Preço do pão subiu 14% em 2022 e não foi o produto que ficou mais caro
A taxa média de inflação ficou nos 7,8% em 2022, e apenas meia dúzia de bens e serviços não tiveram uma subida de preços. Só em 2007 e 2008 se registaram tão poucos produtos a baixarem de preço.
A taxa de inflação média alcançou em 2022 o valor mais elevado dos últimos 30 anos. De acordo com dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), o índice de preços no consumidor foi de 7,8% no ano passado e a taxa de inflação homóloga em dezembro abrandou para 9,6%.
A maioria dos bens e serviços não escapou a uma subida dos preços no ano passado. Destaque, por exemplo, para o preço do pão e dos cereais que aumentou, em média, 14% entre 2021 e 2022. Nas duas décadas anos anteriores, desde que o euro entrou em circulação (1 de janeiro de 2002), o preço do pão subiu, em média, 1,8% por ano, cerca de oito vezes menos que a subida registada em 2022.
Mas o pão e os cereais estão longe de terem sido os bens mais penalizados pela escalada da inflação no ano passado. O preço dos combustíveis líquidos para aquecimento (como o gasóleo utilizado para aquecimento industrial, comercial e doméstico) registou um aumento médio de 42% face a 2021.
Fortemente penalizado pela crise energética ao longo do último ano, os consumidores sentiram bem na carteira a subida do preço do gás, que de acordo com dados do INE registou um aumento médio de 39% em 2022 e uma subida homóloga de 70% em dezembro de 2022 face a dezembro de 2021. Nos dez anos anteriores, o preço do gás tinha-se mantido praticamente inalterado, registando um ligeiro aumento de, em média, 0,12% por ano
Cabaz dos produtos que mais aumentou em 2022
Um terço dos 15 produtos que maiores aumentos de preço registaram no ano passado são bens alimentares. No entanto, são os bens energéticos que mais subiram em 2022.
No ano que passou, o orçamento de muitas famílias foi todos os meses estrangulado com a subida contínua dos preços. O preço do óleo aumentou mais de 32%, a eletricidade 22%, a carne 15%, os laticínios e os produtos hortícolas 14%, e o peixe 11%. Foram muito poucos os bens e serviços que escaparam à onda inflacionista de 2022.
Entre as quase 150 categorias de bens e serviços que o INE acompanha para a calcular a inflação, apenas 12% tiveram um decréscimo de preços. Na sua maioria foram bens e serviços ligados ao setor da saúde, onde os preços registaram uma correção média de 1,36%.
Há muitos anos que não se registava tão poucos produtos com baixas de preços. Em 2021, cerca de um terço do cabaz de bens e serviços do INE teve uma correção dos preços; e nos cinco anos antes (entre 2017 e 2021) essa percentagem subiu até aos 39%.
É preciso recuar até 2007 e 2008, anos da crise financeira, para se observar um número próximo do registado em 2022: nesses anos, apenas 14% dos bens e serviços tiveram uma baixa de preço face ao ano anterior.
Cabaz dos produtos que ficaram mais baratos em 2022
Apenas 12% dos quase 150 produtos analisados pelo INE ficaram mais baratos face a 2021 e, na sua maioria, foram bens e serviços associados ao setor da saúde.
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Preço do pão subiu 14% em 2022 e não foi o produto que ficou mais caro
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