Engenheiros da IP fazem greve em março e obras podem atrasar
Sindicato dos Trabalhadores das Infraestruturas Rodoviárias pede reunião ao Presidente da República. Funcionários queixam-se de "esvaziamento de carreiras especializadas" e de baixos salários.
As obras nas estradas poderão sofrer atrasos ao longo do mês de março. O Sindicato dos Trabalhadores das Infraestruturas Rodoviárias (STIR) entregou à Infraestruturas de Portugal (IP) um pré-aviso de greve às horas extraordinárias para o período entre 1 e 31 de março. O ECO sabe ainda que terá sido pedida uma audiência ao Presidente da República sobre esta matéria, bem como os riscos de potenciais atrasos nos prazos de execução.
Dos associados do STIR fazem parte fiscais de obras, desenhadores, topógrafos, técnicos superiores e engenheiros, fundamentais para o desenho das obras rodoviárias que estão em marcha para o Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) – no valor de 520 milhões de euros – e ainda um total de 1,980 mil milhões de euros no Programa Nacional de Investimentos 2030 (PNI2030).
Estes trabalhadores consideram que os aumentos propostos pela administração da IP, de 3,9%, “ficaram muito abaixo das expectativas, inclusivamente abaixo dos aumentos aprovados pelo Governo para as carreiras gerais da Administração Pública”. Os funcionários consideram os aumentos como “discriminatórios” e, para alguns trabalhadores da empresa, “já passou a ser uma questão de subsistência”.
Os membros do STIR consideram ainda que “a falta de reconhecimento e valorização do trabalho, aliado às novas e difíceis sobrecargas de trabalho decorrentes da necessidade de cumprimento das grandes metas do Governo, quer do PRR, quer do PNI2030, tem levado a um esvaziamento de carreiras especializadas da IP, sem possível reposição dos seus quadros face aos baixos vencimentos praticados. Há vagas abertas há mais de meio ano que não são preenchidas”.
Os trabalhadores exigem uma “compensação financeira pela perda do poder de compra de 2022“, acrescida de um “aumento de 85 euros com efeitos a 1 de setembro de 2022”, horário semanal de 35 horas, atualização do subsídio de refeição para 8,32 euros e aumento dos valores mínimos de carreiras para carreira técnica superior e o grau de “doutor”.
“Temos consciência do difícil período que a empresa atravessa, mas não podem ser os trabalhadores a assumir as sobrecargas de trabalho inerentes à falta de dimensionamento das equipas, quando acresce a desmotivação pela falta de reconhecimento e valorização
do seu trabalho”, conclui o comunicado interno a que o ECO teve acesso.
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