Inflação na Alemanha acelera para 8,7% em janeiro

  • Lusa
  • 9 Fevereiro 2023

Valor harmonizado da inflação, que o Eurostat utiliza para as suas estatísticas, diminuiu 0,4 pontos percentuais em janeiro para 9,2%, contra 9,6% em dezembro, o nível mais baixo em cinco meses.

A taxa de inflação na Alemanha acelerou para 8,7% em janeiro último, mais uma décima de ponto percentual que em dezembro de 2022, de acordo com a primeira leitura dos dados publicados pela agência federal de estatística alemã (Destatis).

Contudo, o valor harmonizado da inflação alemã, que o Eurostat utiliza para as suas estatísticas, diminuiu quatro décimas de ponto percentual em janeiro para 9,2%, contra 9,6% em dezembro, o nível mais baixo em cinco meses.

A agência de estatística alemã não publicou a tempo a leitura preliminar da inflação da “locomotiva europeia” devido a problemas técnicos no processamento de dados, pelo que o Eurostat utilizou as suas próprias estimativas para calcular o valor avançado da inflação harmonizada para a Zona Euro, que moderou para 8,5% em janeiro, contra 9,2% em dezembro.

A inflação homóloga da Zona Euro moderou-se assim em janeiro pelo terceiro mês consecutivo, situando-se no nível mais baixo desde maio de 2022, antes de o Banco Central Europeu (BCE) ter começado a aumentar as taxas de juro em julho de 2022.

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Preço do gás sobe mais de 2% para 54,86 euros por MWh

  • Joana Abrantes Gomes
  • 9 Fevereiro 2023

Futuros do contrato TTF para entrega em março valorizam mais de 2%, perto dos 55 euros por MWh, recuperando assim das perdas de quase 4% dos últimos dias.

Depois de acumular perdas de 3,84% nos últimos cinco dias, o contrato de gás TTF para entrega em março, negociado em Amesterdão e que serve de referência para o mercado europeu, está a subir 2,18% para 54,86 euros por megawatt-hora (MWh) na manhã desta quinta-feira, de acordo com a base de dados Barchart.

Evolução do contrato TTF para entrega em março nos últimos três meses

Fonte: Barchart

Os preços do gás estão a recuperar à medida que os investidores pesam o retorno do clima mais quente face às dificuldades de fornecimento desta matéria-prima, ao mesmo tempo que aumenta a concorrência com o continente asiático.

A queda dos preços dos últimos dias deveu-se a um aumento do consumo de gás na sequência da descida das temperaturas no continente europeu.

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Vice-presidente do BCE contra as exigências salariais de sindicatos europeus

  • Lusa
  • 9 Fevereiro 2023

"Devemos evitar uma espiral entre os salários e os preços", reforçou, acrescentando que "ninguém ganha" quando um movimento inflacionista é posto em marcha por causa de aumentos salariais.

O vice-presidente do Banco Central Europeu (BCE), Luis de Guindos, defende que os sindicatos devem moderar as exigências salariais, face ao aumento dos preços, para não “alimentarem” a curva da inflação.

“Os sindicatos [da zona Euro] estão inclinados a pedir aumentos salariais excessivos. Temos de ter cuidado“, disse o vice-presidente do BCE Luis De Guindos, numa entrevista divulgada esta quinta-feira pelo jornal diário alemão Suddeutsche Zeitung.

Devemos evitar uma espiral entre os salários e os preços”, reforçou, acrescentando que “ninguém ganha” quando um movimento inflacionista é posto em marcha por causa de aumentos salariais.

Se entrarmos numa espiral entre os salários e os preços, o BCE vai ter de aumentar as taxas de juro, mais do que teria feito de outra forma”, afirmou referindo que a situação pode vir a aumentar “ainda mais” o custo do crédito.

O ex-ministro da Economia do Governo espanhol do Partido Popular (2011-2018) sugere que cabe às autoridades públicas apoiar o poder de compra “através da introdução de ajudas específicas para mitigar o impacto da inflação”.

