Governo vai ponderar todos os contributos para a Habitação, incluindo do Presidente

  • Lusa
  • 26 Março 2023

"Há múltiplos contributos" para as medidas anunciadas para a Habitação, diz António Costa. "Vamos ponderar tudo". Pacote de propostas vai ser aprovado esta semana em Conselho de Ministros.

O primeiro-ministro, António Costa, afirmou que o Governo vai ponderar todos os contributos do debate público sobre as medidas anunciadas para a Habitação, incluindo os do Presidente da República, admitindo retirar ou acrescentar matérias.

António Costa falava em conferência de imprensa conjunta com Marcelo Rebelo de Sousa, durante a 28.ª Cimeira Ibero-Americana, em Santo Domingo, na República Dominicana, que estava nesse momento quase a terminar os seus trabalhos.

Questionado se o Governo vai ter em conta as opiniões do chefe de Estado sobre o pacote para a Habitação, em particular o arrendamento obrigatório de casas devolutas, o primeiro-ministro respondeu que as medidas foram colocadas em debate público precisamente “para ouvir sugestões, para ouvir críticas” antes de se “tomar uma decisão final” em Conselho de Ministros, o que acontecerá em 30 de março.

“Portanto, quando colocamos a debate público, obviamente assumimos o pressuposto de que do debate podem sugerir alterações, no sentido de retirar coisas que estão, no sentido de acrescentar coisas, de explicar melhor coisas que estão, de regulamentar melhor coisas que estão”, reforçou.

O primeiro-ministro assinalou que, “neste caso, há largas centenas de contribuições, designadamente do Presidente da República — mas também outras, várias institucionais, pareceres escritos, da Associação Nacional de Municípios, da Associação Lisbonense de Proprietários, da Associação dos Inquilinos de Lisboa, de vários municípios”.

“Portanto, há múltiplos contributos. Nós vamos ponderar naturalmente tudo para assegurar aquilo que é fundamental, que é podermos ter o mais forte apoio às famílias”, afirmou.

António Costa elencou como objetivos deste pacote do Governo ajudar a “pagar as rendas e as prestações da habitação”, com medidas já promulgadas pelo Presidente da República, e fazer com que haja “mais habitações que sejam acessíveis às famílias portuguesas”.

“Há vários caminhos para o fazer”, observou.

O primeiro-ministro referiu que “o debate público termina só no início da próxima semana” e que “o Conselho de Ministros voltar a discutir o conjunto das opiniões que têm sido manifestadas, os contributos que chegaram, as propostas de aditamento que surgiram no próximo dia 30”.

Só nessa altura é que apresentaremos então uma proposta de lei que seguirá para a Assembleia da República e alguma matéria que possa ser tratada por via de decreto-lei, que nesse caso será enviado para o senhor Presidente da República”, acrescentou.

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Portugal com recorde de cem motas vendidas por dia

  • ECO
  • 26 Março 2023

No ano passado, foram vendidas 36.662 motas dizem os números da ACAP, o que traduz uma média de cem veículos comercializados por dia. Total de vendas fica 8% acima dos valores de 2021.

No ano passado, foram vendidas 36.662 motas, revelam os números da Associação Automóvel de Portugal (ACAP), ultrapassando em 8% o recorde de 2021 quando foram comercializados 33.919 veículos. Os dados mostram que, em média, em 2022 foram vendidas cem motas por dia.

O Jornal de Notícias escreve ainda que as vendas registadas no ano passado traduzem uma subida de quase 50% face aos números de 2017 e que nos últimos cinco anos, só em 2020, ano de pandemia.

O trânsito e o calor são apontados como as principais razões que estão a impulsionador este mercado em Portugal, refere ainda o JN.

 

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Preço do leite sobe 120% em ano e meio

  • ECO
  • 26 Março 2023

As marcas brancas estão a vender o leite a 86 cêntimos e as restantes acima dos 90 cêntimos, por litro. Portugal é um dos cinco países da EU 27 onde o preço do leite ainda não caiu.

