Há uma portuguesa entre as startups vencedoras do “Awake Tourism Challenge”

A Noytrall é a única portuguesa que figura entre as 15 startups premiadas pela Organização Mundial do Turismo.

A Organização Mundial do Turismo (OMT) acaba de anunciar os grandes vencedores do “Awake Tourism Challenge”, que pretende identificar as startup que estão a remodelar o setor do turismo a nível global. Entre as 15 premiadas — que, agora, vão contar com um de período de incubação de três meses no Spark Crans-Montana, o centro de inovação da Les Roches Global Hospitality Education, que se associou a este concurso — está uma portuguesa: a Noytrall.

Coastruction (Holanda), SmArt Tourism and Hospitality Consulting (Panamá), Quantum Temple (EUA), Socialbnb (Alemanha), Instituto de Accesibilidad (Espanha), Kamatjona (Namíbia), Baahdy & Birdy (Noruega), WeavAir (Singapura), r3charge (Alemanha), Impact Innovations Institute (Arménia), NomadHer (Coreia do Sul), Murmuration (França), Evelity by Okeenea Digital (França) e Accessible Qatar (Qatar) completam a lista das startups vencedoras.

“As startups do turismo têm o poder e a agilidade para transformar o setor em conformidade com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. Os vencedores do ‘Awake Tourism Challenge’ da OMT têm todos o potencial para ajudar a construir um setor mais inclusivo e resiliente e esperamos apoiá-los à medida que crescem em tamanho e influência”, afirma o secretário-geral da OMT, Zurab Pololikashvili, citado em comunicado.

Os participantes foram avaliados com base na forma como estão a contribuir para o desenvolvimento de um setor turístico, resiliente e sustentável, com enfoque em seis temas centrais: envolvimento das comunidade locais, economias verde e azul, criação de capital ecológico e sustentável, tourism tech for good, educação turística e empoderamento das mulheres.

Aos vencedores será, agora, oferecido um período de incubação de três meses no Spark Crans-Montana, onde participarão em mentorias, atividades de networking e terão acesso a um laboratório de realidade virtual, digital studio e a um espaço de co-work. Além disso, os premiados receberão bolsas de estudo para a Academia Online de Turismo da OMT, serão incluídos no catálogo de inovadores de topo da mesma organização e serão apresentados numa campanha de comunicação global para dar a conhecer cada um dos vencedores.

“Estamos muito entusiasmados por acolher as novas empresas vencedoras nos nossos campus; apoiar e alimentar os seus talentos para que possam transformar as suas ideias e criatividade em serviços e produtos concretos que terão impacto na forma como todos nós vivemos e viajamos de forma sustentável”, afirma Carlos Díez de la Lastra, chief executive officer da Les Roches.

O concurso, que já vai na sua segunda edição, atraiu mais de 2.000 participantes de 120 países de todo o mundo. O maior número de participantes foi da Europa, das Américas e de África, seguido da Ásia e do Pacífico e do Médio Oriente.

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Plano nacional de emergência para sismos “é atualizado e testado de dois em dois anos”, garante ministro

O ministro da Administração Interna garante que há um plano nacional para emergências da proteção civil mas alerta que as autarquias também devem ter planos municipais de emergência integrados.

Na sequência dos sismos na Turquia e Síria levantaram-se preocupações sobre a prontidão de Portugal face a um acontecimento semelhante. O ministro da Administração Interna assegura que Portugal tem o seu plano nacional de emergência de proteção civil, que é “atualizado e testado de dois em dois anos quer para a Área Metropolitana de Lisboa, quer para o Algarve” e para as regiões autónomas, que “têm mecanismos próprios”. Autarquias também devem ter planos municipais, alerta José Luís Carneiro.

Este plano tem uma vertente preventiva “de acordo com as orientações e práticas que têm vindo a ser desenvolvidas e testadas no quadro europeu e da ONU”, explica o ministro em entrevista à RTP3, sendo que há também “um pacto das nações relativamente à capacitação dos territórios para catástrofes naturais e riscos, nomeadamente tremores de terra e tsunamis”.

Existem atualizações e testes de dois em dois anos, aponta José Luís Carneiro. Estão envolvidas no plano várias equipas, nomeadamente “todas as forças e serviços de proteção civil, onde estão as forças de segurança e serviços de saúde, transportes e mobilidade tendo em vista a evacuação”. O ministro deixa também o alerta de que, “para além do plano preventivo de emergência de proteção civil, as autarquias devem também ter planos municipais de emergência integrados com as sub-regiões, com as regiões e Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC)”.

José Luís Carneiro salienta também que “todos os anos a Proteção Civil desenvolve testes nas escolas nacionais, para os adolescentes entre os 13 e 16 anos, no programa “Terra treme”, e depois há medidas de preparação, por exemplo, o plano de alerta estabelecido para Lisboa e Algarve”.

O ministro admite que as “catástrofes têm sempre dimensões que não cabem nas previsões”, mas reitera que existem planos e “mecanismos de evacuação das populações por via marítima e transporte ferroviário”.