“Desta forma, as pessoas poderiam reduzir as exigências salariais e o BCE não teria de apertar tanto a política monetária. Esta seria uma situação vantajosa para todos”, disse.

Para o vice-presidente do BCE a “espiral em termos de salários” pode vir a dificultar “os esforços do BCE”, numa altura em que a inflação começa a abrandar na Zona Euro.

A inflação caiu de 10,4% em outubro de 2022 para 8,5% em janeiro, pelo terceiro mês consecutivo, segundo o BCE, graças a uma “acalmia” nos preços da energia e ao desbloqueamento das cadeias de abastecimento. Mesmo assim, Luis de Guindos defende que não se pode baixar a guarda até porque, adianta, a reabertura da economia na República Popular da China, após as restrições sanitárias, “leva a um aumento da procura de energia, metais e mercadorias, podendo gerar pressão sobre os preços”.

Na Alemanha, a inflação subiu ligeiramente em janeiro.

O BCE atuou drasticamente face à política monetária, aumentando as taxas cinco vezes desde julho de 2022: um ritmo sem precedentes.

O objetivo do BCE é travar a procura junto dos consumidores consumidores e, em particular, travar o aumento dos preços.

Após um aumento provável de 0,50 pontos nas taxas diretoras na próxima reunião do BCE em março, “não se pode excluir novas subidas de taxas”, disse ainda o vice-presidente do BCE.

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Comissão de acompanhamento do PRR quer acelerar candidaturas e aumentar pagamentos

  • Lusa
  • 9 Fevereiro 2023

Para acelerar os processos de avaliação das candidaturas, a Comissão Nacional de Acompanhamento do PRR recomenda que se recorra à contratação de instituições de ensino superior.

A Comissão Nacional de Acompanhamento (CNA) do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) quer acelerar os processos de avaliação das candidaturas e aumentar a taxa de adiantamentos e pagamentos, sempre que haja liquidez. Estas são algumas das conclusões do relatório preliminar de acompanhamento do PRR que foi apresentado ao Governo na quarta-feira.

“Por um lado, queremos acelerar os processos de avaliação das candidaturas. Temos um conjunto de avisos que demoram mais tempo do que aquilo que estava inicialmente previsto“, assinalou o presidente da CNA, Pedro Dominguinhos, que falava, em Lisboa, no final da reunião com a Comissão Interministerial do PRR.

Reconhecendo que as instituições públicas têm dificuldades em termos de recursos humanos, o responsável deste organismo recomendou que, à semelhança do que já acontece com entidades como o Fundo Ambiental ou o IAPMEI — Agência para a Competitividade e Inovação, se recorra à contratação de instituições de ensino superior para acelerar o processo de avaliação das candidaturas.

A comissão de acompanhamento do PRR defende ainda que é possível aumentar a taxa de pagamento e adiamento, que, inicialmente, pode chegar aos 13%.

Considerando 2023 como um “ano complexo” em termos da concretização das metas assumidas com Bruxelas, Dominguinhos vincou ser fundamental, sempre que haja liquidez, acelerar os pagamentos às diferentes entidades.

O presidente da CNA defendeu também que as alterações legislativas que “vão sendo feitas à medida que os problemas são identificados” são um aspeto importante para aumentar a concretização do plano, pedindo uma “análise crítica da execução dos diferentes projetos no terreno”.

Por sua vez, a ministra da Presidência, Mariana Vieira da Silva, garantiu que o Executivo está disponível para continuar introduzir as “melhorias e boas práticas” assinaladas pela CNA. A governante lembrou que, tal como proposto pela mesma comissão, já se tinha aumentado o valor pago às instituições que estão a desenvolver os projetos de equipamentos sociais, acrescentando que o mesmo continuará a ser feito em relação a outros projetos.

