Portugal mantém-se como o quarto país europeu com maior incorporação de renováveis na eletricidade

Mais de metade da eletricidade gerada em Portugal até agosto foi proveniente de energias renováveis. Só Noruega, Áustria e Dinamarca produziram mais.

Mais de metade da eletricidade gerada em Portugal nos primeiros oito meses do ano foi proveniente de fontes renováveis, fazendo com que Portugal continuasse a representar o quarto país da Europa com maior incorporação renovável na geração de eletricidade, ficando atrás da Noruega, Áustria e Dinamarca, que obtiveram 99,3%, 80,5% e 77,2% da eletricidade, respetivamente, a partir de fontes renováveis.

De acordo com o boletim de eletricidade renovável elaborado pela Associação Portuguesa de Energias Renováveis (APREN), e divulgado esta segunda-feira, em Portugal foram gerados 27.822 gigawatts/hora (GWh) de eletricidade no acumulado dos meses de janeiro a agosto de 2022, dos quais 54,6% foram de origem renovável.

Já no mês de agosto, foram gerados 3.169 GWh de eletricidade, dos quais 46,8 % tiveram origem renovável — menos 10,4% face a agosto de 2021. Esta quebra, explica a APREN, resulta da “diminuição do índice de hidraulicidade, que resultou num decréscimo acentuado da produção hídrica”.

“De salientar ainda que a produção hídrica e a percentagem máxima de armazenamento nas barragens atingiram valores mínimos face ao período homólogo nos últimos 10 anos, o que contribuiu para um aumento da produção por fontes fósseis“, informa o relatório. Em agosto, a incorporação de combustíveis fósseis (gás natural) na geração de eletricidade foi de 49,7%, enquanto entre janeiro e agosto de 2022, esse valor situou-se nos 40,6%.

Mecanismo ibérico gera poupanças de 16,5% no MIBEL

O mecanismo ibérico de limite do preço do gás natural gerou poupanças de 54,5 euros por megawatt/hora (MWh), entre 15 de junho a 31 de agosto, o que equivaleu a uma redução de 16,5% no preço horário médio da eletricidade no Mercado Ibérico de Electricidade (MIBEL) naquele período.

Segundo o boletim, a poupança devido ao limite do preço do gás natural (correspondente à diferença entre o preço sem o mecanismo e o preço com a compensação a pagar à s centrais a gás natural) atingiu um valor máximo de 134,7 euros/MWhc, e um mínimo de 5,62 euros/MWh. Feitas as contas, no total, 34,6 dos 67,8 terawatts/hora produzidos foram sujeitos ao mecanismo de ajuste dos consumidores na Península Ibérica.

Segundo o ministro do Ambiente e da Ação Climática Duarte Cordeiro, em entrevista à RTP3, o Governo estima que os 16% se traduzem em 150 milhões de euros de poupança conseguida pelas empresas cuja fatura da luz se encontra exposta ao mercado grossista da eletricidade, no período em que vigora este mecanismo.

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Rui Moreira defende apoio para senhorios de casas com renda acessível

  • Lusa
  • 12 Setembro 2022

“Corremos o risco de que estes proprietários prescindam deste instrumento e optem por rendas de mercado”, avisa o presidente da Câmara do Porto.

O presidente da Câmara do Porto defendeu, esta segunda-feira, que os proprietários cujas habitações se encontram em regime de renda acessível deveriam ser compensados fiscalmente, temendo que se o Governo não o fizer se “mate à nascença” o arrendamento acessível.

Corremos o risco de que estes proprietários prescindam deste instrumento e optem por rendas de mercado”, afirmou o presidente da Câmara do Porto, o independente Rui Moreira, durante a reunião do executivo. As considerações do autarca surgiram no decorrer da recomendação apresentada pelo PS para que as rendas dos inquilinos municipais fossem congeladas no próximo ano.

Para Rui Moreira, o Governo deve “compensar” os proprietários cujas habitações se encontram em regime de arrendamento acessível, da mesma forma que criou um ​​​​​​apoio extraordinário ao arrendamento, através da atribuição de benefício fiscal aos senhorios sobre rendimentos prediais em sede de IRS ou IRC.

Esta é uma matéria que nos deve preocupar a todos porque é uma questão de equidade (…) Estamos a ser confrontados com esta questão [por parte dos senhorios] e corremos o risco de matar à nascença o programa de arrendamento acessível”, considerou. Dizendo que sem compensação fiscal se está a “discriminar negativamente os que ajudaram o arrendamento acessível”, Rui Moreira disse, no entanto, saber que o Governo está a “refletir sobre a matéria”.

Sintetizando a proposta apresentada, o vereador socialista Tiago Barbosa Ribeiro lembrou que a população está a viver uma “tempestade perfeita”, fruto da guerra na Ucrânia, aumento da inflação e escalada de preços, e que seria, por isso, “recomendável” o congelamento dos aumentos das rendas, tanto para inquilinos residenciais, como comerciais.

Em resposta ao socialista, o vereador do Urbanismo da Câmara do Porto, Pedro Baganha, afirmou que seria “prematuro” e “pouco responsável” o município assumir esse compromisso, lembrando ainda que, nas rendas comerciais, tal mecanismo seria uma “distorção da saudável concorrência”.

