BCE anuncia reinvestimentos do programa de emergência pandémica e prepara ferramenta anti-crise da dívida

Após a reunião de urgência, banco central vai aplicar os reinvestimentos da dívida do PEPP na compra de mais títulos, enquanto decide avançar com a criação de uma ferramenta "anti-fragmentação".

O conselho de governadores do Banco Central Europeu (BCE) vai avançar com os reinvestimentos da dívida adquirida no programa de compras de emergência pandémica (PEPP), ao mesmo tempo que deu instruções para a criação daquilo que apelidou de ferramenta “anti-fragmentação” para travar uma nova crise da dívida na Zona Euro.

Estas medidas foram anunciadas após a reunião de urgência desta quarta-feira para discutir a recente escalada dos juros da dívida da periferia da região que está a fazer soar os alarmes em Frankfurt e nos países mais afetados.

As yields de Itália, Portugal e Espanha dispararam nos últimos dias, depois de o banco central ter anunciado na semana passada o fim do programa de compras APP e as primeiras subidas das taxas de referência em julho e setembro para controlar a elevada inflação. A taxa italiana a dez anos rompeu a barreira dos 4% esta terça-feira e era o principal foco de preocupação, mas os juros portugueses e espanhóis também voltaram a superar a fasquia dos 3%, e a tendência era continuarem a agravar-se se não fossem tomadas medidas.

Agora, o BCE tenta acalmar os mercados anunciando que vai injetar o dinheiro das obrigações que foram compradas no PEPP — o programa criado para responder à pandemia e que acabou em março — à medida que foram vencendo na aquisição de novos títulos, algo que já estava a ser antecipado pelos investidores.

“O Conselho do BCE decidiu que irá aplicar flexibilidade no reinvestimento dos resgates a vencer na carteira do PEPP, com vista a preservar o funcionamento do mecanismo de transmissão da política monetária, condição prévia para que o BCE possa cumprir a sua mandato de estabilidade de preços”, diz em comunicado (conteúdo em inglês) após um encontro que durou cerca de duas horas e meia.

Ao mesmo tempo, revelou que está em curso a criação de uma ferramenta “anti-fragmentação”. “O Conselho do BCE decidiu mandatar os comités relevantes do Eurosistema, juntamente com os serviços do BCE, para acelerar a conclusão da conceção de um novo instrumento anti-fragmentação para apreciação do Conselho do BCE”, adianta a instituição sem dar mais detalhes.

O BCE lembra que desde que começou o processo de normalização da política monetária no final do ano passado que ia agir contra os riscos de fragmentação na Zona Euro, considerando que as vulnerabilidades da pandemia persistem nas economias e estão “de facto” a contribuir para a desestabilização dos mercados de dívida dos vários países.

Em Lisboa, acabado de sair da reunião de urgência, o governador do Banco de Portugal, Mário Centeno, argumentou que o BCE deve ter ao seu dispor “outros instrumentos para ajudar neste processo de normalização e a garantir que a transmissão da política monetária não é posta em causa”.

Após a reunião, os juros estão em alta descompressão: a taxa portuguesa a dez anos recua 22 pontos base para 2,883% (após ter atingido os 3,106% na véspera), enquanto Itália e Espanha registam quedas de 35 pontos base e 24 pontos base nas suas taxas, respetivamente, com o prémio de risco em queda.

(Notícia atualizada às 14h04)

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Procura por petróleo deve ultrapassar níveis pré-pandemia no próximo ano, alerta AIE

A Agência Internacional de Energia estima que a procura por petróleo cresça 2,2 milhões de barris por dia para 101,6 milhões de barris por dia em 2023, superando os níveis pré-pandemia.

A procura global por petróleo vai subir e ultrapassar a procura registada durante o período pré-pandemia devido à guerra na Ucrânia. Esta é a principal conclusão do novo relatório da Agência Internacional de Energia (AIE), divulgado esta quarta-feira, onde se revela que após ganhos de 1,8 milhões de barris por dia este ano, a procura mundial por petróleo deverá saltar 2,2 milhões de barris por dia para 101,6 milhões de barris por dia, em 2023.

Este aumento será, no entanto, difícil de responder, uma vez que a AIE estima que seja registado um défice de 500.000 barris por dia.

Depois da divulgação do relatório, o West Texas Intermediate (WTI), negociado em Nova Iorque, perde 0,95% para 118,11 dólares por barril. Já o Brent do Mar do Norte – referência para as importações europeias – cai também 0,62% para 120,42 dólares por barril.

