Amnistia Internacional acusa Rússia de cometer crimes de guerra em Karkiv

  • Lusa
  • 13 Junho 2022

Amnistia Internacional condena bombardeamentos das forças russas em Kharkiv, que mataram centenas de civis em bairros residenciais e na rua. O uso de munições cluster é proibido.

A Amnistia Internacional (AL) acusou a Rússia de cometer crimes de guerra na cidade ucraniana de Karkiv (Carcóvia), ao utilizar bombas de fragmentação, de uso proibido, que mataram centenas de civis, indica um relatório daquela organização não-governamental.

Num relatório intitulado “Qualquer um pode morrer a qualquer momento”, a AI condena ataques indiscriminados das forças russas em Kharkiv, que causaram morte e destruição generalizadas durante bombardeamentos realizados a bairros residenciais no final de fevereiro.

Na investigação, a AI diz que encontrou fortes evidências de que as forças russas usaram repetidamente munições “cluster 9N210 e 9N235“, bem como explosivos de dispersão, ambas proibidas por tratados internacionais, devido aos seus efeitos indiscriminados.

“O povo de Kharkiv enfrentou bombardeamentos indiscriminados e implacáveis nos últimos meses, que mataram e feriram centenas de civis”, disse Donatella Rovera, responsável da AI, acrescentando “pessoas morreram nas suas casas e nas ruas, em parques infantis e cemitérios, enquanto faziam fila por ajuda humanitária ou compravam comida ou remédios”.

O uso de munições cluster é proibida, sendo apontado como um exemplo de total desrespeito pelas vidas civis e, segundo a AI, as forças russas responsáveis por esses ataques devem ser responsabilizadas pelas suas ações, e as vítimas e as suas famílias devem ser indemnizadas”.

O diretor do departamento médico da administração militar regional de Karkiv relatou à AI que, desde que começou o conflito, naquela região foram mortos 606 civis e outros 1.248 ficaram feridos.

Embora a Rússia não seja tenha assinado a Convenção sobre Munições Cluster ou a Convenção de Proibição de Minas Antipessoal, o Direito Internacional Humanitário proíbe ataques indiscriminados e o uso de armas que, pela sua natureza, tenham efeitos indiscriminados, pelo que, conforme acentua a AI, dirigir ataques indiscriminados que causem morte ou ferimentos à população civil constituem crimes de guerra.

A AI assinala, por outro lado, que as forças ucranianas frequentemente lançam ataques a partir de bairros residenciais, colocando assim em risco a população civil dessas áreas.

A AI observa que tal prática das forças ucranianas viola o Direito Internacional humanitário, mas ressalva que de forma alguma justifica os repetidos ataques indiscriminados das forças russas com bombas de fragmentação e outro armamento proibido.

O bombardeio de Kharkiv, cidade com um milhão e meio de habitantes, começou em 24 de fevereiro, ao mesmo tempo que a invasão russa da Ucrânia.

A título de exemplo, num parque infantil, Oksana Litvynyenko, 41, ficou gravemente ferida quando várias munições de fragmentação explodiram enquanto caminhava com seu marido Ivan e sua filha de quatro anos.

Os estilhaços penetraram nas suas costas, tórax e abdomen, perfurando os pulmões e a coluna. O ataque ocorreu a meio da tarde, enquanto muitas outras famílias estavam naquele parque com seus filhos.

Numa outra situação, pelo menos seis pessoas morreram e 15 ficaram feridas, na manhã de 24 de março, quando munições de fragmentação atingiram um estacionamento perto da estação de Metro “Akademika Pavlova“, onde centenas de pessoas faziam fila para receber ajuda.

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Greve na Docapesca com 80% de adesão. Só três lotas fizeram leilão

  • Lusa
  • 13 Junho 2022

Apenas as lotas de Sesimbra, Sines e Quarteira conseguiram fazer leilão. Sindicato critica proposta para aumento salarial de dez euros e não descarta a possibilidade de uma nova paralisação.

A greve dos trabalhadores da Docapesca encerrou 13 das 16 lotas, com uma adesão de 80%, indicou à Lusa um sindicato que representa o setor, não descartando a possibilidade de recorrer a uma nova paralisação.

“Das 16 lotas, por enquanto, só três conseguiram fazer leilão. A adesão ronda os 80%”, adiantou, em declarações à Lusa, o dirigente do Sindicato dos Trabalhadores da Marinha Mercante, Agências de Viagens, Transitários e Pesca (Simamevip) Joaquim Gomes, ressalvando que a greve decorre até às 00:00.

De acordo com a estrutura sindical, apenas as lotas de Sesimbra, Sines e Quarteira conseguiram fazer leilão.

Joaquim Gomes disse ainda que, até ao momento, o sindicato não recebeu qualquer resposta por parte da Docapesca às reivindicações dos trabalhadores, não descartando, por isso, a possibilidade de recorrer a uma nova greve.

“Vamos reunir e esperar para ver o que a empresa diz. Se não tivermos respostas, em princípio, vamos avançar com um novo aviso de greve”, concluiu. A Lusa contactou a Docapesca, mas não obteve resposta.

Num comunicado divulgado na terça-feira, o Simamevip, afeto à CGTP, já tinha considerado “inaceitável” a proposta da Docapesca de um aumento de 10 euros para os trabalhadores que ganham o salário mínimo nacional.

O sindicato lamentou também a proposta de haver autorização governamental para aumentar, a partir de julho, em 20 euros, os trabalhadores que auferem remunerações até 750 euros e os restantes em 10 euros.

A estrutura sindical disse, na altura, que a empresa propôs também iniciar negociações para a revisão global das tabelas salariais, com produção de efeitos em 2023, isto se as formas de luta fossem levantadas.

Na quarta-feira, a Docapesca lamentou o impasse negocial com o sindicato da CGTP, considerando que a proposta que fez beneficiaria os trabalhadores e disse que a greve de três dias irá penalizar a economia.

“A Docapesca continua empenhada em melhorar as condições dos seus, assim como em minimizar as gravosas consequências de mais esta greve, que irá afetar negativamente a atividade económica do país, num contexto de forte incerteza que se vive como resultado do conflito no leste europeu”, referiu, em comunicado, a empresa pública responsável pela gestão dos portos de pesca e organização da primeira venda de pescado em Portugal Continental.