Já o vereador social-democrata Alberto Machado salientou que as medidas de apoio às famílias apresentadas pelo primeiro-ministro, António Costa, já “trataram de parte do problema”, dizendo, no entanto, esperar que o Governo possa “ajudar mais as famílias”. “Nesta fase, não nos parece oportuno a aprovação desta proposta”, salientou.

Lembrando que a recomendação do PS é uma das preocupações a abordar na preparação do orçamento municipal para 2023, a vereadora da CDU, Ilda Figueiredo, defendeu que a matéria tem de ser “tratada com muito cuidado”, à semelhança da habitação social. “A população carenciada está a ser fustigada e precisamos de abordar este tema numa próxima reunião, não só ao nível das rendas”, observou.

O independente Rui Moreira garantiu a Ilda Figueiredo que o tema já foi “objeto de uma conversa” com o ministro das Finanças, durante a qual alertou para a preocupação com as receitas do município, tendo em conta que haverá mais gastos. Moreira recordou que as receitas não crescem em função da inflação e não dependem de transferências do Estado.

À semelhança da CDU, também a vereadora do BE, Maria Manuel Rola – que na reunião substituiu Sérgio Aires – concordou com a recomendação socialista, lembrando que para grande parte dos que vivem em habitações públicas, o custo de vida é “impactado pela inflação”.

A proposta do Partido Socialista foi rejeitada com os votos contra dos vereadores do grupo do independente Rui Moreira e do PSD, contando com os votos favoráveis do BE e da CDU. Em 5 de setembro, o Governo anunciou um pacote de medidas de apoio aos rendimentos das famílias tendo em vista a mitigação dos efeitos da inflação e do aumento dos custos energéticos, que ascende a 2,4 mil milhões de euros.

Entre as medidas encontra-se a limitação a 2% da atualização máxima do valor das rendas das habitações e das rendas comerciais em 2023, bem como a criação de um apoio extraordinário ao arrendamento, através da atribuição de beneficio fiscal aos senhorios sobre rendimentos prediais em sede de IRS ou IRC.

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Otimismo dos gestores de empresas mantém-se negativo em agosto

  • Lusa
  • 12 Setembro 2022

O otimismo recuperou “ligeiramente” no mês de agosto, mas manteve-se “negativo pelo terceiro mês consecutivo”, indica o barómetro mensal do Fórum dos Administradores e Gestores de Empresas.

O otimismo dos gestores de empresas manteve-se negativo em agosto, continuando a taxa de inflação a ser a principal preocupação, embora com menor intensidade, segundo o barómetro mensal do Fórum dos Administradores e Gestores de Empresas (FAE).

De acordo com os resultados do último ‘Barómetro Mensal dos Gestores’ do FAE, o otimismo recuperou “ligeiramente” no mês de agosto, mas manteve-se “negativo pelo terceiro mês consecutivo”.

A taxa de inflação, que se situa no nível mais elevado desde 1992, surge como “a principal preocupação dos gestores pelo sétimo mês consecutivo”, seguindo-se “a preocupação com a contratação e retenção de talentos na segunda posição”, com “o valor mais elevado do ano de 2022”.

’The great resignation’, o fenómeno que faz os trabalhadores voluntariamente desistirem dos seus postos de trabalho em busca de condições mais satisfatórias, é uma inquietação que paira sobre os gestores portugueses”, aponta o FAE, explicando que “a inflação e o aumento do custo de vida estão entre as causas que espoletam o fenómeno”.

“Por outro lado – acrescenta – a preocupação com a concorrência cai para os valores mais baixos desde que é realizado o barómetro, demonstrando que não representa, ao momento atual, uma apreensão para os gestores”.

O FAE é a associação representativa dos gestores portugueses desde 1979 e diz contar entre os seus associados com “os gestores das maiores empresas portuguesas, incluindo 12 CEO [presidentes executivos] do atual PSI”. O ‘Barómetro Mensal dos Gestores’ baseia-se num inquérito mensal aos associados do Fórum sobre o que mais preocupa os gestores e administradores de empresas para os 12 meses seguintes, incluindo também o nível de otimismo e pessimismo para esse período.

Com as respostas – numa média entre 170 a 210 – o FAE pretende construir um barómetro mensal que indique em cada momento e registe, também, numa série longa, a evolução das preocupações e otimismo dos gestores portugueses.

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Abanca lança nova edição de programa dedicado a startups

As startups interessadas devem apresentar a sua candidatura até 30 de outubro. A fase seguinte será a seleção das startups que irão participar no bootcamp.

A sétima edição do programa “Abanca Innova Startup” já começou e destina-se a qualquer tipo de startups do setor das fintech, insurtech, regtech ou cybersecurity, tanto para projetos em fase inicial, com produtos no mercado, como para startups já consolidadas, com tração e métricas recorrentes. Esta é uma iniciativa global do Abanca e está também disponível em Portugal.

“Durante o evento, cada startup terá de participar em quatro reuniões com as equipas dos departamentos de negócios, inovação, TI e banca de investimento do Abanca, a fim de estudar o case, conceber o projeto-piloto, quantificar os custos e identificar as necessidades tecnológicas. Após esta fase, as startups selecionadas vão dar início à implementação das provas de conceito desta sétima edição”, explica a empresa, em comunicado.

Ao longo do processo de desenvolvimento das ideias, as startups terão à sua disposição um programa de benefícios que inclui a utilização de espaços de coworking nas instalações do Abanca Innova, a utilização dos serviços web da Amazon, Google Cloud ou ferramentas de marketing digital, comunicação ou recursos humanos avaliados em mais de 150.000 euros.