Já quanto ao envio de meios para outros países, José Luís Carneiro adianta que para o Chile, que sofreu incêndios florestais, há um “plano que prevê 141 elementos da força especial da ANPC, do ICNF, dos bombeiros voluntários, da GNR e do INEM”, que depende da aceitação do apoio por parte do país. Já para a Turquia e Síria está em curso a coordenação da resposta, que dependerá da definição dos meios necessários. “Portugal tem capacidades que podem e têm vindo a dar contributo importante para sistema de proteção civil europeu“, assegura.

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Caso EDP: Defesa de Pinho critica fixação de prazo de instrução pelo juiz Carlos Alexandre

  • Lusa
  • 6 Fevereiro 2023

A defesa de Manuel Pinho contestou o prazo limite fixado para esta segunda-feira pelo juiz Carlos Alexandre para apresentar o requerimento de abertura de instrução em relação ao caso EDP.

A defesa do ex-ministro da Economia Manuel Pinho contestou o prazo limite fixado para esta segunda-feira pelo juiz Carlos Alexandre para apresentar o requerimento de abertura de instrução (RAI) em relação ao caso EDP.

Segundo o requerimento enviado ao juiz do Tribunal Central de Instrução Criminal (TCIC), o advogado Ricardo Sá Fernandes realçou que “o prazo para o ato processual se conta a partir da notificação efetuada em último lugar”, lembrando que a notificação da acusação do Ministério Público (MP) foi efetuada por carta registada no passado dia 16 de dezembro, mas apenas ocorreu nos dias 19 e 28 desse mês para os mandatários dos outros dois arguidos: Alexandra Pinho e Ricardo Salgado, respetivamente.

Como a notificação ao advogado Francisco Proença de Carvalho, que representa o ex-presidente do BES, só teve lugar em 28 de dezembro e se considera efetuada em 2 de janeiro, o requerimento defende que “o prazo para os arguidos requererem a abertura da instrução termina em 21-02-2023”.

“A partir do momento em que a lei estabelece que qualquer arguido beneficia do prazo da última notificação efetuada na pessoa de qualquer um dos coarguidos ou dos seus advogados, esse prazo é estabelecido a favor de todos os arguidos. Qualquer outro entendimento violaria os princípios da proteção da confiança, da lealdade processual e da legalidade“, pode ler-se no requerimento a que a Lusa teve acesso.

Em causa está um despacho do juiz Carlos Alexandre, que tinha fixado 6 de fevereiro como último dia para apresentar o RAI, podendo ir — com multa de três dias — até ao dia 9 deste mês. A instrução é uma fase processual facultativa que pode ser pedida por arguidos ou assistentes e que termina com decisão que determina se o caso vai ou não a julgamento.

A defesa do antigo governante lembra ainda o eventual reconhecimento do Carnaval como feriado ou dia de tolerância de ponto para vincar que o prazo se transfere então para dia 23, o que, com o acréscimo de multa de três dias, pode estender a apresentação do RAI até 24 ou 27 de fevereiro. E será apenas nestas datas que Ricardo Sá Fernandes irá apresentar o RAI, lembrando ainda o recurso pendente para a prorrogação do prazo.

O requerimento deixou críticas a Carlos Alexandre por fixar o prazo desta segunda-feira, considerando que o juiz “estará a emitir a sua opinião pessoal sobre o assunto” e que esta “assenta em pressupostos erróneos, estando, por isso, errada”, alegando falta de jurisdição para tal e que essa decisão é “gozar com quem trabalha”.

“A apreciação da tempestividade do requerimento de abertura de instrução é da jurisdição do juiz que vier a ser designado para presidir à instrução. Não tem V. Exa. jurisdição para decidir acerca da tempestividade de um requerimento de abertura de instrução”, lê-se no requerimento.

O antigo ministro da Economia (entre 2005 e 2009) foi acusado neste caso de um crime de corrupção passiva para ato ilícito, outro de corrupção passiva, um crime de branqueamento de capitais e um crime de fraude fiscal.

Foram ainda acusados neste processo a mulher do ex-ministro, Alexandra Pinho, em concurso efetivo e coautoria material com o marido de um crime de branqueamento de capitais e outro de fraude fiscal, e o antigo presidente do BES, Ricardo Salgado, por um crime de corrupção ativa para ato ilícito, um crime de corrupção ativa e outro de branqueamento de capitais.

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Fábrica de solas Siaco encerrou “de surpresa” e deixa mais de 100 pessoas sem emprego

  • Lusa
  • 6 Fevereiro 2023

Fábrica de calçado fecha sem deixar documentação de desemprego a mais de 100 trabalhadores. Diretora do sindicato desconhece motivo do encerramento, já que “nunca faltaram encomendas”.

A fábrica Siaco, que produzia solas e outros componentes para calçado em São João da Madeira, encerrou esta segunda-feira portas “de surpresa” e sem deixar a documentação de desemprego aos seus mais de 100 trabalhadores, diz o respetivo sindicato.

