontava para um impacto “de 80 a 90 milhões de euros” com os descontos nas ex-SCUT.

Aquando da aprovação da medida, em 2020, o Governo apontava para um impacto de 160 milhões de euros por ano.

Elétricos há um ano à espera

Os novos descontos nas ex-SCUT também contemplavam uma redução adicional, de 75%, nas tarifas para os proprietários de carros elétricos. No entanto, por motivos de ordem “técnica”, relacionados com eventuais problemas de partilha de dados, os condutores destes veículos tiveram de esperar. Em princípio, será necessário provar que tem um carro elétrico, com a solução a passar por uma habilitação prévia.

Quando questionado pelo ECO sobre quando serão introduzidos estes descontos, o Governo não respondeu, antevendo que a solução venha a demorar mais algum tempo até ser implementada.

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5 coisas que vão marcar o dia

O INE divulga os números das obras licenciadas e concluídas em Portugal, enquanto a Ibersol apresenta as contas referentes aos primeiros seis meses do ano. EUA divulgam novos dados da inflação.

Esta terça-feira, o INE divulga os números das obras licenciadas e concluídas em Portugal, enquanto a Ibersol vai apresentar as contas referentes primeiro semestre deste ano. Ainda no plano económico, a OCDE publica as contas nacionais trimestrais do G20, já nos Estados Unidos serão conhecidos novos dados sobre a inflação.

INE divulga números da construção

O Instituto Nacional de Estatística (INE) divulga esta terça-feira os números das obras licenciadas e concluídas referentes ao segundo trimestre deste ano. Estes dados são particularmente importantes, numa altura em que subida do custo das matérias-primas tem afetado a atividade da construção nos últimos meses e atrasado vários investimentos nesta área.

Ibersol apresenta contas ao mercado

Já a Ibersol vai apresentar os resultados financeiros referentes ao primeiro semestre de 2022. Entre janeiro e março deste ano, as vendas do grupo quase duplicaram para 106 milhões de euros, face aos 55,7 milhões registados em igual período do ano passado. Recorde-se que na semana passada, a Autoridade da Concorrência (AdC) deu luz verde à compra pela Restaurant Brands Iberia do controlo exclusivo da Iber King e da Lurca, do grupo Ibersol, e da marca Burger King Ibersol.

OCDE publica contas nacionais trimestrais

A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) publica esta terça-feira as contas nacionais trimestrais do G20, que vão permitir apurar o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB). Os dados mais recentes indicam que o PIB das 20 maiores economias mundiais cresceu 0,7% em cadeia, entre o quarto trimestre de 2021 e o primeiro trimestre de 2022, travando face ao aumento de 1,3% no trimestre anterior.

Estados Unidos apresentam dados da inflação

A inflação continua na agenda dos investidores. É a vez dos Estados Unidos divulgarem a evolução dos preços no consumidor referente ao mês de agosto. Estes dados serão particularmente importantes, dado que poderão dar mais pistas sobre o ritmo de aumento das taxas de juro da Fed. Segundo as previsões divulgadas pela Reuters, a taxa de inflação nos EUA deverá situar-se nos 8,1%, contra os 8,5% registado em julho.

Há reunião extraordinária dos acionistas do Twitter

Numa altura em que a proposta de aquisição da plataforma social Twitter, no valor de 44 mil milhões de dólares, feita por Elon Musk está num impasse, os acionistas da empresa vão reunir-se esta terça-feira para debater o tema. Em agosto, o multimilionário reiterou que a compra poderá avançar se a empresa divulgar detalhes sobre a percentagem de contas automatizadas.

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Alojamento local rejeita culpa na falta de camas para estudantes

Oferta de camas para estudantes caiu 80% no espaço de um ano. Há quem culpe o alojamento local, mas setor diz que também perdeu casas.