As startups interessadas devem apresentar a sua candidatura até 30 de outubro, preenchendo o formulário no website Abanca Innova. Uma vez terminado o período de candidatura, a seleção das startups, que irão participar no bootcamp na fase seguinte, será feita através de um comité composto por pessoas de diferentes unidades de negócio do banco.

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Preços do gás sobem mais do que eletricidade e combustíveis

  • ECO
  • 12 Setembro 2022

Produtos energéticos e alimentares são os que mais pesam no IPC. Gás natural com variação de 35,5% entre fevereiro e agosto, mas é a componente que menos pesa no grupo de produtos energéticos.

Desde abril que a evolução dos preços do gás natural supera os da eletricidade, gasóleo e gasolina. Em agosto, a taxa de inflação desacelerou para 8,9%, uma revisão em baixa que corrige a estimativa inicial de uma inflação nos 9%, avançada pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), graças à redução da contribuição dos transportes e da habitação, água, eletricidade, gás e outros combustíveis.

O INE destaca as “contribuições negativas dos sub-subgrupos dos combustíveis, com maior intensidade no gasóleo do que na gasolina“, mas uma análise detalhada aos vários elementos que a compõem permite perceber que a evolução dos preços nem sempre tem o mesmo perfil. Por exemplo, os preços da gasolina registaram uma quebra de 9,03% em agosto face ao mês anterior e os do gasóleo uma descida de 7,69%.

Quando a análise é feita tendo em conta a evolução dos preços desde o início da guerra na Ucrânia a 24 de fevereiro é possível observar “aumentos significativos de preços em grande parte dos produtos”. E o gás natural é um dos componentes do grupo de produtos energéticos que mais subiu: 35,5%, um desempenho que “reflete o impacto significativo da guerra na Ucrânia”. No entanto, o peso deste elemento no cálculo do Índice de Preços no Consumidor é menor face ao dos restantes componentes do agregado de produtos energéticos. O ponderador do gás natural é de 0,5%, enquanto o dos outros componentes é de 7,7%.

A eletricidade é o indicador que mais pesa na classe dos produtos energéticos – e do próprio índice em geral (é o segundo mais relevante) – e sofreu um agravamento de 28% face a fevereiro. Isto porque, o preço da eletricidade também tem em conta o preço do gás natural. No caso de Portugal esse peso até acabou por ser superior ao habitual, uma vez que devido à seca não foi possível contar com uma percentagem idêntica à de anos anteriores de energia gerada pelas barragens, que em muitos casos estavam dedicadas exclusivamente ao abastecimento das populações.

Perante este efeito de contágio, o Governo português em conjunto com o espanhol criaram uma limitação do preço do gás para efeitos de produção de energia elétrica, após Bruxelas dar luz verde à medida, que começou a produzir efeitos no mercado de eletricidade a 15 de junho.

Fonte: INE

Em segundo lugar, a penalizar o grupo dos produtos energéticos, estão os combustíveis e lubrificantes para equipamento para transporte pessoal, com aumentos de 5,4% face ao início da guerra. No entanto, o INE destaca que este indicador apresenta um valor “substancialmente inferior” aos 14,6% registados no mês anterior.

Este subgrupo dos combustíveis e lubrificantes é influenciado maioritariamente pela variação dos preços do gasóleo e da gasolina, que aumentaram 8,2% e 1,2%, respetivamente desde o início da guerra. Tanto a gasolina como o gasóleo têm beneficiado de uma redução nos dois últimos meses face ao pico atingido em junho, fruto da evolução do Brent no Mar do Norte que tem registado quebras significativas face aos receios de uma recessão que possa ditar uma redução drástica da procura por combustíveis.

O próprio gás natural apesar de liderar na variação dos preços energéticos desde fevereiro também está em queda, após os máximos de 39,2% registados em maio e junho, quando começaram os cortes no fornecimento de gás através do Nord Stream 1 provocados pela falta de material decorrente das sanções impostas contra a Rússia.

Recorde-se que o Governo decidiu permitir às famílias regressarem à tarifa regulada de gás para tentar mitigar os impactos destes aumentos. A medida destina-se apenas aos consumidores com consumos anuais de gás inferiores ou iguais a 10.000 m3, mas o Governo espera apoiar 1,3 milhões de famílias e pequenos negócios, atualmente no mercado liberalizado. Para as empresas de consumos intensivos de gás está em estudo um apoio que poderá chegar aos dois milhões de euros e abranger 50 empresas, mas também um apoio de 500 mil euros por empresa no âmbito do programa “Apoiar Indústrias Intensivas em Gás”, que tem uma dotação de 160 milhões de euros.

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GreenVolt fornece energia verde à BA Glass na Polónia durante 15 anos

  • Lusa
  • 12 Setembro 2022

A energia renovável será fornecida através da Augusta Energy, uma joint-venture entre a KGAL, uma gestora de ativos alemã, e a V-Ridium Power, detida a 100% pela GreenVolt.

A GreenVolt – Energias Renováveis anunciou esta segunda-feira ter fechado com a BA Glass um contrato de fornecimento de energia verde, por 15 anos, à unidade polaca do grupo vidreiro.