“Algumas das melhorias que temos feito do ponto de vista da legislação e práticas para podermos fazer uma consulta aos avisos que vão abrir também foram sugestão da comissão de acompanhamento”, disse.

Questionada sobre se o Governo vai conseguir executar o plano dentro do prazo estipulado, Mariana Vieira da Silva lembrou que o PRR foi desenhado antes da guerra e do cenário de inflação e que, consequentemente, vários países têm-se deparado com dificuldades na sua execução.

Contudo, apontou que 18 países já fizeram um ou dois pedidos de pagamento a Bruxelas, sendo que “11 já receberam um ou dois pedidos” e cinco destes receberam os dois, posição em que Portugal se encontra neste momento.

Assim, o Executivo mantém como objetivo de execução 32% em 2023, acima dos 17% de metas cumpridas até ao momento. “O objetivo central é mesmo de chegarmos a 2026 com aqueles projetos concluídos e todo o programa de recuperação e resiliência absorvido pela nossa economia”, concluiu.

O relatório final de acompanhamento será apresentado na próxima semana.

O montante total do PRR (16.644 milhões de euros), gerido pela Estrutura de Missão Recuperar Portugal, está dividido pelas suas três dimensões estruturantes — resiliência (11.125 milhões de euros), transição climática (3.059 milhões de euros) e transição digital (2.460 milhões de euros). Da dotação total, cerca de 13.900 milhões de euros correspondem a subvenções e 2.700 milhões de euros a empréstimos.

As três dimensões do plano apresentam uma taxa de contratação de 100%. Este plano, que tem um período de execução até 2026, pretende implementar um conjunto de reformas e investimentos tendo em vista a recuperação do crescimento económico. Além de ter o objetivo de reparar os danos provocados pela Covid-19, o PRR tem ainda o propósito de apoiar investimentos e gerar emprego.

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Apenas 7,6% dos trabalhadores são filiados num sindicato

A representação de trabalhadores sindicalizados tem diminuído nos últimos anos: em 2010, tinham um peso de 10,6%. Em 2019, a taxa de sindicalização fixou o mínimo de 7,2%.

Apenas 7,6% dos trabalhadores em Portugal estão filiados em algum sindicato. As empresas maiores, com mais de 250 pessoas, concentram a esmagadora maioria dos sindicalizados, com um total de 71%.

As atividades financeiras e de seguros são aquelas em que os funcionários mais procuram representação na defesa dos seus direitos, refere a edição desta quinta-feira do Jornal de Notícias (acesso pago) a partir do boletim estatístico do Gabinete de Estratégia e Planeamento, do Ministério do Trabalho.

A representação de trabalhadores sindicalizados tem diminuído nos últimos anos: em 2010, tinham um peso de 10,6%. Em 2019, a taxa de sindicalização fixou o mínimo de 7,2%.

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CP realizou sete comboios de 1.182 programados até às 20:00

  • Lusa
  • 9 Fevereiro 2023

Entre as 00:00 e as 20:00 estavam 1.182 comboios programados, tendo sido realizados sete e suprimidos 1.175.

A CP realizou, até às 20:00, sete comboios de 1.182 programados, de acordo com informação enviada pela transportadora ferroviária, devido a greves dos trabalhadores da empresa, que começaram na quarta-feira e terminam no dia 21.

Assim, entre as 00:00 e as 20:00 estavam 1.182 comboios programados, tendo sido realizados sete e suprimidos 1.175. Em declarações à Lusa cerca das 07:00, António Domingues, do Sindicato Nacional dos Maquinistas dos Caminhos de Ferro Portugueses (SMAQ), disse que a greve estava a decorrer dentro dos parâmetros, com uma adesão de 100%.

No seu site, a CP já tinha alertado os passageiros para perturbações na circulação a partir de quarta-feira, dia 08, e até dia 21 de fevereiro.