O número de camas disponíveis para estudantes caiu 80% face a setembro do ano passado, de acordo com o Observatório do Alojamento Estudantil, e há quem aponte o dedo ao alojamento local, afirmando que os proprietários estão a passar para o arrendamento de curta duração. Contudo, a Associação do Alojamento Local em Portugal (ALEP) rejeita esta ideia, alegando que o setor perder mais de 4.000 casas no último ano nas duas principais cidades do país. Qual é, afinal, o problema? A oferta por parte do Estado continua por aparecer e o setor privado fala nas dificuldades de licenciamento e nos elevados custos de construção. A isto somam-se ainda os nómadas digitais.

Os números do Observatório, elaborado pela startup Alfredo Real Estate Analytics e publicado pela Direção-Geral do Ensino Superior (DGES), indicam que, em setembro de 2021, havia 9.884 anúncios de quartos para arrendar a estudantes em todo o país, 80% mais do que os 1.973 disponíveis este ano. Apesar de se observar uma diminuição da oferta em todo o país, a maior quebra pertence a Lisboa – de 3.706 para apenas 764 anúncios.

Em declarações ao Público, que avançou com estes dados, o presidente da Federação Académica de Lisboa, João Machado, afirma que, “provavelmente”, estes quartos estão a ser canalizados “para o alojamento local”. “Com o regresso em força do turismo, os proprietários fazem mais dinheiro a alugar à noite do que ao mês”, acrescenta o responsável. O mesmo afirma a diretora da Associação Lisbonense de Proprietários (ALP), Diana Ralha: “Ou vão para os nómadas digitais ou para o alojamento local”.

Onde há mais dificuldade em encontrar camas [para estudantes] é em Lisboa e é precisamente em Lisboa onde a oferta de alojamento local mais diminuiu.

Eduardo Miranda

Presidente da Associação do Alojamento Local em Portugal (ALEP)

Mas o alojamento local recusa ter culpa na falta de camas para estudantes. Ao ECO, o presidente da ALEP afirma que “estão sempre a empurrar para o alojamento local coisas que não têm lógica”. E explica. “Onde há mais dificuldade em encontrar camas é em Lisboa e é precisamente em Lisboa onde a oferta de alojamento local mais diminuiu”, afirma Eduardo Miranda, corroborando estas afirmações com dados da própria associação.

De acordo com dados da ALEP conhecidos no início deste ano, durante a pandemia, mais de 2.000 anúncios de propriedades em Lisboa “desapareceram definitivamente das plataformas de reserva”, com a associação a afirmar que há cerca de 1.500 “registos fantasmas que nunca iniciaram atividade”. De todos os registos, “acima de 3.500 não estão ativos”.

Assim, o presidente da ALEP rejeita a ideia de que o alojamento local seja o culpado, até porque, recorda, em 2020 o setor assinou com o Governo um acordo para a disponibilização de imóveis de alojamento local para estudantes, que estavam vazios devido à falta de turistas. “Conseguimos um número razoável de alojamentos locais disponíveis para receber estudantes”, explica Eduardo Miranda. Contudo, “não houve procura por uma razão percetível: em 2021 a pandemia voltou em força e os alunos tiveram aulas online“.

Eduardo Miranda diz, assim, que o setor “já tentou ajudar”, mas sublinha que “o alojamento local nunca foi resposta para os estudantes”. Até porque, explica, “são segmentos diferentes, não é o mesmo tipo de oferta”, e um imóvel de alojamento local “não está preparado para receber estudantes”.

O mercado dos estrangeiros com residência temporária (…) acabou por atrair operadores de alojamento local e é possível que também tenha atraído proprietários que estavam no arrendamento a estudantes.

Eduardo Miranda

Presidente da Associação do Alojamento Local em Portugal (ALEP)

Ao ECO, Eduardo Miranda afirma que tanto o Porto como Lisboa perderam cerca de 2.000 casas de alojamento local durante a pandemia e que muitos desses proprietários passaram a dedicar-se aos estrangeiros, isto é, aos nómadas digitais. “O mercado dos estrangeiros com residência temporária cresceu muitíssimo em Lisboa, no Porto e em algumas zonas do Algarve. É um mercado muito interessante e muitos saíram do alojamento local”, diz.

