Compra da TAP é plano B para dona da Iberia
Grupo IAG, que detém a British Airways e a Iberia, está a tentar adquirir o controlo da Air Europa. Companhia portuguesa é a alternativa se compra falhar.
O Grupo IAG está a negociar a compra de uma participação maioritária na Air Europa, uma operação que tem suscitado reservas na Comissão Europeia. A TAP é o plano B se o negócio ficar pelo caminho, avança o Cinco Días.
O grupo que integra a British Airways, a Iberia e a Vueling já tem uma participação de 20% na Air Europa, a terceira maior de Espanha, e está a negociar com a Globalia a aquisição de uma participação maioritária. A consolidação tem suscitado reservas na Comissão Europeia, uma vez que o IAG já detém as duas maiores transportadoras aéreas espanholas e a operação criaria um quase monopólio nas ligações do país à América Latina.
O período de negociações exclusivas entre a Iberia e a Air Europa termina em março, mas os remédios da Concorrência europeia podem travar a operação. Daí que a privatização da TAP esteja a ser seguida com grande atenção no país vizinho, com a companhia portuguesa a ser apontada como o plano alternativo da gestão da IAG.
O Cinco Días nota que o ministro da Economia português mudou de opinião na semana passada, defendendo no Parlamento que a Iberia “não é a boa solução para a TAP”, depois de poucas semanas antes ter afirmado em entrevista ao El Economista que a companhia espanhola seria uma boa opção, porque a “ligação com o hub do aeroporto de Barajas [Madrid] impulsionaria tanto o turismo como a economia” portuguesa. António Costa Silva referiu, no entanto, que quantos mais interessados a TAP tiver, melhor, mantendo a porta entreaberta.
O processo de reprivatização da TAP já está em marcha. A transportadora aérea contratou o banco de investimento norte-americano Evercore para procurar e ouvir interessados na privatização. O ministro das Finanças afirmou a semana passada que “espera, em breve, poder apresentar ao Conselho de Ministros o arranque do processo de privatização da TAP”. Fernando Medina, diz também que o pré-estudo feito pela companhia aérea com a Evercore concluiu “que dado o muito bom desempenho que a TAP está a ter, muito acima das perspetivas relativamente ao cumprimento do plano de reestruturação, este é um bom momento para avaliar e decidir relativamente ao curso da privatização da companhia”.
A consolidação está ao rubro na Europa, com a Lufthansa em negociações com o Governo italiano para adquirir uma participação inicial de 40% na ITA, , a companhia aérea que nasceu dos escombros da Alitalia, por 200 a 300 milhões de euros. Uma operação que é vista em Espanha como uma ameaça ao grupo IAG, como noticiou no sábado o Expansión, uma vez que o objeto a longo prazo passa por converter o aeroporto Roma-Fiumicino num nó de ligações com a América Latina e África.
Segundo o Expansión, a aquisição da Lufthansa em Itália poderia diminuir o papel de Madrid-Barajas como a principal porta de saída para América Latina, dado o músculo financeiro da companhia alemã e a melhor localização geográfica de Roma-Fiumicino face a outros hubs da Lufthansa.
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