“Por motivo de greves, convocadas pelos Sindicato Nacional dos Maquinistas dos Caminhos de Ferro Portugueses (SMAQ), Sindicato Nacional dos Trabalhadores do Setor Ferroviário (SNTSF) e Sindicato Ferroviário da Revisão Comercial Itinerante (SFRCI), ocorrerão fortes perturbações na circulação de comboios, a nível nacional, no período entre as 00:00 do dia 08 de fevereiro de 2023 e as 24:00 do dia 21 de fevereiro de 2023”.

Em declarações à Lusa, António Domingues explicou que a greve tem vários parâmetros e não foram decretados serviços mínimos. O sindicalista disse também à Lusa que na origem da greve está a falta de resposta da empresa às propostas de valorização salarial.

“Os motivos são os mesmos de sempre. Há uma componente que tem a ver com o salário. A proposta da empresa/tutela é muito aquém do que o que foi a inflação registada em 2022. É menos de metade. Significa que há cortes no salário real, não são cortes diretos, nominais, mas indiretos, nalguns casos superiores aos que existiram durante a troika e isso nós não aceitamos”, realçou.

António Domingues sublinhou que os trabalhadores exigem que haja, no mínimo, a reposição do poder de compra. Além dos maquinistas da CP, estão igualmente hoje em greve os trabalhadores da Infraestruturas de Portugal (IP) para exigir aumentos salariais que respondam ao aumento do custo de vida.

De acordo com informação divulgada na página da Federação dos Sindicatos dos Transportes e Comunicações (Fectrans), estão em greve os trabalhadores da IP-Infraestruturas, da IP-Telecom, da IP-Engenharia e da IP-Património.

(artigo atualizado às 20h49)

 

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Só gestores de topo tiveram aumentos salariais acima da inflação em 2022

  • ECO
  • 9 Fevereiro 2023

Já no grupo profissional altamente qualificado onde estão médicos, professores, cientistas os salários subiram apenas 1%, no ano passado.

A classe profissional dos “representantes do poder legislativo e de órgãos executivos, dirigentes, diretores e gestores executivos” obteve o maior aumento salarial médio líquido em 2022 (9,6%), de acordo com os dados do Instituto Nacional de Estatística divulgados na quarta-feira.

Tendo em conta a inflação média de 7,8% em 2022, a classe dirigente (a mais rica em termos salariais, com um rendimento médio líquido mensal de 1.759 euros por mês, em 2022) terá sido também a única que conseguiu contornar o embate violento da inflação e ganhar poder de compra no ano passado, refere nesta quarta-feira o portal Dinheiro Vivo (acesso livre).

Já no grupo profissional altamente qualificado onde estão médicos, professores, cientistas os salários progrediram apenas 1% no ano passado.

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Costa Silva nunca se reuniu com presidente da ANI

  • ECO
  • 9 Fevereiro 2023

Ao longo de quase um ano, o ministro da Economia, António Costa Silva, nunca teve qualquer reunião de trabalho com a presidente demissionária da Agência Nacional de Inovação, Joana Mendonça.

Desde que tomou posse como ministro da Economia e do Mar, em março do ano passado, António Costa Silva nunca se reuniu com a presidente demissionária da Agência Nacional de Inovação (ANI), avança o Jornal de Negócios (acesso pago). A única exceção foi apenas uma conversa logo nos primeiros dias da tomada de posse.

Joana Mendonça apresentou a demissão do cargo de presidente da ANI na noite de segunda-feira, alegando, numa carta que o ECO avançou em primeira mão, que não se sentiu apoiada e que aquela agência estaria a ser secundarizada no que diz respeito ao seu envolvimento no Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) e no Portugal 2030 (PT 2030). Além disso, a gestora refere não ter obtido, “passado mais de um mês”, uma resposta ao “pedido de aprovação da proposta para o Plano de Atividades em Orçamento da ANI para 2023”.

Dois dias depois, António Costa Silva refutou estas afirmações numa entrevista ao Público, dizendo que as questões suscitadas na carta de renúncia de Joana Mendonça “não foram levantadas nas reuniões mantidas pelo senhor secretário de Estado da Economia, Pedro Cilínio, o que mostra que a presidente da ANI não estava assim tão preocupada”. “A única exceção foi o programa Eureka e o problema foi resolvido”, acrescentou o governante.

