Galp, Prio, Efacec e mais 48 consórcios. Veja as empresas escolhidas nas agendas mobilizadoras

Dos 64 consórcios pré selecionados nas agendas mobilizadoras, foram escolhidos 51. Em causa está uma proposta de investimento de 7,5 mil milhões.

São 51 os consórcios que receberam luz verde da comissão de avaliação das agendas mobilizadoras. Pelo caminho ficaram 13. Agora entram numa “fase negocial, durante a qual serão fixados os montantes de apoio em função do pacote financeiro disponível”, explica o IAPMEI. Em causa está um potencial de investimento de 7,57 mil milhões de euros.

Ou seja, agora que foram escolhidas, segue-se uma negociação na qual é definido o investimento elegível de cada projeto, isto é o montante que pode ser financiados pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), mas também a forma e as condições do apoio, e as metas e objetivos que são determinantes para que os cheque seja pago. O elemento distintivo do PRR, face aos restantes apoios comunitários, reside no facto de as verbas apenas serem pagas depois de Bruxelas verificar o cumprimento dos marcos a que o Estado-membro se comprometeu.

A segunda fase do concurso das agendas mobilizadoras para a inovação empresarial somava 64 candidaturas concretizadas, que representavam um potencial de investimento global de 8,38 mil milhões de euros, segundo o IAPMEI. A energia dominava estas intenções de investimento, já que os cinco maiores projetos se inseriam nesta área (e assim continua a ser). “De um universo de 70 manifestações de interesse selecionadas na Fase I do concurso das agendas mobilizadoras para a inovação empresarial, foram concretizadas nesta segunda fase 64 candidaturas de financiamento, correspondentes a 66 dessas 70 manifestações de interesse”, lia-se no documento. Agora este universo foi reduzido a 51 consórcios, a energia continua a liderar com 2,25 mil milhões de euros em investimento proposto. Em segundo lugar a tecnologia de produção e indústrias de produto, com 2,06 mil milhões de euros, e em terceiro lugar 688,79 milhões de euros os projetos na área dos transportes, mobilidade e logística.

Agora, com a seleção feita, em cima da mesa está um potencial de investimento de 7,57 mil milhões de euros. Mas, a dotação inicial deste concurso do PRR é de 930 milhões de euros. Desde cedo se percebeu que as candidaturas ultrapassavam largamente a dotação prevista, por isso, o primeiro-ministro anunciou que a verba adicional do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) de 1,6 mil milhões de euros será alocada às agendas mobilizadoras. Esta verba adicional é explicada por uma parte da distribuição das subvenções do PRR que dependia da variação do PIB em 2020 e 2021. Apurados os números de 2021, a conclusão é que Portugal recebe mais, dado que registou uma contração maior do que o previsto anteriormente.

Energia tem os maiores projetos

Os dois maiores projetos são liderados pela Galp. A petrolífera propõe investir 914,8 milhões de euros para estabelecer uma operação mineira sustentável em Portugal, que produza entre 170 a 200 mil toneladas por ano de espodumena, mas também implementar uma refinaria sustentável de processamento de lítio em Portugal, que produza entre 25 a 35 mil toneladas por ano de lítio refinado de elevada qualidade (battery grade), suficiente para a produção de mais de 1 milhão de veículos elétricos por ano na UE. Nos planos que envolvem a Savannah está previsto também potenciar a assemblagem e reciclagem de baterias de lítio em Portugal. Este é o projeto no âmbito das agendas verdes.

Mas a empresa liderada por Andy Brown também foi selecionada para apoio do PRR num investimento de 578 milhões de euros — uma revisão em baixa de 144 mlhões de euros — para implementar no complexo industrial de Sines a produção de hidrogénio verde através da instalação de um eletrolisador de 100 MW que irá gerar 10 mil toneladas de hidrogénio renovável, anualmente, estando o offtake garantido pelos demais projetos, numa lógica de complementaridade. Mas também se propõe produzir etanol sintético, bioetanol avançado e Alcohol-to-Jet. Além disso, está previsto criar uma unidade inovadora de hidrodesoxigenação de resíduos reutilizando o equipamento proveniente da refinaria de Matosinhos desativada, o que permitirá reduzir o investimento do projeto e reduzir a necessidade de materiais novos.

O terceiro maior projeto é encabeçado pela Prio que se propõe investir 492 milhões de euros para desenvolver um cluster industrial, inovador, para a produção de biocombustíveis sustentáveis avançados à base de hidrogénio verde e matérias primas residuais. O objetivo é criar uma nova unidade industrial no Porto de Setúbal que incluirá a produção de energia a partir de fontes solar e eólica e hidrogénio verde e biocombustíveis avançados.

Já a Efacec, no âmbito das agendas verdes, pretende em conjunto com outras 55 empresas, 27 entidades do sistema de investigação & inovação, criar um ecossistema estruturante para a transição energética, além de produtos e serviços para modernizar as redes de transporte e distribuição de energia elétrica, para melhorar as infraestruturas de carregamento de veículos elétricos ou ainda descentralizar os sistemas de distribuição que promovam a descarbonização através do uso de gases renováveis. A empresa, a braços com um processo de reprivatização, pretende com este projeto de 342,6 milhões de euros criar 400 postos de trabalho qualificados

A empresa gerida por Ângelo Ramalho lidera ainda um outro consórcio de 307 milhões de euros (foi reduzido para menos de metade face à proposta inicial) para criar o maior projeto sustentável português para produzir combustíveis verdes: hidrogénio e metanol verdes. Presentemente, não existe tecnologia nacional integrada capaz de dar resposta a todas as etapas processuais exigidas para a implementação de unidades industriais de hidrogénio e metanol verdes.