Segundo a entidade, o aumento da procura será potenciado pela China numa altura em que a economia do país volta a reabrir, depois de ter voltado a impor restrições anti-covid. Por sua vez, as restantes economias desenvolvidas deverão abrandar no consumo de petróleo perante as perspetivas económicas desanimadoras e o crescente aumento da inflação.

“Enquanto o aumento dos preços e as perspetivas económicas mais fracas moderam os aumentos de consumo, uma China ressurgente vai acumular ganhos no próximo ano”, lê-se no documento divulgado, informando que, ao contrário do que se assistiu em 2022, quando a OCDE liderou a expansão, “as economias não pertencentes à OCDE vão representar quase 80% do crescimento no próximo ano”.

Este aumento será também influenciado pelas sanções aplicadas à Rússia e que comprometem os níveis de produção do país, isto numa altura em que a União Europeia concordou em avançar com um embargo a 90% das importações de petróleo até ao final do ano.

O documento revela ainda que aumentos “modestos” na produção por parte da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados ( OPEP+), irão permitir uma “compensação parcial”, mas países não pertencentes ao grupo vão dominar os ganhos até ao final do ano e em 2023. Estes produtores, liderados pelos EUA, vão responder com 1,9 milhões de barris por dia de oferta em 2022 e 1,8 milhões de barris por dia no próximo ano, segundo as previsões da AIE. “No entanto, para evitar que o saldo se torne deficitário, a OPEP+ teria que explorar ainda mais a capacidade cada vez menor, reduzindo-a a mínimos históricos de apenas 1,5 milhões de barris por dia”, escreve o documento.

 

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Centeno revê crescimento em alta, mas preços disparam 5,9%

No boletim económico de junho, o banco central reviu em alta a previsão de crescimento para 2022 de 4,9% para 6,3%. A taxa de inflação acelera para 5,9%, em vez dos 4% estimados anteriormente.

O Banco de Portugal reviu em alta a previsão para o crescimento da economia portuguesa este ano de 4,9% para 6,3%. As novas projeções constam do boletim económico de junho divulgado esta quarta-feira pelo banco central. Também a taxa de inflação é revista em alta de 4% para 5,9% em 2022.

É uma previsão conservadora“, disse Mário Centeno, governador do Banco de Portugal, na conferência de imprensa de apresentação do boletim económico de junho, explicando que as novas projeções para 2022 a 2024 “refletem a continuação da recuperação da economia portuguesa após o choque pandémico, num enquadramento externo agravado pela injustificada invasão russa da Ucrânia”.

A expectativa do banco central é que a economia portuguesa desacelere a partir do segundo trimestre deste ano e até ao final de 2022. Assim, em 2023, a previsão de crescimento é revista em baixa para 2,6% (2,9% no boletim económico de março). Em 2024, a economia portuguesa deverá crescer 2%.

Porém, “este cenário aparentemente benigno tem desafios“, alertou Mário Centeno, dando ênfase aos impactos diretos e indiretos da invasão russa na Ucrânia, assim como o acentuar das disrupções nas cadeias de produção globais e, claro, a aceleração da taxa de inflação a nível mundial.

Se o PIB é revisto significativamente em alta, a taxa de inflação sofre uma revisão ainda maior, passando de uma projeção de 4% para 5,9% em 2022. Mais relevante ainda é que, apesar de travar, a taxa de inflação em Portugal continuará acima de 2% em 2023 (2,7%) e será de exatamente 2% em 2024, de acordo com as novas projeções do banco central.

Este perfil reflete a evolução das pressões externas sobre os preços“, explicam os economistas do Banco de Portugal, notando que “ao longo do horizonte de projeção, estas vão-se dissipando, sendo parcialmente compensadas por um aumento das pressões internas“.

No seu discurso, Centeno especificou que, desde o fecho do exercício de previsões há cerca de um mês, as surpresas em alta nos dados da inflação, nomeadamente a taxa registada em maio, implicaria uma revisão em alta desta projeção em cinco décimas. Ou seja, a projeção para a taxa de inflação passaria a ser de 6,4%.

À atual projeção estão associados riscos descendentes para a atividade e ascendentes para a inflação, em particular no ano de 2022“, alerta o Banco de Portugal, acrescentando que a “possibilidade de agravamento do impacto da invasão da Ucrânia constitui o principal foco de incerteza e riscos”.