O preço do leite tem vindo a subir consecutivamente e mais do que duplicou em ano e meio e Portugal é um dos cinco países da EU 27 onde os valores ainda não caíram.

Segundo o Jornal de Notícias, as marcas brancas estão a ser vendidas, agora, a 86 cêntimos e as restantes acima dos 90 cêntimos, por litro.

Esta subida é acompanhada pelo aumento dos valores pagos à produção que subiu dos 29 para os 59 cêntimos. E a margem de lucro quase triplicou mas tanto a indústria como a distribuição garantem não estar a lucrar três vezes mais.

No final do ano passado registou-se uma queda de 4% na produção de leite e menos quase 200 produtores, escreve o JN. Este ano, a queda mantém-se, sendo que em fevereiro, havia menos 300 produtores (menos 8%) e menos cinco milhões de litros de leite entregues (menos 2%), face ao período homólogo.

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Chega chama Medina ao parlamento para explicar apoios

  • Lusa
  • 26 Março 2023

O Chega vai chamar ao parlamento o ministro das Finanças, Fernando Medina, ao abrigo do direito potestativo, para explicar com "extrema urgência" mais pormenores das medidas de combate à inflação.

O Chega vai chamar ao parlamento o ministro das Finanças, Fernando Medina, ao abrigo do direito potestativo, para explicar com “extrema urgência” mais pormenores das medidas de combate à inflação, anunciou hoje o presidente do partido. “Queria anunciar-vos aqui que o Chega tenciona usar o seu direito potestativo para obrigar e forçar Fernando Medina a ir ao parlamento o mais breve possível, com caráter de extrema urgência“, afirmou André Ventura.

Em declarações aos jornalistas à entrada para um jantar do partido no concelho de Câmara de Lobos, na Madeira, Ventura defendeu que Fernando Medina deve indicar que produtos do cabaz alimentar deixarão de ter imposto sobre o valor acrescentado, “que acordo foi feito com a distribuição”, assim como qual “é o conceito de famílias vulneráveis”. “São os que recebem prestações sociais? A classe média fica de fora destes apoios?“, questionou.

André Ventura pretende também saber se o aumento de 1%. nos salários dos funcionários públicos “tem retroativos” e se “as pensões estão de fora”. “Acho que é da elementar justiça que o país conheça e que o país saiba rapidamente que medidas são estas. Se não, o Governo limita-se a fazer grandes conferências de imprensa, muito pomposas, com muita gente e com muitos jornalistas, mas que não servem para nada e que ninguém sente que valham alguma coisa“, defendeu.

Portanto, o repto que eu deixo é que Fernando Medina explique isto rapidamente. Como suspeito que não o vai fazer, o Chega vai obrigá-lo a ir ao parlamento explicar isto, se possível já na próxima semana“, reforçou.

O Governo anunciou na sexta-feira a redução para zero do IVA dos bens alimentares essenciais, o aumento de 1% dos salários da função pública, um apoio mensal de 30 euros às famílias mais pobres e um complemento extraordinário de 15 euros por criança e jovem para os beneficiários do abono de família.

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Produtores agrícolas dispensam entidade reguladora para o setor alimentar

Confederações agrícolas duvidam da necessidade e eficácia de um regulador para o setor agroalimentar. Indústria também recusa “esse tipo de normalização” e prefere “diálogo aberto” com as retalhistas.

A criação de uma entidade reguladora para o setor alimentar está na agenda política há mais de uma década, tendo já sido discutida em campanhas eleitorais e em várias ocasiões no âmbito da Plataforma de Acompanhamento das Relações na Cadeia Alimentar (PARCA), criada em 2011, que ainda esta semana voltou a juntar-se, com os ministros da Economia e da Agricultura a assistirem, para “aprofundar o diálogo” entre os representantes dos setores da produção, transformação e distribuição de produtos agroalimentares.

Ao mesmo tempo que o Governo socialista apresenta um pacote de medidas para enfrentar o aumento de custo de vida, que inclui ajudas de 140 milhões de euros à produção para diminuir os custos e uma descida temporária do IVA num cabaz de produtos básicos, condicionada à “redução efetiva e estabilização dos preços”, um organismo regulador para este setor volta a ser uma hipótese em cima da mesa, a par da reativação de um observatório de preços.