Construção fica de fora

Com a seleção agora feita significa que 813 milhões de euros de investimento potencial receberam uma classificação de “Não favorável”. Em causa estão consórcios liderados por empresas como a Mota Engil, a Casais ou a Continental Antena. Só três dos projetos rejeitados eram agendas verdes.

Entre os 64 consórcios que tinham sido pré-selecionados, os dois dedicados ao setor da construção foram chumbados. A Mota propunha-se investir 60,32 milhões de euros para reindustrializar o setor da construção, que agora vive uma crise de falta de mão-de-obra por causa do elevado número de obras que são levados a cabo com apoios de fundos comunitários, nomeadamente do PRR. Esta agenda Re-Built agregava 26 entidades e pretendia lançar no mercado 35 novos produtos, serviços e soluções até 2025 que visavam impulsionar o processo de reindustrialização do setor nomeadamente através da pré-fabricação em betão, construção modular, manufatura aditiva, inovação dos processos construtivos e gestão eficiente de ativos. O objetivo era aumentar a produtividade no setor; alavancar o posicionamento competitivo das empresas nacionais através de soluções construtivas diferenciadas e exportáveis e reduzir a pegada ecológica.

Já a Casais pretendia investir 47 milhões de euros, com 26 parceiros, também para industrializar o setor, através da construção modular off-site, aumentar a sua eficiência e minimizar a pegada carbónica. A agenda CIS4Future pretendia aposta na circularidade dos produtos, na reutilização de componentes e produtos de construção, na redução de resíduos e na adoção de materiais mais duráveis e reparáveis, mas também na digitalização dos processos produtivos.

O projeto que não recebeu luz verde, mas que se propunha fazer o investimento mais avultado, era o da Circlemolecule que queria demonstrar um conceito tecnológico inovador para produção de biometano, baseado na gaseificação. Era proposto um investimento de 165,5 milhões de euros numa agenda verde, que agregava seis parceiros como o Instituto Politécnico de Portalegre. Esta agenda pretendia produzir biometano de alta qualidade a partir de matérias-primas residuais de baixa qualidade. Em segundo lugar estavam os 83,29 milhões da Aquinova que queria fazer uma transformação estrutural do setor aquícola. O objetivo era introduzir tecnologias inovadoras desenvolvidas em território nacional, desenvolvendo cadeias de valor completas e introduzindo novos produtos, processos e serviços inovadores e transacionáveis na área alimentar do mar nos mercados nacional e internacional. Objetivos a concretizar em cooperação com empresas âncoras e o sistema científico nacional. Esta agenda verde agregava 93 entidades.

Projetos têm seis meses para iniciar execução após notificação

As candidaturas às agendas mobilizadoras foram avaliadas, por peritos independentes, nacionais e internacionais, de acordo com vários critérios de seleção como o grau de inovação ou diferenciação; o impacto do projeto para a competitividade empresarial e para a alteração do perfil de especialização produtiva do país; o impacto potencial na região de desenvolvimento do projeto; a capacidade de alavancagem do investimento; potencial de valorização económica da inovação e escalabilidade; a contribuição do projeto para a neutralidade carbónica e resiliência energética; a qualidade do consórcio em termos das competências dos promotores face aos objetivos do projeto e do modelo de governação do consórcio e viabilidade económico-financeira dos projetos e dos proponentes.

Os projetos têm de ser iniciados no prazo máximo de seis meses após a notificação da decisão e o investimento produtivo ou as infraestruturas financiadas afetos à respetiva atividade e, quando aplicável, na localização geográfica definida no projeto, devem ser mantidos pelo menos durante cinco anos (ou três anos quando estejam em causa investimentos de PME). A contratualização dos projetos estava prevista para o início no terceiro trimestre deste ano, de acordo com o cronograma apresentado, em dezembro pelo então ministro da Economia, Pedro Siza Vieira.

Os especialistas admite que esta é uma das áreas do PRR mais desafiantes em termos de prazos e por isso já se fala na necessidade de rever prazos. “Bruxelas também percebeu que o mundo mudou”, disse em entrevista ao ECO a ministra da Coesão. “Se há coisa que Bruxelas mostrou nos últimos tempos é que tem a capacidade, boa vontade e flexibilidade de organizar e adequar os instrumentos de apoio aos momentos que vivemos”, acrescentou Ana Abrunhosa.

O desafio torna-se ainda maior tendo em conta que os prazos já estão a derrapar. De acordo com as regras publicadas em portaria, a 19 de janeiro, o IAPMEI tinha de tomar uma decisão no prazo de 40 dias úteis a contar da data-limite para a submissão de candidatura. Depois notificar os candidatos da decisão final no prazo máximo de cinco dias úteis, a contar da data da decisão. Mas, a decisão de aprovação caduca caso não seja assinado o termo de aceitação no prazo máximo de 20 dias úteis, a contar da data da notificação da decisão, salvo motivo justificado, não imputável ao candidato.

http://videos.sapo.pt/VTpRk5ZY1itc60Gyobga

As agendas mobilizadoras são, por excelência, o capítulo do Plano de Recuperação e Resiliência dedicado às empresas. Pretendem consolidar e expandir sinergias entre o tecido empresarial e o sistema científico e tecnológico, contribuindo para aumentar a competitividade e resiliência da economia através da diversificação e especialização da estrutura produtiva.

Têm associadas três metas: aumentar o volume das exportações de bens e serviços para 53% do PIB até 2030; aumentar o investimento em I&D para atingir 3% do PIB até 2030; e contribuir para a dupla transição digital e climática através da redução das emissões de CO2 em 55% até 2030.

Veja aqui a listas dos 64 consórcios apresentados e as respetivas classificações:

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Guerra na Ucrânia agrava falta de pipocas e cerveja no mundo

  • ECO
  • 19 Junho 2022

Produtoras na Alemanha apelam aos consumidores para devolverem garrafas para conseguirem vender cerveja. Na Austrália, salada dos hambúrgueres foi trocada por couve.