Praticamente alheio a estes problemas está o mercado de trabalho em Portugal. Apesar de o crescimento do emprego abrandar até 2024, a taxa de desemprego continuará a diminuir para 5,6% em 2022 e 5,4% em 2023 e 2024.

Porém, nos salários a evolução não é tão benigna: os salários reais por trabalhador no setor privado vão encolher 1% em 2022 por causa da aceleração da taxa de inflação. Em 2023 e 2024 deverão aumentar 2% em média, “aproximadamente em linha com a produtividade”.

Economia estagna em 2023 no cenário adverso

Tal como em março, também o boletim económico de junho traz um cenário adverso. “A elevada incerteza gerada pela invasão da Ucrânia e os seus potenciais impactos macroeconómicos justifica a apresentação de um cenário adverso para a economia portuguesa“, explica o banco central, referindo que “este cenário de maior duração e de repercussões económicas mais gravosas da invasão assenta em hipóteses de enquadramento internacional comuns ao cenário adverso apresentado pelo Eurosistema nas projeções de junho”.

Nesse cenário adverso, a economia portuguesa irá crescer 4,8%, em vez dos 6,3%, mas a grande novidade está no ano seguinte. Em 2023, o PIB poderá estagnar, com um crescimento nulo, em vez de expandir 2,6% como prevê no cenário base. A concretizar-se, esse cenário adverso levaria a uma revisão em alta do crescimento do PIB em 2023 para 2,7%, em vez de 2%.

Quanto à taxa de inflação, esta poderá agravar-se até 6,8% em 2022, em vez de 5,9%, e travar para 4,3% em 2023, em vez de 2,7%. Em 2024, a taxa de inflação é revista em baixa para 1,7% (2% no cenário base).

“O cenário assume que a invasão se prolonga, com um agravamento das tensões geopolíticas e a imposição de novas sanções económicas, o que se traduz em subidas mais acentuadas dos preços das matérias-primas, disrupções adicionais nas cadeias de valor global, maior incerteza e amplificação das fricções financeiras“, detalha o boletim económico de junho, acrescentando que assume “uma interrupção abrupta das importações de petróleo e gás da Rússia para a Europa na segunda metade de 2022”.

(Notícia atualizada às 13h32 com mais informação)

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Passageiros nos aeroportos crescem 500% até abril e aproximam-se de níveis pré-pandemia

  • Lusa
  • 15 Junho 2022

Passageiros movimentados nos aeroportos nacionais cresce 500,3% nos primeiros quatro meses do ano, e aeroporto de Lisboa movimenta 51,8% do total de passageiros e cresce 526,2%, face ao ano passado.

O número de passageiros movimentados nos aeroportos nacionais cresceu 500,3% nos primeiros quatro meses de 2022, face a igual período de 2021, continuando a tendência de aproximação aos níveis pré-pandémicos, divulgou esta quarta-feira o INE.

“Nos primeiros quatro meses de 2022, o número de passageiros aumentou 500,3% (-19,4% face a igual período de 2019), continuando a tendência de aproximação aos níveis registados no período pré-pandémico”, avança o Instituto Nacional de Estatística (INE) nas ‘Estatísticas Rápidas do Transporte Aéreo’ relativas a abril deste ano.

Até abril, o aeroporto de Lisboa movimentou 51,8% do total de passageiros (6,9 milhões) e registou um crescimento de 526,2% comparando com o período homólogo de 2021 (-23,0% face ao mesmo período de 2019).

Considerando os três aeroportos com maior tráfego anual de passageiros, Faro registou o maior acréscimo (+1566,9%).

Entre janeiro e abril de 2022, França manteve-se como principal país de origem e de destino dos voos, com crescimentos de 445,8% no número de passageiros desembarcados e 371,8% no número de passageiros embarcados, relativamente ao mesmo período de 2021.

Já o Reino Unido ocupou a segunda posição e Espanha a terceira.

Considerando apenas o mês de abril de 2022, aterraram nos aeroportos nacionais 18,6 mil aeronaves em voos comerciais, correspondendo a 4,9 milhões de passageiros (embarques, desembarques e trânsitos diretos) e foram movimentadas 18,3 mil toneladas de carga e correio (+184,6%, +569,2% e +30,9%, respetivamente, face a abril de 2021).

Em março de 2022 tinham-se registado variações homólogas de +250,2%, +725,1% e +27,0%, pela mesma ordem.