Segundo revela à Lusa a diretora da delegação distrital de Aveiro do Sindicato Nacional dos Profissionais da Indústria e Comércio do Calçado, Malas e Afins (SNPIC), a empresa em causa tinha mandado os funcionários para casa a semana passada, para usufruto de férias devido à falta de encomendas nesse período, mas só falou do futuro encerramento a “alguns trabalhadores”, nomeadamente “aos poucos que tiveram que ir à fábrica” na passada sexta-feira.

É por isso que Fernanda Moreira afirma: “As pessoas foram apanhadas de surpresa hoje de manhã. Já era habitual a fábrica todos os anos mandar os trabalhadores para casa uma semana ou duas, quando não tinha encomendas, mas eles voltaram sempre ao trabalho e, desta vez, como ninguém lhes disse o contrário, pensavam que ia ser igual – até que chegaram aqui e deram com tudo fechado”.

Segundo a mesma dirigente sindical, a administração da empresa terá dito aos funcionários que encontrou na passada sexta-feira que ia pedir a insolvência, mas o sindicato já foi verificar esta manhã e sobre isso ainda “não há nada nas pautas do tribunal”.

Fernanda Moreira receia, portanto, que o pedido de insolvência ainda não tenha dado entrada nos órgãos competentes, o que significa que, “a esperar pelo gestor judicial, os trabalhadores só vão ter os papéis para o despedimento daqui a duas ou três semanas”.

Referindo que a Siaco não tem salários em atraso e deve ao pessoal apenas os primeiros dias do corrente mês de fevereiro, a diretora do SNPIC desconhece quais serão os motivos para o encerramento, já que “nunca faltaram encomendas à fábrica”.

Parte relevante das solas, formas, saltos e palmilhas produzidos na unidade era, aliás, encaminhada “para mercados como Itália, França, China e Eslováquia”, num fluxo que, não tendo diminuído significativamente, mais agrava “a surpresa dos trabalhadores”.

A Lusa tentou ouvir a administração da Siaco, mas essa não esteve contactável.

Segundo o site da marca, essa é “uma das empresas portuguesas da fileira do calçado com maior longevidade e notoriedade, remontando a sua origem ao ano de 1963”.

Correção: Por erro, esta notícia foi originalmente ilustrada com uma fotografia que não correspondia ao teor do artigo. A imagem exibia uma forma para calçado da Jolyforma, que não mantém qualquer ligação com a Siaco. À empresa e aos leitores, o nosso pedido de desculpas.

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“Temos de garantir habitação compatível com os rendimentos”, defende ministra

"É preciso criar um verdadeiro mercado de arrendamento" e "licenciamento tem de ser mais célere", defende presidente da associação que representa os industriais da Construção e Obras Públicas.

A ministra da Habitação, Marina Gonçalves, defende que a habitação tem de ser vista da mesma forma que a saúde e a educação. A governante entende que o Estado deve estar alinhado com os privados para que seja possível proporcionar alojamento a todas as famílias.

“Queremos garantir que as famílias têm condições dignas de habitação, com salubridade e com a compatibilização dos rendimentos. É preciso equilibrar os vários objetivos”, defendeu a ministra na abertura da conferência sobre Habitação e Contratação Pública, organizada pela Associação dos Industriais da Construção Civil e Obras Públicas (AICCOPN), no Porto.

Marina Gonçalves entende também que a habitação “tem de ser olhada como um pilar do Estado Social” e um “direito universal”, como a educação e a saúde. Para concretizar a política pública de habitação é necessária a “articulação entre entidades públicas e privadas”.

“É preciso responder a uma emergência, de criar nova oferta habitacional, de qualidade. É preciso perceber como esta politica é duradoura e que vai para lá deste ciclo de investimento”, salientou a ministra.

O Governo tem marcado para o dia 16 de fevereiro um Conselho de Ministros dedicado ao tema da habitação, conforme anunciou na semana passada o primeiro-ministro, António Costa, em entrevista à RTP.

“Disponibilizar mais solos para a construção de habitação”, criar “um forte incentivo à construção de habitação por parte de privados”, apostar em incentivos para os proprietários colocarem as casas no mercado de arrendamento e apoios para os jovens acederem com mais facilidade ao arrendamento das casas deverão ser algumas das medidas anunciadas, antecipou o líder do Governo na entrevista.

Associação defende “verdadeiro mercado de arrendamento”

Minutos antes, o presidente da AICCOPN, Manuel Reis Campos, defendeu que “é necessária uma nova abordagem nas políticas públicas” e recordou que as novas habitações “não chegam a 2% do parque. Até junho de 2026 têm de estar construídas casas para 26 mil famílias, ao abrigo do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).

As empresas querem construir de forma mais rápida e menos onerosa. Temos 52 mil empresas neste setor”, notou Manuel Reis Campos. O dirigente defendeu que a recuperação do mercado nos próximos anos depende da “eliminação de impostos desnecessários”, como o adicional ao Imposto Municipal sobre Imóveis e a redução do IVA pago na construção.

Reis Campos defendeu ainda que “é preciso criar um verdadeiro mercado de arrendamento” e que o licenciamento para construção de habitações “tem de ser mais célere”. O líder da AICCOPN lamentou ainda o “emaranhado de comunicações e de autorizações”.