Se neste verão houver menos pipocas ou menos cerveja à venda, não estranhe. A guerra na Ucrânia está a agravar a falta de alguns produtos que habitualmente estão disponíveis em abundância. O problema não está na existência dos bens mas sim nas cadeias logísticas que permitem que depois estejam à venda para o público, nota neste domingo a Bloomberg. (acesso condicionado)

Em muitos casos, também os produtos estão mais caros, por causa do forte aumento dos custos de transporte.

Na Alemanha, por exemplo, as produtoras de cerveja têm falta de garrafas e estão a pedir aos consumidores para as devolverem depois de as beberem. As cervejeiras alemãs já têm estado a sofrer com a subida dos custos da energia e da cevada.

Nos Estados Unidos, o principal problema é a falta de pipocas, numa altura em que os espetadores estão a voltar às salas de cinemas. Os agricultores estão a abdicar do milho para apostar em culturas mais lucrativas. Ainda nos cinemas, escasseiam bens como copos e sacos de papel.

A falta de comida também chegou às cadeias de comida rápida (fast-food): no Reino Unido, a McDonald’s agora só põe uma rodela de tomate em vez das habituais duas. Noutras geografias, a empresa teve de suspender a venda de batatas fritas em alguns menus por motivos logísticos.

Na Austrália, a rival KFC teve de trocar a alface nos hambúrgueres por couve.

A situação pode levar os empresários a repensar que produtos disponibilizam e onde os vão buscar. Também poderá haver a necessidade de recorrer a novas ferramentas de planeamento, para diminuir atrasos e perdas de receitas, sugere Madhav Durbha, vice-presidente da empresa de estratégia logística Coupa Software, citado pela Bloomberg.

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Primeiro-ministro britânico alerta que Ucrânia precisará de apoio durante anos

  • Lusa
  • 19 Junho 2022

"Tudo vai depender de se a Ucrânia pode fortalecer a sua capacidade de defender o seu território mais rapidamente do que a Rússia consegue renovar a sua capacidade de ataque", diz Boris Johnson.

O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, alertou que a guerra na Ucrânia será longa e o país precisará de apoio durante anos para permanecer um estado viável, num artigo publicado neste domingo no “The Sunday Times”.

“Devemo-nos armar de coragem para uma longa guerra”, escreveu o chefe de Governo britânico, que na sexta-feira visitou Kiev pela segunda vez desde o início da invasão ordenada pelo Kremlin.

Boris Johnson destacou que o Reino Unido e os aliados devem assegurar que a Ucrânia “tenha a resiliência estratégica para sobreviver”, uma vez que o presidente russo, Vladimir Putin, “recorre a uma campanha de desgaste e tenta brutalmente esmagar a Ucrânia”.

“O tempo é um fator vital”, continua Johnson.

“Tudo vai depender de se a Ucrânia pode fortalecer a sua capacidade de defender o seu território mais rapidamente do que a Rússia consegue renovar a sua capacidade de ataque”, acrescenta.

Para isso, a Ucrânia deve “receber armas, equipamentos, munições e treinos mais rapidamente do que o invasor”, explicou o primeiro-ministro, que anunciou na sexta-feira um programa de treino com capacidade para até 10 mil soldados ucranianos a cada 120 dias.

Boris também realçou a necessidade de continuar a enviar fundos para que seja possível a Kiev manter a administração do Estado a funcionar e começar a reconstrução “assim que possível”.

Johnson destaca ainda que é preciso encontrar formas de escoar, através dos portos ucranianos, as 25 milhões de toneladas de cereais que se acumulam nos silos ucranianos sem poder sair do país.

Também o secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, alertou hoje que é preciso estar preparado para que a guerra na Ucrânia possa durar “anos”, em entrevista à edição de domingo do jornal alemão “Bild”, na qual exortou os países ocidentais a manterem o seu apoio a Kiev.

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Pilotos da Ryanair na Bélgica em greve de 24 a 26 de junho

  • Lusa
  • 19 Junho 2022

O secretário permanente do sindicato belga CNE, Didier Lebb, espera que os pilotos de outras bases europeias da Ryanair se juntem à greve.

Os pilotos da companhia aérea Ryanair na Bélgica convocaram uma greve para de 24 a 26 de junho, os mesmos dias da paralisação dos tripulantes de cabine da companhia naquele país europeu.

O secretário permanente do sindicato belga CNE, Didier Lebbe, disse à agência belga que espera que os pilotos de outras bases europeias da Ryanair se juntem à greve.

A companhia aérea irlandesa vai sofrer uma série de greves a partir da próxima sexta-feira, que unem tripulantes de cabine de Portugal, Espanha, Bélgica, Itália e França.

As tripulações de cabine em Portugal vão parar nos dias 24, 25 e 26 de junho, enquanto em Espanha convocaram greves para o período de 30 de junho a 2 de julho.

Já em Itália haverá uma greve dos pilotos e funcionários da Ryanair e Malta Air em 25 de junho, dia em que param também os tripulantes da Ryanair em França. Neste último país, os tripulantes de cabine associados do SNPNC-FO já estiveram em greve a 12 e 13 de junho.

A tripulação de cabine belga convocou a greve após o fracasso das negociações sobre um novo acordo coletivo.

De acordo com os sindicatos ACV Puls e CNE, as propostas da companhia aérea não estão em conformidade com a legislação laboral belga.

As duas organizações sindicais também denunciam a falta de um departamento de recursos humanos com sede na Bélgica, que esteja atento à legislação social.