O responsável explica ainda que o mercado dos nómadas digitais “cresceu muito e tem uma capacidade financeira completamente diferente”. “Acabou por atrair operadores de alojamento local e é possível que também tenha atraído proprietários que estavam no arrendamento a estudantes”.

Governo está a “tentar reforço de 72 milhões” para reforçar oferta

O Observatório do Alojamento Estudantil indica ainda que, para além da quebra na oferta, os preços dos quartos disponíveis dispararam 10%. Se em setembro de 2021 a média estava nos 268 euros por mês, este ano já está nos 294 euros. Mais uma vez, a subida acontece em todo o país, mas os maiores aumentos acontecem no Porto (250 euros para 324 euros), Lisboa (326 euros para 381 euros) e em Braga (200 euros para 250 euros).

De acordo com os dados citados pelo Público, estas rendas são bastante superiores ao apoio que o Estado dá aos estudantes que não conseguem vaga nas residências universitárias. A média nacional está nos 221,6 euros, mas o apoio do Governo pode chegar a um máximo de 288 euros por mês para quem estuda em Lisboa, Cascais ou Oeiras.

As residências públicas têm, atualmente, cerca de 15 mil camas. Desde 2018 que o Governo tem em curso o Plano Nacional de Alojamento Estudantil (PNAES), com o objetivo de criar mais 12 mil camas, através dos 375 milhões de euros que vêm do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR). Mas os resultados não estão à vista e o Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (MCTES) não cedeu os números pedidos pelo ECO.

Vamos assinar 119 contratos. São 12 mil renovações de camas, algumas já existem, mas outras não estão em bom estado, juntam-se 3.700 novas camas em novas residências.

Elvira Fortunato

Ministra da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior

Em declarações à Renascença esta segunda-feira, a ministra da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Elvira Fortunato, reconheceu que as medidas no terreno para resolver este problema não são excelentes. “Vamos assinar 119 contratos. São 12 mil renovações de camas, algumas já existem, mas outras não estão em bom estado, juntam-se 3.700 novas camas em novas residências”, disse a governante.

“Sabemos que é pouco e estamos a tentar um reforço de cerca de 72 milhões de euros para suprir mais necessidades“, acrescentou a ministra, indicando que a maioria das camas serão criadas “na região Norte: Porto e Braga e Lisboa e Vale do Tejo”.

Setor privado representa um terço do número de camas

Na falta de camas de pequenos proprietários e do Estado, os estudantes têm sempre a hipótese de recorrer a uma residência estudantil privada. Aliás, tal como mostra um estudo publicado pela Cushman & Wakefield em agosto, o setor privado já representa cerca de um terço do número de camas do alojamento estudantil no país, com um total de cerca de 6.700 camas. Esta oferta é mais relevante nas principais cidades, representando cerca de 60% da oferta total, sendo que os provedores públicos e religiosos cobrem, principalmente, a restante área do país.

Apesar disso, a oferta no Porto e em Lisboa está muito abaixo da média europeia. Na capital, a oferta “é especialmente baixa, dada a dificuldade em identificar boas oportunidades de promoção a preços viáveis, uma vez que estas competem diretamente com o mercado residencial, cada vez mais caro”, refere a consultora. O investimento feito em residências estudantis representa cerca de 6% do total dos investimentos no primeiro trimestre.

Não é viável construir residências em terrenos bem localizados no centro da cidade, com aptidão para uso residencial.