Nos termos do PPA (do inglês ‘Power Purchase Agreement’) agora assinado, a energia renovável será fornecida através da Augusta Energy, uma joint-venture entre a KGAL, uma gestora de ativos alemã, e a V-Ridium Power, empresa que opera no mercado polaco, detida a 100% pela GreenVolt.

O acordo prevê que o fornecimento de energia gerada nos parques solares e eólicos na Polónia se inicie durante o quarto trimestre de 2023. Em comunicado, a GreenVolt destaca que este acordo “vai permitir à BA Glass passar a ser fornecida por energia obtida a partir de fontes renováveis” e possibilitar “à GreenVolt contribuir para as metas de sustentabilidade de um dos produtores de embalagens e garrafas de vidro da Europa”.

“A energia que será fornecida anualmente à BA Glass é equivalente ao consumo médio de 4.800 famílias”, refere, detalhando que “vai permitir que seja evitada a emissão de 11,6 mil toneladas de CO2 [dióxido de carbono], por ano, contribuindo assim para que a empresa do setor do vidro alcance as suas metas de sustentabilidade”.

Citado no comunicado, o presidente executivo (CEO) da GreenVolt, João Manso Neto, afirma que “esta parceria com a BA Glass na Polónia reforça a posição da GreenVolt como uma referência no desenvolvimento e operacionalização de projetos de energia renovável na Europa, bem como a sua capacidade de dar resposta a soluções à medida das necessidades dos seus clientes e de os ajudar a atingirem os objetivos de descarbonização”.

Admitida à negociação no PSI, o principal mercado acionista da Euronext Lisbon, a GreenVolt – Energias Renováveis reclama a liderança na produção de energia renovável, atuando no setor da biomassa, na promoção de projetos eólicos e solares fotovoltaicos e na geração distribuída de energia renovável.

A par da produção de energia a partir de biomassa, a partir de resíduos florestais e resíduos lenhosos urbanos em Portugal e no Reino Unido, a GreenVolt é promotora de projetos eólicos e solares fotovoltaicos, atuando em vários mercados europeus e no mercado americano, com um ‘pipeline’ de 6,7 GW (Gigawatt), dos quais 2,9 GW “em estado avançado de desenvolvimento até ao final de 2023”.

No segmento estratégico da geração distribuída, atua nos mercados português e espanhol, tanto no segmento empresarial, como no residencial, apresentando “soluções que visam a redução da fatura energética dos seus clientes”.

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Wall Street em alta com dados da inflação em foco

As atenções dos investidores estão centradas nos dados da inflação que serão divulgados esta semana e que poderão dar mais pistas sobre o ritmo de aumento das taxas de juro por parte da Fed.

Os principais índices norte-americanos arrancam a sessão desta segunda-feira com ganhos, numa altura em que os investidores aguardam os dados da inflação que serão divulgados esta semana e que poderão dar mais pistas sobre o ritmo de aumento das taxas de juro por parte da Fed.

O índice de referência S&P 500 soma 0,56% para 4.090,12 pontos, enquanto o industrial Dow Jones avança 0,40% para 32.279,72 pontos. Ao mesmo tempo, o tecnológico Nasdaq valoriza 0,49% para 12.171,17 pontos. Este desempenho acontece depois de na semana passada Wall Street ter fechado em alta, interrompendo um ciclo de três semanas consecutivas a fechar com perdas.

Esta semana os investidores aguardam os dados da inflação nos Estados Unidos referentes ao mês de agosto, que serão divulgados na terça-feira e que deverão dar mais pistas sobre o ritmo de aumento das taxas de juro da Fed. Segundo a Reuters, a taxa de inflação nos EUA deverá situar-se nos 8,1%, contra os 8,5% registado em julho.

Os analistas apontam que há 89% de possibilidade de o banco central norte-americano aumentar as taxas de juro em 75 pontos base, pela terceira vez consecutiva, na reunião marcada para 21 de setembro.

“Os investidores acreditam que os dados do CPI [índice de preços no consumidor] mostrem um declínio contínuo na leitura inflacionária, o que seria encorajador para os investidores, já que a reunião do FOMC [Comité de Política Monetária} ocorre apenas uma semana depois”, disse Sam Stovall, analista de investimentos da CFRA Research, em Nova Iorque, em declarações à Reuters.

A influenciar o desempenho positivo das bolsas norte-americanas estão ainda as notícias de que o exército ucraniano terá recuperado “mais de 20 localidades” em 24 horas às tropas russas. “Com a Ucrânia a colocar a Rússia à defensiva e assumindo muitos dos territórios que foram perdidos, isso é encorajador para os investidores globais porque significa um cessar-fogo poderá ocorrer mais rapidamente do que o previsto inicialmente”, acrescentou Stovall.

Entre as cotadas que se destacam nesta sessão está a Bristol-Myers Squibb Co, que sobe 6,68% para 74,86 dólares, depois de a Food and Drug Administration (o regulador do medicamento norte-americano) ter aprovado um medicamento da farmacêutica dirigido a adultos com psoríase. Já a Carvana Co avança 7,92% para 39,51 dólares, depois de a Piper Sandler ter elevado o preço-alvo das ações da empresa.

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Guerra faz disparar preços dos alimentos. Óleo sobe 36%, carne de aves 25%

  • Joana Abrantes Gomes
  • 12 Setembro 2022

O óleo alimentar e a carne de aves registaram as maiores variações de preços nos produtos alimentares desde fevereiro, segundo dados do INE. Preços da fruta subiram 13,7% nos últimos seis meses.