Comparando com abril de 2019, registaram-se variações de -5,8% no número de aeronaves aterradas, -6,5% nos passageiros movimentados e +7,1% no movimento de carga e correio (-9,8%, -16,1% e +8,7% no mês anterior, respetivamente).

Em abril de 2022, registou-se o desembarque médio diário de 83,8 mil passageiros nos aeroportos nacionais (59,4 mil no mês anterior), aproximando-se do observado em abril de 2019 (89,6 mil).

Considerando os passageiros desembarcados em abril, 81,5% corresponderam a tráfego internacional (62,3% no mesmo mês de 2021), na maioria provenientes do continente europeu (70,6% do total).

Relativamente aos passageiros embarcados, 80,6% corresponderam a tráfego internacional (59,8% em abril de 2021), tendo como principal destino aeroportos no continente europeu (70,6% do total).

Até abril, o movimento de mercadorias no aeroporto de Lisboa representou 73,4% do total, atingindo 52,2 mil toneladas (+50,6% face ao mesmo período de 2021), sendo que, comparando com os primeiros quatro meses de 2019, registou-se um acréscimo de 10,8%.

No conjunto dos restantes aeroportos, o movimento de carga e correio aumentou 6,2% (+10,2% comparando com o mesmo período de 2019).

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Tribunal da UE anula multa de 997 milhões de euros aplicada por Bruxelas à Qualcomm

  • Lusa
  • 15 Junho 2022

Tribunal Geral da União Europeia anula multa de 997 milhões de euros aplicada à Qualcomm por “irregularidades processuais”. CE aplicou multa há quatro anos por abuso de posição dominante.

O Tribunal Geral da União Europeia anulou esta quarta-feira uma multa de 997 milhões de euros, aplicada há quatro anos pela Comissão Europeia à tecnológica norte-americana Qualcomm por “irregularidades processuais”, rejeitando a análise feita ao comportamento da empresa.

Com o seu acórdão proferido esta quarta-feira, o Tribunal Geral da União Europeia (UE) anula integralmente a decisão da Comissão, que, em 24 de janeiro de 2018, aplicou uma multa por abuso de posição dominante no mercado mundial dos ‘chipsets’ compatíveis com a norma Long Term Evolution (LTE) e o período da infração foi de fevereiro de 2011 a setembro de 2016.

A decisão baseia-se, por um lado, na verificação de diversas irregularidades processuais que afetaram os direitos da defesa da Qualcomm e, por outro, numa análise dos efeitos anticoncorrenciais dos pagamentos a título de incentivo”, segundo um comunicado de imprensa da instituição.

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Novos créditos ao consumo caem 19,4% para 573,3 milhões de euros entre março e abril

  • Lusa
  • 15 Junho 2022

Os novos créditos ao consumo caem 19,4% em abril, com 573,3 milhões de euros, quando comparados com mês de março, de acordo com dados do Banco de Portugal.

Os novos créditos ao consumo, concedidos em abril, somaram 573,3 milhões de euros, menos 19,4% do que no mês anterior, mas 6,2% acima de abril de 2021, divulgou hoje o Banco de Portugal (BdP).

Em abril de 2022, o montante dos novos créditos pessoais recuou 23,8% face ao mês anterior, para 272 milhões de euros, enquanto os novos empréstimos para compra de automóvel diminuíram 12,8%, para 206 milhões de euros, e os novos empréstimos através de cartões e descoberto desceram 19,2%, para 96 milhões de euros.

Em número, os novos créditos pessoais caíram 22,3% em cadeia, somando 38.499 contratos, os novos empréstimos para compra de automóvel desceram 13,6%, para 14.053 contratos, e os novos empréstimos através de cartões e descoberto diminuíram 17,8%, para um total de 67.979 contratos.

O número total de novos contratos de crédito ao consumidor celebrados recuou 18,8% em abril face a março, mas subiu 4,0% em termos homólogos, para um total de 120.531 contratos.

Deste número total de novos contratos de crédito em abril, 4,4% (contra 4,3% em março e 3,5% em abril de 2021) foram contratos subvencionados, ou seja, celebrados entre a instituição de crédito e o consumidor, mas em que parte do custo do crédito é suportada por uma entidade terceira (por exemplo, o ponto de venda onde o consumidor adquire o bem financiado).

Em proporção do montante total, estes créditos com subvenção representaram 6,3%, acima dos 6,1% de março, mas abaixo dos 6,5% de abril de 2021.