No entanto, as principais confederações agrícolas, ouvidas pelo ECO, levantam dúvidas sobre a necessidade e a eficácia de uma entidade reguladora, como existe, por exemplo, no setor energético ou das telecomunicações. Crítico da “falência, irrelevância política, incompetência e desmembramento” da tutela de Maria do Céu Antunes, presidente da Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP) começa por questionar: “Se o Ministério da Agricultura não funciona, cria-se uma Entidade Reguladora? Se os organismos públicos atuais não funcionam, cria-se outro?”

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Eduardo Oliveira e Sousa, presidente da CAPHenrique Casinhas/ECO

“É uma fuga em frente. Primeiro um observatório de preços. Depois um selo de preço justo. Depois uma entidade reguladora. O que virá a seguir?”, refere Eduardo Oliveira e Sousa. Insistindo que a discussão em torno da criação de uma entidade reguladora do setor agroalimentar, além de exigir como “premissa” que as atuais instituições “não servem”, teria de garantir igualmente que “o seu funcionamento não [iria] contrariar o funcionamento do mercado”.

Se o Ministério da Agricultura não funciona, cria-se uma Entidade Reguladora? Se os organismos públicos atuais não funcionam, cria-se outro? (…) É uma fuga em frente.

Eduardo Oliveira e Sousa

Presidente da CAP

É que, se há problemas ao nível das margens de lucro praticadas pela grande distribuição – e o presidente da CAP reconhece que elas possam existir, pelo facto de “uma pequena quantidade de operadores dominar, em conjunto, à volta de 70% do mercado” –, nesse caso é “a Autoridade da Concorrência [que] pode e deve agir, no âmbito do mandato que lhe está cometido”.

“Consideramos que a criação de uma entidade reguladora, só por si, não terá um contributo relevante a dar, já que estas se limitam a emitir pareceres e recomendações que não têm qualquer consequência de fundo”, concorda a Confederação Nacional da Agricultura (CNA), colocando o “foco essencial” na responsabilidade do Governo e das instituições públicas em “tornar o mercado de bens alimentares mais justo para produtores e consumidores”.

A criação de uma entidade reguladora, só por si, não terá um contributo relevante a dar, já que estas se limitam a emitir pareceres e recomendações que não têm qualquer consequência de fundo.

Confederação Nacional da Agricultura (CNA)

Este organismo que assume a representação dos pequenos e médios produtores, com sede em Coimbra, refere que “as elevadas margens de comercialização praticadas pela grande distribuição, ao mesmo tempo que esmaga as margens nos preços pagos aos produtores” não são um problema novo; apenas se “agudizou” neste contexto de elevada inflação.

No lote de medidas de intervenção no mercado, defendidas pela CNA na reunião desta semana da PARCA, estão a aprovação de uma lei que proíba as vendas com prejuízos ao longo de toda a cadeia produtor-consumidor, a dinamização dos mercados locais, a adoção de uma “estratégia audaz de compras públicas que valorize a produção local e sustentável” e, finalmente, que sejam do conhecimento público as margens e preços praticados ao longo de toda a cadeia relativa aos bens alimentares.

Cooperativas falam em “condições mínimas de concorrência”

Com a inflação a abrandar para 8,2% em fevereiro, mas os preços dos produtos alimentares não transformados a aumentarem pelo terceiro mês consecutivo, fixando-se em 20%, o primeiro-ministro, António Costa, alertou na semana passada, no final da cimeira ibérica, em Lanzarote, que “se em relação aos outros setores tivesse havido a possibilidade de termos um quadro regulatório tão forte como o da energia, seguramente a inflação hoje estaria mais controlada do que aquilo que está”.

Como recorda Pedro Pimentel, diretor-geral da Centromarca, num artigo de opinião recente, a criação de uma entidade reguladora para o setor agroalimentar fazia até parte do programa eleitoral do PSD para as últimas legislativas, disputadas em janeiro de 2022. Nesse documento, o maior partido da oposição, então liderado por Rui Rio, escreveu que essa seria uma forma de “assegurar o respeito por práticas comerciais corretas e um melhor equilíbrio na cadeia de valor, entre a produção e a grande distribuição”.