O índice de preços começou a subir ainda no ano passado, mas tem vindo a acentuar-se sobretudo desde o início da guerra na Ucrânia. Esta segunda-feira, o Instituto Nacional de Estatística (INE) revelou que a inflação em agosto atingiu os 8,9%, com os produtos alimentares entre os principais contributos para esse valor. Neste segmento, destacam-se os preços da carne de aves e dos óleos alimentares, que tiveram uma variação, respetivamente, de 25,1% e 36,2% entre fevereiro e agosto.

Segundo o gabinete de estatísticas, o subgrupo de óleos e gorduras registou “aumentos relevantes a partir de março”, atingindo máximos em maio. A variação deste segmento desde que a Rússia invadiu a Ucrânia, em 24 de fevereiro, foi, até agosto de 22,9%, sendo de realçar o comportamento dos preços dos óleos alimentares, que registaram a maior variação no mesmo período — nomeadamente, de 36,2%.

Preço dos alimentos a subir (fevereiro = 100)

Fonte: INE

Ainda assim, o contributo dos óleos e gorduras para o índice de preços entre fevereiro e agosto foi o mais baixo entre os seis subgrupos analisados pelo INE relativamente aos produtos alimentares, totalizando 0,229 pontos percentuais. O contributo dos óleos alimentares para a variação do Índice de Preços no Consumidor (IPC) no período em análise foi de 0,176 pontos percentuais.

Esses valores devem-se ao ponderador – cuja principal referência para o seu cálculo é a despesa monetária de consumo final das famílias – “relativamente reduzido” da categoria de óleos e gorduras (0,9%), que limita o impacto da sua variação no total do IPC, aponta o INE.

Apesar de um “impacto mais tardio e menos intenso” em relação aos óleos e gorduras, há outros segmentos a destacar nos preços dos produtos alimentares durante os últimos seis meses. Com uma variação de 16,7%, os preços da carne registaram o segundo maior aumento desde o início do conflito, em particular a carne de aves (25,1%) e a carne de porco (23,4%).

Além disso, a carne foi o produto alimentar que mais contribuiu para a variação do índice de preços desde fevereiro, num total de 0,685 pontos percentuais, dos quais 0,237 pontos percentuais são atribuídos à carne de aves e 0,202 pontos percentuais à carne de porco, indica o INE.

os preços das frutas até começaram por diminuir, mas a partir de março registaram aumentos significativos, apresentando uma subida de 13,7% entre fevereiro e agosto e contribuindo com 0,289 pontos percentuais para a variação do IPC. Neste subgrupo, destaca-se especialmente a fruta fresca e frigorificada, que aumentou 14,4% e cujo contributo fixou-se em 0,268 pontos percentuais.

O gabinete de estatísticas menciona também o aumento de 10,7% no segmento do pão e cereais, com destaque para os outros produtos de padaria, bolachas e biscoitos (12,5%) e para o pão (8,8%). Entre os produtos alimentares, este foi o segundo subgrupo que mais contribuiu para o índice de preços – 0,457 pontos percentuais. Aqui, 0,187 pontos percentuais são atribuídos a outros produtos de padaria, bolachas e biscoitos e 0,177 pontos percentuais ao pão.

Por fim, os setores do leite, queijo e ovos e do peixe registaram uma variação de preços de 10,3% e de 8,7%, respetivamente, no período em análise. Quanto ao primeiro subgrupo, destacam-se os preços do queijo e requeijão (11,3%) e do leite magro de vaca (17%), enquanto o custo do peixe fresco ou frigorificado subiu 9,9% nos últimos seis meses.

Embora a variação dos preços do leite tenha sido mais alta face ao peixe, este último (0,300 pontos percentuais) contribuiu mais para a variação do IPC do que o setor do leite, queijo e ovos (0,249 pontos percentuais). Ainda de acordo com os cálculos do INE, o peixe fresco e frigorificado teve um contributo de 0,133 pontos percentuais desde o início da guerra, o queijo e requeijão contribuíram com 0,086 pontos percentuais e o leite magro de vaca com 0,084 pontos percentuais.

Juntando aos produtos alimentares os agregados de serviços de alojamento, eletricidade, transportes aéreos de passageiros, restaurantes, cafés e estabelecimentos similares e combustíveis e lubrificantes, o contributo para a variação total do IPC entre fevereiro e agosto, que se fixou em 6,3%, foi de 4,7 pontos percentuais.

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Alexandra Bordalo Gonçalves recandidata-se ao Conselho de Deontologia de Lisboa da OA

A advogada não irá integrar qualquer lista dos candidatos a bastonário da Ordem dos Advogados. São conhecidas, porém, as suas divergências com o atual bastonário, Luís Menezes Leitão.

A atual presidente do Conselho de Deontologia de Lisboa da Ordem dos Advogados (OA), Alexandra Bordalo Gonçalves, vai recandidatar-se ao cargo. Com a sua candidatura pretende promover a revisão das normas deontológicas do Estatuto da Ordem dos Advogados, “atualizando-o para que este possa dar resposta a novas práticas em domínios como a comunicação da atividade profissional, a promoção de serviços ou a cobrança de honorários”. As eleições na OA estão marcadas para o próximo mês de novembro e vão eleger órgãos para o triénio 2023-2025.