Segundo esta empresa, as negociações com os sindicatos Simamevip (CGTP) e Sindepescas (UGT), que estavam interrompidas desde março de 2022, foram recentemente retomadas, pois reconheceu ser baixo o valor do salário mínimo nacional pago a 60% dos trabalhadores, pelo que iniciou “um processo de revisão da tabela salarial, com impacto nos próximos anos, e um ajuste imediato nos escalões da tabela, a qual remonta a 2018”.

A Docapesca notou que as estruturas sindicais reconheceram a importância da retoma negocial, mas “não demonstraram concordância com o valor do ajuste imediato às remunerações, inicialmente apresentado”, pelo que fez uma nova proposta, desta vez de um aumento salarial de 20 euros a todos os trabalhadores que auferem remunerações até 750 euros e um aumento de 10 euros para os restantes trabalhadores, com efeitos a 01 de julho de 2022.

Contudo, acrescentou, que o sindicato afeto à CGTP voltou a recusar proposta e manteve o pré-aviso de greve para os dias 9, 11 e 13 de junho.

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Wall Street negoceia em baixa no início da sessão

  • Lusa
  • 13 Junho 2022

Tecnológicas lideram as perdas em Nova Iorque, com os investidores atentos às reuniões dos bancos centrais dos Estados Unidos, Inglaterra e Japão.

A bolsa de Nova Iorque negociava hoje em baixa no começo da sessão, com as tecnológicas a liderar as perdas, com os investidores atentos às reuniões dos bancos centrais dos EUA, Inglaterra e Japão, que terão lugar esta semana.

Às 14:50 (hora de Lisboa), o índice Dow Jones descia 1,93% para 30.786,11 pontos e o Nasdaq, dominado pelo setor tecnológico, cedia 3,04% para 10.994,94 pontos. O índice alargado S&P 500 perdia 2,23% para 3.813,78 pontos.

Esta quarta-feira a Reserva Federal (Fed) dá início a um conjunto de reuniões de bancos centrais, sendo esperado que o banco central dos Estados Unidos avance com novo aumento das taxas de juro, sobretudo depois de os dados da inflação de maio nos EUA terem revelado que esta subiu para 8,6%, acima do que era esperado.

A centrar a atenção dos investidores estão ainda as reuniões do Banco de Inglaterra, na quinta-feira, e do Banco do Japão, na sexta-feira.

A bolsa nova-iorquina encerrou a semana passada em queda acentuada, com o Dow Jones Industrial, o seu principal indicador, a recuar 2,73% depois de ter sido noticiada a subida da taxa de inflação.

Hoje, a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) divulgou os mais recentes Indicadores Compósitos Avançados (CLiIs na sigla em inglês) que confirmam que o crescimento económico nos países que a integram deverá abrandar nos próximos meses, particularmente na Europa, penalizado pelos efeitos da guerra na Ucrânia.

Fora da Europa, o indicador continua a apontar para um crescimento estável nos Estados Unidos (queda de duas centésimas, para 99,81 pontos) e no Japão (aumento de quatro centésimas, para 100,70 pontos).

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📹Portugal é o segundo maior exportador de carne de tubarão a nível mundial

ANP/WWF alerta que das 117 espécies que se conhecem nas águas portuguesas, quase metade está ameaçada. Espanha é o principal parceiro comercial de Portugal.

Portugal é segundo país a nível mundial que mais exporta carne de tubarão, sendo ainda o sexto maior importador de carne de raia em termos de volume.

Os dados e o mapa interativo, divulgados pela Associação Natureza Portugal (ANP), que trabalha em parceria com a internacional World Wide Fund for Nature (WWF), servem de alerta numa altura em que se assiste a uma sobrepesca e teme-se pelo fim destas espécies.

Segundo as organizações, são pecados, por minuto, 192 tubarões e raias são pescados em mundo, “numa rede de comércio complexa que ameaça a sobrevivência destas espécies e a boa saúde dos oceanos”. No mapa interativo, a ANP/WWF ilustra as rotas e volumes transacionados da carne e barbatanas de tubarão e de raia a nível mundial e destaca o impacto causado por Portugal na exportação e reexportação de carne de tubarão e raia, e a necessidade de melhorar a informação sobre este comércio.

Segundo o documento, Espanha é o principal parceiro comercial de Portugal no que toca a tubarões e raias, com 95% das importações de carne de raia a virem do país vizinho e 75% das exportações de Portugal de carne de tubarão a irem para lá.

http://videos.sapo.pt/1A5V3BsWUbW93mV5vSL7

“O comércio mundial à base de tubarões e raias está a esgotar estas espécies, e movimenta mais de quatro mil milhões de dólares anualmente, envolvendo mais de 190 países ou territórios. O valor resultante do comércio de carne de tubarão e raia é atualmente quase o dobro do valor do comércio das suas barbatanas, apesar destas terem muito mais atenção mediática”, diz Ângela Morgado, diretora executiva da ANP|WWF, citada em comunicado. A responsável considera ainda que “este comércio é pouco regulado, não transparente e perpetua a exploração destas espécies de uma forma pouco saudável para elas e para nós, já que o equilíbrio do ecossistema depende em larga escala delas”.

Das 1.200 espécies de tubarões e raias conhecidas “mais de 36% estão ameaçadas”, sendo este o segundo grupo, depois dos anfíbios, com mais espécies ameaçadas de extinção do planeta, alerta a organização ambientalista. Por sua vez, refere que das 117 espécies que se conhecem nas águas portuguesas, quase metade já se encontra ameaçada.

“Os tubarões e raias são muito mais importantes no oceano do que no nosso prato. Para reverter esta situação, precisamos urgentemente de desenvolver e implementar um Plano Nacional de Ação que os proteja, tal como foi prometido pelo anterior Governo”, diz Ana Henriques, especialista em Oceanos e Pescas da mesma ONG.

Na mesma nota, a especialista defende que se Portugal implementasse medidas de proteção dos tubarões e raias, poderia ter um papel de “liderança europeia da proteção destas espécies, dando o exemplo a outros países europeus importantes no comércio”, como Espanha e Itália.