Pimentel sublinha, porém, que uma entidade desse género não deveria estar só focada no agroalimentar, mas abranger todo o universo dos chamados produtos de grande consumo (FMCG na sigla inglesa), que avalia em 16 mil milhões de euros anuais, e onde se incluem os setores das bebidas, higiene do lar e higiene pessoal. “Um erro cometido vulgarmente passa por julgar que os problemas que existem no setor alimentar são específicos e que diferem e são mais graves do que os que afetam os restantes setores daquele universo, o que, claramente, não é verdade”, completa.

Somos contra os preços fixados por via política, por não ajudar nem a eficiência do mercado do retalho, nem o bom relacionamento da produção com os compradores da distribuição. Porém, é necessária uma regulamentação sobre margens de valor acrescentado, tratamento equitativo dos agentes económicos e práticas comerciais.

Idalino Leão

Presidente da Confagri

Idalino Leão, presidente da Confagri (cooperativas agrícolas), prefere não fechar a porta à ideia, frisando que a necessidade de uma entidade reguladora advém da “inexistência de condições mínimas de concorrência em determinados setores”. Diz-se “contra os preços fixados por via política, por não ajudar nem a eficiência do mercado do retalho, nem o bom relacionamento da produção com os compradores da distribuição”, mas defende mais regulamentação sobre margens de valor acrescentado, tratamento equitativo dos agentes económicos e práticas comerciais”.

Questionado sobre as principais atribuições que poderia ter, responde que, “além da responsabilidade de proceder à elaboração dessa regulamentação, teria poderes de supervisão, sancionatório e de arbitragem”. “Na verdade, não basta ter um código de boas práticas. É preciso ir mais longe e, sobretudo, assegurar que existe uma entidade cuja razão de ser é a garantia de um equilíbrio de base no funcionamento deste mercado”, contextualiza Idalino Leão.

Contactado pelo ECO, o Ministério da Economia respondeu, através de fonte oficial, que não iria “fazer nenhum comentário nesta altura”. Do lado da indústria, Amândio Santos, presidente da PortugalFoods, para quem “neste momento é impossível parar a escalada dos preços alimentares”, sublinha que “não [lhe] parece que o setor procure esse tipo de normalização”, privilegiando antes “um diálogo muito aberto” com as cadeias retalhistas.

Amândio Santos, presidente da PortugalFoods

A Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição (APED), para quem os donos dos supermercados e hipermercados remeteram uma posição, não se mostrou disponível para comentar esta matéria negocial.

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Marcelo, afinal, elogia energia de Costa e explica-se sobre cansaço do Governo

  • Lusa e ECO
  • 26 Março 2023

O Presidente da República elogiou a energia do primeiro-ministro, António Costa, e justificou por que falou em cansaço do Governo, considerando que partilha algum desse "desgaste inevitável".

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, elogiou a energia do primeiro-ministro, António Costa, e justificou por que falou em cansaço do Governo, considerando que partilha algum desse “desgaste inevitável“. O chefe de Estado falava com António Costa ao seu lado, numa conferência de imprensa conjunta quando estavam prestes a terminar os trabalhos da 28.ª Cimeira Ibero-Americana, em Santo Domingo, na República Dominicana, em que participaram juntos.

Questionado se vê António Costa cansado, a propósito da sua análise de que a atual governação do PS começou já com uma “maioria cansada”, Marcelo Rebelo de Sousa respondeu: “O senhor primeiro-ministro tem uma energia que está à prova, como veem. Portanto, pessoalmente não dá nenhum sinal de estar cansado“. E acrescenta: “O que eu disse, eu estava a enumerar as razões pelas quais foi um ano muito complicado”, explicou, referindo que “preocupações de política externa” no seu entender adiaram “respostas a temas de política interna“.