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Coletiv lança Giddy pelo bem-estar das equipas de trabalho. App já está disponível

Com esta solução, os gestores de projeto passam a poder obter feedback de cada um dos seus colaboradores. O objetivo da app é melhorar a comunicação interna nas empresas.

A Coletiv, startup incubada no Parque de Ciência e Tecnologia da Universidade do Porto (UPTEC), acaba de lançar o Giddy, uma aplicação desenhada para potenciar o bem-estar das equipas de trabalho. O objetivo é que, com esta solução, os gestores de projeto possam obter feedback de cada um dos seus colaboradores, melhorando a comunicação interna nas empresas.

“O Giddy ajuda-nos a ter visibilidade sobre problemas de mais alto nível dentro dos projetos. O feedback da equipa tem sido muito positivo e vamos continuar a usá-lo e a moldá-lo à nossa cultura de trabalho interna”, afirma André Silva, CEO da Coletiv, citado no site da UPTEC.

A plataforma cria, assim, um sistema de feedback mensal onde cada membro pode votar e expressar a sua opinião sobre diferentes projetos e métricas. Desta forma, os managers conseguem receber inputs reais e verdadeiros sobre o estado de cada um dos projetos, mas também sobre a visão dos colaboradores (e não apenas do cliente, como é habitual).

Desta forma, os gestores de projetos têm acesso a “melhor informação, mais frequente e conseguem tomar medidas para melhorar os processos mais rapidamente”, acredita a Coletiv. Já na perspetiva de um colaborador, o Giddy é um “safe space de partilha”, onde se pode votar e expressar opiniões, preocupações e até sugestões.

“A motivação e o bem-estar da equipa têm cada vez mais impacto direto na produtividade e na qualidade de entrega, por isso é fundamental para os gestores fazer um acompanhamento não apenas do próprio projeto, mas também dos colaboradores”, considera a startup.

A app — já disponível na App Store e na Google Play — continua em evolução, sem que a equipa quer adicionar mais funcionalidades relacionadas com outros processos que são usados no dia a dia, como por exemplo para marcação de reuniões.

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Brent negoceia abaixo dos 120 dólares à espera dos bancos centrais

Desvalorização próxima de 1% deve-se aos receios sobre o crescimento da economia mundial e os receios sobre a subida das taxas de juro da Reserva Federal dos Estados Unidos.

O petróleo segue a descer mais de um 1% e abaixo do patamar dos 120 dólares. A negociação do ‘ouro negro’ está a ser pressionada pela incerteza sobre os resultados das reuniões dos bancos centrais da zona euro e dos Estados Unidos.

O barril de brent está a desvalorizar 1,07%, para 119,87 dólares. O crude está a recuar 1,29%, para 118,41 dólares por barril.

O mercado aguarda a decisão da reunião de urgência do Conselho de Governadores do Banco Central Europeu e de uma eventual subida das taxas de juro, de 75 pontos base, pela Reserva Federal dos Estados Unidos.

Uma política monetária mais apertada “pode abrir caminho a uma recessão por induzir à redução da procura“, antecipa o analista da PVM Stephen Brennock, citado pela Reuters.

A contribuir para a desvalorização do petróleo também estão os receios sobre eventuais novos confinamentos na China, devido a um novo surto de Covid-19, e a dificuldade de os membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) e seus aliados (OPEP+) atingirem as quotas de produção mensais.

A perspetiva de um número recorde de procura diária de barris de petróleo em 2023, para 101,6 milhões, está a ser insuficiente para conter a desvalorização do mercado nesta quarta-feira.

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Lipor fecha 2021 com resultado líquido de 3,7 milhões

De acordo com o relatório divulgado no âmbito dos 40 anos de atividade, a Lipor informa, no entanto, que em 2021 o EBITDA decresceu 5% em termos homólogos, atingindo 19,7 milhões de euros,

O Serviço Intermunicipalizado de Gestão de Resíduos Sólidos Urbanos do Grande Porto, fechou o ano de 2021 com resultado líquido positivo de 3,7 milhões de euros, traduzindo-se num aumento de 8% quando comparado com a atividade do ano anterior.

De acordo com o Relatório Integrado divulgado no âmbito dos 40 anos de atividade, a Lipor informa, no entanto, que em 2021 o EBITDA (Resultado antes de Depreciações e Resultados Financeiros) decresceu 5% em termos homólogos, atingindo 19,7 milhões de euros, explicando que a depreciação “foi compensada pela diminuição dos gastos associados às amortizações e pelo bom desempenho dos resultados financeiros”.