“É fundamental que as regras que balizam o exercício da advocacia sejam rigorosas, transparentes e, sobretudo, muito claras para todos. Depois de um mandato à frente do Conselho de Deontologia de Lisboa ficou claro, para mim, que a classe não pode continuar a olhar para o lado e fingir que não vê certas práticas de publicidade, de marketing ou de cobrança de honorários com critérios totalmente divergentes conforme as situações”, referiu a candidata.

A presidente do Conselho de Deontologia de Lisboa sublinhou que a realidade da advocacia em Portugal mudou nas últimas décadas e que a mudança deve-se à digitalização e ao uso profissional das redes sociais, ao aumento de dificuldade de acesso dos advogados a certos serviços públicos, ou à entrada na profissão de muitos colegas estrangeiros que trouxeram consigo novos tipos de atos e de condutas, entre outras razões.

“A ambiguidade e a ambivalência são características nada próprias da profissão de advogados e do serviço público que esta presta. Os advogados portugueses têm de refletir que regras, regras efetivas, querem para si no momento atual. Temos de decidir e clarificar o que é aceitável, e o que não é aceitável, fazer hoje na advocacia em Portugal”, explicou.

Alexandra Bordalo Gonçalves defende também a necessidade de alterar a tramitação dos processos disciplinares, conferindo-lhes celeridade. “É necessário criar formas processuais mais ágeis, nomeadamente quando o que está em causa se passou nos órgãos de comunicação social. Nem todas as infrações têm de passar por todas as fases processuais possíveis”, acrescentou.

Embora estas sejam questões que se colocam em todo o território nacional, no qual atuam sete conselhos deontológicos, Alexandra Bordalo Gonçalves promete que o Conselho de Lisboa, sob a sua presidência, irá convocar a discussão nacional das questões deontológicas e disciplinares. “Esperamos que, depois das eleições, o bastonário eleito e o novo Conselho Superior da Ordem dos Advogados promovam a discussão nacional das questões deontológicas, dedicando-lhes por exemplo o próximo Congresso. O que se passou na revisão do Estatuto do Advogado, e na forma como o atual bastonário fechou a proposta que enviou à Assembleia da República, não pode, pura e simplesmente, repetir-se”, considerou.

Nas eleições de novembro Alexandra Bordalo Gonçalves não irá integrar qualquer lista dos candidatos a bastonário da Ordem dos Advogados. São conhecidas, porém, as suas divergências com o atual bastonário, Luís Menezes Leitão, ao qual a presidente do Conselho de Deontologia de Lisboa acusou, no início de 2022, de lhe mover uma perseguição pessoal e ao órgão a que preside com meros intuitos eleitorais, tendo vista as próximas eleições de novembro na Ordem.

“O que se passou foi que Menezes Leitão quis anular toda a ação disciplinar da Ordem dos Advogados nos últimos três anos em Lisboa – e, por consequência, em todo país. O bastonário interpôs recurso em fevereiro de 2020 ao Conselho Superior da OA contra a nomeação que Alexandra Bordalo fez de três vice-presidentes no Conselho de Deontologia de Lisboa, correspondentes à presidência de três das quatro secções em que este órgão está dividido (a 1ª dessas secções é presidida por ela própria). Alexandra Bordalo Gonçalves nomeou os três nomes seguintes da sua lista, que tinha sido a mais votada, reproduzindo o procedimento de mandatos anteriores – e o mesmo procedimento foi adotado pelos demais conselhos de deontologia no resto do país, também neste mandato”, explicou em comunicado.

Luís Menezes Leitão alegou que as vice-presidências deveriam ter sido atribuídas pelo método de Hondt e, segundo Alexandra Bordalo Gonçalves, isso, a ser feito, teria dado duas vice-presidências à lista que em 2019 ficou em segundo lugar e foi encabeçada por Paulo da Silva Almeida, seu apoiante declarado.

“Durante dois anos o Conselho Superior da OA não julgou a pretensão de Menezes Leitão. Mas a 26 de janeiro de 2022, em pleno ano eleitoral, decidiu tentar anular todo o trabalho do Conselho Deontológico de Lisboa – e só deste, apesar de todos os outros seis conselhos deontológicos do país terem organizado a presidência das secções exatamente da mesma forma. Alexandra Bordalo Gonçalves recorreu da decisão e propôs uma providência cautelar nos tribunais para esta ficasse suspensa, ação essa que ainda decorre”, explicou.

“Para além de ilegal, o procedimento do senhor bastonário e dos seus apoiantes tenta lançar o mais completo descrédito sobre os órgãos da Ordem dos Advogados. A meses das eleições o Conselho Superior toma deliberação para as quais não tem competência, que são ilegais e que prejudicam a Ordem dos Advogados ao colocá-la, injustificadamente, sob a presunção da ilegalidade”, sublinhou Alexandra Bordalo Gonçalves.

Segundo a candidata, as divergências com Luís Menezes Leitão têm a ver com o modo “fechado” e “opaco” como o bastonário conduz a Ordem dos Advogados, dando como exemplo a revisão do Estatuto da OA, cujo processo está em curso no Parlamento português.

“Para construir o seu contributo para a revisão dos estatutos nos aspetos relacionados com deontologia e ética, o Conselho de Deontologia de Lisboa promoveu no ano de 2021 a reflexão dos advogados – e convocou e realizou uma reunião plenária extraordinária para apresentar e discutir ideias. Esse plenário produziu propostas que foram reunidas, afinadas e depois enviadas a Menezes Leitão. Só que este ignorou-as completamente, não havendo o mínimo contributo delas na proposta formal enviada à Assembleia da República pela OA”, explicaram em comunicado.