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Hoje nas notícias: ANI, greves de professores e salários

  • ECO
  • 9 Fevereiro 2023

Dos jornais aos sites, passando pelas rádios e televisões, leia as notícias que vão marcar o dia.

Ao longo de quase um ano, o ministro da Economia nunca teve qualquer reunião de trabalho com a presidente demissionária da Agência Nacional de Inovação. Dados do Ministério da Educação revelam que em 11 dos 30 dias de greves dos professores, mais de 100 escolas fecharam em todo o país. E os gestores de topo são a única classe profissional com aumentos salariais acima da inflação em 2022. Conheça estas e outras notícias em destaque na imprensa nacional esta quinta-feira.

Costa Silva nunca se reuniu com presidente da ANI

Desde que tomou posse como ministro da Economia e do Mar, em março do ano passado, António Costa Silva nunca se reuniu com a presidente demissionária da Agência Nacional de Inovação (ANI). A única exceção foi apenas uma conversa logo nos primeiros dias da tomada de posse. Na carta de renúncia, Joana Mendonça refere não ter obtido, “passado mais de um mês”, uma resposta ao “pedido de aprovação da proposta para o Plano de Atividades em Orçamento da ANI para 2023”.

Leia a notícia completa no Jornal de Negócios (acesso pago)

Houve 11 dias de greve com mais de 100 escolas encerradas em todo o país

Em 11 dos 30 dias de greves de professores, que tiveram início em dezembro, mais de 100 escolas fecharam, fosse de manhã, de tarde, ou em ambos os períodos do dia, de acordo com dados disponibilizados pelo Ministério da Educação. A fase mais intensa dos protestos aconteceu entre 13 e 19 de janeiro, o que coincide com o arranque da paralisação por distritos convocada por uma plataforma de nove sindicatos. As greves começaram a perder força na semana iniciada a 23 de janeiro.

Leia a notícia completa no Público (acesso condicionado)

Só gestores de topo tiveram aumentos salariais acima da inflação em 2022

A classe profissional dos “representantes do poder legislativo e de órgãos executivos, dirigentes, diretores e gestores executivos” obteve o maior aumento salarial médio líquido em 2022 (9,6%). Tendo em conta a inflação média de 7,8% em 2022, a classe dirigente (a mais rica em termos salariais, com um rendimento médio líquido mensal de 1.759 euros por mês, em 2022) terá sido também a única que conseguiu contornar o embate violento da inflação e ganhar poder de compra no ano passado.

Leia a notícia completa no Dinheiro Vivo (acesso livre)

Apenas 7,6% dos trabalhadores são filiados num sindicato

Apenas 7,6% dos trabalhadores em Portugal estão filiados em algum sindicato. As empresas maiores, com mais de 250 pessoas, concentram a esmagadora maioria dos sindicalizados, com um total de 71%. As atividades financeiras e de seguros são aquelas em que os funcionários mais procuram representação na defesa dos seus direitos.

Leia a notícia completa no Jornal de Notícias (acesso pago)

Governo desconfia de acumulação de cargos de líder da Anacom

João Cadete de Matos está a acumular o cargo de presidente da Autoridade Nacional de Comunicações (Anacom), supervisor do setor, com a presidência da Fundação Portuguesa das Comunicações (FPC), da qual a Anacom é um dos fundadores, ao arrepio da lei que define os estatutos do regulador. As dúvidas sobre esta acumulação de cargos foram levantadas pela secretaria-geral da Presidência do Conselho de Ministros (PCM), que tutela as fundações, em ofício enviado à FPC, mas a Anacom contesta.