Apesar do abalo fomentado pela pandemia da covid-19, a Lipor frisa que “continuou a resistir” apesar de ter registado uma diminuição de 1,6% do volume de negócios, face ao ano anterior, reflexo de um menor volume de vendas (-1,6%) e prestação de serviços (-1,7%). Em sentido contrário, surge o aumento de 12% da receita proveniente das vendas de recicláveis, “justificado pelo incremento sentido na receção de materiais valorizáveis enviados para reciclagem”.

No desempenho da atividade da Lipor durante o ano passado, o documento publicado realça ainda a valorização de “537.592 toneladas de resíduos urbanos” e a conversão de “182,4 hectares de áreas de baixo valor em territórios de alto valor em biodiversidade”.

“Quando cumprimos 40 anos de existência, este relatório é um documento marcante para sublinhar a importância da Lipor para a sustentabilidade dos territórios e da qualidade de vida das populações”, cita o comunicado as declarações do presidente do Conselho de Administração da Lipor, José Manuel Ribeiro.

A entidade revela ainda que foram investidos, no último ano, 1,5 milhões de euros nos oito munícipios onde opera e reforçada a aposta a nível da formação, investigação e desenvolvimento. Ao todo, foram promovidas quase 10 mil horas de formação aos seus colaboradores, lançados quatro novos produtos no mercado e aprovadas cinco propostas internacionais.

 

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Inês Sá vai acompanhar CEO da Adecco Portugal durante um mês. É a jovem “CEO for One Month” 2022

Inês Sá passará um mês na Adecco Portugal, onde conhecerá de forma prática, quer a dinâmica de uma grande empresa, dos seus departamentos e colaboradores, e todos os seus desafios diários.

Inês Sá é a nova “CEO for One Month” 2022, que irá acompanhar a country manager da Adecco Portugal, Alexandra Andrade, durante quatro semanas. A jovem, de 22 anos, é natural de Mirandela e está a terminar o segundo ano da licenciatura em Gestão na Faculdade de Economia.

“À segunda foi de vez”, diz a estudante, que se candidatou pela segunda vez ao programa internacional do Grupo Adecco. “Não hesitei um segundo em candidatar-me novamente, desta vez mais segura do que queria, das minhas capacidades e do que eu também poderia dar a quem vivesse esta experiência comigo. Candidatei-me com a vontade de aprender como funciona uma empresa internamente, como gerir a mesma, como gerir as pessoas, como resolver as questões não só do dia-a-dia, mas também aquelas que nos tiram o sono… Mas acima de tudo, com vontade de pôr as mãos na massa, de participar ativamente e de crescer como pessoa e profissional”, continua, em comunicado.

“[Espero] pôr em prática as hard skills que tenho vindo a aprender na licenciatura e as soft skills que tenho desenvolvido ao longo dos anos nas diferentes organizações e projetos em que participei. Poderei ainda conhecer os ‘CEO for One Month’ dos mais diversos países, criando assim uma network internacional, certamente muito valiosa para o meu crescimento e futuro”, refere Inês Sá.

A iniciativa da Adecco, que se repete mais uma vez este ano, pretende munir os jovens de valências cruciais para a formação profissional e insights importantes para a compreensão da componente operacional e organizacional da empresa. Na sua essência, o objetivo é proporcionar aos jovens a possibilidade de desenvolver e experienciar o seu potencial de liderança, de aprender o que é preciso fazer para ser bem-sucedido como líder de negócios e de adquirir competências e experiências necessárias para iniciar uma carreira de liderança.

Inês Sá tem 22 anos, é natural do Porto e está a terminar o segundo ano da licenciatura em Gestão na Faculdade de Economia.

Inês Sá, como “CEO for One Month”, passará um mês na Adecco Portugal, onde conhecerá de forma prática, quer a dinâmica de uma grande empresa, dos seus departamentos e colaboradores, e todos os seus desafios diários. Visitará as várias sucursais e lojas de norte a sul e conhecerá a realidade das unidades de negócio.

Após este período em que também são desenvolvidos desafios internacionais e, se for escolhida para o ranking dos dez melhores do mundo, a jovem irá participar num bootcamp internacional com o Top 10 internacional. Nesta ocasião apenas um será escolhido para acompanhar durante o mesmo período o CEO Global do Grupo Adecco.