Ana Gomes

Head of Development & Living da Cushman & Wakefield Portugal

Em declarações ao ECO, Ana Gomes, head of development & living da Cushman, explica que o cenário em Lisboa é, atualmente, mais grave do que no Porto. “Houve mais condições que contribuíram para o desenvolvimento de projetos no Porto. À volta das principais universidades em Lisboa, a oferta de terrenos não é muito grande e esses terrenos competem com o mercado residencial”, diz. “Não é viável construir residências em terrenos bem localizados no centro da cidade, com aptidão para uso residencial”, isto é, cuja rentabilidade seria maior.

Além disso, as residências estudantis “são produtos que demoram algum tempo a ser desenvolvidos, desde a compra do terreno, ao licenciamento e até à construção”, nota Ana Gomes, salientando que as demoras nos processos de licenciamento não ajudam.

Apesar disso, “o interesse por parte dos operadores privados é muito grande”, afirma. E, nos próximos três anos, vão surgir vários projetos de residências para estudantes na capital, “com rendas mais altas, mas com muito melhores condições”.

As rendas de uma residência estudantil privada podem variar entre os 500 e os 1.500 euros por mês, nota Ana Gomes, salientando, contudo, que em causa estão “produtos pensados para os estudantes”, com vários serviços e “boas condições”. Inicialmente encontravam-se muito estúdios com casa de banho e kitchenette privadas, mas hoje facilmente se partilha a kitchenette, o que acaba por aliviar a renda.

As rendas de uma residência privada são bastante mais altas, é um facto, mas a especialista da Cushman explica que, “para os promotores e investidores, todas as condições oferecidas aos estudantes têm de ser pagas” e isso tem ainda em conta os elevados custos de construção.

Se a tendência será de uma subida ou descida das rendas, Ana Gomes não tem uma resposta definida. “Naturalmente, à medida que os produtos vão entrando no mercado, vai haver maior competitividade. Mas, por outro lado, será difícil os preços baixarem porque o custo de construção é muito elevado, assim como os impostos. E isso reflete-se depois na operação”, explica.

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Bolsas norte-americanas em alta à espera de dados da inflação

Wall Street soma e segue à boleia das cotadas ligadas ao setor tecnológico. Investidores aguardam pelos dados da inflação referentes ao mês de agosto, que serão divulgados na terça-feira.

As bolsas norte-americanas terminaram a sessão desta segunda-feira em terreno positivo, pelo quarto dia consecutivo, numa altura em que os investidores aguardam pelos dados da inflação referentes ao mês de agosto, que serão divulgados na terça-feira.

O índice de referência S&P 500 somou 1,06% para 4.110,41 pontos, enquanto o industrial Dow Jones avançou 0,72% para 32,383.18 pontos. Ao mesmo tempo, o tecnológico Nasdaq valorizou 1,20% para 12.739,722 pontos. Com este desempenho, trata-se da quarta sessão consecutiva de ganhos em Wall Street.

Nesta sessão, as atenções estiveram direcionadas para os dados da inflação nos Estados Unidos referentes ao mês de agosto, que serão divulgados na terça-feira e que deverão dar mais pistas sobre o ritmo de aumento das taxas de juro da Fed. Os analistas consultados pela Reuters acreditam que a inflação já deverá ter atingido o pico, prevendo que o aumento dos preços recue para os 8,1% em agosto, na sequência do recente alívio de preços de algumas commodities.

Recorde-se que na quinta-feira passada, o presidente da Fed garantiu que o banco central está “fortemente comprometido” em controlar a inflação, abrindo a porta a novos aumentos das taxas de juro. Os analistas apontam que há 92% de possibilidade de o banco central norte-americano aumentar as taxas de juro em 75 pontos base, pela terceira vez consecutiva, na reunião marcada para 21 de setembro, de acordo com a ferramenta FedWatch da CME.

Nesta sessão, as cotadas ligadas ao setor tecnológico estiveram em destaque. Neste contexto, a Amazon avançou 2,39% para 136,45 dólares, a Tesla somou 1,58% para 304,42 dólares, ao passo que a Alphabeth, dona da Google, ganhou 0,19% para 110,86 dólares. Já os títulos da Apple dispararam 3,85% para 163,43 dólares, no dia em que em que o iOS16 chegou aos equipamentos da marca.