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Quanto perde Portugal por não ter um novo aeroporto? Resposta vai estar visível na 2º Circular

Trata-se de uma "réplica do contador que a CTP tem disponível no seu site desde o dia 14 de julho do ano passado". Vai atualizar ao segundo.

Quanto é que Portugal perde por não ter um novo aeroporto? A resposta vai estar visível para quem passe na Segunda Circular, em Lisboa, a partir desta terça-feira. O contador eletrónico, que atualiza ao segundo, será colocado pela Confederação do Turismo de Portugal (CTP) para chamar à atenção para os custos da falta de uma decisão sobre o aeroporto.

Este contador está posicionado junto ao Aeroporto Humberto Delgado, sendo que “está colocado à entrada da 2ª Circular, no sentido Norte-Sul, mas com visibilidade também no sentido contrário”, explica a CTP, em comunicado.

Trata-se de uma “réplica do contador que a CTP tem disponível no seu site desde o dia 14 de julho do ano passado e que agora estará visível a milhares de condutores que entram e saem de Lisboa todos os dias”, acrescenta a associação.

Valor no site da CTP pelas 15h de dia 6 de fevereiro

Atualmente, o valor perdido estimado pela CTP pela não decisão de um novo aeroporto ronda os 640 milhões de euros desde 14 de julho de 2022, sendo atualizado ao segundo.

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TAP sondou potenciais investidores e Governo está satisfeito

Ministro das Finanças vai levar "em breve" ao Conselho de Ministros o início do processo de privatização da TAP. Companhia aérea fez estudo de mercado e Governo ficou satisfeito com o resultado.

O início do processo de reprivatização da TAP está iminente, confirmou esta segunda-feira o ministro das Finanças, Fernando Medina, numa conferência de imprensa em Espanha, depois de uma reunião bilateral com o Governo espanhol. O governante também disse que a TAP realizou um estudo de mercado junto de potenciais interessados e sinalizou que as conclusões foram satisfatórias.

“Quanto à privatização da TAP, o Governo está a desenvolver os trabalhos prévios necessários para poder dar início ao processo de privatização da TAP, que faremos com a brevidade possível e a atenção necessária a um processo desta dimensão e exigência. Espero, em breve, poder apresentar ao Conselho de Ministros o arranque do processo de privatização da TAP”, afirmou o ministro das Finanças sobre a companhia aérea portuguesa.

O ministro confirmou ainda que “a TAP realizou um pré-estudo de mercado junto de potenciais investidores, procurando aferir perspetivas de investimento de alguns potenciais investidores na TAP. Esse trabalho é exploratório, indicativo”. A companhia aérea contratou o banco de investimento norte-americano Evercore para fazer a auscultação prévia dos candidatos.

“Um trabalho que nos deu a principal conclusão de que, dado o muito bom desempenho que a TAP está a ter, muito acima das perspetivas relativamente ao cumprimento do plano de reestruturação, de que este é um bom momento para avaliar e decidir relativamente ao curso da privatização da companhia”, rematou. A transportadora aérea deverá terminar o ano com um resultado positivo, graças ao bom desempenho financeiro no segundo semestre. A CEO da TAP, referiu numa mensagem recente aos trabalhadores que a empresa terá “uma das maiores receitas da sua história” em 2022.

Sabe-se que entre as entidades interessadas na TAP estão, pelo menos, a Lufthansa, Air France-KLM e grupo IAG.

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Medina lembra aos professores que défice mais baixo não é superavit

Ministro das Finanças estima défice abaixo do previsto em 2022. Questionado, por isso, se há margem para atender aos professores, Medina lembrou que um défice mais baixo não deixa de ser um défice.

O ministro das Finanças confirmou esta segunda-feira que o défice orçamental em 2022 ficará abaixo do que era previsto pelo Governo no Orçamento do Estado. Mas, questionado sobre se isso representa uma margem para ir ao encontro das reivindicações dos professores, Fernando Medina respondeu, indiretamente, que um défice mais baixo não deixa de ser um défice, e muito menos é um excedente.

“Obteremos este ano um défice orçamental que é um pouco abaixo daquilo que era a nossa projeção do ponto de vista orçamental e conseguiremos obter um importante resultado em matéria de redução do peso da dívida pública no Produto [Interno Bruto, PIB]. Agora, como a palavra refere, nós estamos a falar de um défice orçamental. Não estamos a falar de um superavit orçamental”, disse, sem mencionar especificamente as reivindicações dos docentes.

Como a palavra refere, nós estamos a falar de um défice orçamental. Não estamos a falar de um superavit orçamental.

Fernando Medina

Ministro das Finanças

O Governo tinha previsto um défice de 1,9% no Orçamento do Estado para 2022 e, agora, admite que este fique abaixo de 1,5% do PIB. Numa conferência de imprensa em Espanha, depois de uma reunião bilateral com o Governo espanhol, Medina enalteceu também a redução de “mais de dez pontos percentuais” do peso da dívida pública no PIB em 2022, mas recusou que o Executivo esteja a seguir uma “política de concentração no objetivo orçamental”.