Esta forma de agir do senhor bastonário é completamente contrária aos interesses dos advogados e à longa tradição de debate, e de abertura a todas as opiniões, que é apanágio da Ordem dos Advogados. Este fechamento a que o atual bastonário conduziu a Ordem é também visível na forma totalmente opaca como funcionam hoje os seus serviços nas diferentes regiões do país: os advogados portugueses desconhecem o que é gasto com o quê na sua Ordem, desconhecem os ordenados de funcionários, desconhecem se técnicos com qualificações e trabalho igual recebem efetivamente salário igual, etc”, refere.

A candidata a novo mandato à frente do Conselho de Deontologia de Lisboa sublinha os vários pedidos de esclarecimento dirigidos ao bastonário Menezes Leitão, e ao seu Conselho Geral, que não obtiveram resposta. “A realidade é que há serviços, como os do Conselho de Deontologia, que não têm os meios nem as ferramentas necessárias – nomeadamente digitais – para melhorarem o seu desempenho e dar uma boa resposta a quem recorre à Ordem dos Advogados, sejam advogados, sejam cidadãos”, concluiu Alexandra Bordalo Gonçalves.

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Criação de Campus Universitário da Figueira da Foz publicada em Diário da República

  • Lusa
  • 12 Setembro 2022

A Figueira da Foz vai ter em funcionamento o Campus Universitário, como centro dinamizador da ciência, investigação e inovação, sob alçada da Universidade de Coimbra.

“Determino a criação de um projeto especial, designado Campus Universitário da Figueira da Foz, na dependência direta do reitor, professor doutor Amílcar Falcão”, indica um despacho publicado, esta segunda-feira, em Diário da República. Este polo visa o desenvolvimento da região, sendo um centro dinamizador de ciência, investigação e inovação.

A criação do projeto especial Campus Universitário da Figueira da Foz contará com a parceria da Câmara Municipal da Figueira da Foz e dará seguimento a um dos objetivos que a Universidade de Coimbra (UC) inscreveu no seu Plano Estratégico para o quadriénio 2019/2023. “O Plano Estratégico da Universidade de Coimbra para o quadriénio 2019/2023 estabeleceu como linha de orientação estratégica, enquadrada no eixo «Desafios Societais», a consolidação da presença no território, através do reforço de relações institucionais e redes colaborativas que contribuam para o desenvolvimento sustentável”.

O cumprimento desta linha estratégica tem por objetivo a presença física em autarquias, “cujo enquadramento geoestratégico se coaduna com as prioridades de desenvolvimento identificadas na Universidade de Coimbra”.

”A implementação desta presença implica a materialização de ofertas formativas que se complementem com a estratégica de posicionamento único nacional”, acrescentou a UC.

De acordo com o documento, para a criação do Campus Universitário da Figueira da Foz será necessário, em primeiro lugar, “concluir o procedimento tendente ao estabelecimento do protocolo com a Câmara Municipal da Figueira da Foz, que permita definir as responsabilidades associadas a cada um dos intervenientes”. Numa fase posterior, “será imprescindível a infraestruturação do edificado, dotando-o das condições logísticas necessárias à prossecução das atividades da Universidade de Coimbra”, destacou.

O despacho publicado dá ainda conta de que o projeto especial é coordenado pela técnica superior da Universidade de Coimbra Paula João Machado do Canto e tem a duração de um ano, com início a 31 de agosto de 2022, “eventualmente renovável, em função do cumprimento dos objetivos que presidiram à sua criação”.

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Preços em Portugal subiram mais de 6% desde início da guerra na Ucrânia

Voos internacionais custam o dobro em comparação com fevereiro, em época baixa. Óleos alimentares foram os produtos que mais aumentaram nos últimos seis meses.

Os preços aumentaram 6,3% em Portugal desde que começou a guerra na Ucrânia. Esta é a variação de custos de bens e serviços dos últimos seis meses, calculada pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) e que retrata as dificuldades que cada vez mais portugueses estão a sentir o seu dia-a-dia.

Os produtos alimentares, com uma variação de 12%, foram o agregado que mais contribuiu para o disparar dos preços, representando cerca de 40% do aumento do índice de preços no consumidor.

O efeito também é visível quando os agregados são divididos por classes: os produtos alimentares e bebidas não alcoólicas, com um aumento de 11,5%, representaram 40,7% da subida da taxa de inflação nos últimos seis meses.

Também contribuíram para a aceleração dos preços os aumentos das tarifas em restaurantes e bares, com 13,4%, contribuindo com 17,7% para a taxa de inflação entre fevereiro e agosto. No entanto, mesmo sem guerra, estes serviços já teriam o efeito da sazonalidade: fevereiro é um dos meses com menos mercado, sobretudo porque o dia de Carnaval foi no mês seguinte.

Óleos alimentares encabeçam subidas

Depois da recolha de mais de 60 mil preços de mais de 250 produtos por parte do INE, verifica-se que o efeito da sazonalidade também ajuda a explicar quais os bens e serviços que mais contribuíram para o aumento de 6,3% dos preços nos últimos seis meses.