Nota positiva ainda para a Bristol-Myers Squibb Co, que subiu 3,12% para 72,36 dólares, depois de a Food and Drug Administration (o regulador do medicamento norte-americano) ter aprovado um medicamento da farmacêutica dirigido a adultos com psoríase.

Em contraciclo, e entre as penalizadas, esteve o Twitter, cujas ações cederam 1,85% para 41,41 dólares, na véspera da reunião extraordinária de acionistas onde deverá ser debatida a proposta de aquisição feita por Elon Musk, que está neste momento nos tribunais.

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Pensionistas da Segurança Social recebem pensão e meia até 8 de outubro. Pensionistas da Caixa Geral recebem a 19 de outubro

O primeiro-ministro garantiu que “não há truque nenhum” nas pensões, mas sim “um suplemento extraordinário que pagamos em outubro”. Costa não quer "discutir qual vai ser o aumento em 2024”.

O primeiro-ministro revelou que os pensionistas da Segurança Social vão receber o suplemento extraordinário correspondente a meia pensão até 8 de outubro, ao passo que os reformados que recebem a reforma através Caixa Geral de Pensões receberão o bónus até 19 de outubro.

“Até ao próximo dia 8 de outubro todos os pensionistas da Segurança Social receberão pensão em meia. No dia 19 de outubro todos os pensionistas da Caixa Geral de Pensões receberão pensão e meia”, disse o primeiro-ministro, António Costa, em entrevista ao Jornal das 8, na TVI.

O primeiro-ministro garantiu ainda que nenhum pensionista vai ficar a perder comparativamente com os restantes portugueses que vão receber o cheque de 125 euros, destinado a não pensionistas com rendimentos mensais brutos até 2.700 euros. “Creio que não há nenhuma pensão em que o suplemento extraordinário seja inferior aos 125 euros”, acrescentou o Chefe de Governo, acrescentando que “não há truque nenhum”, mas sim “um suplemento extraordinário que pagamos em outubro”.

“O que não poderíamos fazer de forma responsável era ter um ano de inflação absolutamente extraordinário e atípico, como este, e transformá-lo num efeito permanente”, disse António Costa, que insistiu ter sido muito “claro” na sua intervenção sobre pensões ao garantir que “até ao final de 2023, os pensionistas recuperarão o poder de compra perdido este ano”. No ano seguinte, o primeiro-ministro diz que não se vai “pôr neste momento a discutir qual vai ser o aumento em 2024”.

Além disso, António Costa revelou ainda que o Governo apresentou uma proposta à Assembleia da República (AR) que “será discutida na próxima sexta-feira para fixar o montante das pensões para 2023”. “Se nós aplicássemos sem mais a lei, sem esta alteração que vamos propor à AR especificamente para 2023, nós introduziríamos como um acréscimo permanente no sistema de pensões mais dois mil milhões de euros”, afirmou o primeiro-ministro, voltando a referir-se à necessidade de assegurar a estabilidade da Segurança Social.

Desde 2015, disse, o Governo socialista conseguiu acrescentar 26 anos à sustentabilidade da Segurança Social, mas se esses dois mil milhões se tornassem um valor permanente – na aplicação estrita da lei, em 2023 –, “o país perdia 13 anos de pensões”. Para António Costa “isto não seria justo, equilibrado e responsável”.

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“É fundamental ligar Coimbra a Viseu por autoestrada”, diz Montenegro

  • ECO e Lusa
  • 12 Setembro 2022

O presidente do PSD criticou o Governo socialista por não ter aproveitado a situação económica favorável dos últimos anos para avançar com a ligação, via autoestrada, entre Coimbra e Viseu.

