Turquia adia indefinidamente reunião sobre adesão de Suécia e Finlândia à NATO
A Finlândia admitiu pela primeira vez considerar a possibilidade de uma candidatura isolada, já que a Turquia não tem colocado objeções às pretensões de Helsínquia.
A Turquia adiou indefinidamente uma reunião agendada para o início de fevereiro com a Suécia e a Finlândia sobre o processo de adesão dos dois países nórdicos à NATO, noticiaram esta terça-feira os ‘media’ turcos. A candidatura sueca – que está bloqueada desde maio por Ancara – ficou este fim de semana num impasse, após várias manifestações anti-turcas em Estocolmo, onde uma cópia do Alcorão foi queimada.
Citando fontes diplomáticas, ‘media’ turcos deram conta de que ficou suspensa a reunião do comité permanente com representantes turcos, suecos e finlandeses, que estava marcada para os primeiros dias de fevereiro, atrasando indefinidamente a análise das condições de adesão dos dois países nórdicos à Aliança Atlântica.
A Turquia já tinha cancelado uma visita anunciada do ministro da Defesa sueco, que visava tentar superar as objeções de Ancara à candidatura de Estocolmo. Na segunda-feira, o Presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, afirmou que a Suécia deixava de poder contar com o apoio de Ancara para a adesão à NATO, invocando a autorização de Estocolmo a manifestações anti-turcas.
Perante este cenário, já esta terça, a Finlândia admitiu pela primeira vez considerar a possibilidade de uma candidatura isolada, já que a Turquia não tem colocado objeções às pretensões de Helsínquia. A Turquia acusa ainda a Suécia de acolher militantes curdos e simpatizantes que descreve como “terroristas”, em particular os do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK).
Até à data, 28 dos 30 Estados membros da Aliança Atlântica ratificaram a adesão dos dois países nórdicos, que deve ser aprovada por unanimidade. Além da Turquia, apenas a Hungria – que afirma não querer bloquear as intenções dos dois países nórdicos – ainda não deu o seu aval final.
Para a Turquia, qualquer progresso possível depende de medidas da Suécia para extraditar pessoas acusadas de terrorismo ou de participação na tentativa do golpe de Estado de 2016 contra Erdogan.
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