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SEF justifica demora no aeroporto de Lisboa com pico de passageiros

  • Lusa
  • 13 Junho 2022

SEF explica que no domingo de manhã "não foi possível preencher, temporariamente, as posições adequadas ao elevado fluxo de passageiros" na capital. Faro e Porto sem registo de constrangimentos.

O Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) esclareceu hoje que no domingo ocorreu no aeroporto de Lisboa um pico de passageiros, incluindo cerca de 3.000 provenientes de voos a controlar pelos agentes de fronteiras, o que provocou “demoras acentuadas”.

Em comunicado, o SEF adianta que na manhã de domingo “não foi possível ao serviço preencher, temporariamente, as posições adequadas ao elevado fluxo de passageiros”, tendo sido “necessário reforçar a segunda linha com inspetores, em detrimento dessas posições, face ao muito elevado número de passageiros intercetados no controlo da primeira linha e que aguardavam entrevista para elaboração de relatórios de ocorrência e decisão sobre a entrada ou a recusa no país”.

Segundo o SEF, a situação “acabou por ficar regularizada só a meio da tarde”. Assinala, porém, que “no âmbito da monitorização permanente do Plano de Contingência para o Verão IATA, nos aeroportos de Faro e do Porto, também sujeitos a grande pressão, face ao numero de passageiros controlados, não foram registados quaisquer constrangimentos”.

Diz o SEF que em apenas dois dias – sábado e domingo – foram controlados nas fronteiras aéreas mais de 100 mil pessoas, designadamente cerca de 50 mil em Lisboa, 36 mil em Faro e 10 mil no Porto.

“Neste fim de semana, e só no aeroporto de Lisboa, verificaram-se tês detenções por uso de documento fraudulento, sete recusas de entrada, quatro pedidos de asilo na fronteira e o controlo de 16 passageiros em trânsito com recusa de entrada noutros aeroportos (designadamente Cancun)”, precisa o SEF.

O SEF recorda que o Plano de Contingência para os aeroportos portugueses – também implementado em anos anteriores – iniciou-se a 2 de junho e estará a funcionar em pleno só a partir de 4 de julho, altura em que o reforço de 238 efetivos do SEF e da PSP ficará completo, totalizando 529 elementos.

“Ainda esta semana está previsto no referido Plano de Contingência, a partir de 15 de junho, o aumento do reforço interno nos aeroportos de Lisboa e Porto, por elementos de outras unidades do SEF, num esforço crescente de empenhamento que é gradual até ao mês julho”, explica o SEF.

Os três aeroportos mais reforçados ao longo deste período com recursos humanos – indica o SEF – são o de Lisboa (mais 102 elementos policiais, ou seja +73% do efetivo), Porto (mais 49 elementos, +122%) e Faro (com mais 45, representando +76%).

O SEF refere ainda que esta semana também está programado o alargamento da utilização das e-gates, no projeto RAPID4ALL, a mais duas nacionalidades, designadamente Canadá e EUA, aumentando para sete as nacionalidades que passam a poder usar esta funcionalidade nas entradas nos aeroportos nacionais.

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Dos impostos à educação. Os 28 pontos do acordo que renova a aliança luso-britânica

Do comércio e investimento às cadeias de abastecimento e ao emprego, passando pela ciência, inovação, tecnologia, defesa e diplomacia, conheça todas as alíneas do acordo entre Portugal e Reino Unido.

Numa altura em que está prestes a completar-se o 650.º aniversário do Tratado Anglo-Português assinado em Tagilde, que consubstancia a mais antiga aliança política a nível mundial, como voltou a assinalar esta segunda-feira o primeiro-ministro português, os dois países assinaram um acordo “extenso” para guiar o relacionamento bilateral na era pós-Brexit.

Mostrando-se “determinados a trabalhar em conjunto enquanto parte de uma ampla rede que defende a liberdade e a democracia, o comércio livre, os direitos humanos e o estado de direito”, Portugal e o Reino Unido (RU) sublinham neste texto, a que o ECO teve acesso, que “os valores que [partilham] assumem particular importância num momento em que a paz e segurança na Europa são ameaçadas, como não sucedia há décadas”, numa referência à guerra na Ucrânia.

Os dois países mantêm o “compromisso com a defesa coletiva” por via da Nato e prometem trabalhar em conjunto para reforçar a segurança energética e enfrentar as alterações climáticas, “aproveitando a liderança global que [assumem] nos domínios da ciência e da inovação com o objetivo de acelerar a redução de emissões e a transição para recursos energéticos sustentáveis e acessíveis”.

“Reconhecemos o nosso interesse comum em colaborar para fazer frente a estes e outros desafios globais urgentes, tais como a necessidade de assegurar um comércio mais livre e justo; uma maior resiliência e diversificação das cadeias de abastecimento globais; a redução das desigualdades; e a promoção de um crescimento inclusivo, com vista a uma melhor reconstrução após a pandemia, tanto nos nossos países como em todo o mundo”, lê-se nesta declaração.

Estas são as principais áreas incluídas neste acordo que “contribuirá para guiar e impulsionar a parceria bilateral e reforçar a cooperação internacional” entre os dois países.

1. Política Externa, Cooperação e Desenvolvimento

a) Intensificar o diálogo bilateral nas prioridades conjuntas de política externa, cooperação e desenvolvimento, nomeadamente:

i. Reforçando a paz e a segurança na Europa e na Vizinhança Europeia, incluindo através da coordenação no apoio à Ucrânia e na resposta à agressão russa;

ii. Reforçando a resiliência contra outros atores malignos e hostis;

iii. Apoiando os nossos parceiros para que reduzam a sua dependência face a Estados que não partilham os nossos valores e estabelecendo parcerias que promovam a democracia;

iv. Trabalhando, em conjunto com outros parceiros relevantes, com vista a uma cooperação inclusiva e abrangente no Indo-Pacífico de forma a reforçar a ordem internacional baseada em regras, lidar com desafios globais, e promover uma recuperação económica sustentável; e

v. Apoiando o crescimento económico e o desenvolvimento em África através da promoção da paz, da segurança, da estabilidade e de sociedades abertas.

b) Reforçar a cooperação nos fora multilaterais na defesa e reforço de uma ordem internacional baseada em regras, da democracia, do estado de direito, direitos humanos, e valores comuns.

c) Encorajar o trabalho conjunto entre o Instituto Diplomático do Ministério dos Negócios Estrangeiros e a Foreign, Commonwealth and Development Office´s International Academy, incluindo através de programas de formação conjunta.

d) Promover o intercâmbio em matéria de políticas de desenvolvimento e a coordenação entre doadores sobre temas ou prioridades regionais de interesse comum.

e) Trabalhar em conjunto, dando o exemplo, na promoção de uma forte política climática e ambiental, promovendo a conservação e proteção dos oceanos, travando as perdas de biodiversidade, a desflorestação e degradação dos solos, e continuando uma liderança global tendo em vista a neutralidade carbónica.

f) Identificar novas oportunidades para trabalhar em conjunto na promoção da diversidade e inclusão, com um enfoque particular na educação das mulheres, nos direitos LGBT+, e na prevenção e condenação da violência sexual em conflitos.