A Ryanair não é a única companhia aérea com greves planeadas na Bélgica, tendo os pilotos e tripulantes de cabine da Brussels Airlines também convocado uma greve para entre 23 e 25 de junho.

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Alemanha vai reforçar uso do carvão face à redução nas entregas de gás russo

  • Lusa
  • 19 Junho 2022

As exportações de gás russo em direção à Europa estão em baixa constante desde o início das sanções contra a Rússia, em resposta à invasão da Ucrânia.

A Alemanha vai adotar medidas de urgência para garantir a segurança do abastecimento face à redução nas entregas de gás russo, nomeadamente reforçando a utilização das centrais a carvão para produção de eletricidade, anunciou o Governo neste domingo.

“Para reduzir o consumo de gás, tem de ser menos utilizado para a produção de eletricidade. Em alternativa, as centrais a carvão terão de ser mais usadas”, afirmou hoje o Ministério da Economia em comunicado.

Esta decisão é um passo atrás para este Governo de coligação, onde os Verdes estão em destaque, e que prometeu eliminar gradualmente o carvão até 2030.

“É amargo, mas é fundamental reduzir o consumo de gás”, reagiu o ecologista ministro da Economia, Robert Habeck, em comunicado.

O Governo alemão está a reagir à diminuição das exportações de gás russo em direção à Europa desde o início das sanções contra a Rússia, em resposta à invasão da Ucrânia. A Gazprom interrompeu as suas entregas de gás a diversos clientes europeus, que recusaram pagar em rublos.

O pacote de medidas anunciado prevê também um sistema de “leilão” para a venda de gás aos industriais, permitindo, segundo Berlim, diminuir o consumo no poderoso setor manufatureiro alemão.

Os novos créditos do banco público KfW devem ser reservados para encher os reservatórios de gás do país, atualmente em 56%.

“A segurança do abastecimento está garantida”, mas “a situação é grave”, resumiu Habeck.

A Gazprom reduziu as entregas via Nord Stream esta semana em 40%, depois em 33%, citando um problema técnico.

No entanto, para o Governo alemão, trata-se de uma “decisão política” devido ao confronto entre Moscovo e países ocidentais sobre a guerra na Ucrânia.

Apesar do conflito, a Alemanha continua a importar quase 35% do seu gás da Rússia. Essa proporção era de 55% antes de fevereiro.

Cerca de metade das empresas estrangeiras que concluíram um contrato de fornecimento de gás com a Gazprom abriram uma conta em rublos junto do Gazprombank para garantir os seus pagamentos, assegurou em meados de maio o vice-primeiro-ministro russo Alexandre Novak, citado pela agência noticiosa Ria-Novosti.

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Subida dos juros impacta dívida pública detida pela banca mas sem risco para setor

  • Lusa
  • 19 Junho 2022

Rentabilidade dos bancos portugueses pelo acréscimo considerável de receitas nos créditos a taxa variável pode ser um dos principais ganhos a não ser que aumente o crédito malparado.

A subida das taxas de juro significará perdas na rentabilidade da elevada dívida pública que os bancos portugueses detêm, mas não é um risco para o setor, que será, sobretudo, beneficiado na margem financeira, segundo economistas contactados pela Lusa.

De acordo com o professor universitário Paulo Pinho, da Nova BSE, quando se fala no que os bancos ganharão na margem financeira com o aumento das taxas de juro (pela diferença entre os juros pagos nos depósitos e os juros cobrados no crédito) há que referir, por outro lado, a perda de rentabilidade nos títulos de dívida pública, ainda que os ganhos na margem financeira compensem significativamente.

Os bancos portugueses têm em carteira elevados montantes de dívida pública portuguesa. Quando a dívida pública se valoriza nos mercados os bancos registam mais-valias (o que aconteceu nos últimos anos, insuflando os lucros), já quando se desvaloriza tal significa menos-valias (perdas nesse investimento), o que pode ter impactos nos rácios de capital.

Segundo Paulo Pinho, para evitar registar perdas, os bancos poderão pôr esses títulos na rubrica de ‘ativos para investimento’, onde não se regista a desvalorização pois no final da maturidade os títulos serão reembolsados (ainda que 100 euros hoje não seja igual a 100 euros em 10 anos por via da inflação e das taxas de juro), em vez de na rubrica de ‘ativos para negociação’ (onde teriam de os avaliar ao preço de mercado). Também se venderem a dívida terão de registar perdas, o que não deverão querer fazer.

A situação só ficaria muito complicada se houvesse uma deterioração do ‘rating’ da República e o Banco Central Europeu deixasse de aceitar dívida portuguesa como colateral, como aconteceu em 2011″, afirmou, mas considerou que a médio prazo não antevê precipitar-se uma situação dessas e o ministro das Finanças tem-se mostrado preocupado na necessidade de proteger as contas públicas.

Ricardo Cabral, professor do ISEG, recordou, por seu lado, que na crise financeira o BCE obrigou os bancos a indiretamente refletirem os valores de mercado da dívida mesmo na que estava catalogada como investimento. Além disso, recordou, a avaliação da dívida detida pelos bancos faz parte da avaliação dos supervisores nos testes de ‘stress’ e aí “podem obrigar a banca a aumentar requisitos de capital se acontecer alguma coisa à dívida pública”.

Contudo, considerou que o BCE deverá ser cauteloso, até porque há outros países que podem ser mais afetados, como Itália, e destacou as receitas que os bancos conseguirão na margem financeira pelo aumento das taxas de juro.

O economista António Nogueira Leite disse que os bancos poderão ter de registar perdas na carteira de dívida pública, mas afirmou que a sua situação atual da banca é bem mais sólida e têm “sido muito mais cautelosos na gestão de dívida pública”.