“Este programa tem ajudado efetivamente os jovens portugueses que nele participam a prosperarem nas suas carreiras e na sua vida profissional, a aumentar a sua confiança e capacidade de exposição e argumentação, oferecendo-lhes aprendizagem baseada em experiência. Exemplo disto é que muitos candidatos se juntam a nós e também aos nossos clientes, em funções permanentes, depois de terminado o Programa ‘CEO for One Month’”, acredita Alexandra Andrade, country manager da Adecco Portugal.

Em 2021, a edição ‘CEO for One Month’ contou com 147 mil inscrições em todo o mundo. No final, mais de 40 candidatos tiveram a oportunidade de acompanhar a liderança do Grupo Adecco no seu país. Quanto aos candidatos que ficam de fora, mesmo não vencendo, são vários os que acabam por integrar o Grupo Adecco ou algum dos seus clientes.

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Região Centro com 91 empresas “gazela” que empregam 3.875 pessoas

  • Lusa
  • 15 Junho 2022

Região Centro conta com 91 empresas “gazela” repartidas por 46 municípios, sendo Leiria (10) e Coimbra (6) os de maior número. Empresas triplicam número de trabalhadores entre 2017 e 2020.

A região Centro tem 91 empresas “gazela” que empregam 3.875 pessoas e “geram um volume de negócios de 914 milhões de euros e 571 milhões de euros de exportações”, anunciou esta quarta-feira a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional.

Em comunicado enviado à agência Lusa, a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro (CCDRC) referiu que os dados constam das conclusões do último estudo efetuado sobre as empresas “gazela” existentes na região Centro em 2021, com base em informação económica disponível para 2020.

De acordo com o estudo da CCDRC, as 91 empresas “gazela” da região Centro estão disseminadas pelo território, repartindo-se por 46 municípios, sendo os concelhos de Leiria (10) e Coimbra (seis) os que têm um maior número, seguidos de Aveiro, Ovar, Torres Vedras e Viseu (com cinco empresas cada).

“Com quatro e três empresas ‘gazela’, surgem, respetivamente, os municípios de Águeda (quatro), Castelo Branco (três) e Covilhã (três)”.

Os municípios de Abrantes, Alcobaça, Alenquer, Caldas da Rainha, Cantanhede, Pombal e Tomar apresentam duas empresas “gazela” cada.

“Em termos sub-regionais, destacam-se os territórios correspondentes às NUTS III da Região de Aveiro (18), Região de Coimbra (17), Região de Leiria (14) e o Oeste (13)”.

Estas empresas “têm um elevado potencial para gerar novos de postos de trabalho, tendo mais do que triplicado as pessoas ao serviço entre 2017 e 2020, passando de 1.097 trabalhadores para 3.875 trabalhadores”.

Quanto ao volume de negócios, é referido que “cresceu quase dezasseis vezes entre 2017 e 2020”, pois as 91 empresas “gazela” faturaram “58 milhões de euros em 2017 e 914 milhões de euros em 2019”.

Também é apontado que cerca de dois terços (64% do total) das 91 empresas apresentam valores de exportações, sendo que o total das exportações “soma cerca de 571 milhões de euros, em 2020, o que representa, em termos médios, 68% do volume de negócios”.

A CCDRC esclareceu, ainda, que “30% destas empresas desenvolve as suas atividades nas indústrias transformadoras, que, em conjunto com o setor do comércio (20%) e da construção (19%), representam dois terços das empresas ‘gazela’ da região”.

A fonte também indicou que, no final de 2021, “36 das 91 empresas ‘gazela’ tinham apresentado um total de 81 candidaturas aos Sistemas de Incentivos do Portugal 2020” e, destas, “73% foram enquadradas no Programa Operacional Regional – Centro 2020”.

“Em termos de projetos aprovados, as 36 empresas ‘gazela’ que se candidataram aos Sistemas de Incentivos do Portugal 2020 estão já a ser apoiadas na totalidade das 81 candidaturas (que representam 42 milhões de euros de incentivo)”.

A presidente da CCDRC, Isabel Damasceno, sublinhou que “num ano que pôs à prova a resiliência das empresas”, é com grande satisfação que observou “que a região Centro tem, uma vez mais, um número muito relevante” de empresas ‘gazela’, que “muito têm contribuído para o crescimento da economia regional, reforçando fortemente a inovação, a atratividade e a competitividade da região Centro”.

“Com estas 91 empresas, passa para 588 o número de empresas que, ao longo destes últimos dez anos, conseguiram esta distinção, que destaca as suas capacidades de criar emprego, dinamizar o mercado e potenciar o desenvolvimento económico”, salientou.