O maior peso foi dos serviços de alojamento, com 0,82 pontos percentuais, depois de os preços terem subido 61,8%. Em ainda mais detalhe, os preços subiram 65,5% em hotéis, motéis, pousadas e serviços de alojamento similares. Em fevereiro, além da época baixa, ainda existiam algumas medidas restritivas relativamente às viagens internacionais, por conta da Covid-19.

 

Mais ainda dispararam os preços das viagens de avião: um voo internacional custou mais do dobro (+101,4%) em agosto do que em fevereiro. O efeito na subida da taxa de inflação só não foi mais sentido devido à baixa ponderação que o INE faz deste item.

Sem efeitos de época, os óleos alimentares foram o bem que mais subiu: custam mais 36,2% em agosto do que em fevereiro. Neste caso, o aumento de preços está ligado à guerra: o óleo de girassol era o produto com origem na Ucrânia que representava a maioria (51,4%) das encomendas a este país em 2021.

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PS quer solução concertada na União Europeia sobre tributação de lucros abusivos

  • Lusa
  • 12 Setembro 2022

 “Não eliminamos nenhuma solução”, afirmou o presidente do Grupo Parlamentar do PS, defendendo no entanto a necessidade de coordenação a nível europeu.

O líder parlamentar do PS não excluiu o aprofundamento de medidas de combate a lucros abusivos no domínio fiscal, mas considerou essencial que essa solução seja concertada na União Europeia para não deixar Portugal em “desvantagem”.

Esta posição sobre a eventual tributação de lucros extraordinários de empresas em conjuntura de elevada inflação foi transmitida por Eurico Brilhante Dias, depois de ter visitado duas empresas no distrito de Leiria, no âmbito das Jornadas Parlamentares do PS. “Não eliminamos nenhuma solução”, afirmou o presidente do Grupo Parlamentar do PS, após ter defendido que o Governo já tomou medidas na área da energia para tentar eliminar lucros abusivos.

Nas declarações que fez aos jornalistas, Eurico Brilhante Dias observou que o Governo tem dito que “olhará para a aplicação por parte de outros países para analisar a sua eficácia” e assinalou que a Itália, uma dos primeiros a avançar, “já fez uma revisão do seu mecanismo de combate aos lucros abusivos”.

“Devemos permanecer vigilantes procurando sempre que a solução seja o mais concertada possível no quadro da União Europeia para não criar para Portugal uma desvantagem que outros não querem tomar”, advertiu.

No plano dos princípios políticos, o líder da bancada socialista acentuou que “não há justiça social sem justiça fiscal”. “Mas não podemos penalizar apenas os portugueses. Temos de o fazer de forma equilibrada, não eliminando à partida nenhuma solução quer na dimensão fiscal, quer na dimensão de intervenção direta nos mercados”, frisou.

Perante os jornalistas, o líder da bancada socialista defendeu que há acordo em torno da ideia de que “não há justiça social sem justiça fiscal”, salientando, depois, que “podem existir abordagens diferentes” na forma de concretizar esse desígnio.

“Há uma abordagem que alguns países – poucos – têm adotado com uma dimensão fiscal, não de uma taxa, que normalmente tem um serviço associado, mas de um imposto adicional. E há quem defenda que existem outros instrumentos para eliminar lucros abusivos – lucros gerados por esta circunstância [de alta da inflação] e que são anormais quando a larga maioria dos portugueses sofre com a inflação”, referiu.

No caso da energia, segundo o ex-secretário de Estado, o Governo já atuou em duas dimensões no gás e na eletricidade. “Na eletricidade, atuou com o mecanismo de desafetação do preço do gás e da eletricidade. Quando fez essa desafetação, permitiu uma redução entre 15 a 17% do preço da eletricidade, o que esmagou e consumiu uma parte substantiva de lucros que não seriam razoáveis por parte de quem comercializa eletricidade”, apontou.

No caso do gás, na perspetiva do líder da bancada do PS, foi facilitada a transição do mercado livre para o mercado regular. “O Governo, ao eliminar a restrição da passagem dos consumidores do mercado livre para o regulado, esmagou e acabou com os lucros abusivos no setor do gás”, sustentou. Ou seja, segundo Eurico Brilhante Dias, seguiu-se “uma abordagem não fiscal, mas que não deixa de ser forte para eliminar lucros abusivos”.

Na manhã de hoje, o presidente do Grupo Parlamentar do PS visitou duas empresas da região de Leiria que já têm aprovados projetos de investimento no âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), concretamente no âmbito do programa “Agendas Mobilizadoras”.

Eurico Brilhante Dias destacou dois temas nestas jornadas parlamentares: A modernização e competitividade empresarial e a proteção das florestas. “Este é um distrito com uma grande diversidade, tendo floresta, atividade piscatória e um setor empresarial muito robusto, que contribui com mais de 2,5 mil milhões de euros em exportação de bens”, referiu.

Falando aos jornalistas na Marinha Grande, no final de uma visita à empresa de moldes Vangest, com projetos na área das embalagens sustentáveis, o líder da bancada do PS apontou que o secretário-geral adjunto do seu partido, João Torres, esteve com um grupo de deputados numa visita a operadores florestais no norte do distrito de Leiria.

“Procura-se conhecer melhor qual a realidade do setor florestal, num distrito que foi uma vez mais fortemente fustigado pelos incêndios este ano. Não nos podemos esquecer que está é o terrível distrito dos incêndios de Pedrógão Grande”, acentuou.

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