Sobre a passagem de dívida soberana para a categoria de ‘ativos para investimento’, afirmou que é possível mas que isso “tem de fazer sentido na substância” e precisa de autorizações de auditores e reguladores.

“Não estou a ver os bancos a utilizarem expedientes contabilísticos, até porque estão mais capitalizados e fizeram menos disparates”, disse o antigo vice-presidente da Caixa Geral de Depósitos (2011-2013), secretário de Estado do Tesouro e das Finanças no último Governo socialista de António Guterres e conselheiro económico de Passos Coelho (PSD).

O economista lembrou ainda que os bancos vão ganhar muito com a subida dos juros pelo lado do crédito. Ou seja, se a evolução da economia não trouxer problemas significativos de crédito malparado, os bancos terão aí grandes receitas.

Agências de rating afastam riscos

Análises semelhantes são feitas pelos analistas das agências de ‘rating’ que acompanham a banca portuguesa: há risco de perdas, mas não a ponto de pôr em causa a estabilidade do setor.

Rafael Quina, pela Fitch, considerou que o aumento das taxas de juro dos títulos soberanos portugueses não é visto atualmente “como um risco sistémico”, já que, ainda que alguns bancos sejam mais vulneráveis, o “setor reforçou consideravelmente a sua posição de capital”.

A Fitch estima que os principais bancos portugueses (CGD, BCP, Santander Totta, BPI, Novo Banco e Montepio) detenham cerca de 51 mil milhões de euros em dívida soberana (portuguesa, espanhola, italiana, etc.), devendo a exposição a dívida de Portugal ser de 24 mil milhões de euros.

Olhando para os rácios de capital de final de março de 2022, a Fitch indica que houve apenas um impacto modesto embora as taxas de juro soberano já tivessem aumentado no primeiro trimestre, o que considera que se deve também a cerca de 60% das obrigações soberanas estarem contabilizadas no balanço dos bancos ao custo amortizado (não sujeitas a reavaliações negativas de mercado), ainda que de futuro seja esperada “alguma volatilidade moderada nos índices de capital dada a exposição remanescente ser ao valor justo”.

A Fitch estima ainda que a duração média da dívida soberana portuguesa na carteira dos bancos seja de quatro e cinco anos, o que também ajudará a que o impacto nos rácios de capital seja limitado, “a menos que se observe um aumento dramático nas taxas para níveis insustentáveis”.

Por bancos, considera que os rácios de capital do BCP e, em certa medida, do Novo Banco “parecem mais sensíveis às variações das ‘yields’ soberanas”, pois “têm uma parcela maior de títulos registados a valor justo”. Já o Montepio, apesar da posição de capital inicial mais fraca, “tem perto de 100% das suas carteiras de obrigações soberanas registadas ao custo amortizado, o que significa que o seu rácio de capital é menos sensível a variações das ‘yields’ soberanas”.

Para Nicola de Caro, da DBRS, “a detenção de elevados montantes de dívida soberana são uma fonte de vulnerabilidade para os bancos do Sul da Europa”. Contudo, embora haja preocupação com a alta da inflação e das taxas de juros, há que “ter em conta os progressos feitos pelos bancos no fortalecimento de sua posição de capital e na redução de ativos problemáticos”, pelo que estão mais fortes para enfrentar “qualquer deterioração adicional do cenário macroeconómico e a ampliação dos ‘spreads’ soberanos”.

Para María Vinuela, da Moody’s, a subida das taxas de juro terá um “impacto negativo” nas carteiras de dívida pública (a exposição dos bancos portugueses a títulos de dívida soberana era de 16% do total de ativos em base consolidada no final de junho de 2021, indicou), mas “não serão um problema para os bancos” nem “risco para a estabilidade financeira”, até porque têm rácios de capital, “na maioria dos casos, muito acima dos requisitos regulamentares mínimos”.

Os analistas das agências de ‘rating’ afirmam ainda que, no imediato, a subida das taxas de juro será muito positiva para a rentabilidade dos bancos portugueses pelo acréscimo considerável de receitas nos créditos a taxa variável. O problema, avisam, é se o aumento das taxas for brutal e pode isso levar ao aumento significativo do custo do risco devido ao crédito malparado.

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Presidente do Tribunal de Contas admite auditoria às urgências hospitalares

  • Lusa
  • 19 Junho 2022

José Tavares adianta que dentro de um mês será apresentado o segundo relatório com a apreciação sobre a contratação publica no âmbito do PRR. Até 15 de julho haverá novo relatório sobre o Novo Banco.

O presidente do Tribunal de Contas (TdC), José Tavares, admitiu que, no futuro, venha a ser realizada “uma auditoria aos serviços de urgências hospitalares”, numa entrevista à Antena 1 e Jornal de Negócios publicada no sábado.

“É possível que isso aconteça”, afirmou José Tavares, explicando que o tribunal está a preparar o próximo plano de atividades, que essa é uma das áreas possíveis a escrutinar.

Quando desenvolvemos ações de fiscalização, fazemo-lo de acordo com critérios muito bem ponderados“, disse, e o ” tribunal não pode organizar e planear as suas ações de acordo com problemas conjunturais que surgem hoje mas para a semana não existem”.

Num momento em que as urgências fazem notícia, com o fecho, parcial ou total, de urgências obstetrícias por falta de médicos, José Tavares afirmou que pode vir a “acontecer que o tribunal, no seu planeamento, delibere em plenário geral realizar uma auditoria aos serviços de urgências hospitalares”.

A Saúde, admitiu ainda, tem problemas estruturais, é um setor difícil, que envolve muitos recursos e interesses e que precisa de organização.

Relatório sobre PRR

Na entrevista, o presidente do TdC afirmou vai apresentar dentro de um mês o segundo relatório com a apreciação sobre a contratação publica realizada até agora no âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) e que já está a acompanhar a execução de alguns dos contratos. Até agora, deram entrada na plataforma mais de 350 contratos.