“Concentramo-nos no objetivo orçamental, na medida em que nos tínhamos proposto e desenvolvemos um vasto programa de apoio às famílias e às empresas. É por isso que temos essa estratégia orçamental para 2023, com rigor e prudência, encontrando margem para apoiar famílias e empresas da forma que é mais eficaz”, afirmou o ministro das Finanças.

Certificados de Aforro ajudam a diversificar fontes de financiamento

Na mesma ocasião, o ministro Fernando Medina fez referência ao novo ciclo económico que obriga o Governo a ter uma “nova estratégia” do ponto de vista da gestão do financiamento da República. Sobre isto, o titular da pasta das Finanças enalteceu o papel dos Certificados de Aforro na diversificação das fontes de financiamento, um produto de poupança do Estado que tem ganhado muita popularidade entre os cidadãos nos últimos meses, por estar indexado à Euribor a três meses.

“O aumento que temos tido na aquisição de dívida pública por parte dos cidadãos em Portugal, através de Certificados de Aforro, é algo que vemos como um elemento positivo no alargamento e diversificação da base de financiamento da República”, afirmou o ministro das Finanças, que explicou o novo contexto de subida dos juros pelo Banco Central Europeu (BCE), ao mesmo tempo que tem reduzido o seu balanço.

“A política que o BCE hoje imprime de subida das taxas de juro, mas sobretudo de diminuição da carteira de ativos em matéria de dívida soberana, obriga a uma estratégia relativamente à gestão da dívida pública. Uma nova estratégia”, indicou.

“Se, nos últimos anos, o BCE foi um adquirente muito forte nos mercados relativamente à dívida soberana — falo exclusivamente de Portugal –, a determinação de criar um programa de garantia para evitar a fragmentação, por um lado, e ao mesmo tempo avançar com redução da aquisição líquida de ativos em dívida soberana, obrigam a um trabalho de diversificação maior relativamente à base de investidores. E implica um trabalho maior relativamente à diversificação das fontes de financiamento das necessidades da República, leia-se, relativamente à utilização mais intensiva de fontes de financiamento quer a nível europeu, quer do Banco Europeu de Investimento (BEI), importantes ao financiamento do investimento”, continuou Fernando Medina.

Perante isto, o ministro insistiu na “importância reforçada da estratégia de prudência” na gestão das contas públicas, “traduzida numa continuação da redução significativa do peso da dívida publica no PIB e também da atenção na necessidade de manutenção de níveis sustentáveis em matéria de défice público”.

“Este desafio que é o fim da era dos juros muito baixos ou nulos, até assegurados pelo BCE, é uma realidade que tem de ser enfentada de frente pelos ministros das Finanças, nomeadamente como Portugal, que, durante vários anos, beneficiou de um processo de aquisição de dívida pública significativo”, rematou o ministro.

Por fim, Fernando Medina foi questionado sobre a privatização da TAP, tendo revelado que se prepara para, “em breve”, dar arranque ao processo no âmbito do Conselho de Ministros.

(Notícia atualizada pela última vez às 15h10)

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Há um paraíso contemporâneo a meia hora de Lisboa. Conheça-o aqui

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  • 6 Fevereiro 2023

Um palácio do século XVIII, adega, vinhas, cavalos, carruagens, estúdios e casa de hóspedes, são a combinação perfeita para eventos corporativos. Na Herdade do Peru, em Brejos de Azeitão.

A azáfama da cidade e a correria do dia-a-dia levam cada mais pessoas a procurarem refúgio em locais mais sossegados, onde possam descansar e aproveitar a tranquilidade da natureza. A crescente procura evidencia-se num maior movimento turístico nas zonas rurais do país, mas há opções igualmente pacíficas bem mais perto da cidade.

Não acredita? Se está em Lisboa, só precisa de conduzir 30 minutos para encontrar a Herdade do Perú, em Brejos de Azeitão, um local envolvido pela Serra da Arrábida, rodeado de natureza, de colinas, falésias e praias, que combina a beleza natural onde se situa com a estrutura contemporânea da quinta.

A herdade, datada de 1715, tem várias áreas que podem ser exploradas, tais como um palácio do século XVIII rodeado de jardins, áreas de gado, sobreiros, vinhas, uma adega, cavalos, carruagens, estúdios e, ainda, casas de hóspedes para famílias.

As casas para famílias e os estúdios para escapadinhas a dois encontram-se numa parte mais isolada da herdade e permitem o relaxamento completo de quem escolher passar uns dias no sul de Lisboa. Dentro das opções disponibilizadas pela Herdade do Peru está a Casa dos Netos, composta por duas suites e quatro quartos, sala de jantar e arrumos. Esta cada tem 320 m2, uma área relvada privada e zona balnear.

Outra opção é a Casa da Várzea, uma casa senhorial com dois andares, rodeada por relvado com piscina. Tem seis quartos, cada um com uma casa de banho privada. A casa, com 362 m2, tem uma sala de TV, uma sala de estar e uma sala de jantar ao lado de uma despensa e cozinha.