Leia a notícia completa no Correio da Manhã (acesso pago)

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O dia em direto nos mercados e na economia – 9 de fevereiro

  • ECO
  • 9 Fevereiro 2023

Ao longo desta quinta-feira, 9 de fevereiro, o ECO traz-lhe as principais notícias com impacto nos mercados e nas economias. Acompanhe aqui em direto.

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Número de mortos no sismo na Turquia e Síria já ultrapassou os 20 mil

  • ECO
  • 9 Fevereiro 2023

Pelo menos 14.014 pessoas morreram na Turquia e 3.162 na Síria. Nas últimas horas, o número total de vítimas mortais subiu para 20.000. As operações prosseguem sob frio extremo.

O balanço do sismo que atingiu na segunda-feira a Turquia e a Síria é já superior a 20 mil mortos, de acordo a última atualização do número de vítimas mortais, pelas 18h27 de Lisboa, avançado pela AFP.

Pelo menos 14.014 pessoas morreram na Turquia, revelou Recep Tayyip Erdogan, acrescentando que o número de feridos supera os 63 mil. Já na Síria as vítimas mortais contabilizadas pelas fontes médicas ascendem a 3.162. No início da manhã o número total de vítimas mortais chegava a 17.176 mortais. Nas últimas horas, este valor aumentou, chegando já às 20.000. As operações de busca e salvamento prosseguem, sob frio extremo, para tentar encontrar sobreviventes.

Esta quinta-feira chegou o primeiro comboio das Nações Unidas com ajuda humanitária ao noroeste da Síria, na zona dominada pelos opositores ao regime de Bashar al-Assad.

O sismo de magnitude 7,8 na escala de Richter atingiu o sudeste da Turquia e o norte da vizinha Síria. Foi seguido de várias réplicas, umas das quais de magnitude 7,5.

Nos dois países atingidos pelo terramoto foram também registados mais de 58 mil feridos, muitos com fraturas e outras lesões graves.

A ajuda internacional começou a chegar na terça-feira, com dezenas de países a oferecerem apoio a Ancara.

(Notícia atualizada às 18h31 com novo número de vítimas)

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Edifícios reabilitados em Portugal “falham” inspeção de risco sísmico

Falta de verificação técnica ao nível das estruturas agrava vulnerabilidade das casas portuguesas. Resistência a sismos deve ser critério para valorizar casas e tão “sexy” como o conforto ou ambiente.

O sistema de licenciamento de estruturas em Portugal, onde se inclui a resistência à ação sísmica, não obriga a uma verificação técnica independente, baseando-se apenas num termo de responsabilidade assinado pelo projetista, que declara o cumprimento das regras. Essa ausência de inspeção é denunciada pelos especialistas ouvidos pelo ECO, em particular nas obras de reabilitação, já que agrava o diagnóstico de vulnerabilidade dos edifícios portugueses no caso de fortes abalos, como os que aconteceram esta semana na Turquia e na Síria.

“Se houver um sismo em Lisboa será catastrófico porque os edifícios não estão preparados. Ou são já muito antigos e não cobertos pela legislação mais exigente; ou foram sofrendo intervenções amadoras ou ilegais que os fragilizaram as estruturas, com a eliminação de paredes e pilares, ou o corte de barras de madeira nas construções em gaiola, da época pombalina. E, basicamente, ninguém sabe o que foi lá feito porque isso nem sequer passa pelo licenciamento dos municípios – ou, quando passa, os técnicos nas câmaras não fazem uma revisão. Se um projetista assina por baixo, o projeto de estruturas passa”, explica Bruno de Carvalho Matos, especialista em Engenharia Civil.

Outros investigadores em engenharia sísmica alertam igualmente para a monitorização insuficiente. Mas enquanto Luís Guerreiro, professor no Instituto Superior Técnico (IST), privilegia a tese do erro à da falsa declaração, João Appleton, especialista em sistemas construtivos, numa intervenção feita na CNN Portugal, disse não ter “grande confiança na qualidade do ato de engenharia” e fala mesmo num “problema generalizado, incluindo nos edifícios acabados de projetar e de construir”.