O presidente do PSD, Luís Montenegro, defendeu, esta segunda-feira, que “é fundamental ligar Coimbra a Viseu por autoestrada” e lamentou que o Governo socialista não tenha aproveitado a situação económica “muito favorável” dos últimos anos para o fazer.

Luís Montenegro esteve no edifício da Câmara Municipal de Mortágua, no distrito de Viseu, e fez questão de tirar uma fotografia junto de uma placa datada de 29 de março de 2008, com a inscrição: “O primeiro-ministro, engenheiro José Sócrates, procedeu, em Mortágua, ao lançamento da Concessão Autoestradas do Centro”.

O líder social-democrata aproveitou, por isso, para criticar o facto de terem “passado 14 anos e meio e não haver autoestrada, não haver solução nem obra no terreno. Continua a haver uma grande deficiência na qualidade de acessibilidade entre estas duas capitais de distrito”.

Segundo Luís Montenegro, a não existência de uma autoestrada reflete-se quer na atividade socioeconómica, quer “no definhamento ainda maior, do ponto de vista populacional, desta região”. Lamentou, por isso, que, “sobretudo nos últimos anos, a partir de 2015, com uma situação económica muito favorável”, o Governo do PS tenha optado pela “cativação de todo o investimento público com vista a poder ter contas públicas mais saudáveis” em termos de resultados, “mas à conta de um sacrifício enorme das populações”.

Com certeza que faremos um esforço grande para poder cumprir desígnios estratégicos, como é o caso desta autoestrada que tem um interesse nacional estratégico muito relevante.

Luís Montenegro

Presidente do PSD

O presidente do PSD garantiu que, quando o partido estiver no poder, a ligação em autoestrada entre Viseu e Coimbra é para avançar. “Com certeza que faremos um esforço grande para poder cumprir desígnios estratégicos, como é o caso desta autoestrada que tem um interesse nacional estratégico muito relevante”, frisou.

Luís Montenegro avisou, contudo, que “para cumprir esses objetivos, tem-se de ter uma situação de normalidade”. Mais, reiterou: ” Se voltarmos a ter uma situação financeiramente insustentável será difícil termos investimento público”.

O social-democrata iniciou, esta segunda-feira, o programa “Sentir Portugal”, que o vai levar, ao longo dos próximos dois anos, a passar uma semana por mês em cada um dos distritos do país. O périplo, que começou no distrito de Viseu, vai incluir deslocações à Madeira e aos Açores, e também a algumas comunidades portuguesas na Europa e fora da Europa, embora neste caso em moldes diferentes.

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Costa aponta para inflação de 7,4% este ano. “Referência” para aumentos na Função Pública é de 2%

A inflação este ano deve rondar os 7,4%, estima o primeiro-ministro. "Não, [os funcionários públicos] não vão com certeza ser aumentados em 7,4%", diz Costa, apontando antes para uma referência de 2%.

O primeiro-ministro revelou que o Governo está “neste momento” a trabalhar num cenário de inflação de 7,4% até ao final do ano, mas descartou aumentos na Função Pública nessa ordem de valores.

“Não, [os funcionários públicos] não vão com certeza ser aumentados em 7,4%”, respondeu António Costa, quando questionado pelos jornalistas em entrevista ao Jornal das 8, na TVI, sinalizando, no entanto, que os aumentos estão sujeitos à negociação coletiva.

Nesse sentido, António Costa refere que o Governo está a trabalhar para que a inflação em Portugal “chegue o mais rapidamente possível” a 2% e admitiu que essa “é uma referência, mas não obviamente o único dado a ter em conta” para os aumentos dos funcionários públicos.

“Temos que ter em conta a produtividade”, bem como o objetivo de atingir até ao final da legislatura que “o peso dos salários no PIB” seja “correspondente à média da UE”. É sempre “muito difícil encontrar o ponto de equilíbrio”, de modo a que os salários possam aumentar numa proporção que não seja por si própria geradora de inflação ou de perda de poder de compra, reconheceu.