2. Defesa, Segurança, Aplicação da Lei e Justiça Penal

a) Aprofundar a cooperação em matéria de defesa através da conclusão das negociações e assinatura de um novo acordo de defesa bilateral.

b) Intensificar a cooperação, enquanto Aliados da NATO, em matérias de defesa e segurança como o ciberespaço, a resiliência e a prontidão, as tecnologias emergentes e disruptivas e as ameaças híbridas.

c) Explorar oportunidades para cooperação, incluindo através da realização de exercícios conjuntos, agrupamentos e iniciativas regionais, intercâmbio de pessoal militar, e em temas de interesse comum tais como a segurança no Atlântico, segurança marítima e zonas de conflito.

d) Trocar impressões sobre ameaças provenientes de atores Estatais e outros atores malignos e hostis, de forma a desenvolver um entendimento partilhado do ambiente securitário, incluindo no ciberespaço.

e) Reforçar a cooperação nas áreas especializadas de crime grave e organizado, tais como o tráfico de droga, o terrorismo e o cibercrime. Maximizar oportunidades para a partilha de experiências e boas práticas, incluindo através de possíveis protocolos de cooperação/treino entre a Unidade Especial de Polícia (UEP) e as contrapartes britânicas.

f) Explorar oportunidades para intensificar a cooperação bilateral em matéria de ação policial e justiça criminal, em complemento da cooperação em curso no âmbito do Acordo de Comércio e Cooperação UE-RU, incluindo o intercâmbio de informações criminais e não criminais.

g) Explorar instrumentos/acordos bilaterais em matéria de segurança nacional e partilha de informação sobre imigração, armamento, munições e explosivos, e possíveis oportunidades para projetos de cooperação na área da defesa.

3. Comércio, Investimento, Cadeias de Abastecimento e Emprego

a) Identificar oportunidades de comércio e investimento e partilhar conhecimento e expertise em setores prioritários como o crescimento sustentável, energias renováveis, financiamento verde, economia digital e tecnologia.

b) Partilhar informação sobre fluxos de comércio e investimento ao nível bilateral, bem como sobre barreiras existentes.

c) Estabelecer uma relação de trabalho mais próxima entre a Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP) e o Department for International Trade (DIT), de forma a promover as melhores condições possíveis para os agentes económicos de ambos os países.

d) Apoiar um maior envolvimento entre atores não-governamentais, tais como confederações empresariais, câmaras de comércio e associações de negócios em setores específicos relevantes.

e) Trabalhar em conjunto para promover a segurança económica dos dois países e a dos nossos parceiros, nomeadamente através de um esforço conjunto para fortalecer a segurança energética e promover a resiliência e a diversidade das cadeias de abastecimento de bens e materiais críticos.

f) Trabalhar com vista à conclusão de uma nova Convenção para evitar a Dupla Tributação.

4. Ciência, Inovação, Tecnologia e Investigação

a) Facilitar a ligação entre instituições de investigação portuguesas e britânicas e entre a comunidade alargada de ciência e inovação, de forma a enfrentar desafios globais compartilhados, colaborando em temas como: Tecnologias Emergentes, Clima e Oceanos, Energias Renováveis, Ciências da Vida e Saúde Global (nomeadamente envelhecimento saudável, investigação em cancro e preparação e resposta a emergências sanitárias) e Espaço (incluindo gestão de tráfego).

b) Explorar oportunidades de colaboração através de projetos multilaterais e aplicações conjuntas para programas de investigação e inovação, incluindo a nível europeu.

c) Explorar oportunidades para trabalhar, a nível bilateral e multilateral, de forma a juntar os países Atlânticos na investigação, partilha de dados e na prossecução de uma agenda de Desenvolvimento Sustentável através do AIR Centre e organizações similares.

d) Estabelecer um diálogo sobre políticas de cultura de investigação, para partilhar boas práticas e promover a colaboração sobre ética em tecnologias emergentes, aconselhamento científico para formulação de políticas e diplomacia científica.

e) Posicionar a ciência como motor do crescimento e do emprego, através da cooperação na transposição da investigação para o mercado e na prossecução de objetivos comerciais.

5. Ligações entre pessoas

a) Incentivar uma cooperação mais estreita entre Portugal e o RU ao nível da educação e formação profissional, nomeadamente aplicando as melhores práticas para elevar os padrões em Portugal e no RU em matérias de interesse comum como o reconhecimento de qualificações profissionais, em conformidade com o Acordo de Comércio e Cooperação UE-RU.

b) Promover a mobilidade internacional, intercâmbio e cooperação no âmbito da educação (incluindo no ensino secundário e superior entre estudantes, professores, formandos e formadores), ciência, cultura e setores criativos.

c) Apoiar e promover a educação bilingue, reconhecendo o papel consistente do British Council no desenvolvimento do programa bilingue das escolas públicas em Portugal, bem como a missão do Camões, I.P. na promoção da cooperação linguística e cultural no Reino Unido.

d) Assegurar contactos bilaterais regulares em matéria de cultura e turismo.

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Costa celebra acordo “extenso” com Reino Unido no pós-Brexit

Após assinar acordo com Boris Johnson, o primeiro-ministro português assinalou que na União Europeia este é o acordo bilateral que abrange mais áreas, incluindo a defesa, o investimento ou a energia.