Segundo o Presidente da República, “é evidente que a liderança e peças fundamentais do Governo tinham suportado situações, que aliás hoje aqui foram referidas como patológicas, como foi a pandemia e como foi o período que antecedeu a guerra e, quer num caso quer noutro, com crises económica e financeira e repercussões sociais que foram evidentes“.

Isto “embora o Governo fosse substancialmente diferente — o senhor primeiro-ministro depois disse que tinha havido mudanças no Governo, e um Governo vai vivendo, e depois há mudanças subsequentes à posse do Governo para se ajustar à realidade”, observou. Além disso, apontou, no plano interno, “o fim do processo de défice excessivo” e “o saneamento e consolidação do sistema bancário“.

Em resultado destes fatores, o terceiro Governo chefiado por António Costa, que assumiu funções há um ano, não se compara a “uma maioria fresca no sentido de acabada de eleger“, sem “ter enfrentado antes não sei quantos problemas com o custo, o cansaço no sentido do desgaste inevitável que isso tem“, sustentou. “Mas que tem no Governo e tem no Presidente. O Presidente também, à sua maneira, não sendo executivo não se desgasta da mesma maneira”, acrescentou.

Marcelo Rebelo de Sousa concluiu a explicação sobre as suas palavras em entrevista à RTP há cerca de duas semanas declarando: “Eu limitei-me a fazer essa análise das circunstâncias”. O primeiro-ministro, António Costa, comentou então: “Em suma, saímos muito reconfortados”.

A seguir, o Presidente da República foi ainda instado a esclarecer se considera ou não que a maioria do PS está cansada, e respondeu realçando a intensidade de quem exerce funções governativas.

Como exemplo, contou que no jantar oficial da cimeira, na sexta-feira, esteve com António Costa “a passar em revista o que entretanto havia da política portuguesa interna no intervalo das últimas 48 horas ou 72 horas”.

Marcelo Rebelo de Sousa deu ainda nota de “duas características” que distinguem o relacionamento entre os dois: “Uma é que não há papéis nas audiências e nas reuniões de trabalho com o senhor primeiro-ministro“. “Não há nem convocatória, nem ata, nem registo magnético, nem eletrónico. A segunda questão é a de que a reunião é uma vez por semana. Mas pensam que os factos esperam pela quinta-feira? Não esperam“, disse.

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Relações abaladas com Marcelo? “De forma alguma”, garante Costa

  • Lusa
  • 26 Março 2023

O primeiro-ministro garante que as divergências sobre política interna não abalaram "de forma alguma" as relações com o Presidente da República.

O primeiro-ministro garantiu que as divergências sobre política interna não abalaram “de forma alguma” as relações com o Presidente da República e considerou até que não terá havido relações “tão escorreitas” nos últimos 50 anos. António Costa falava em conferência de imprensa conjunta Marcelo Rebelo de Sousa, durante a 28.ª Cimeira Ibero-Americana, em Santo Domingo, na República Dominicana, que estava nesse momento quase a terminar os seus trabalhos.

Questionado sobre as relações com o chefe de Estado, o primeiro-ministro respondeu: “Se mesmo quando não temos pontos de vista coincidentes na política interna a relação pessoal é boa, em matéria de política externa onde as posições são absolutamente coincidentes a relação só podia ser melhor ainda“. E interrogado depois se a posição do Presidente sobre o pacote de medidas do Governo para a habitação não abalou as relações entre os dois, António Costa declarou: “Eu só posso falar por mim: não abalou de forma alguma“.

Em seguida, o primeiro-ministro referiu que Portugal tem “um sistema político onde o Presidente da República é eleito diretamente pelos cidadãos, representa o conjunto dos cidadãos portugueses e, portanto, tem uma função política própria“, enquanto “o Governo resulta daquilo que são os resultados eleitorais para a Assembleia da República, responde politicamente perante a Assembleia da República e segue o seu Programa do Governo“.

António Costa enquadrou as “divergências políticas sobre casos concretos” como algo “absolutamente normal” que “tem a ver com as funções próprias de cada um” e concluiu que, “portanto, não há nenhuma anormalidade”.