O chefe de Governo avançou ainda que o “Estado também paga a inflação”, por exemplo nos combustíveis pagos pelos carros de polícias, revelando que a despesa está acima em 560 milhões de euros.

“É provável que venha a haver” apoio para o crédito à habitação

Questionado sobre medidas de apoio ao crédito à habitação, o primeiro-ministro assegurou que o Governo está “a analisar”, mas que “é provável que venha a haver”. “Estamos a trabalhar com a Associação Portuguesa de Bancos para ver como a situação vai evoluir”, escusando-se a antecipar mais detalhes.

Na semana passada, o primeiro-ministro apresentou um pacote de oito medidas, avaliado em 2,4 mil milhões de euros, dirigido às famílias, por forma a atenuar o impacto da escalada dos preços, remetendo as medidas direcionadas para as empresas para após o Conselho Europeu extraordinário de sexta-feira passada. Nesta entrevista, revelou que o pacote dirigido às empresas é apresentado na quinta-feira.

Quanto à criação de um imposto especial sobre os lucros das empresas energéticas, António Costa reiterou que não exclui essa possibilidade, mas prefere não se comprometer. “Se se justificar haverá medidas, se não se justificar não haverá medidas”, sublinhando que o Governo está a observar as decisões de outros países. “Não tomámos ainda decisões (…) Não excluímos nem decidimos”, disse.

Por fim, questionado sobre o novo aeroporto da região de Lisboa, o chefe de Governo sublinha que “essa é uma questão que já se discute há 50 anos”, mas acredita que haverá “condições para que no próximo ano” a decisão seja tomada. “Tenho tido contactos com o presidente do PSD”, afirmou, Antonio Costa, acrescentando que acredita que não estão “muito longe de poder ter um entendimento sobre a metodologia que deve ser seguida para que o país possa chegar em final de 2023 em condições de poder tomar uma decisão definitiva sobre este tema que se arrasta a um número excessivo de anos”, concluiu. “Não estamos no início do processo”, dado que “há muita informação que já está produzida”, acrescentou ainda.

(Notícia atualizada pela última vez às 22h08)

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Gaia rescinde contrato com a Endesa e poupa 2,1 milhões na fatura da energia

  • Lusa
  • 12 Setembro 2022

A proposta de atualização de preços apresentada pela Endesa implicava um aumento de 3,9 milhões de euros no contrato geral, valor que no mercado regulado se situa em 1,8 milhões.

A Câmara Municipal de Vila Nova de Gaia, no distrito do Porto, aprovou esta segunda-feira a rescisão do contrato de fornecimento de energia com a Endesa; decisão que permitirá poupar 2,1 milhões de euros.

Vamos rescindir com a Endesa [comercializadora de eletricidade e gás em Portugal], porque tínhamos um contrato no mercado liberalizado decorrente de um concurso público só que, nesse contrato, o valor que a Endesa propõe de atualização para o ano 2022 e 2023 ultrapassa os dois milhões de euros de acréscimo”, disse o presidente da autarquia, Eduardo Vítor Rodrigues, no final da reunião pública do executivo municipal.

O autarca explicou que a proposta de atualização de preços apresentada pela Endesa implicava um aumento de 3,9 milhões de euros no contrato geral, valor que no mercado regulado se situa em 1,8 milhões de euros. A diferença entre estas propostas permite à autarquia, indo para o mercado regulado, poupar 2,1 milhões de euros, vincou.

No cômputo geral, poupar mais de dois milhões de euros nos anos 2022 e 2023 é muito significativo, referiu. “O que nos interessa é garantir que no meio desta subida abrupta dos preços da energia nós somos capazes, dentro do que é possível, fazer um esforço para poupar em termos de eficiência dos nossos próprios comportamentos internos na câmara e negociar contratos para ter o aumento mais baixo possível”, afirmou.