Os primeiros-ministros de Portugal, António Costa, e do Reino Unido, Boris Johnson, encontraram-se esta segunda-feira em Londres, durante menos de uma hora, para fechar um acordo político global para reorientar a cooperação bilateral entre os dois países, após a saída do Reino Unido da União Europeia, em áreas como a política externa, defesa, investigação, ciência, investimento ou comércio.

À saída do encontro com o homólogo britânico, António Costa assinalou que a assinatura desta declaração conjunta é “fundamental para relançar a mais antiga aliança do mundo” depois do Brexit, notando que Portugal é “o sétimo ou oitavo país” da União Europeia (UE) a assinar um acordo bilateral deste género, mas este é o que “abrange mais temas”.

“Nenhum [outro acordo assinado por países comunitários] tem uma área tão extensa, como a segurança, investigação criminal, defesa, política externa e cooperação, investimento, comércio, investigação, educação e proteção dos portugueses residente no Reino Unido e dos britânicos residentes em Portugal”, enumerou o primeiro-ministro português.

Em declarações aos jornalistas à saída da residência oficial do homólogo britânico, transmitidas pela RTP3, António Costa destacou que “o Reino Unido tem vindo crescentemente a investir em Portugal, beneficiando as empresas britânicas da dupla oportunidade de terem as vantagens do Brexit no Reino Unido e de continuarem na União Europeia, investindo em Portugal”.

A partir de Londres, Costa frisou ainda o foco deste acordo “na área das tecnologias e do investimento que [quer] fazer em conjunto na área das energias renováveis, da eficiência energética e no apoio à transição digital”. “São os grandes desafios com que estamos confrontados e podemos fazê-lo em conjunto. O facto de termos uma comunidade científica tão forte aqui no Reino Unido ajuda a estabelecer pontes entre as nossas instituições científicas e universitárias”, completou.

António Costa particularizou essa área da investigação, dando o exemplo de “tudo o que tenha a ver com os oceanos, [pois] não há nada que possa unir mais o Reino Unido e Portugal”. E disse mesmo haver “uma hipótese muito séria” de Boris Johnson poder participar na Conferência dos Oceanos, que se realiza em Lisboa de 27 de junho a 1 de julho. Notou ainda haver do lado britânico um interesse “crescente” no centro de investigação criado nos Açores para o estudo das alterações climáticas e do mar profundo, em que “vai haver um reforço da participação e do envolvimento do Reino Unido”.

Silêncio sobre Irlanda do Norte e… hospitais portugueses

Segundo um relatório revelado há poucos dias pelo think tank Centre for European Reform (CER), a economia do Reino Unido encolheu 5,2% com a saída da União Europeia, concretizada de forma definitiva a 1 de janeiro de 2021, o que se traduziu num impacto de cerca de 31 mil milhões de libras (36,45 milhões de euros).

Esta segunda-feira, a ministra dos Negócios Estrangeiros, Liz Truss, confirmou que o Executivo britânico vai apresentar esta tarde no Parlamento legislação “para resolver os problemas com o Protocolo da Irlanda do Norte e restaurar a estabilidade política”. Mesmo avançando com uma solução unilateral que altera o acordo do Brexit, assinalou que a “preferência é uma solução negociada” com a União Europeia.

Questionado sobre se este tema do Protocolo da Irlanda do Norte não atrapalha o “acordo chapéu” celebrado esta segunda-feira a nível bilateral, o chefe do Executivo português preferiu “separar as águas”. “A negociação entre a UE e o Reino Unido é conduzida pela Comissão Europeia, a que damos todo o apoio. (…) Sabemos que a negociação não é fácil, mas confiamos na UE para obter bons resultados. [Mas] dentro do que são os acordos e divergências com a UE, há espaço para desenvolver acordos bilaterais”, respondeu Costa.

Já com o argumento de que se encontra fora do país e que não quer, por isso, comentar temas nacionais — usado habitualmente pelos políticos portugueses para fugir a temas sensíveis –, o primeiro-ministro recusou falar dos “problemas graves” que afetam o Serviço Nacional de Saúde (SNS), notando, porém, que “o Governo está a trabalhar” nessa matéria e lembrando que estão a decorrer várias reuniões de trabalho no Ministério da Saúde para “encontrar respostas”.

Londres destaca defesa e renováveis

Ao final da tarde, através de um porta-voz de Downing Street, o Executivo britânico saudou a “ação decisiva” de Portugal no “apoio à Ucrânia face à invasão bárbara da Rússia”. Citado pela Lusa, referiu que “ambos concordaram com a necessidade de aumentar as despesas militares em toda a aliança, e disseram que era necessária mais colaboração no desenvolvimento de equipamento de defesa para assegurar uma maior integração na NATO”.

Já sobre a crise energética provocada pela guerra e as sanções à Rússia, os líderes mostraram-se determinados em “intensificar o impulso para fontes de energia alternativas” e referiram a colaboração dos dois países nas energias renováveis. A EDP Renováveis é um dos operadores na energia eólica, com vários projetos no norte da Escócia.

(Notícia atualizada às 17h55 com declarações de um porta-voz de Boris Johnson)

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Macron apela a fortalecimento da indústria de defesa europeia

  • Lusa
  • 13 Junho 2022

O Presidente francês, Emmanuel Macron, quer uma indústria da defesa "muito mais forte" e "mais exigente". Recusa repetir "erros do passado" e que fazer reavaliação da Lei de Programação Militar.

“Precisamos fortalecer uma indústria de defesa e uma base industrial e tecnológica europeia muito mais forte e muito mais exigente (…), senão construiremos as dependências do futuro”, avisou o Presidente francês, Emmanuel Macron, durante a inauguração a exposição internacional de defesa Eurosatory, perto de Paris.

Este já tem sido, aliás, o apelo de Macron desde a sua chegada ao Eliseu em 2017. Mais, reiterou: “Não vamos começar de novo a repetir os erros do passado, gastar muito para comprar em outros lugares não é uma boa ideia“, declarou, enquanto muitos países europeus anunciaram o seu desejo de aumentar os orçamentos da defesa.