Por fim, há, ainda, as Suites Pateo para noites a dois. Ao todo, são sete suites, todas com casa de banho privativa e acesso a um pátio exterior com uma pequena piscina. Cada suite tem áreas a partir de 72 m2 e todas têm acesso a um pátio comum, com uma área de refeições coberta, cozinha, casa de banho e relvado.

Além de poder ser visitada por turistas ou outros viajantes, nesta quinta é, também, possível organizar eventos, feitos de acordo com as necessidades de cada pessoa. Dentro dos locais disponíveis para a realização de eventos está a tenda, com capacidade para 800 pessoas, com uma marquise ao estilo sul-africano e jardins “românticos”, que são muitas vezes uma opção para cerimónias civis.

Na adega também se podem realizar eventos, mas neste caso mais pequenos. Este espaço tem capacidade para 170 pessoas, com dois espaços complementares que podem ser transformados em salas de jantar ou de conferência. Já no palácio tem a sala de jantar, que pode acolher almoços e jantares até 20 pessoas, caracterizados por uma cozinha de autor com produtos da região e um enfoque na cozinha portuguesa.

Produção vinícola sustentável

A par do alojamento e dos eventos, a Herdade do Perú faz a sua própria produção de vinho. A quinta tem cerca de treze hectares de vinha sustentável, com produção orgânica e desperdício zero.

Todos os anos, as uvas são vindimadas manualmente e, após a vindima, a limpeza da vinha fica a cargo das ovelhas, que desempenham um papel importante na medida em que não obrigam o uso de processo mecanizados.

Para esta produção sustentável contribuem muito as condições das terras cultivadas, mas também a matéria orgânica dos animais da quinta, que é armazenada durante mais de um ano para ser utilizada posteriormente como fertilizante nos campos.

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TdC defende que estatuto do denunciante foi insuficiente

  • Lusa
  • 6 Fevereiro 2023

O Tribunal de Contas alerta para a falta de proteção legal dos denunciantes na lei portuguesa, realçando que a legislação existente não se aplica à maioria dos autores das denúncias que lhe chegam.

O Tribunal de Contas (TdC) alerta para a falta de proteção legal dos denunciantes no ordenamento jurídico português, realçando que a legislação existente não se aplica à maioria dos autores das denúncias registadas neste órgão.

Segundo o relatório “Análise global do tratamento das participações, exposições, queixas e denúncias”, que foi divulgado esta segunda-feira, o regime legal aprovado por Portugal em 2021 e que consumou a transposição da diretiva europeia sobre a proteção de denunciantes, deixou de fora diversas recomendações para um âmbito de aplicação mais abrangente.

Entre os organismos que recomendavam que o conceito de denunciante devia ser aplicado a “qualquer pessoa que possua informação que seja ou possa ser relevante para a investigação de situações de corrupção” estavam não só o TdC, mas também entidades internacionais, como a Convenção das Nações Unidas contra a Corrupção, resoluções do Parlamento Europeu e recomendações Conselho da Europa.

“A legislação existente é dirigida a um tipo muito específico de denunciante. O seu âmbito de aplicação não abrange, de forma direta, a maioria dos autores das denúncias que são feitas chegar ao Tribunal de Contas”, pode ler-se no relatório, que constatou “a ausência de um enquadramento legal específico para estas denúncias e, consequentemente, a inexistência de um quadro específico de proteção e de responsabilização do denunciante”.

Nesse sentido, o organismo presidido por José Tavares considerou que seria “desejável um quadro legal que regulamentasse esta matéria”, com enfoque numa renovada definição do estatuto do denunciante e que incluísse os meios de proteção, a responsabilização e as garantias do denunciado. A lei 93/2021 aprovou em 20 de dezembro o Regime Geral de Proteção do Denunciante de Infrações, tendo entrado em vigor em 18 de junho de 2022.

“Haveria, por outro lado, que definir exigências mínimas, só podendo ter o ‘estatuto de denunciante’ e, como tal gozar da proteção devida, quem denuncia determinados factos porque deles tem prova ou indícios que indiquem a sua veracidade ou probabilidade elevada. O desafio que se coloca ao legislador nacional é garantir uma efetiva proteção do denunciante sem esquecer o necessário equilíbrio com as garantias do denunciado”, resumiu o TdC.

De acordo com o documento, o TdC recebeu 339 denúncias em 2021, destacando-se as relacionadas com a administração e setor empresarial locais e sobretudo relativas a eleitos locais, despesas e contratação pública, recursos humanos e atribuição de subsídios.

Dos 339 processos de denúncias e outros processos relacionados remetidos para análise do TdC em 2021, 184 correspondem a processos de denúncias, 103 a processos diversos e 52 a participações, exposições, queixas ou denúncias (PEQDs), o que corresponde a um aumento de 127,5% face a 2020 e de 3,7% e 15,7% relativamente a 2019 e 2018, respetivamente.