E até 15 de julho, o tribunal vai apresentar o segundo relatório sobre o Novo Banco.

Ao Tribunal de Contas cabe “fiscalizar a legalidade e regularidade das receitas e das despesas públicas”, dar “parecer sobre a Conta Geral do Estado e sobre as Contas das Regiões Autónomas”, além de “apreciar a gestão financeira pública”.

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Portugal está entre os dez países que atraem mais milionários. Rússia é o que mais perde

Na liderança estão os Emirados Árabes Unidos, uma espécie de íman de riqueza. Portugal ocupa o sexto lugar da tabela. A Rússia, por outro lado, é o país que mais milionários deixa escapar neste ano.

Ao longo deste ano, prevê-se que cerca de 88.000 milionários se mudem, de malas e bagagens, para um novo país. Portugal deverá receber 1.300 novos milionários, o que faz com que as terras lusas integrem o Top 10 dos países em que mais milionários atravessam a sua fronteira, figurando mesmo no sexto lugar do ranking. Na liderança estão os Emirados Árabes Unidos, que são uma espécie de íman de riqueza, prevendo-se que cheguem a esse território 4.000 milionários até ao final de 2022. Mas de que países saem estas pessoas? A maioria da Rússia. Espera-se que, neste ano, 15.000 milionários abandonem o país. Entre os fluxos migratórios, é possível concluir também que o Reino Unido e os Estados Unidos estão a perder o tradicional brilho, revela oHenley Global Citizens Report”, realizado pela financeira Henley & Partners.

“A previsão para 2022 reflete um ambiente extremamente volátil em todo o mundo. No final do ano, espera-se que 88.000 milionários se tenham deslocado para novos países, menos 22.000 do que em 2019, quando 110.000 se mudaram”, começa por dizer Juerg Steffen, CEO da Henley & Partners.

E antecipa o próximo ano: “Preveem-se os maiores fluxos migratórios milionários de que há registo (125.000), com os investidores influentes e as suas famílias a preparem-se seriamente para o novo mundo pós-Covid, cuja reorganização da ordem global ainda está por revelar e a ameaça sempre presente das alterações climáticas como pano de fundo”, detalha, citado pela Visual Capitalist (acesso livre, conteúdo em inglês).

Os indivíduos mais ricos são extremamente móveis, e os seus movimentos podem fornecer um sinal de alerta precoce para as tendências futuras dos países. Os países que atraem indivíduos e famílias ricas tendem a ser robustos, com baixas taxas de criminalidade, taxas de impostos competitivas e oportunidades de negócio atrativas.

Andrew Amoils

Head of research da New World Wealth

Os Emirados Árabes Unidos — que têm vindo a tornar-se um foco interessante entre os investidores mais ricos — ocupam o primeiro lugar no pódio no que toca à chegada de milionários. A chegada prevista de 4.000 milionários neste ano representa um boom de 208% em relação ao fluxo registado em 2019 (1.300).

“Este fluxo de milionários deve-se, em parte, às políticas de imigração adaptáveis e recetivas do país, especialmente concebidas para atrair riqueza privada e talento internacional”, explica a consultora com sede em Londres.

Fonte: Visual CapitalistVisual Capitalist

O pódio fica completo com a Austrália e a Singapura, com um ganho expectável de 3.500 e 2.800 milionários, respetivamente. Israel (2.500), Suíça (2.200), Estados Unidos da América (1.500), Portugal (1.300), Grécia (1.200), Canadá (1.000) e Nova Zelândia (800) compõem o Top 10.

“Os indivíduos mais ricos são extremamente móveis, e os seus movimentos podem fornecer um sinal de alerta precoce para as tendências futuras dos países. Os países que atraem indivíduos e famílias ricas tendem a ser robustos, com baixas taxas de criminalidade, taxas de impostos competitivas e oportunidades de negócio atrativas”, explica Andrew Amoils, head of research da New World Wealth.

Apesar de não figurarem nos dez primeiros lugares da lista, a Henley & Partners salienta, ainda, que se espera também que um grande número de milionários se desloque para Malta, Maurícias e Mónaco.

De onde veem estes milionários?

Do lado contrário do mapa de fluxos migratórios, a Rússia é o país que sofreu a maior emigração de milionários nos últimos seis meses, com os investidores a escaparem aos impactos das sanções ocidentais. E carimbam o passaporte para países como os Emirados Árabes Unidos e Israel, detalha o jornalista Misha Glenny. Prevê-se que 15.000 pessoas cuja fortuna está avaliada em, pelo menos, um milhão de dólares abandonem o país até ao final de 2022, o que representa 15% dos milionários na Rússia e mais 9.500 pessoas do que em 2019, ainda antes da pandemia.

Mas a tendência não é totalmente nova. “Um padrão subjacente já era detetável antes da invasão da Ucrânia. Muito antes da imposição de sanções ao sistema bancário russo, houve um tsunami de capital que deixou o país, em grande parte provocado pelo estilo de Governo do presidente Vladimir Putin e pelas suas exigências de lealdade feitas aos russos ricos e de classe média.”

A invasão da Rússia está a provocar um pico abrupto nas saídas de HNWI [high-net-worth individual] da Ucrânia, que se prevê sofrer a maior perda líquida na história do país: 2.800 milionários (42% da sua população HNWI), mais 2.400 pessoas do que em 2019. (…) Há uma infinidade de razões pelas quais os ricos se deslocam. Escapar ao conflito é uma delas, razão pela qual não é surpresa ver países como a Rússia e a Ucrânia como maiores números de emigração até ao final de 2022.