E, acrescentou, o mercado regulado é aquele que apresenta as melhores condições, daí a decisão da câmara em rescindir contrato com o atual fornecedor.

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Novo presidente da AG da ONU vai apostar em reforma do Conselho de Segurança

  • Lusa
  • 12 Setembro 2022

"Precisaremos de um maior, mais representativo e mais responsivo Conselho de Segurança. Farei o meu melhor para alcançar esse objetivo", disse o húngaro Csaba Korosi.

O novo presidente da Assembleia-Geral da ONU, Csaba Korosi, afirmou esta segunda-feira que trabalhará ativamente para que uma reforma do Conselho de Segurança avance, afirmando que o órgão precisa de ser “maior, mais representativo e mais responsivo”.

Embora tenha frisado que este é um processo que cabe aos Estados-membros, o diplomata húngaro – que tomou esta segunda posse como presidente da 77ª sessão da Assembleia-Geral – declarou que nomeará “co-facilitadores” que iniciem negociações em “propostas concretas”.

“Tenho acompanhado este processo de reforma por mais de 20 anos e ouvi todos os argumentos, todas as tentativas. Vocês devem saber que é um processo que cabe aos Estados-membros, mas irei definitivamente apontar novos co-facilitadores. Irei pedir-lhes que sejam mais orientados para o impacto, que comecem negociações em propostas concretas”, disse, numa conferência de imprensa na sede da ONU, em Nova Iorque.

“Isto já se tem prolongado demais. O mundo mudou desde 1945-1947. Está muito, mas muito diferente, e o mundo espera que esta organização seja capaz – e eficaz – na entrega das suas funções, incluindo nas questões de paz e segurança. Para isso, precisaremos de um maior, mais representativo e mais responsivo Conselho de Segurança. Farei o meu melhor para alcançar esse objetivo”, assegurou.

Uma reforma e a expansão do Conselho de Segurança, frequentemente considerado obsoleto, já vêm sendo pedidas há vários anos, sempre sem sucesso, por falta de consenso. Aos membros permanentes – Estados Unidos, França, Reino Unido, Rússia e China – pretendem juntar-se países emergentes como a Índia, África do Sul e Brasil.

Ao longo dos anos, o poder de veto tem sido uma das questões mais polémicas e alvo de vários pedidos de modificação. Esse tem sido, aliás, o mecanismo usado pela Rússia para impedir que o Conselho de Segurança atue contra si face à Guerra na Ucrânia.

Desde 1946, o veto foi usado quase 300 vezes, cerca de metade delas pela União Soviética ou pela Rússia, que herdou a sua cadeira. Em geral, quase todos os países da ONU consideram necessário reformar o Conselho de Segurança, mas não há acordo sobre como fazê-lo, com diferentes propostas na mesa há anos.

A embaixadora dos Estados Unidos da América (EUA) nas Nações Unidas, Linda Thomas-Greenfield, admitiu no mês passado, em Cabo Verde, a disponibilidade do seu país para avançar nessa reforma, incluindo o alargamento a África – o único continente sem um país como membro permanente daquele órgão máximo da ONU.

Após a sua tomada de posse, Csaba Korosi afirmou ainda que a guerra na Ucrânia deve terminar e que um cessar-fogo deve ser alcançado o mais rápido possível. O diplomata húngaro prestou juramento sobre a Carta das Nações Unidas na presença do secretário-geral da ONU, António Guterres, e do anterior presidente da Assembleia Geral, Abdullah Shadid.

O evento encerrou oficialmente a 76.ª sessão da ONU, na qual o diplomata das Maldivas entregou a presidência a Csaba Korosi, que liderará a 77.ª sessão, que arranca na terça-feira. Ainda no evento, Guterres afirmou que tal como aconteceu no ano passado, esta nova sessão “continuará a testar a coesão e a confiança entre os Estados-Membros” das Nações Unidas, avaliando que o “caminho será desafiador e imprevisível”.

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