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EDP/CMEC: Mexia, Manso Neto e Pinho sem acesso ao processo ‘original’

O caso EDP foi separado em dois. Mas defesas dos arguidos do agora chamado EDP/CMEC continuam sem ter acesso ao mesmo, que se mantém em investigação, apesar da acusação a Salgado e Pinho em dezembro.

O processo que agora se chama de EDP/CMEC – que respeita aos arguidos António Mexia, a João Manso Neto e a Manuel Pinho mas pelas decisões que tomou enquanto governante e que terão beneficiado a EDP — continua ‘fechado a sete chaves’, sem as partes poderem ter acesso ao mesmo, apesar de não estar em segredo de Justiça.

O ECO enviou um pedido de consulta do mesmo, há cerca de dez dias, mas também não obteve resposta do DCIAP. Mais: esse mesmo acesso está a ser vedado também à defesa dos três arguidos, apesar das insistências dos advogados, segundo apurou o ECO junto de fontes judiciais.

O processo — originalmente chamado de processo EDP — foi dividido em dois a 5 de dezembro. Assim, a parte que respeita aos arguidos António Mexia, ex-líder da EDP e a João Manso Neto, chama-se agora de processo EDP/CMEC. Nele, vai ainda estar Manuel Pinho mas pelas decisões que tomou enquanto ministro de Economia e que terão beneficiado a EDP, no caso relativo a novos 32 CMEC.

Já o ‘segundo’ processo refere-se à acusação deduzida em dezembro, contra Manuel Pinho, Ricardo Salgado e Alexandra Pinho. Em causa, aqui, estão crimes de corrupção passiva, fraude fiscal e branqueamento de capitais. A acusação conta com 574 páginas e revela que Salgado e Pinho foram acusados de dois crimes de corrupção: ativa no caso de Salgado e passiva no caso de Pinho e de branqueamento de capitais. Aos crimes de Pinho junta-se ainda o crime de fraude fiscal. A ideia é a de evitar que, daqui, nasça mais um processo gigante.

Foi há dez anos, em 2012, que se deu a abertura de inquérito deste processo. O foco da investigação centrava-se nas suspeitas de favorecimento do Governo, na altura de José Sócrates, à EDP. Mas com o decorrer da investigação várias outras suspeitas foram nascendo, como a dos subornos superiores a cinco milhões de euros de Salgado, ex-líder do BES, a Manuel Pinho, à data ministro da Economia de Sócrates.

O inquérito investiga práticas de corrupção e participação económica em negócio nos procedimentos relativos à introdução no setor elétrico nacional dos Custos para Manutenção do Equilíbrio Contratual (CMEC).

O caso está relacionado com os CMEC no qual Mexia e Manso Neto são suspeitos de corrupção e participação económica em negócio para a manutenção do contrato das rendas excessivas, no qual, segundo o Ministério Público, terão corrompido o ex-ministro da Economia Manuel Pinho e o ex-secretário de Estado da Energia Artur Trindade. O alegado favorecimento da EDP no desenho final dos CMEC.

Os CMEC são uma compensação relativa à cessação antecipada dos Contratos de Aquisição de Energia (CAE), que aconteceu na sequência da transposição de legislação europeia no final de 2004. Ou seja, é um regime de compensação da elétrica por grande parte das suas centrais elétricas passarem a vender a sua energia ao preço de mercado, ao invés de manterem os contratos de preço fixo que já tinham.

Os CMEC e a licença da central a carvão de Sines levaram o MP a crer que este “negócio” foi oneroso para os consumidores de eletricidade e beneficiou a EDP. Daí que, Manuel Pinho, seja um dos arguidos no processo.

Em causa estão benefícios de mais de 1,2 mil milhões de euros alegadamente concedidos por Manuel Pinho à EDP, entre outubro de 2006 e junho de 2012. Os pagamentos teriam alegadamente como destino uma nova sociedade ‘offshore’ de Pinho – chamada “Tartaruga Foundation”, com sede no Panamá – e seriam feitos pela Espírito Santo Enterprises – empresa que também é uma ‘offshore’, nas Ilhas Virgens Britânicas, e que ficou conhecida como o Saco Azul do Grupo Espírito Santo (GES).

Os despachos de separação de processos -a que o ECO/Advocatus teve acesso — justificam que o facto de existirem recursos pendentes no Tribunal Constitucional e no Supremo Tribunal de Justiça, não lhes é permitido (ao Ministério Público) encerrar a investigação contra António Mexia e João Manso Neto. Tese refutada pela defesa dos arguidos: “estranha-se a alegação de constrangimentos associados a recursos pendentes no Supremo Tribunal de Justiça e no Tribunal Constitucional, uma vez que não há um único recurso pendente no Palácio Ratton e o único recurso pendente no Supremo é de fixação de jurisprudência, o que significa que não tem qualquer tipo de efeito suspensivo na marcha do processo – é, aliás, pressuposto de admissibilidade do recurso, que a decisão de que se recorre tenha já transitado em julgado e seja, por isso, definitiva”, segundo explicaram ao ECO/Advocatus os advogados destes dois arguidos, João Medeiros, Rui Costa Pereira e Beatriz Duarte Santos.

