Revolut aproxima-se de Portugal com IBAN nacional e quer entrar no MB Way
Fintech britânica vai criar sucursal em Portugal numa estratégia de proximidade ao mercado nacional. E continua em negociações com a Sibs para entrar na rede Multibanco.
A Revolut está determinada em ser a escolha dos portugueses na hora de receber o salário e pagar as contas. A fintech acredita ser possível chegar ao “top 3” da banca nacional e, para tal, vai constituir uma sucursal em Portugal, atribuindo aos clientes portugueses um IBAN começado por “PT”.
Atualmente, os clientes da Revolut em Portugal estão sediados na Lituânia e é-lhes atribuído um IBAN estrangeiro. Com esta alteração estrutural, além do IBAN português, a Revolut passará a disponibilizar um canal nativo de apoio ao cliente, com atendimento em língua portuguesa.
As novidades foram detalhadas ao ECO por Ignacio Zunzunegui. O responsável pela estratégia de expansão da Revolut no Sul da Europa promete grandes novidades para os clientes em 2023, depois de a empresa ter superado a fasquia do milhão de utilizadores no mercado português, mas não se comprometeu com prazos.
Ao mesmo tempo que prepara uma nova ofensiva à banca tradicional em Portugal, a Revolut escolheu este mercado para lançar um produto de poupança. Em breve, os portugueses poderão investir em fundos do mercado monetário em euros, dólares e libras, com a empresa a apontar para rendimentos até 4% nestes fundos. Ignacio Zunzunegui lembrou, todavia, que estes produtos têm um risco superior ao dos depósitos, por não terem capital garantido (até bem recentemente, alguns destes fundos tinham juros negativos).
Consciente de que os portugueses ainda dão preferência à aplicação MB Way, que é controlada pela Sibs e detida pelos maiores bancos, a Revolut continua em negociações com a concorrência para permitir que os cartões Revolut possam ser adicionados a essa plataforma. Ignacio Zunzunegui disse estar diretamente envolvido nas conversações e mostrou-se confiante de que chegarão a bom porto também em breve. Mas ressalvou que não é líquido que venham a resultar num acordo.
Por fim, no plano dos recursos humanos, a empresa mantém um polo em Matosinhos, onde emprega 1.200 pessoas, segundo números oficiais. Ignacio Zunzunegui apontou que 20% dos trabalhadores da Revolut a nível global vivem em Portugal e descartou existir qualquer intenção de proceder a despedimentos, como tem acontecido com outras empresas tecnológicas. Pelo contrário, assegura ter cerca de 180 vagas em aberto.
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