“Vamos construir esta base de soberania, de independência europeia, francesa se pudermos – com parcerias que quero em todo o mundo e vejo muitos não europeus aqui – mas gosto de construir as parcerias que escolho, gosto menos das dependências que preparamos massiva e metodicamente às vezes”, acrescentou Emmanuel Macron, reeleito em abril passado.

Sobre os gastos militares franceses, o Presidente francês indicou que “pediu ao ministro (das Forças Armadas) e ao Chefe do Estado Maior das Forças Armadas para poder realizar nas próximas semanas uma reavaliação desta Lei de Programação Militar na medida do contexto geopolítico”.

Segundo Macron, França “entrou numa economia de guerra” na qual acredita que se organizará a longo prazo. “Não podemos mais conviver com a gramática de há um ano atrás”, acrescentou.

“Não esperamos as mudanças estratégicas para reinvestir”, lembrou o Chefe de Estado, mas o aumento das ameaças, ilustrado pelo conflito que assola a Ucrânia desde 24 de fevereiro, representa um “requisito adicional para ir mais rápido, mais forte, ao menor custo”.

Em 2017, o Presidente francês iniciou um forte aumento no orçamento de defesa após anos de escassez.

O orçamento do Ministério das Forças Armadas voltará a aumentar em 2022, para 40,9 mil milhões de euros, de acordo com a Lei de Programação Militar (LPM) 2019-2025 que prevê atingir os 50 mil milhões de euros em 2025.

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Festival Nos Primavera Sound rende 36 milhões de euros ao Porto

Nos Primavera Sound gerou receitas de 36 milhões de euros à cidade do Porto, indica um estudo. Mais de 100 mil pessoas passaram pelo Parque da Cidade nos três dias do festival de música.

Após dois anos de pandemia, o Nos Primavera Sound regressou ao Porto e atraiu mais de 100 mil festivaleiros. Os três dias do festival tiveram um impacto económico, na cidade, de 36,1 milhões de euros, feitas as contas aos gastos por uma centena de festivaleiros, distribuídos por alojamento, deslocações e refeições. Os dados são de um estudo do ISAG – European Business School e do Centro de Investigação em Ciências Empresarias e Turismo da Fundação Consuelo Vieira da Costa (CICET-FCVC).

Foi na área do alojamento que o estudo registou a despesa mais significativa (126,9 euros por dia), com 35% dos festivaleiros a preferirem estadas em hotéis, 29% em alojamento local, 18% em casa de amigos e 10% em hostel. “O preço foi o fator que mais pesou na escolha da estadia de 42% do público, seguido da proximidade do recinto (25%) e da experiência anterior (13%)”, adiantam os responsáveis por esta análise, que foi realizada no Parque da Cidade, durante os dias do festival.

Em segundo lugar, no que toca a gastos diários, posicionam-se as deslocações e as viagens para quem visitou a cidade do Porto durante estes três dias (67,9 euros por dia). Neste balanço seguem-se as despesas com refeições (47,2 euros diários), cultura e lazer (45,3 euros) e compras ou presentes (42,7 euros).

O estudo registou uma média 136,41 euros de despesa no interior do recinto do festival, contra os 103,65 euros de 2019, tendo-se, assim, registado uma subida de 32%. O mesmo estudo dá conta de que 37% dos festivaleiros eram de nacionalidade estrangeira, provenientes de países como Espanha, Reino Unido, Alemanha, França, Itália e ainda Brasil, Estados Unidos da América e Suíça.

ISAG e CICET-FCVC concluíram ainda que 87% dos estrangeiros e residentes fora da Área Metropolitana do Porto (AMP) se deslocaram ao Porto propositadamente para o festival, enquanto outros decidiram “aproveitar a visita para conhecer o património da cidade (46%), a animação noturna (41%) e as caves de Vinho do Porto (32%).

Balanço feito, 9,8% de público foi estreante e outros 31,2% já tinha participado, pelo menos uma vez, neste evento musical que trouxe grandes nomes ao Porto, como Nick Cave. Outros 13% dos inquiridos nunca falharam a um festival desde 2012. Mais, adianta o mesmo estudo, 72,11% dos inquiridos querem regressar ao festival, tendo-se, assim, registado uma “satisfação elevada” da parte do público.

Ainda de acordo com o mesmo estudo, o cartão bancário foi o meio de pagamento mais escolhido (54,1%), a que se seguiram meios digitais como MBWay (21,7%) e Apple pay, Google pay e Crypto Wallet (5,5%).

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Ordem dos Médicos pede dados atualizados sobre assistência à gravidez e parto

  • Lusa
  • 13 Junho 2022

Governo deve divulgar números sobre a assistência à gravidez e ao parto, assim como da mortalidade materna e perinatal, para ajudar a perceber o está a acontecer nos hospitais, reclama o bastonário.

A Ordem dos Médicos pediu dados atualizados ao Governo sobre a assistência à gravidez e ao parto e da mortalidade materna e perinatal, por considerar que é importante saber o está a acontecer, avançou hoje o bastonário à Lusa.

“Precisamos de saber os dados sobre a maternidade materna e perinatal, o número de internamento em cuidados intensivos de grávidas e recém-nascidos, partos fora do hospital, partos no domicílio, taxas de cesarianas, partos instrumentados, episiotomia”, disse Miguel Guimarães, adiantando que enviou no domingo um ofício à ministra da Saúde com sugestões de medidas a tomar no imediato e a médio prazo para “tentar ajudar a resolver a situação” nesta área.

Na seu entender, são “dados importantes” para compreender as causas do aumento da mortalidade materna e perinatal. “Será que é por causa destas questões das equipas não estarem adequadas? Será que estão a fazer cada vez mais partos em casa e há mais complicações porque alguns complicam e enquanto as parturientes chegam e não chegam aos hospitais acontecem situações dramáticas?”, questionou.

“Isto tem que ser estudado (…) porque é importante para a estratégia que se possa definir”, disse o bastonário, adiantando que irá expor esta situação numa reunião convocada para hoje pela ministra Marta Temido, que considerou um “passo importante” o facto de querer ouvir as entidades e os profissionais que estão no terreno.

Salientou a importância de programas de recuperação de listas de espera, incluindo consultas e ecografias, alertando que há vários hospitais que suspenderam as ecografias do segundo trimestre porque não têm capacidade para as fazer e começam a ir para o setor privado.