João Medeiros critica ainda o facto da equipa de defesa só ter sido notificada quase quinze dias depois do despacho de separação dos ditos processos. “É uma profunda falta de respeito pelos direitos processuais dos arguidos e dos seus advogados, que se veem na contingência de ter mendigar junto de jornalistas conhecidos que lhe enviem as peças processuais dos processos onde têm procuração. É que isto diz muito justiça de espetáculo que vivemos”, segundo declarações do advogado, ao jornal Observador.

E então que argumentos usou o Ministério Público para a separação de processos?

  • A investigação que” tem decorrido tem como objeto dois núcleos essenciais de factos que, embora tendo um denominador comum (a atuação de Manuel Pinho), são distintos e podem ser descritos e julgados de modo individualizado”;
  • Assim, por um lado, existe “a matéria relativa aos atos praticados (entre 2005-2009) pelo então Ministro da Economia, Manuel Pinho, relativamente ao grupo BES/GES e, por outro lado, as questões que giram em torno dos CMEC em que se investigam as decisões do mesmo arguido, e de elementos da sua equipa governativa e da EDP, relativamente ao favorecimento indevido a essa mesma entidade do setor elétrico com a contrapartida da sua ida para a Universidade de Columbia, nos EUA”;
  • O tentar evitar os mega-processos “com os correspondentes mega-julgamentos – com todos os inúmeros problemas que lhes são reconhecidos;
  • Tentar ultrapassar os constrangimentos “de ainda existirem pendentes diversos recursos, quer no STJ (para fixação de jurisprudência), quer no Tribunal Constitucional que, na realidade, dificultam a possibilidade de se avançar para um despacho de encerramento do inquérito quanto a todos os factos, complicando a utilização de diversos elementos probatórios recolhidos no inquérito”;
  • E ainda por “razões de celeridade processual, nomeadamente impostas pela existência de um arguido que se encontra sujeito a uma medida limitativa da sua liberdade (permanência na habitação com vigilância eletrónica), também beneficiam com esta solução”;

António Mexia foi constituído arguido a 2 de junho de 2017, na sequência de buscas à EDP. Tal como João Manso Neto, antigo administrador da elétrica, é suspeito de quatros crimes de corrupção ativa e de alegados subornos ao antigo ministro Manuel Pinho (Governo Sócrates), ao ex-diretor-geral da Energia Miguel Barreto e a João Conceição, antigo consultor de Pinho no Ministério da Economia e atual administrador da REN.

Quer a Mexia quer a Manso Neto, o MP imputa ainda o crime de participação económica devido ao negócio relacionado com alegadas irregularidades na adjudicação da construção da barragem do Baixo Sabor ao consórcio Grupo Lena/Odebrecht.

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Empresas tech despediram mais de 75.000 pessoas só em janeiro

Só no primeiro mês do ano, as empresas tech despediram mais de 75.000 profissionais, quase metade do total de despedimentos em 2022. Google e Microsoft foram as que cortaram mais postos de trabalho.

A grande onda de despedimentos na indústria tecnológica extingui dezenas de milhares de postos de trabalho numa questão de semanas e transformou janeiro no mês mais difícil que este setor já alguma vez viu. Só no primeiro mês do ano, as empresas tech despediram mais de 75.000 profissionais. Um número que fica perto da metade de todos os despedimentos no setor que ocorreram em 2022. Google, Microsoft, Amazon e Salesforce foram as que mais despediram, avança a TradingPlatforms, com base em dados do apresentados pelo Layoffs.fyi.

“Os gigantes tecnológicos já foram forçados a tomar medidas dolorosas de redução de custos em 2022, após anos de lucros crescentes e de sucesso aparentemente interminável. A inflação e as elevadas taxas de juro (…) causaram quedas colossais de receitas e perto de 160.000 cortes de empregos em todo o setor”, pode ler-se.

“Os despedimentos em massa no setor tecnológico começaram em maio do ano passado, tendo-se registado mais de 12.500 perdas de postos de trabalho. Em junho, outras 18.100 pessoas na indústria perderam os seus empregos, mas as empresas de tecnologia relataram igualmente cortes de empregos chocantes em julho, agosto e outubro. O número de despedimentos disparou em novembro, o pior mês em 2022 [52.370].”

No entanto, o ano ainda agora começou e já trouxe uma onda ainda maior de despedimentos. “Em apenas duas semanas, mais de 30.000 funcionários foram despedidos da Amazon, Microsoft e Google, e o número mais do que duplicou até ao final do mês”.

As empresas americanas tiveram um papel muito significativo na onda de despedimentos registada em 2023, com quase 70% de todos os cortes de postos de trabalho efetuados em janeiro a registarem-se em empresas com sede nos Estados Unidos da América (EUA).

A Google foi a empresa que efetuou a maior ronda de despedimentos, atingindo 12.000 profissionais. No entanto, a Microsoft, a Amazon e a Salesforce estão imediatamente a seguir, tendo procedido à eliminação de 10.000, 8.000 e 8.000 postos de trabalho, respetivamente.

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