Agora, nós não temos nem um regime presidencialista onde quem governa é o Presidente da República, nem temos um regime parlamentar onde o Presidente da República não tem uma intervenção política“, realçou.

“Temos um sistema sofisticado, é verdade, mas que tem funcionado bem ao longo dos anos e, passe a imodéstia — creio que o senhor Presidente da República poderá subscrever a mesma imodéstia — eu creio que nestes quase 50 anos de democracia não deverá ter havido algum momento onde as relações entre Governo e Presidente da República tão fluidas, tão escorreitas, tão normais, eu diria até com progressiva amizade“, acrescentou.

António Costa lembrou que tem com o Presidente da República “uma relação muito anterior” às funções que agora exercem e que os dois se conhecem desde que foi aluno de Marcelo Rebelo de Sousa na Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa.

“Ao longo da vida tivemos vários momentos de convívio, tivemos também alguns momentos de confronto quando o atual Presidente da República era líder da oposição e eu era ministro dos Assuntos Parlamentares”, mencionou. Segundo o primeiro-ministro, “nunca essas circunstâncias afetaram as relações pessoais“.

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MotoGP gera impacto económico de 40 milhões no Algarve

Os presidentes da Câmara Municipal de Portimão e da Região de Turismo do Algarve calculam em 40 milhões de euros o impacto económico gerado pelo evento mundial MotaGP na região algarvia.

O Grande Prémio de Portugal de MotoGP, que decorre este fim de semana no Autódromo Internacional do Algarve, deverá gerar um impacto económico, na região, superior a 40 milhões de euros, a julgar pela elevada procura por dormidas, calculam ao ECO os presidentes da Câmara Municipal de Portimão e da Região de Turismo do Algarve, Isilda Gomes e João Fernandes, respetivamente. Posicionar a região no mapa internacional é outro dos feitos desta iniciativa que atrai 150 mil pessoas à região.

Apesar de esta competição ocorrer no interior algarvio e antes da Páscoa — época de enchente de turistas no Algarve –, acaba por atrair uma elevada afluência de aficionados pelo motociclismo de velocidade. Das 150 mil pessoas esperadas na região, “mais de 70 mil serão espetadores no Autódromo”, calcula o presidente da Região de Turismo do Algarve. João Fernandes estima, por isso, um “retorno económico de 40 milhões de euros de consumo direto na região”, distribuído entre os gastos em “alojamento, deslocações, alimentação, bilhete do MotaGP e consumos no comércio da região”.

A autarca socialista realça, por sua vez, que este elevado consumo ocorre não só em Portimão, como também nas regiões limítrofes situadas entre Vilamoura e Sagres. Para Isilda Gomes, “mesmo em época baixa, este é um fim de semana em cheio, porque esgota a capacidade hoteleira não só em Portimão como também nos concelhos limítrofes”, adiantando que “é dos eventos mais divulgados a nível mundial e com maior número de assistência”.

Mesmo em época baixa, este é um fim de semana em cheio, porque esgota a capacidade hoteleira não só em Portimão como também nos concelhos limítrofes.

Isilda Gomes

Presidente da Câmara Municipal de Portimão

Esta competição de motociclismo de velocidade acarreta, por isso, grande importância e “tem um valor incalculável” para Portimão pelo facto de “projetar este concelho, que é turístico por excelência, em todo o mundo”, frisa a autarca socialista. Além de “gerar uma antecipação da época alta” de tal forma que está quase esgotada a capacidade hoteleira das zonas limítrofes do Autódromo Internacional do Algarve, numa área geográfica desde Sagres a Vilamoura, destaca, por seu turno, João Fernandes.

Temos uma expectativa de uma ocupação turística com taxas elevadas entre Vila Moura e Sagres, estando montados todos os ingredientes para ser um evento com um grande impacto na notoriedade de um destino que é a região algarvia”, nota o presidente da Região de Turismo do Algarve. Entre os mercados com maior afluência estão Espanha, França, Itália, Reino Unido e Alemanha.

Os atores económicos da região algarvia estão, por isso, satisfeitos com a elevada afluência dos adeptos de corridas de motos que contribuem para um fecho em alta da época baixa do turismo.