A Ucrânia, por sua vez, também está a ser profundamente penalizada. Estima-se que, este ano, 2.800 milionários saiam do país, o que significa 42% da sua população com um milhão de dólares ou mais de riqueza.

Fonte: Visual CapitalistVisual Capitalist

“A invasão da Rússia está a provocar um pico abrupto nas saídas de HNWI [high-net-worth individual] da Ucrânia, que se prevê sofrer a maior perda líquida na história do país: 2.800 milionários (42% da sua população HNWI), mais 2.400 pessoas do que em 2019″, pode ler-se. “Há uma infinidade de razões pelas quais os ricos se deslocam. Escapar ao conflito é uma delas, razão pela qual não é surpresa ver países como a Rússia e a Ucrânia como maiores números de emigração até ao final de 2022.”

Três países separam, no entanto, a Rússia e a Ucrânia. Um deles é a China, de onde deverão sair 10.000 milionários este ano. Para Andrew Amoils, esta perda populacional pode revelar-se mais prejudicial do que em anos anteriores, uma vez que o crescimento da riqueza geral na China diminuiu recentemente.

Índia e Hong Kong ocupam o terceiro e quarto lugares dos países que mais milionários deixam escapar, com previsões de 8.000 e 3.000, respetivamente. Brasil (2.500), Reino Unido (1.500), México (800), Arábia Saudita (600) e Indonésia (600) seguem-se no ranking.

Reino Unido e EUA perdem o brilho

Os destinos que, tradicionalmente, atraem os investidores mais ricos do mundo estão, agora, a perder terreno. O Reino Unido, antes considerado o centro financeiro mundial, continua a assistir a uma perda constante de milionários, com a saída de 1.500 prevista para este ano. Esta tendência, explica a consultora, começou há cinco anos, alavancada pelo brexit e pelo aumento dos impostos. Cerca de 12.000 milionários já abandonaram o Reino Unido desde 2017.

O brilho de outro gigante financeiro, os Estados Unidos da América, também está a diminuir rapidamente. Os EUA são, hoje em dia, notavelmente menos populares entre os milionários emigrantes do que eram no mundo pré-Covid, “talvez devido, em parte, à ameaça de impostos mais elevados”.

Apesar de o país ainda atrair mais milionários do que aqueles que perde para a emigração, a queda é significativa: menos 86% comparativamente com os níveis de 2019, altura em que chegaram 10.800 milionários aos Estados Unidos.

“Em novembro, é provável que as eleições intercalares devolvam uma Casa Republicana e possivelmente também o Senado. Com as guerras culturais entre democratas e republicanos a aumentar uma vez mais com a decisão vazada do Supremo Tribunal para anular a decisão ‘Roe vs. Wade’ sobre o aborto, alguns receiam que estejamos a entrar noutro período de instabilidade dramática, como o que caracterizou os anos Trump. Em consequência disso, alguns investidores de elevada reputação irão, sem dúvida, pensar duas vezes antes de comprometerem a sua riqueza nas Américas”, comenta Misha Glenny.

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Problema técnico obriga a aterragem de emergência em Lisboa

  • ECO
  • 18 Junho 2022

Airbus A330 partiu do aeroporto Humberto Delgado pelas 16h36 e tinha como destino o aeroporto cubano de Varadero. A aeronave está a ser operada por uma companhia charter.

Um problema técnico na recolha do trem de aterragem obrigou a uma aterragem de emergência no aeroporto Humberto Delgado. O Airbus A330-343 saiu de Lisboa pelas 16h36 e tinha como destino a cidade cubana de Varadero.

No entanto, poucos minutos depois da descolagem, o avião teve de começar a voar em círculos, em baixa altitude, sobre a zona de Mafra, para libertar peso sobre o trem de aterragem, adianta a CNN Portugal.

A aterragem de emergência ocorreu pelas 19 horas e 9 minutos. No local estavam 35 operacionais e 10 veículos, segundo a Proteção Civil.

Rota do avião desde a descolagem até ao regresso a Lisboa.Flight Radar

Dentro da aeronave estavam 330 passageiros, adianta a mesma estação.

O voo foi operado pela companhia World2Fly, que iniciou a rota Lisboa-Varadero no início de junho.

O presidente executivo da empresa, Miguel Freitas Simões, adianta que “não foi declarada emergência nem houve nenhuma avaria. O avião, jamais, teve uma circunstância que perigava a aterragem em Lisboa ou em qualquer aeroporto”, segundo declarações à CNN Portugal.

A aeronave será agora sujeita a “análise técnica rápida, na sequência dos relatos da tripulação”, acrescentou o mesmo responsável.

(Notícia atualizada pela última vez pelas 19h19, com indicação da aterragem do avião no aeroporto Humberto Delgado)

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Plano estratégico nacional da PAC praticamente fechado

  • Lusa
  • 18 Junho 2022

Ministra da Agricultura, Maria do Céu Antunes, pretende que plano português seja um dos primeiros a serem aprovados dentro da União Europeia.

A ministra da Agricultura, Maria do Céu Antunes, disse neste sábado, em Bruxelas, que estão praticamente fechadas as negociações com a Comissão Europeia sobre o plano estratégico nacional, no âmbito da nova Política Agrícola Comum (PAC).

“Neste momento estamos em condições de podermos dar o nosso plano estratégico como fechado e garantir a estabilidade aos nossos agricultores, que é essencial”, disse.

Há ainda duas questões em aberto, mas o comissário [europeu da Agricultura] comprometeu-se a tentar criar connosco condições para que o plano estratégico de Portugal possa estar verdadeiramente no primeiro pacote de planos a ser aprovado”, disse a ministra, que debateu o tema na segunda-feira com o comissário, à margem do Conselho de Ministros da União Europeia (UE), no Luxemburgo.