“Parte-se do princípio de que quem escreve uma coisa dessas [declaração do projetista] não mente. Mas os portugueses não são diferentes dos outros: mentem e mentem muito. Os engenheiros portugueses são muito razoavelmente mentirosos. Assinam esses termos de responsabilidade e violam de forma metódica os regulamentos em vigor. Fazem batota sem que isso tenha consequências”, referiu o engenheiro civil da A2P Consult, empresa especializada em Engenharia de Estruturas.

A maior preocupação em Portugal passa pelo desconhecimento do estado dos edifícios mais antigos e também das reabilitações ou remodelações a que estes são sujeitos, sem que haja o necessário acompanhamento técnico.

Elad Dror

CEO do grupo Fortera

João Poças Martins, professor na Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP), reconhece este mesmo problema e dramatiza igualmente a falta de um “registo fidedigno daquilo que é o estado atual dos edifícios”, nomeadamente nos centros históricos, pois essas alterações profundas nem sempre estão bem documentadas. Tal como existe o certificado energético para as habitações, defende a introdução de um instrumento equivalente para a área da segurança sísmica.

Elad Dror, CEO do grupo Fortera

Elad Dror, CEO do grupo Fortera, reconhece ao ECO que “a maior preocupação em Portugal passa pelo desconhecimento do estado dos edifícios mais antigos e também das reabilitações ou remodelações a que estes são sujeitos, sem que haja o necessário acompanhamento técnico”.

O líder desta empresa de desenvolvimento e gestão imobiliária, com mais de 700 milhões de euros de projetos em curso para os próximos cinco anos, lembra o risco sísmico no país e sustenta que “não [pode] descurar estas exigências na execução dos projetos” e deve “apostar cada vez mais na prevenção e no acompanhamento técnico da construção”.

Resistência a sismos não valoriza casas

As imagens que chegam por estes dias da Turquia e da Síria, com mais de 11.200 vítimas mortais já confirmadas, trazem renovados receios sobre a elevada vulnerabilidade da capital portuguesa ao risco sísmico. De acordo com o Público, dos 452.582 edifícios existentes na Área Metropolitana de Lisboa, quase 68% foram construídos antes de existir legislação de proteção sísmica eficaz, ou seja, até ao início da década de 1990.

Em entrevista ao ECO, José Galamba de Oliveira, presidente da Associação Portuguesa de Seguradores, adiantou que só 15% das habitações do país têm risco sísmico no seguro e calculou que um novo terramoto com as características do de 1755, que teve uma magnitude de 8,75 na escala de Richter, teria um impacto económico equivalente à perda de 20% do PIB.

Tal como se valoriza o conforto térmico, a poupança energética, as questões estéticas e da qualidade do projeto, deve haver uma valorização justa daquilo que é a segurança das estruturas e das construções, particularmente nos sismos.

Humberto Varum

Especialista em engenharia sísmica

Humberto Varum, especialista na área da engenharia sísmica e das estruturas, alinha com a estimativa de que “mais de metade” das construções portuguesas estariam em risco em caso de um sismo mais forte. Incluindo “estruturas que deviam estar a funcionar após um evento sísmico”, dando o exemplo de hospitais e quartéis de bombeiros.

Admite que “é utópico pensar que teremos condições para fazer uma avaliação extensiva a todo o património edificado e um eventual reforço”. Porém, nas intervenções que vão acontecendo no edificado público e privado, deve aproveitar-se para “colocar em cima da mesa também a questão da segurança sísmica”.

Humberto Varum, professor da FEUP, especialista na área da engenharia sísmica e das estruturas

No caso da reabilitação, o professor da FEUP alude a um decreto de lei recente, de 2019, que obriga a uma avaliação da vulnerabilidade sísmica em intervenções a partir de determinados valores, quer de área de intervenção, quer de investimento. Nota que “a legislação não é perfeita, mas incentiva a reabilitação sísmica” quando há uma intervenção no património.