Temos uma expectativa de uma ocupação turística com taxas elevadas entre Vila Moura e Sagres, estando montados todos os ingredientes para ser um evento com um grande impacto na notoriedade de um destino que é a região algarvia.

João Fernandes

Presidente da Região de Turismo do Algarve

O interesse por esta iniciativa aumenta de tom, mais ainda porque “é a primeira prova do calendário deste ano de MotoGT que tem um formato mais dinâmico e tem uma motivação adicional que é o português Miguel Oliveira“, realça João Fernandes.

Para o responsável pela Região de Turismo do Algarve, esta “modalidade está em crescendo em termos de exposição mediática e vem reforçar, a nível internacional, um autódromo que tem uma pista com uma particularidade especial — a chamada montanha-russa que provoca grandes emoções a quem vê e quem conduz nela”. Além do impacto económico, é de notar também o retorno mediático com “as transmissões televisivas que chegam a mais de 400 milhões de lares em todo o mundo, com mais de 30 mil horas de transmissão televisivas“, frisa.

Durante uma conferência de imprensa, esta semana, Paulo Pinheiro, administrador do Autódromo Internacional do Algarve, considerou ser uma “responsabilidade” o facto de, pela primeira vez desde 2006, o Campeonato do Mundo começar na Europa, neste caso em Portugal. “Para este ano temos cerca de 50 autocarros a fazer os transfers de Portimão e de Lagos para o circuito, além dos autocarros que fazem a distribuição do público à volta das bancadas para facilitar também o processo de ingresso na bancada”, adiantou.

O MotoGP é considerado a categoria rainha do Mundial de motociclismo de velocidade, cujo campeonato de 2023 arranca em Portugal, este fim de semana, terminando em 26 de novembro, em Valência.

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📹 Conheça as novas medidas do Governo para os professores

Últimos meses têm sido marcados por reuniões entre o Ministério da Educação e os sindicatos dos professores. Dos concursos à isenção das vagas de acesso aos 5,º e 7º escalões, conheça as medidas.

Os últimos meses têm sido marcados por sucessivas reuniões entre o Ministério da Educação e os sindicatos dos professores. O Governo definiu como prioridade a revisão do modelo de recrutamento e colocação dos professores, que já foi aprovado ainda que sem a “bênção” dos sindicatos.

Além disso, estão a ser discutidas outras matérias, nomeadamente sobre as vagas de acesso ao 5.º e 7.º escalões da carreira. Saiba o que está fechado e até onde o Executivo propõe ir.

http://videos.sapo.pt/AN4dU7DCGJZFUN2HiY7F

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Itália pede à Comissão Europeia permissão para biocombustíveis a partir de 2035

  • Lusa
  • 25 Março 2023

Ministro italiano dos Transportes, Matteo Salvini, pede uso de biocombustíveis para "não dar um grande presente à China" e para "proteger empregos e atividade produtiva".

O Governo italiano pediu hoje à Comissão Europeia que admita que, na legislação que proíbe a venda de automóveis emissores de CO2 a partir de 2035, seja permitida a utilização de biocombustíveis a partir desse ano.

“O Governo está determinado em continuar no caminho do bom senso, para proteger os empregos e a atividade produtiva e, para não dar um grande presente à China, a Europa também deve abrir-se aos biocombustíveis”, defendeu o ministro italiano dos Transportes, Matteo Salvini, num comunicado.

O ministro italiano, juntamente com o seu homólogo alemão, liderou a recusa em aceitar a primeira versão da norma elaborada pela Comissão Europeia.

No entanto, hoje a Comissão anunciou ter chegado a um acordo para que a Alemanha levante o veto de última hora à legislação já negociada e acordada, para que a partir de 2035 só possam ser vendidos na União Europeia automóveis que não emitam CO2.

“Chegámos a um acordo com a Alemanha sobre o futuro uso de combustíveis elétricos em automóveis”, anunciou, numa mensagem na rede social Twitter, Frans Timmermans, vice-presidente executivo da Comissão Europeia e responsável pelo Pacto Verde Europeu.