As negociações do plano estratégico português da PAC “estão a correr muito bem” com um “trabalho técnico muito intenso a ser feito”, salientou a ministra, que falava à margem da 8.ª edição da festa O Melhor de Portugal, em Bruxelas.

Maria do Céu Antunes defendeu que Portugal tem “um bom plano estratégico, que é ambicioso” e requer, quer da parte do Governo, quer dos Agricultores, “um esforço grande para fazer face a um novo modelo”.

A ministra sublinhou ainda que o novo modelo da PAC aprovado, na presidência portuguesa do Conselho da UE, em junho de 2021, “foi pensado num contexto diferente do que hoje estamos a viver”.

O Regulamento dos Planos Estratégicos da PAC estabelece que cada Estado-membro apresente um plano estratégico único incluindo as medidas de apoio para se alcançarem os objetivos específicos da UE, cabendo à Comissão Europeia verificar esses planos e proceder à sua aprovação, para aplicação a partir de 01 de janeiro de 2023.

Entre os dez objetivos incluem-se a garantia de um rendimento justo aos agricultores, apoiar a renovação geracional, promover zonas rurais dinâmicas e aumentar a competitividade.

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Espanha: desce a fatura de eletricidade, sobem combustíveis

  • Servimedia
  • 18 Junho 2022

O Fundo para a Sustentabilidade do Sistema Elétrico em Espanha vai baixar as faturas de eletricidade, mas os combustíveis e o gás natural vão ficar mais caros.

O Fundo para a Sustentabilidade do Sistema Elétrico (Fnsse), aprovado pelo Conselho de Ministros e agora em processamento no Congresso dos Deputados, pode levar a uma redução das contas de eletricidade, mas também a um aumento do preço das principais utilizações de energia não elétrica em Espanha, como combustíveis e gás, noticia a Servimedia.

Uma análise do impacto nos consumidores realizada pela Sedigas conclui que a medida afetaria principalmente as áreas mais despovoadas e os consumidores mais vulneráveis. Além disso, a Aliança para a Competitividade da Indústria Espanhola alertou para o impacto negativo na indústria nacional se o projeto de lei não for alterado.

Esta reforma pode baixar o preço da eletricidade, mas vai gerar um aumento nas contas de combustível e gás natural, tanto para os cidadãos como para as empresas. Assim sendo, de acordo com estas análises, a Fnsse atuaria como um novo imposto sobre combustíveis e gás natural, o que implica uma transferência de rendimentos dos consumidores de eletricidade para cidadãos, agricultores, taxistas e outros que utilizem combustíveis ou gás natural na sua produção.

O fundo beneficiaria os consumidores domésticos de eletricidade e prejudicaria os consumidores de gás e todos os consumidores de gasóleo e gasolina, já que o custo seria de cerca de 7,5 cêntimos de euro por litro de combustível. Se assim fosse, a análise considera que seria contraditório o governo estar a preparar uma extensão do desconto de 20 cêntimos por litro de combustível porque ao mesmo tempo cobraria gasolina com um extra de 7 cêntimos de “imposto”.

Clientes de zonas mais frias vão “pagar a conta”

A Sedigas revela, ainda, que a aplicação do Fnsse também vai criar desigualdade territorial. Alguns partidos e territórios denunciam que a nova lei vai significar uma transferência de rendimentos das comunidades e províncias do interior de Espanha para as zonas costeiras e para as ilhas. Isto porque os clientes das zonas mais frias vão acabar por “pagar a conta”, já que têm um maior consumo de gás e combustível, que são as energias que irão aumentar de preço.

Num dos seus últimos relatórios, o Institute for Energy Diversification and Saving (IDAE), que depende do Ministério da Transição Ecológica e que participou no processo de elaboração desta reforma, comparou o consumo de gás no país, tomando como principais zonas o Atlântico-Norte, o Mediterrâneo e o continente. Os dados concluem que o consumo médio de gás na faixa cantábrica é de 7,143 kWh em média por agregado familiar, no interior de Espanha atinge 10,511 kWh por agregado familiar e no Mediterrâneo e nas ilhas é de 6,233 kWh.

As províncias do interior, as mais frias, consomem em média 68% mais gás do que as da costa e das ilhas. Com base nestes dados, o Fundo Nacional para a Sustentabilidade do Sistema Elétrico, que, segundo Teresa Ribera, Ministra da Transição Ecológica, “permitirá uma redução de pelo menos 13% nas contas de eletricidade para os consumidores de eletricidade”, poderá penalizar as áreas que mais consomem gás e combustíveis.

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Milhares de pessoas marcham em Londres contra aumento do custo de vida

  • Lusa
  • 18 Junho 2022

Os trabalhadores britânicos perderam cerca de 20 mil euros desde 2008, devido à falta de acompanhamento dos salários face à inflação, estima o Congresso de Sindicatos Britânico.

Milhares de manifestantes estão neste sábado a marchar pelo centro de Londres, no Reino Unido, para exigir que o Governo britânico, liderado por Boris Johnson, tome medidas urgentes para aliviar o aumento do custo de vida, segundo a agência Efe.

De acordo com a agência espanhola, a multidão começou a sua marcha ao meio dia em direção ao parlamento, onde no final haverá um discurso da secretária-geral do Congresso de Sindicatos Britânico (TUC, na sigla em inglês), Frances O’Grady.

De acordo com o TUC, os trabalhadores britânicos perderam cerca de 20 mil euros desde 2008, devido à falta de acompanhamento dos salários face à inflação.

Os manifestantes empunhavam cartazes com mensagens como “Cortem as guerras, não o bem-estar” ou “Acabemos com a pobreza energética, isolemos as casas agora”, enquanto se ouviam assobios, saudações e aplausos quando se acendeu a chama azul que marcava o início da marcha, segundo a agência Efe.

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