Por outro lado, os hospitais devem ter “autonomia e flexibilidade na gestão” para poder contratar rapidamente especialistas para o SNS, evitando que tomem outras opções.

Também “é fundamental” a aplicação prática das carreiras médicas e que os concursos existam e sejam feitos de forma “mais rápida, mais flexível e até pelos próprios hospitais”, bem como a reavaliação da carta hospitalar, porque “a forma como estão organizados os serviços de saúde, as urgências, etc. se calhar precisa de ser vista também de uma forma global, não especificamente na parte de obstetrícia”.

Não posso pagar aos médicos que fazem horas extraordinárias (…) de forma diferente e de forma muito mais baixa do que aquilo que pago aos tarefeiros que fazem prestações de serviços.

Miguel Guimarães

Bastonário da Ordem dos Médicos

A questão das horas extraordinárias também tem de ser alterada, assim como os salários que devem ser equivalentes àqueles que se praticam na Europa, tendo em conta o Produto Interno Bruto (PIB) de cada país.

“Eu não posso pagar aos médicos que fazem horas extraordinárias (…) de forma diferente e de forma muito mais baixa do que aquilo que pago aos tarefeiros que fazem prestações de serviços”, salientou, elucidando que um médico tarefeiro “ganha cerca de quatro vezes mais do que um médico que veste a camisola do SNS todos os dias”. “Isto obviamente que não é motivador e tem que ser alterado”, vincou.

Por fim, apontou a possibilidade de prestação de serviço por médicos reformados, que já demonstraram interesse em colaborar, fazendo urgências, mas não podem legalmente. Contudo, frisou, “o Ministério da Saúde pode fazer com que possam”.

Miguel Guimarães avançou ainda que está em cima da mesa a hipótese de fazer uma auditoria clínica ao hospital das Caldas da Rainha, onde uma grávida perdeu o bebé, para perceber as causas da situação, “que seguramente não tem a ver como os médicos”. “Já sei exatamente o que aconteceu, mas é importante perceber se todos os processos e procedimentos necessários nessa altura foram respeitados”, explicou. A OM vai fazer visitas a três unidades hospitalares, um no Norte, outra no Centro e outra no Sul do país.

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Médicos criticam “inação e incapacidade de reação” de Marta Temido

  • ECO e Lusa
  • 13 Junho 2022

Ordem dos Médicos aponta o dedo à "incapacidade" do Ministério da Saúde na contratação de jovens médicos e considera mesmo a tutela como "principal obstáculo à resolução dos problemas do SNS".

A Secção Regional do Centro da Ordem dos Médicos criticou hoje “a incapacidade do Ministério da Saúde” de contratar os 1.212 médicos recém-especialistas que aguardam a publicação do mapa de vagas, três meses após concluírem o internato.

Em comunicado, a Secção Regional do Centro da Ordem dos Médicos (SRCOM) alertou que “são três meses de indefinição por parte da tutela, com consequências dramáticas nos recursos humanos do Serviço Nacional de Saúde (SNS)”.

O presidente da SRCOM, Carlos Cortes, contou que “na região Centro e no resto do país são notórias as dificuldades que o SNS está a atravessar, nomeadamente em recursos humanos médicos”. “É urgente contratar os 1.212 médicos que aguardam que seja desencadeado o processo de colocação de especialistas que fazem falta aos hospitais e centros de saúde”, defendeu.

O Ministério da Saúde tem sido o principal obstáculo à resolução dos problemas do SNS, por inação e incapacidade de reação.

Carlos Cortes

Presidente da Secção Regional do Centro da Ordem dos Médicos

No seu entender, “o Ministério da Saúde tem sido o principal obstáculo à resolução dos problemas do SNS, por inação e incapacidade de reação, até porque, para além dos atrasos na contratação de médicos especialistas, há outra preocupação a ter em conta: a distribuição das vagas pelo país”.

Carlos Cortes considerou que essa distribuição tem sido feita “ignorando a disponibilidade dos médicos para se fixarem em áreas e locais considerados carenciados”. “Nos anos anteriores, o ministério abriu vagas onde não havia médicos interessados e, em simultâneo, não as abria em locais carenciados nos quais médicos já tinham mostrado disponibilidade para exercer”, lamentou.

Para o responsável, “é inconcebível esta inércia do Ministério da Saúde” e, “em resultado desta indefinição, muitos jovens especialistas acabam por desmoralizar e tentar outras vias para além do Serviço Nacional de Saúde”.

Segundo a SRCOM, dos 1.212 médicos para contratar, há 332 médicos de família, 147 internistas, 71 anestesiologistas, 26 ginecologistas/obstetras, 29 cirurgiões gerais, 21 médicos de saúde pública, 25 pneumologistas, 21 intensivas, 61 pediatras, 15 infeciologistas, 25 neurologistas, 21 oftalmologistas e 51 psiquiatras, entre outras especialidades. Estes jovens médicos aguardam a abertura do concurso desde a conclusão das provas referentes ao exame para a obtenção do grau de especialista.

“O impacto negativo deste atraso é tremendo. Os doentes são os mais prejudicados. É uma situação intolerável e o que se passa, por exemplo, nas urgências hospitalares, é o resultado de falta de planificação e na incúria gestão de recursos humanos”, criticou Carlos Cortes, que exortou o Ministério da Saúde a resolver “este inadmissível atraso, fazendo o trabalho que lhe compete”.

Como o ECO noticiou, a ministra da Saúde e o secretário de Estado Adjunto e da Saúde estão nesta segunda-feira reunidos de emergência com os diretores clínicos dos hospitais da Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo (ARSLVT) que estão a ser mais afetados pela falta de médicos, sobretudo nas urgências de ginecologia e obstetrícia. Para esta tarde, indica o Público, estão marcadas reuniões com a Ordem dos Médicos e com os sindicatos do setor.

Na noite de domingo, à margem das marchas populares em Lisboa, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, mostrou-se preocupado com o que se está a passar nestas unidades hospitalares, defendendo a importância de “prevenir que não suceda durante o verão o que sucedeu agora neste fim de semana longo quanto às estruturas de saúde”.