Na sexta-feira, o chanceler alemão, Olaf Scholz, já tinha dito que Berlim e Bruxelas deveriam chegar a um acordo que incluísse o uso de combustíveis sintéticos ou eletrocombustíveis (‘e-fuels’) para lá de 2035.

“Sei que o jornalismo também faz parte da indústria do entretenimento e parece uma brincadeira que concordemos, mas vai acontecer”, prometeu, em tom de brincadeira, o líder alemão, durante uma conferência de imprensa após a cimeira europeia realizada em Bruxelas.

Também na sexta-feira, um porta-voz do Governo alemão tinha confirmado em Berlim o envio a Bruxelas de uma proposta com “uma solução juridicamente segura” em relação aos combustíveis sintéticos, acrescentando que as autoridades alemãs estavam a analisar a posição da Comissão Europeia.

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Pizarro afasta descida do IVA nos medicamentos

  • ECO
  • 25 Março 2023

Ministro da Saúde diz que a redução do IVA nos fármacos não é uma medida "prioritária" porque não houve subida nos preços dos medicamentos.

O ministro da Saúde afasta, para já, a descida do IVA nos medicamentos, alegando que não houve inflação no preço dos fármacos.

Em declarações à Renascença, Manuel Pizarro diz que essa é uma medida que tem de estar “permanentemente” sob a “reflexão” do Governo. Mas, acrescenta o governante, “não parece que seja prioritário alterar o IVA nos medicamentos”, em reação às críticas lançadas pela Associação de Aposentados, Pensionistas e Reformados (APRE).

Manuel Pizarro alega que “não houve inflação no preço dos medicamentos” porque há “um conjunto de medidas que garantem que não há agravamento do preço”, acrescentando que “não se pode esquecer de que se trata de um domínio em que o Estado já protege as famílias, com uma enorme comparticipação no custo dos medicamentos que são vendidos nas farmácias”.

A presidente da APRE, Maria do Rosário Gama, salientou que nas medidas de apoio anunciadas pelo Governo, não foram “referidas as pessoas reformadas” lamentando que não se tenha optado pela “redução de IVA de medicamentos”.

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Zurich Portugal revela setores, ramos e canais que vai atacar

  • ECO Seguros
  • 25 Março 2023

Estrangeiros e PME são os grandes segmentos que o grupo suíço vai intensificar comercialmente este ano. Também ficará decidido em 2023 o canal bancário ou de retalho para reforçar a distribuição.

A Zurich Portugal vai privilegiar os setores do turismo, hotelaria, comércio de retalho e concessionárias de automóveis na sua estratégia comercial para este ano, revelou Helene Westerlind, CEO do grupo, em declarações ao jornal Expresso. A CEO da companhia suíça, para além desta procura pelo mercado das PME, falou ainda de oferecer “soluções para estrangeiros que se instalam em Portugal e precisam de uma abordagem transversal”.

Em relação aos ramos, o foco comercial, segundo disse Westerlind, vai incidir mais sobre as áreas de responsabilidade civil, propriedade, acidentes pessoais e saúde.

A companhia, que tem na mediação o seu principal canal de distribuição, também poderá “avançar com parcerias no canal bancário mas também no retalho”, afirmou Helene Westerlind acrescentando que a Zurich ainda está a testar o caminho a escolher, mas assegurando uma decisão a este respeito ainda este ano.

A Zurich em Portugal opera em Portugal através de Zurich Vida, uma seguradora de direito nacional que foi a 5ª maior do ramo em 2022 com 4,2% de quota e tem presença forte em produtos PPR ligados a fundos de investimento. Nos ramos Não Vida subscreve riscos através da companhia irlandesa Zurich Insurance PLC e tem 5,6% de quota de mercado neste segmento, com 9,5% de posição no ramo automóvel em que fatura, em partes quase iguais, seguros obrigatórios de responsabilidade e facultativos de danos próprios.

No conjunto, o grupo Zurich foi o 6º maior em Portugal em 2022 com 590 milhões de euros de prémios emitidos a que corresponde 4,8% de quota do mercado total.

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