Costa pede para acelerar aprovação da “Agenda para o Trabalho Digno”
Líder do PS estabeleceu como como prioridades a conclusão das negociações sobre o regime de dedicação plena dos médicos e a vigência de um modelo que reforce a vinculação dos professores.
O secretário-geral do PS pediu neste sábado à bancada socialista que acelere no parlamento a aprovação final do diploma relativo à “Agenda do Trabalho Digno”, considerando este passo essencial para a execução do acordo de concertação social.
Esta posição foi transmitida por António Costa na sua intervenção de abertura na reunião da Comissão Nacional do PS, que decorre em Coimbra e na qual está presente o presidente do Grupo Parlamentar socialista, Eurico Brilhante Dias.
“O primeiro dos grandes desafios que temos para os próximos meses é a aprovação definitiva na Assembleia da República da [proposta de lei] Agenda para o Trabalho Digno”, declarou o primeiro-ministro.
De acordo com António Costa, o acordo de médio prazo que o Governo assinou em sede de concertação social “só terá execução efetiva se, com esta agenda, desbloquear-se e valorizar-se a negociação coletiva, reforçando a capacidade das estruturas sindicais”.
Um reforço da capacidade traduzida “nos acordos coletivos e nos acordos de empresa” em relação às metas fixadas no acordo de concertação social subscrito pela UGT e confederações patronais.
“Por isso, o apelo que faço novamente ao Grupo Parlamentar do PS é que coloque toda a sua energia na aprovação tão rápida quanto possível da Agenda do Trabalho Digno para fortalecermos a negociação coletiva, para se assegurar uma maior equilíbrio entre a vida profissional, familiar e pessoal, e para combater a precariedade (em particular a dos jovens)”, reforçou.
Médicos e professores como prioridades
O secretário-geral do PS também colocou prioridades a conclusão das negociações sobre o regime de dedicação plena dos médicos, e a vigência de um modelo que reforce a vinculação e combata a precariedade dos professores.
Num dia em que milhares de professores de todo o país estão concentrados em Lisboa, numa manifestação “em defesa da escola pública e contra as propostas de alteração dos concursos”, o líder do executivo começou por considerar “uma óbvia fantasia” a ideia de que, na sequência do processo de descentralização, “haveria uma transferência de competências” em matéria de pessoal docente no que respeita à contratação ou à gestão em termos de funcionamento.
“Mas temos de olhar seriamente para a forma como muitos dos professores exercem a sua atividade desde há muitos anos. Por isso, no programa do Governo está previsto um novo modelo de vinculação. Abrimos negociações nesse sentido, as negociações prosseguem para a semana e temos três objetivos principais nessas negociações, tendo em vista um acordo” com os diferentes sindicatos, disse.
Em primeiro lugar, segundo o primeiro-ministro, impõe-se “reduzir a dimensão dos quadros de zona pedagógica para que nenhum professor se tenha de deslocar extensões tão grandes – e, por isso, a dimensão desses quadros de zona pedagógica não pode ser superior à das comunidades intermunicipais”.
“Queremos acabar com algo que se arrasta há décadas, em que o professor tem de andar com a casa às costas até ficar definitivamente vinculado. Temos de adotar um regime que é normal em todas as carreiras: não pode haver concursos obrigatórios de cinco em cinco anos. As pessoas estão colocadas no seu posto de trabalho e só saem de lá se desejarem e quando houver vaga em outro lugar para ir”, contrapôs.
Segundo António Costa, se este é o modelo em todas as carreiras da administração pública, “não há nenhuma razão para que não seja assim nas escolas”.
“A única forma que temos de dar estabilidade à carreira docente, de reforçar a integração de cada docente na comunidade educativa, é tão cedo quanto possível ficar na escola onde deseja prosseguir. Muitos professores, se souberem que o local para onde forem deslocados e onde gostaram de ficar pode passar a ser a sua nova casa, então fixarão aí a sua residência”, declarou.
Já no plano da saúde, o primeiro-ministro defendeu que estão a ser executadas as reformas inerentes ao novo estatuto do Serviço Nacional de Saúde (SNS), designadamente com o reforço da autonomia dos hospitais na contratação de especialistas, “de forma a evitar a burocracia dos grandes concursos nacionais e dar mais pronta resposta às necessidades de recrutamento de pessoal”.
“Os próximos passos que temos de dar passam pela negociação para a criação do regime de dedicação plena para os médicos, tendo em vista tornar a carreira no SNS mais atrativa para os médicos que o país forma”, acrescentou.
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