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Maria João Silva: Tranquilidade quer chegar a todos os públicos

A que hoje é marca da Generali juntou apoio a festivais de música a campanhas publicitárias agressivas e sofisticadas. O posicionamento da Marca explicado pela Chief Marketing Officer.

Maria João Silva, Chief Marketing Officer da Tranquilidade: “Escolhemos ser a seguradora oficial do Rock in Rio Lisboa porque queremos marcar a diferença”.

A sofisticação “reside exclusivamente na qualidade dos produtos que oferecemos ao mercado e que se destinam a todos os segmentos de clientes”, diz Maria João Silva que, depois de 23 anos de Vodafone, está desde 2020 na Tranquilidade como Chief Marketing Officer. Com o recente anúncio de apoio ao festival Rock in Rio a juntar-se ao mais habitual Super Bock Super Rock, será que a marca Tranquilidade está a virar a agulha do seu posicionamento? ECOseguros entrevistou Maria João Silva.

Os patrocínios ao Rock in Rio e o Super Bock Super Rock, são uma nova fase na vida da Tranquilidade? Passagem para o mass market, depois de campanhas a posicionar a marca como sofisticada?

Na Tranquilidade já tínhamos uma forte ligação à música e aos festivais antes da pandemia, caso do Super Bock Super Rock, mas depois destes dois últimos anos tão duros, em que estivemos todos tão afastados, estamos muito conscientes da importância de voltar a juntar as pessoas e de proporcionar momentos de proximidade. Nunca como agora valorizámos tanto o contacto humano e os momentos de confraternização e de celebração em conjunto.

Porquê os festivais de música?

A música e os grandes festivais são os instrumentos por excelência para proporcionar momentos de convívio e de alegria, que permitem criar relações emocionais fortes com os nossos clientes, parceiros e colaboradores. Este ano escolhemos ser a seguradora oficial do Rock in Rio Lisboa exatamente porque queremos marcar a diferença e estar presentes num dos festivais de música mais marcantes do calendário. Este é um momento fortemente emocional, de celebração, aspiracional e de qualidade, atributos com que a Tranquilidade se identifica.

E quanto ao posicionamento sofisticado…

Em relação ao posicionamento da Tranquilidade, a escolha de Mariana Monteiro, atriz bem conhecida e querida dos portugueses, foi estratégica para o nosso objetivo de chegarmos aos mais variados públicos. Apostámos também em histórias fortes, que reforçam a relação emocional, o envolvimento e a proximidade aos clientes. A nossa sofisticação reside exclusivamente na qualidade dos produtos que oferecemos ao mercado e que se destinam a todos os segmentos de clientes.

Que retorno espera? Notoriedade? Apólices?

O facto de estarmos associados a este tipo de eventos aumenta a visibilidade e omnipresença da marca Tranquilidade e faz com que o reconhecimento, familiaridade e ligação emocional com a marca seja cada vez maior. Todo o investimento de meios e esforços tem o retorno da grande notoriedade da Tranquilidade. A aposta nos festivais, associada a ativações de marca nos recintos, permite uma disseminação da nossa identidade na primeira pessoa, através do contacto direto com o público, mas também uma amplificação da mesma através do digital, nas redes sociais, onde temos vindo a crescer de dia para dia.

Quais os meios de comunicação privilegiados para passar a mensagem?

Temos apostado em televisão, no digital e em campanhas de exterior. A TV ainda tem uma vasta audiência e a mensagem chega rapidamente a um elevado número de pessoas. O digital, incluindo as nossas redes sociais, tem tido um peso cada vez maior no nosso investimento publicitário, porque é aí que estão cada vez mais as pessoas. Quanto ao exterior, temos capitalizado no reconhecimento da Mariana Monteiro e usado grandes formatos em ações regionais, de norte a sul do país.

Na comunicação da marca Tranquilidade entende-se um posicionamento social de topo/sofisticado, o que pressupõe elevado nível de serviço para uma subscrição correta e também na gestão de sinistros. Está a companhia capaz de prestar um nível diferenciado de serviço?

O foco da Tranquilidade está em servir bem o mercado, o que passa por ter os melhores produtos, simplificar os processos e reforçar as ferramentas digitais, todos fatores fundamentais para fortalecer o nível de serviço prestado e a relação com os nossos clientes e parceiros, cumprindo a nossa promessa de sermos simples e próximos: parceiros para a vida, em todos os momentos. Somos a marca com que os nossos clientes podem contar.

Qual o factor que mais diferencia?

Novas soluções digitais, como as novas participações de sinistros com redução do tempo de preenchimento, o serviço de vídeo-peritagem para sinistros automóvel ou casa, ou o chatbot que esclarece e resolve questões na hora, são algumas das funcionalidades que permitem operações mais rápidas, simples e intuitivas e assim um nível de serviço diferenciado, alinhado com aquilo que comunicamos.

Com imagem sofisticada está subentendido que o preço não é crucial para o cliente desejado. No entanto, a mensagem publicitária usada na campanha 5T foca vantagens de preço. Como se conjuga a aparente contradição?

Essa campanha é relativa às vantagens que os clientes têm por juntar todos os seus seguros connosco. Além dos descontos, o cliente T beneficia ainda de toda a comodidade e facilidade de gerir todos os seus seguros de forma integrada e simplificada, nomeadamente através da nossa app. Com vantagens e soluções de proteção para o que os clientes mais valorizam, a campanha 5T reforça a estratégia da marca em querer ser, cada vez mais, um parceiro para a vida dos seus clientes.

O posicionamento e mensagem da Açoreana e Tranquilidade são diferentes?

Com 151 e 130 anos respetivamente, a Tranquilidade e a Açoreana são duas marcas centenárias, que asseguram a proteção do dia a dia de quase 2 milhões de clientes e que oferecem, em cada fase da vida pessoal, familiar ou empresarial, a solução de seguros mais adequada a cada um. As duas marcas atuam em mercados diferentes, Açoreana nos Açores e a Tranquilidade no continente e Madeira, mas ambas oferecem proteção, prevenção e assistência em todas as áreas relevantes – família, casa, mobilidade, saúde, segurança. Estar próximo, comunicar de forma simples e garantir uma boa experiência, apostando na transformação digital e na inovação são objetivos claros das nossas duas marcas: trabalhamos todos os dias para satisfazer os nossos clientes.

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