As empresas “gazela” são empresas jovens que num curto espaço de tempo apresentam um crescimento acelerado no emprego e no volume de negócios.

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Bruxelas lança procedimento de infração a Londres por mudar Protocolo da Irlanda do Norte

  • Lusa
  • 15 Junho 2022

Bruxelas considera alterações ao Protocolo da Irlanda do Norte sem “qualquer justificação legal ou política”, e poderá levar Reino Unido ao Tribunal de Justiça da EU com procedimento de infração.

A Comissão Europeia lançou esta quarta-feira um procedimento de infração contra o Reino Unido por violação do direito internacional com as alterações ao Protocolo sobre a Irlanda do Norte sem “qualquer justificação legal ou política” e “extremamente prejudiciais”.

“A Comissão Europeia iniciou hoje um processo por infração contra o Reino Unido por incumprimento de partes significativas do Protocolo sobre a Irlanda / Irlanda do Norte. Apesar dos repetidos apelos ao governo britânico para que implementasse o Protocolo, este não o fez”, anuncia o executivo comunitário em comunicado.

E acusa: “Trata-se de uma clara violação do direito internacional”.

Bruxelas adianta que o objetivo do procedimento de infração é “restabelecer o cumprimento do Protocolo em diversas áreas-chave”, nas quais o Reino Unido não o tem aplicado “devidamente, em última análise com o objetivo de proteger a saúde e a segurança dos cidadãos da União Europeia [UE]”.

Falando em conferência de imprensa, em Bruxelas, o vice-presidente da Comissão responsável pelas Relações Interinstitucionais (e pelo ‘pós-Brexit’), Maros Sefcovic vincou que esta nova legislação britânica, apresentada há dois dias, “confirma a intenção do Reino Unido de violar unilateralmente o direito internacional de forma mais precisa para quebrar um acordo que protege a paz e a estabilidade na Irlanda do Norte”.

“Que não haja qualquer dúvida de que não existe qualquer justificação legal ou política para mudar unilateralmente um acordo internacional. Abrir a porta à alteração unilateral de um acordo internacional é também uma violação do direito internacional e, portanto, chamemos as coisas pelos seus nomes: isto é ilegal e é extremamente prejudicial à confiança mútua”, afirmou Maros Sefcovic.

Se o governo britânico não responder no prazo de dois meses ao parecer fundamentado e enviado esta quarta-feira, a Comissão Europeia poderá levar o Reino Unido ao Tribunal de Justiça da União Europeia, que por sua vez poderá impor uma multa.

Além do início oficial deste procedimento de infração por o Reino Unido não ter implementado devidamente o Protocolo sobre a Irlanda do Norte, nomeadamente no que respeita aos requisitos de certificação para a circulação de produtos agroalimentares, Bruxelas enviou também esta quarta-feira cartas a Londres sobre dois novos processos por infração.

Em causa está, de acordo com o executivo comunitário, o incumprimento por parte do Reino Unido das suas obrigações quanto às regras sanitárias e fitossanitárias da UE, que não estão a ser aplicadas relativamente aos necessários controlos, e ainda o facto de não fornecer dados estatísticos comerciais relativos à Irlanda do Norte, tal como é exigido pelo Protocolo.

O Reino Unido dispõe também de dois meses para responder às cartas.

Ainda esta quarta-feira, a Comissão Europeia publicou diretrizes sobre possíveis soluções para facilitar a circulação de mercadorias entre a Grã-Bretanha e a Irlanda do Norte, apelando ao governo britânico que “se empenhe séria e construtivamente” com tais propostas.

“A Comissão está pronta a tomar outras medidas”, avisa Bruxelas.

Na segunda-feira, o Governo britânico apresentou uma proposta de lei para alterar unilateralmente o Protocolo da Irlanda do Norte, que garante não violar o direito internacional.

Logo nesse dia, a UE deplorou a decisão do Governo britânico de avançar com legislação para alterar unilateralmente o Protocolo da Irlanda do Norte e admitiu retomar ações legais contra Londres.

O acordo do ‘Brexit’ introduz controlos e documentação adicional sobre mercadorias que circulam entre o Reino Unido e a província da Irlanda do Norte, exigências que foram criticadas por empresas e pelos partidos unionistas (pró-britânicos).

O Protocolo mantém na prática a Irlanda do Norte dentro do mercado único de mercadorias da UE, ficando o território sujeito a normas e leis europeias.

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