“Tal como hoje a sociedade, como um todo, valoriza bastante o conforto térmico, a poupança energética, as questões estéticas e da qualidade do projeto, deve haver uma valorização justa daquilo que é a segurança das estruturas e das construções, particularmente nos sismos”.

Investir num bom projeto de estruturas, com a devida resistência ao sismo, não é um assunto sexy e um investimento que tenha retorno.

Bruno de Carvalho Matos

Engenheiro civil

“Está muito na moda investir na sustentabilidade ambiental e o dono de obra está disposto a [pagar] mais 3% ou 4% do valor total para ter um edifício mais sustentável. Fica bem visto no mercado e, quando estiver concluído, já sabe que vai ter maior retorno do investimento: consegue vender os apartamentos por mais dinheiro ou cobrar rendas mais altas pelos escritórios”, concorda Bruno de Carvalho Matos, contrapondo que “investir num bom projeto de estruturas, com a devida resistência ao sismo, não é um assunto sexy e um investimento que tenha retorno”.

É que, tal como é um tema ausente do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) português, pois “não é aquilo que vende na opinião pública”, reclama que “ninguém vai pagar mais ao dono de obra por ter resistência a sismos, ninguém tem sensibilidade para isso”.

“As pessoas nem sequer percebem a importância. Dão valor aos acabamentos, se é ambientalmente sustentável ou não. A resistência à ação sísmica não é um assunto que seja atrativo, embora seja muito relevante porque se o edifício cair, as pessoas morrem. É simples”, completa este engenheiro civil.

Despesa limitada no reforço anti-sismo

E isto não acontece por uma questão de custo, reclamam os especialistas. Bruno de Carvalho Matos contabiliza que o acréscimo de custo de um edifício construído com a adequada resistência sísmica normalmente não ultrapassa 3% do valor da obra, sendo mais variável no caso das obras de reabilitação, em função da vulnerabilidade sísmica e das necessidades de reforço.

Humberto Varum corrobora que “não é a adequação sísmica dos edifícios que torna a construção significativamente mais cara”. “Por vezes falamos de intervenções pontuais, da adição de alguns elementos estruturais, que não são proibitivas do ponto de vista económico.

Edifício colapsado depois do terramoto em Diyarbakir, no sudeste da Turquia.EPA/REFIK TEKIN

“Os acréscimos de custos na componente estrutural de edifícios são alterações modestas no custo total do edifício. A maior parte do custo de um edifício não está na sua estrutura. Qualquer alteração que se faça para melhorar as condições estruturais não vai levar a que sejam muito mais caros do que hoje. Tenho a certeza de que, para o consumidor final, são muitíssimo modestas. Para efeitos de segurança sísmica não é muito mais caro construir bem do que construir mal”, resume João Poças Martins.

Os acréscimos de custos na componente estrutural de edifícios são alterações modestas no custo total do edifício. (…) Para efeitos de segurança sísmica não é muito mais caro construir bem do que construir mal.

João Poças Martins

Diretor de investigação e desenvolvimento do Built Colab

O investigador e diretor de investigação e desenvolvimento do Built Colab, laboratório colaborativo na área da construção, defende a obrigatoriedade da adoção da tecnologia BIM (Building Information Modeling), como já acontece em Espanha ou no Reino Unido, que permitiria às autarquias ter um cadastro detalhado do tipo de construção em cada zona e fazer simulações sobre o comportamento dos edifícios e acautelar a evacuação em caso de sismo severo.

“No imediato isso se calhar não salva pessoas. Para as casas de hoje não posso fazer muito. Agora, a acumulação de informação é muito importante. Na engenharia, as coisas levam décadas e medidas como esta, no sentido da digitalização na construção, têm um efeito benéfico a médio e longo prazo, que é o tempo de vida das nossas edificações. O que posso fazer hoje é para as casas daqui a 20 ou 30 anos”, conclui João Poças Martins.

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