Mais de 400 empresas estrangeiras vêm comprar fios e roupa a Portugal
De Espanha ao Japão, mais de 400 compradores estrangeiros participam no Modtissimo, que a partir de hoje junta toda a fileira têxtil portuguesa, desde produtores de fio a confecionadores de vestuário.
É com a lotação esgotada por cerca de 200 expositores divididos pelas áreas de tecidos e acessórios, agentes de tecidos, confecionadores de adulto e criança e serviços, num total de 346 coleções em exposição numa área maior do que nas últimas edições, que o único salão têxtil português e o mais antigo da Península Ibérica abre portas esta quarta-feira no Pavilhão 5 da Exponor, em Matosinhos.
A edição 60+1 do Modtissimo, como é apresentada pelos organizadores, conta com um orçamento a rondar os 350 mil euros, 10% acima da última iniciativa realizada em setembro de 2022. Um em cada dez expositores são de origem estrangeira — da Turquia, Brasil, Itália, França, Espanha e Grécia –, mas a maior parte dos mais de 5.000 visitantes chegam ao Norte atraídos pelas novidades da indústria portuguesa do têxtil e vestuário.
Manuel Serrão, presidente da Selectiva Moda, adianta ao ECO que são esperados “mais de 400 compradores internacionais”, a avaliar pelos pré-registos e com a ajuda das delegações da AICEP, o que seria um número recorde. As maiores comitivas de clientes chegam de países europeus, com destaque para Espanha, Alemanha e Países Baixos. Por outro lado, a maior novidade é o regresso dos japoneses, “agora que as regras da Covid no país tornam a vinda menos complicada”.
“A exemplo dos bons resultados da participação das nossas empresas do [projeto de internacionalização] From Portugal nas feiras Première Vision [França], Milano Unica [Itália] e Momad Madrid [Espanha], também temos boas expectativas para o Modtissimo — e isso também acontece com os nossos expositores, que esgotaram o espaço de exposição disponível”, sublinha o responsável da feira, que junta toda a fileira têxtil portuguesa, desde produtores de fio a confecionadores de vestuário.
Esta espécie de “montra” para um dos maiores clusters têxteis na Europa, que se estende por dois dias na Exponor, arranca poucos dias depois da confirmação oficial, com os dados do comércio internacional disponibilizados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), de que as exportações de têxteis e vestuário ascenderam a 6.122 milhões de euros. Um novo registo máximo para o setor, correspondente a um aumento de 13% no valor exportado em relação ao ano anterior.
No entanto, os industriais portugueses, pela voz de Mário Jorge Machado, presidente da associação do setor (ATP), descreveram um “resultado histórico com sabor amargo”. É que as quantidades vendidas para o exterior encolheram quase 1% no ano passado, em termos homólogos, sobretudo devido a uma “forte contração” superior a dois dígitos (-11%) no último trimestre do ano.
Na agenda do Modtissimo, que tenta dar um novo impulso às encomendas perdidas pelo setor com o arrefecimento do clima económico na Europa, estão previstas várias conferências sobre temas como a digitalização e a bioeconomia, que se irão concentrar no iTechstyle Showcase, organizado pelo CITEVE em conjunto com a Associação Selectiva Moda, para “permitir maior networking entre empresas e compradores”.
Numa sala fora do pavilhão haverá a apresentação de tendências da WGSN – Worth Global Style Network, que está em overbooking; e o Fórum de Tecidos e dos Novos Talentos — este último de regresso depois da paragem devido à pandemia. Em estreia está a iniciativa “Luxo do Lixo”, feita em colaboração com os expositores que cedem desperdício têxtil que vai ser transformado por uma artista numa obra de arte, que posteriormente será leiloada, com 50% das receitas a reverterem para uma causa solidária.
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